Imaginem

 

Antônio Carlos Pauperio

Estive no último fim de semana no solo sagrado de Porto Alegre e muitos pensamentos inundaram minha mente. Lembranças e mais lembranças…

Na chegada, o avião preparando-se para o pouso e a esquerda uma olhadinha a casa do tradicional adversário. Adversário, inimigo não. Aprendi que a sobrevivência “deles” faz parte da história gloriosa do nosso clube, pois são os maiores geradores de grandes alegrias. Vencer “eles” é muito, mas muito bom e ninguém nos traz mais alegrias, apesar de já estar ficando cansativo sempre “bater”.

Beira-Rio. Assim o vi lá de cima (Imagem: Yahoo)
Beira-Rio. Assim o vi lá de cima (Imagem: Yahoo)

Primeiro aquela caixa d´água pintado com as cores e o símbolo do nosso Internacional, lógico uma risadinha indisfarçável e o clima contagiando. Acredito que “alguns” devem abaixar os olhos quando passam por perto. Depois rumo ao Bairro de Ipanema, Mercado Público (já pensando nas compras), uma olhadinha para o que dava para ver do Centro (pensando no passeio pela Rua da Praia), depois a passagem obrigatória e maravilhosa pela área do Gasômetro, Parque Marinha do Brasil (Central Park dos Gaúchos, conforme anunciava as telas no voo da Avianca), a lembrança muito forte do Mar Vermelho e o cheiro do churrasco, depois o Parque Gigante recuperado do temporal, uma passagem deslumbrada e saudosa da minha segunda casa, nosso inigualável Beira-Rio, com o cordão umbilical do Gigantinho (precisa urgentemente ressuscitar os esportes amadores que muito orgulho trouxe à torcida Colorada, inclusive vendo o site oficial do nosso Internacional fiquei triste em ver que só cita o futebol de salão nos jogos de inauguração do Gigantinho, esquecendo do basquete que tantas alegrias trouxe ao torcedor Colorado), lágrimas impossíveis de segurar, depois passagem pelo antigo Posto Falcão (gostaria de ter ido ao Posto Figueroa, na Anita Garibaldi, não sei existe ainda), Hipódromo do Cristal e por aí vai.

Vocês devem estar pensando escrever tudo isso para dizer o quê? Para satisfazer a curiosidade, pensem comigo, imaginem o que passa e passará na cabeça “deles”, desde o nascimento até morrer, ou seja, viver uma vida toda comparando a área e o estádio “deles” com essa maravilha que o “Patrão, Lá de Cima” proporcionou à torcida Colorada, o conjunto Beira-Rio, Gigantinho e arredores. Deve ser um sofrimento só, de dar pena e sem possibilidade de mudança. Um lamento só. Um sentimento de inferioridade eterno. Infelizmente para “eles”, tivemos grandes Colorados com visão na direção de nosso clube que ousaram essa façanha. Conseguiram a área com a Prefeitura de Porto Alegre e de um aterro desdenhado e a mercê de chacotas constantes, com denodo, abnegação, persistência e competência, consolidou a construção harmônica que resultou em uma área majestosa e maravilhosa, tanto na parte pública, como na Colorada. Arrisco dizer, nunca e em nenhum tempo conseguirão mudar essa história. A área do Beira-Rio é simplesmente fantástica e enche de orgulho os Colorados e os filhos dessa terra única. Acredito que mesmo entre “eles”, os menos fanáticos, concordam com isso.

Essas são as razões que me tornam ser cada vez mais exigente e que me levam sempre a sonhar e a querer um grande time de futebol, de muita qualidade e muito competitivo, reinando e brilhando nesse paraíso Porto-Alegrense, no Rio Grande do Sul, no Brasil e em todos os Continentes. Não se trata de sonho impossível, é factível. Imaginem a realização desse sonho, que é de todos Colorados, e ajudem a construir esse futuro, exigindo um time de mais qualidade, mais competitivo e protagonista em todas as competições. Para que isso aconteça também é necessária uma diretoria capaz, de mentalidade e comportamento mais ambiciosos, que almeje a montagem e manutenção de um grande time vitorioso, digno da história do Internacional e de sua torcida, que misture e use adequadamente profissionalismo e paixão e que ouse responsavelmente mais.

3 thoughts on “Imaginem

  1. Sem dúvida é muito emocionante chegar a Porto Alegre com os olhos procurando o que há de mais bonito nesta terra: o complexo Gigante da Beira-Rio! Bonito falar sobre tantas boas lembranças, e projetar o futuro de mais e muitas glórias para nosso INTER! SC

  2. Alô você Pauperio!
    Lembro de minha volta a POA depois de um longo período morando fora. O cenário era outro, não tínhamos a evidente imponência do atual Gigante da Beira Rio, nem tampouco a “boas vindas” da linda Caixa D’Agua, no aeroporto. É emoção sobrevoar o Porto mais Alegre do Brasil e com essa belezas contemporâneas então…haja coração.
    Coloradamente,
    Melo

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