Boi lerdo bebe água suja.

Como gostaria de poder, nesta altura do campeonato, só falar de coisas boas, quando se trata do nosso Internacional, principalmente por ter perdido totalmente as esperanças em outras áreas que afetam bem mais a todas as pessoas de bem da Pátria Brasil.

Porém, para o bem ou para o mal, no que me concerne, afeta-me sobremaneira o que acontecesse no meu Clube desde os idos de 1968, quando com dez anos passei a sentir angustias e alegrias com a cor que ocupou meu coração. Pois foi ali que, ao presenciar uma carreata festiva do tradicional adversário comemorando um titulo, pelas ruas da cidade interiorana denominada Jaguarão-RS, onde me criei, tenho bem nítido que passei a acompanhar, torcer, amar e defender com unhas e dentes meu Internacional. Essa admiração se forjou no momento difícil, pois derrota não combina conosco.

Logo a seguir, felizmente, começou um longo período que motivou muitas alegrias, pois em 1969 veio a conquista do título gaúcho e iniciou-se uma série de oito conquistas consecutivas, o que não foi superado até hoje.

Saudamos no mesmo ano a inauguração dessa casa de espetáculos chamada popularmente de Gigante da Beira Rio, que já no seu primeiro ano festejou o Campeonato Gaúcho e, logo ali, tornou-se muito grande para contemplar somente o estado e recebeu o primeiro caneco Nacional, para continuar sua senda de vitórias arrematando um bi e um tri inéditos, pois foi de forma invicta.

Houve um período de espera quando colhemos somente uma Copa do Brasil e alguns regionais, até chegarmos aos anos de 2000 e, aí sim, após a primeira e tão esperada Libertadores em 2006, chegamos ao ápice e conquistamos o Mundo, refiro-me ao Mundo com mais de dois continentes.

Nesse momento, creio não ter um torcedor, por mais otimista que seja, que não sinta uma apreensão enorme, pois foi feito uma reformulação parcial, a parte de enxugar custos, liberar atletas de altos salários e pouco retorno, a tão propalada chance aos jovens atletas oriundos da base foi dada e vejo como correto e proveitoso.

Estamos atrasados no complemento essencial, que consiste em contratar no mínimo uns quatro reforços, mas daqueles que cheguem, vistam as camisas e saiam jogando, sem causar a menor controvérsia entre nossa exigente torcida e que tenhamos um ano sem preocupações quanto ao enfrentamento do Campeonato Brasileiro, a competição mais importante do ano.

Perdemos muito tempo! Ao iniciar a temporada diversos clubes foram às compras e fizeram suas partes, agora vejo um tanto perplexo que após uma viajem do Vice-presidente do clube pelo velho continente, seu regresso foi de mãos abanando, sempre que vi algum representante do clube sair daqui foi para fechar contrato.

Não tem como não ficar contrariado em ver que não se consegue o menor sigilo nos assuntos de interesse do Clube, e o pior que a maioria das especulações veiculadas na imprensa acabam por se confirmar. Será que não temos competência nem para afastar os traíras, que estão lá dentro prontos para municiar os repórteres?

Antes de apresentarem oficialmente o balancete do ano anterior, já se sabem os números. Inicialmente fala-se num superávit, aí começam a surgir as contradições, duas consultorias diferentes com informações destoantes e então meus camaradas, em quem acredito? Na situação que apresenta um horizonte promissor ou em alguns opositores que dizem que a verdade é bem outra? Como um simples sócio que cumpre todos os meses com suas obrigações clubisticas fica? Em quem acreditar? Matemática é ciência exata, não aceita ressalvas ou é ou não é.

Para concluir de forma amena, retorno ao ponto de partida quando relembrei os idos de 1969, da inauguração de nosso Estádio, toda sua trajetória histórica contemplada por todos os títulos que um clube pode vencer em todos os continentes do planeta Terra, passando por sua recente remodelação quando atingiu um nível que sempre sonhamos, ou seja, de estar no mesmo nível de todos grandes estádios do mundo, pois é a casa de um dos maiores Clubes, que continues pulsando no ritmo dos corações de todos os colorados por muitos outros 06 de abril, eternidade a fora.

Um abraço colorado,

Arioldo Roldan