ONDE ESTAS CAMISA 10!?

POR ADRIANO GARCIA – EL MAGO
Maestro (mestre em italiano; feminino: maestrina) ou regente é alguém que rege uma orquestra ou coro. O termo também e aplicado a um virtuose ou grande compositor.
O maestro como conhecemos hoje surgiu no Romantismo musical, quando a massa orquestral ou coral tomou grandes proporções.
Antes disto, no barroco e no período clássico, a figura do maestro não era materializada. Os grupos eram pequenos (orquestras de câmara) e todos os músicos podiam se entreolhar para analisar dinâmicas e entradas. Porém, já no classicismo, com o início do crescimento da massa orquestral ou coral, quem coordenava era o músico mais visível: o primeiro violinista ou algum instrumentista de sopro. Em composições com acompanhamento por instrumento de teclado, o cravo na época e depois o piano, quem tocava este instrumento conduzia a orquestra. Tem-se notícia de Bach e Mozart regendo sentados ao instrumento. A regência é o ato de conduzir um grupo de músicos, através do gestual, geralmente exercida pelo maestro.
E no futebol? Cade o 10? Onde andaras o grande regente da arte do futebol. Peça rara de se ver, se o brasuca é celeiro destes por que esta tao raro encontrar um Zico, Pele, um D’Ale – mesmo este sendo argentino, Rivelino, outrora exportávamos como se fossem bananas. Hoje nem a fruta se tem com tanta abundancia. Talvez por se ter transformados as categorias de base, em laboratórios de craques burocráticos, pois é mais fácil destruir do que criar.
Amigos, um grande maestro se percebe pela afinidade com seus músicos, e no futebol isso não é diferente. A plateia, ou torcida – no que se refere ao futebol, reage de acordo com a intensidade do espetáculo. Reúna 50 mil pessoas em um estádio de futebol e veja como imediatamente o local começa a exaltar tristeza, depressão e alegria, isso tudo ao mesmo tempo. Assim foi nas noites, e nos dias desde a abertura dos portões ate a acomodação da torcida dentro do Gigante. E, quando soou o apito inicial, aquele turbilhão de sentimentos começou a se transformar.
Mas o que realmente queria ser dito é que, como qualquer multidão, aquela massa estava apreensiva, inconsolável. Somente um grande ídolo – no nosso caso, um grande maestro – para modificar toda situação. Desde a entrada do time em campo, já se via ele se destacar dentre seus companheiros, sem menosprezar os demais, porém a torcida gritava, cantava seu nome – como um prenuncio do que iria acontecer.
A partida não era das mais empolgantes, entretanto como a um maestro, e na primeira bola que recebeu, o povo já começou a rir antes mesmo da jogada ser concluída. Ria adivinhando que fazer a sua ária, como na ópera. O craque, o maestro, o estilista, prende a bola sem que seu adversário possa ter chance de recuperação. Sim, ele comanda o time, com seus dribles desconcertantes, e jogadas de efeitos. Pois bem onde estas este hoje, com o dez as costas? Não se tem noticia, apenas saudades do ídolo, do capitão, do maestro. A regência continua sem comando a espera dele, a angustia misturada com saudade exala na torcida muitos sentimentos de amor, ódio, saudade e esperança de ver, ouvir, gritar e sorrir. Ah esse sorriso de orelha a orelha que tanto faz falta. O ídolo tem uma função, que atua como estímulo de uma qualquer tarefa ou simples ato que se procura realizar. O ídolo é motivo de se querer conhecer e identificar aquilo ou aqueles que realizam o nosso virtual esforço real, em vez de nós próprios; ou sem que tenhamos de despender mais energia, mais força, mais atenção, mais inteligência e mais conhecimento, para atingirmos o objectivo que ansiamos atingir com sucesso. O ídolo é o elo-função, cujo contato de proximidade vence, só por si a apatia, a indolência e a resistência naturais à ação, constituindo-se como a figura mental principal de arranque dessa ação, da mobilidade, do pensamento e da fala. Esse ídolo, muitas vezes traduz-se pela visão da nossa figura vigorosa de outrora, inspirada de uma fotografia qualquer, e que entretanto se transformou num mito íntimo, símbolo máximo de força vencedora de qualquer resistência, em qualquer circunstância ou situação. Não obstante fica a crucial pergunta onde andaras esse que es o sonho da torcida, desejo incontrolável, esta falta perdura e não encontra em lugar algum algo para suprir. Fica o sonho, a saudade e a lembrança de tudo aquilo que significa o maestro, o camisa 10, o ídolo!!!
Saudações.

Adriano Garcia
Presidente/Diretor da Regional

2 thoughts on “ONDE ESTAS CAMISA 10!?

  1. Adriano, minha opinião é de que não só no Internacional, mas nos demais clubes brasileiros a formação na base está ultrapassada, não se forma caracteristicamente um jogador, no aspecto tático ou de posicionamento sim, mas não vemos a formação técnica do jogador, o aperfeiçoamento, a lapidação do atleta, e isso é um erro fatal, que reflete no time profissional. A falta de um 10 clássico ou 10 moderno, tem um mesmo culpado, é o mesmo que forma laterais que não sabem cruzar, por exemplo, que não moderniza a forma de pensar a base, essa culpa é primeiramente e principalmente do clube. Infelizmente nos falta base, e quando digo base, é em todos os aspectos de base, do saber fazer ao saber gerir.

  2. Perfeito Adriano! Lembro de quando menino o sentimento dominante era o de ser um desses camisas 10 famosos, ídolos. Fato de que eles exerciam um fascíno tão grande que contagiava os “miúdos” e eles cresciam com o desejo de ser um deles. Assim foi com Bráulio que nos confidenciou que na verdade ele queria ser o Chinesinho (extraordinário jogador da década de 50) e essa foi a mola propulsora para que ele se tornasse BRÁULIO, o garoto de Ouro. Coloradamente, Melo

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