Queremos o hexa, mas queremos mais

Estamos a um jogo de mantermos a hegemonia do futebol gaúcho, o hexacampeonato. No início da competição, tínhamos a impressão de que manter a taça no Beira-Rio seria uma árdua tarefa, e não me entendam mal, não quero aqui diminuir as equipes adversárias, inclusive a finalista com quem ainda temos um jogo a disputar, portanto, não há nada ganho com certeza. Me refiro aqui as expectativas que tínhamos quanto ao futebol apresentado até então pela equipe colorada. Desde o início do ano, em momento algum o time do Inter mostrou a segurança que todo torcedor deseja, pelo contrário. O êxito alcançado até então, deve-se muito a alguns destaques individuais que funcionaram em determinados jogos, como Vitinho, Andrigo e Aylon, além é claro, da capacidade do técnico Argel em ajustar o sistema defensivo e meio campo colorado no sentido de marcação, adaptados a seu esquema preferencial, o 4-2-4, com variações para o 4-2-3-1.

Certo é que melhoramos em relação ao início do ano passado, na questão anímica e de competitividade, de longe o time de Argel é melhor organizado e empenhado que aquele time macambuzio de Aguirre, mas apesar de estarmos novamente na final do Gauchão, (nada mais que nossa obrigação como grande clube que somos), a direção deve a todos nós colorados um clube e time capaz de disputar as grandes competições nacionais, principalmente nos seguintes aspectos:

O encaixe: Em todo time de sucesso notamos um detalhe marcante: O famoso “encaixou”, o Leicester da Inglaterra que ontem se consagrou campeão Inglês antecipadamente, é um exemplo de time “encaixado”, onde cada jogador tem sua qualificação adequada para que máquina funcione harmonicamente. Um outro exemplo de time projetado para dar certo é Atlético de Madrid de Simeone, algoz do Barcelona de Messi, Soares e Neymar. Próximo de nós, poderíamos citar o Cruzeiro bicampeão brasileiro 2013/2014, um time sem craques, mas com jogadores capazes de fazer as engrenagens do esquema proposto funcionarem com simetria.

Para que isso aconteça é preciso planejar, projetar, definir uma ideia de futebol, seguido da busca de jogadores que se encaixem nessa ideia proposta.

Acho muito interessante os esquemas preferidos por Argel, porém, há “peças” no time do Inter que não se adequam a ele, e, devido à falta de reposição nem mesmo temos alternativas para essas “peças”.

Reposições: A direção negociou jogadores importantes, mas em nenhum momento houve recomposição a altura. Assim foi com Nilmar, que apesar de atuações discretas em sua última passagem por aqui, era titular absoluto do ataque. O mesmo aconteceu com Áranguiz, que deixou o clube e até agora não temos um volante moderno e substituto à altura, mesmo assim, a direção se empenha em contratar mais volantes “mais do mesmo”, sem necessidade. O que dizer então da saída de D´Ale? A principal referência do meio-campo, capitão do time, saiu e a direção sequer esboça atitude em buscar um nome para suprir essas necessidades.

As laterais: OK! Sabe-se que essa é uma das principais dificuldades do futebol brasileiro atual, nunca tivemos tão mal qualificados em termos de jogadores nessa posição, mas no Inter estamos abusando disso. No Jaconi, domingo passado sentimos o quão estamos limitados nas laterais, nossos titulares William e Arthur tem suas virtudes, mas também grandes dificuldades nos cruzamentos e cobertura defensiva (fundamentos mal trabalhados na base). Pior ainda quando algum deles não joga, aí como diria o saudoso Cláudio José Quintana Cabral: “Oremos”, pois as alternativas são lamentáveis.

A base: Esse é um dos piores momentos da base do Internacional, a tempo atrás, mesmo em momentos difíceis do profissional, a base era certeza de receita futura para o clube, estávamos sempre entre os postulantes a títulos em todas categorias e campeonatos, hoje não vemos mais isso. Os poucos que se destacam e até assumem a titularidade no time profissional, são jogadores esforçados, porém, que demostram em muitos aspectos má formação (até mesmo de fundamentos). Como consequência, isso afeta o desempenho dos atletas quando no profissional e por fim, ao time como um todo.

E sabemos que não é por falta de estrutura, visto que atualmente somos um dos poucos clubes do Brasil com tamanha capacidade para formação de aspirantes a profissionais. Eu ainda desconheço o que acontece nos bastidores da base do colorado, mas com certeza não é foco na profissionalização e ao bom futebol. Então apelo aqui a gestão do clube, POR FAVOR!! Devolvam a base do Internacional, temos que nos incomodar com isso. Quem não dá atenção as sementes que planta, com certeza não colhera títulos no futuro.

Enfim, domingo estaremos novamente no Beira-rio, em busca de mais um título e que esteja lotado! Mas não nos acomodemos com somente isso, queremos mais, merecemos mais, afinal somos e sempre seremos Internacional.

5 thoughts on “Queremos o hexa, mas queremos mais

  1. Precisamos de concentração absoluta, mentalização e depois entrar em campo com a vontade muito superior a vontade do adversário. Quando a estratégia, a tática é valores individuais não mostram superioridade evidentes, vente quem tiver mais vontade e mostrar isso.

  2. Alô você, Fabiano!
    Concordo com teu comentário fazendo ressalva a questão da base. O número de jogadores a disposição do DP que te origem na base, oriundos de lá justifica sua existência. Muriel Álisson, Willians Artur, Dourado, Sasha, Valdívia, Álisson Farias por exemplo estão a disposição , passando até por outros com menos aproveitamento como Jair Baio, Jackson, Jeferson por exemplo.
    Coloradamente,
    Melo

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