Antônio Carlos Pauperio
Dentro desse momento atual que estamos vivendo, com o noticiário político monopolizando todas as informações e envolvendo todos os cidadãos brasileiros, ainda encontramos espaço para viver a pureza do sentimento de ser apenas torcedor de um grande clube, o nosso Internacional.
Estive assistindo os jogos do PSG x Chelsea e Barcelona x Arsenal e pensando quais as razões que justifiquem acreditar que a torcida Colorada não possa sonhar com um Internacional com esse porte de clube. Não penso ter sentimento de inferioridade quando nos espelhamos e traçamos nosso futuro no encalço das razões e nas experiências bem sucedidas de outros. Penso que um grande clube, vencedor, participante de grandes competições, com jogadores de qualidade em constante exposição positiva pela mídia, admirados pelos torcedores, reconhecidos merecidamente e financeiramente pelos sucessos nessas competições, permanecem nesses clubes e oportunizam as aquisições de novos talentos. Nesse contexto um clube consegue se manter com desempenho com alto nível de qualidade e altamente competitivo.
Quando projetamos para grandes clubes brasileiros, em especial nesse grupo, nosso Internacional, fico imaginando como e quando com essa mentalidade tacanha, de cegueira burra, para não dizer estúpida, das direções desses, teremos essas condições? Ao meu modo de ver, nunca. A ideia que tenho, lógico, de longe e sem muito conhecimento dos meandros internos, é que existe falta de mentalidade de vencedor, sentimento de inferioridade, pouca qualidade de profissionalismo, muita pouca ambição, ausência de coragem e entrega para iniciar o futuro, cedendo a um “jogo de interesses” e de muita pouca preocupação com o clube e a torcida.
Nosso Internacional tem um número expressivo de associados, uma excelente e invejável “casa”, o Beira Rio, localizada em uma cidade com clima não hostil, oferece inúmeras e excelentes opções de hospedagem, de atrações culturais, esportivas, gastronômicas e de facilidades de locomoção. O povo Gaúcho possui uma invejável formação, rica em tradicionalismo da região sul, com influência da cultura argentina, uruguaia e paraguaia. Sua riqueza cultural é fruto da miscigenação das culturas de vários povos, de várias regiões do mundo, mantendo vivas tradições alemãs, portuguesas, italianas, espanholas e latinas.
Temos excelentes jogadores criados ou contratados e trabalhados na base. Certo, não sei se uma base com o objetivo de produtora ou agregadora de talentos para negociar com outros clubes, atendendo somente interesses de empresários desses jogadores e nunca no retorno ao clube, ou com o objetivo de um real aproveitamento na equipe titular. Não sou expert em futebol, sou simplesmente um torcedor, apaixonado pelo meu clube, nosso Internacional, mas acredito que depois de tantas experiências desastrosas e de falsas expectativas, ano após ano, é preciso identificar o que afinal é o futuro de nosso clube. Existem dois caminhos, entre tantos outros a seguir, ou seremos um clube protagonista ou seremos coadjuvantes, nos satisfazendo com as migalhas de um título ou outro, principalmente sem expressões.

É fácil criticar, só por criticar, mas não é meu caso. Estou apenas tentando alertar para a escolha de um futuro melhor. Idealismo, não sei, mas sei que é por amor ao nosso Internacional. Nesse momento está faltando inteligência ou coragem para iniciar uma grande mudança. Dois modelos de sucesso são exemplos internacionais. Um monta o grupo baseado majoritariamente com jogadores criados no clube e busca suprir somente as necessidades identificadas, baseado em longo e criterioso processo de escolha de qualidade e sucesso do atleta escolhido e outro, com grandes receitas, busca e contrata os melhores talentos existentes no mercado. Sucesso garantido para um ou outro, não, mas não são coadjuvantes onde entram nas disputas de títulos. Acredito que o nosso Internacional está muito mais perto do primeiro, mas falta a competência, a mentalidade e a coragem necessárias. Se alguém discordar, respeito, mas os exemplos estão “saltando aos olhos” e não são só de agora.
Sinceramente é o que penso, não quero e não vou permanecer omisso percebendo que nosso Internacional pode estar caminhando, a passos largos, para mais um ano de fracassos e, se não houver mudanças logo, de possíveis desastradas consequências.
Pauperio, concordo e sou fã do primeiro modelo, pois não há quem se importe mais com o clube do que aqueles que dele nasceram, mas infelizmente para esse modelo dar certo temos que lutar contra a conformidade instalada e mantida a anos no grupo principal e também na base, pois os profissionais que lá estão com o compromisso de preparar e corrigir esses jovens não tem feito um bom trabalho, visto a comum deficiência de fundamentos de nossos jovens jogadores oriundos da base, que hoje fazem parte do elenco profissional. E não é difícil melhorar isso, é só querer.
Alô você Pauperio! Queiram os céus que os Deuses do Futebol conspirem a nosso favor não para encobrir os equívocos, mas para nos devolver a tranquilidade que perdemos.
Melo, triste é ver que novamente um treinador “assume” a eliminação. Por favor, esse profissional tem é que se preocupar com as responsabilidades da função para qual foi contratado. Só isso e, para mim, já é o bastante. A responsabilidade do que está acontecendo, mera repetição de outros anos, é resultados dos equívocos da administração do clube, para não dizer, da direção do clube, repetindo falhas na gestão e nas escolhas do comando técnico, contratações e vendas, todas prejudiciais ao nosso Internacional. Desse jeito, só com uma mudança radical de gestão, de mentalidade e de rumo, caso contrário, vamos sofrer muito. Não se trata de “terra arrasada”, mas sim, revolta com a omissão e “cegueira” reinante, conduzindo nosso Internacional a um nível de desempenho geral lamentável para imagem e a história grandioso desse clube.