Por Antônio Carlos Pauperio
Depois de ler e ouvir declarações de pessoas ligadas à direção, de jogadores e de informações veiculadas pelos órgãos de a imprensa, gostaria de questionar junto à torcida, afinal, o que está realmente certo. Vejam, que não coloquei certo ou errado, apenas o que está realmente certo.
Vejamos a realidade de nosso Internacional, ao longo de os últimos anos e especialmente em 2016, sem camuflagens, sem impressões tendenciosas ou interesses políticos, apenas, como uma série de ponderações para análise crua colocadas por um simples torcedor. O torcedor normal dificilmente tem um conhecimento, ao menos, satisfatório sobre o dia-a-dia do nosso Internacional. Acompanha treinamentos, jogos e o que é divulgado pelos órgãos de imprensa escrita, falada e/ou televisiva. Quanto mais longe de Porto Alegre e do Beira Rio, menor e menos qualificada a informação. Sob esse enfoque coloco algumas ponderações a seguir.
Quais são os critérios adotados em nosso Internacional ou em qualquer outro grande clube para a escolha dos integrantes de uma direção de clube, do comando técnico e do elenco de jogadores?
Imagino que para a escolha da uma direção, sejam avaliados líderes, principalmente na sua capacidade de liderar a gestão em um grande clube, assim como os critérios da sua escolha para compor os integrantes de seu grupo que, no mínimo, devem comungar com ele do mesmo tipo de pensamento e, também, possuir o conhecimento necessário para assumir suas responsabilidades. A escolha, por entendimento lógico, deve cair no grupo que melhor poderá representar a história do clube, a sua capacidade de administrar o conjunto de todas as atividades e responsabilidades, de forma a responder pela gestão global, procurando incessantemente tornar e manter o clube um vencedor, respeitado e aberto para escutar os anseios da sua torcida. Não me parece lógico que uma direção deva se preocupar somente com a manutenção ou recuperação de “status quo”, mas sim entendo que deva haver ambição de se tornar um grande clube, de expressão internacional. Acredito que uma vez definida a direção, a disputa interna acaba e todos estão convocados para colaborar com o seu sucesso> Cada um dos integrantes do grupo escolhido para dirigir o clube, deve utilizar toda a sua força de trabalho e inteligência para cumprir, com responsabilidade e adequadamente, as suas atividades ou ter a humildade de aprender com experiências que possam servir de “benchmarking”. Lógico que o sucesso de uma direção passa pelo entendimento, domínio, clareza e execução de um excelente planejamento estratégico, com responsabilidades definidas, de análises periódicas de indicadores para identificação de desvios, que possam permitir a adoção de correções de rumo, de forma a garantir o atingimento dos objetivos e metas definidas a curto, médio e longo prazo. Fico muitas vezes pensando e me questionando o que se espera de nosso clube agora em 2016 e nos próximos anos. Sob esse foco fica o questionamento, atualmente isso acontece em nosso Internacional?
Imagino que para a escolha de um comando técnico, depois de definida a direção para o clube, a procura deverá recair sobre aquela equipe técnica, vejam que não estou colocando aquele técnico, mas equipe técnica, que melhor represente o pensamento da direção do clube e execute os passos do planejamento previamente definido. A esse comando técnico devem ser oferecidas todas as condições favoráveis ao seu sucesso, desde o apoio, às condições de trabalho, o tempo necessário para uma correta execução, a logística de jogos, a disponibilização de material de qualidade, inclusive tecnológico, e, principalmente de alicerce às demandas humanas. Os resultados iniciais, tanto de vitórias ou derrotas, não podem ser entendidos como objetivo alcançado ou não, pois estamos falando em curto, médio e longo prazo. Esse comando técnico tem de funcionar profissionalmente e permanecer isento às pressões vindas de parte da imprensa, de jogadores “medalhões” ou reservas e da paixão cega da torcida, ou seja, deve ter um comportamento exclusivamente profissional na busca dos melhores resultados. Lógico, importante, ter a humildade de não ser o “dono da verdade”, até porque quando a humildade é praticada aprendemos muito, pois muitas vezes outras opiniões trazem soluções importantes, mesmo quando externadas pelos críticos ou de forma apaixonada pela torcida. Também não acredito no sucesso de esquemas ou estratégias de jogo já vindos prontas, “da cabeça” ou da convicção de um comando técnico, pois concebe jogadores prontos e já disponíveis no clube. Me parece mais lógico, que esquemas vencedores utilizam a potencialidade máxima de cada jogador existente no plantel e que os melhores esquemas de jogo se consolidam nessas circunstâncias. As contratações devem ser pontuais e específicas para suprir carências. No meu entendimento o comando técnico deve ser mantido enquanto seguir a execução definida previamente e que é ajustada, sempre que necessário. Não acredito que somente mudanças de comando técnico levem um clube ao sucesso duradouro. Pode resultar em resultados imediatos, mas logo deixarão evidentes equívocos de escolha. No meu entendimento, os critérios da escolha do comando técnico ou quando da frustração gerada, devido à análise das condições desse comando de não conseguir alcançar os objetivos traçados, por várias razões, é que devem conduzir às mudanças. A manutenção do comando técnico ou sua substituição deve ser encarada como ajuste de rumo, sem grandes traumas, mas todos tem sua parcela de comprometimento na decisão tomada, pois nunca há certeza de sucesso em se tratando de futuro. A certeza fica somente no esforço e na intenção de acertar. Sob esse foco fica o questionamento, atualmente isso acontece em nosso Internacional?
Imagino que para a escolha do grupo de jogadores que formarão o elenco para as competições, depois de defina a direção e o comando técnico, deve seguir uma análise sobre a quantidade e qualidade dos jogadores disponíveis e carências identificadas. No meu entendimento, jogadores disponíveis são todos aqueles que estão no grupo de elenco principal, os vindos de empréstimos, os já contratados e oriundos da base, quando da chegada do comando técnico. Depois do tempo necessário para fazer uma análise criteriosa da qualidade dos mesmos e sobre suas utilizações dentro da ideia buscada de time vencedor, as carências, com certeza, serão identificadas. Não sei se meu raciocínio é correto, mas um jogador pode não ser útil para um tipo de esquema de jogo, por não apresentar condições para desempenhar uma função, mas muito útil para outro. Não podemos esquecer que os “artistas” são os jogadores e eles é que devem dar o espetáculo, pois o “resto” é importante retaguarda vencedora ou perdedora. Quando o pensamento é “forçar” um jogador a desempenhar o que não tem condições de fazer, me parece um grande erro, principalmente pela crueldade da exposição desnecessária do jogador para si próprio, à torcida e à imprensa. Por essa razão não concordo com esquemas de jogo vindos prontos e a pretensão de implantá-los, sem a mínima análise da qualidade dos jogadores que irão executar as funções. O resultado não pode ser outro, fracasso em competições e um crescimento absurdo de jogadores inseguros e desmotivados. Essa análise criteriosa da qualidade e da utilização máxima do potencial disponível internamente, com contratações pontuais, é que devem conduzir para esquemas de jogo vencedores, evidenciando competitividade, desempenhos qualificados, personalidade e sucesso duradouro. O comando técnico e o grupo de jogadores devem fazer parte de um conjunto único e estarem qualificados para ser um time vencedor de um grande clube. Sob esse foco fica o questionamento, atualmente isso acontece em nosso Internacional?
Desculpem, quanto à torcida Colorada, sem reparos e sem maiores comentários. Se trata da mais fiel, mais ávida por conquistas, por vitórias e mais apaixonada torcida que existe Companheira que sempre acredita, confia e permanece, em todas as horas, junto ao nosso Internacional, faça chuva, faça sol, nas vitórias e nas derrotas. Essa torcida é farta fonte para estudos da prática real da democracia, da cidadania, da igualdade, da vivência de verdadeiros valores e da convivência pacífica, de forma única, insuperável e incomparável, dedicada a um grande clube, o nosso Internacional.
Afinal, o que está realmente certo?
Excelente abordagem, Paupério. Essa Diretoria, que com grande expectativa ajudei a eleger, tem demonstrado um amadorismo assustador desde o início de sua gestão. Teremos que aturá-los até o fim do ano e rezar muito para que os erros cometidos parem por aí. O Presidente é arrogante demais, e conseguiu brigar com todos os treinadores renomados que estavam disponíveis quando foi decidido o afastamento de Diego Aguirre. Teve que ficar com uma aposta, o Argel, que tanto queríamos que desse certo. Mas a escolha se mostrou equivocada. Argel não arrumou o time do INTER, criando apenas uma jogada de ataque: cruzamento para a área, nem importando se alguém está lá para cabecear ou chutar em gol. O time piorou muito sob seu comando. E a Diretoria ficou refém de um treinador fraco, pois havia queimado todos os outros. E agora? Vou na filosofada do Melo: ‘oremos”!
Aquidaban, enquanto o nosso Internacional, assim como o futebol brasileiro, não repensar os últimos anos e definir um projeto de curto, médio e longo prazo, não haverá solução de sucesso que perdure. Agora, infelizmente, no caso do nosso Internacional, é pegar um técnico que “segure”, de todas as formas essa “situação”, para não acabar ficando no grupo de baixo e deixar o ambiente ainda mais “bagunçado” e pressionado. Nossos dirigentes do futebol tem muito a aprender com os do voleibol do Brasil. Gestão de sucesso caseira e que apresenta resultados vencedores contínuos.
Pauperio, Teu longo comentário demonstrou sólidos conhecimentos na arte ou ciência da Administração e, pelo visto tens formação afim. Fizeste lembrar o que sempre afirmava um Professor da matéria, de longa bagagem na atividade e consultor de várias empresas. Ele sempre dizia: das 9 funções do Fayol, tenho presente uma que é essencial na Administração, é o PLANEJAMENTO, sem ele às demais caem por terra. É a sua falta que se tem observado nos últimos anos no Clube. Daí chegamos mais uma vez a esta triste situação.
SC
Heleno, muito mais é o amor que sinto por esse clube e a vivência em campos de futebol, no mínimo, a 65 anos, pois desde muito pequeno frequentava os Eucaliptos, pelas mãos de meu saudoso pai Fredy e irmão Fernando. Sinceramente, não é possível aceitar mais esses equívocos repetitivos e que trazem grande repercussão frustrante e negativa à nossa torcida. Realmente parece que nunca ouviram falar nas teorias consagradas da Administração Estratégica e da Qualidade, muito menos em Deming, Juran, Crosby, Drucker e tantos outros. De longe, o maior problema que vejo, é a falta de humildade para reconhecer erros, analisar as causas de equívocos e procurar aprender com as experiências exitosas de outras gestões vencedoras em grandes clubes e uma visível acomodação numa posição que demonstra quase total falta de ambição na busca de dias melhores para o nosso Internacional.
Alô você Pauperio! Creio muito que o caminho é esse, pode-se muito bem fazer o imediato e preparar o futuro. A comissão técnica ou equipe técnica por exemplo deve ser permanente para que o time em si tenha identidade, mas as direções não impões isso aos treinadores contratados que trazem seu staf e de temporada em temporada tem que recomeçar e recomeçar. Coloradamente, Melo
Melo, terminamos o dia de ontem, depois da derrota para o Santa Cruz, em Recife, com a notícia da saída do técnico Argel, com a certeza que não foi fruto somente do resultado negativo, mas do “conjunto da obra”. não pode ser esquecido que ele não se contratou, foi contratado e que os critérios de escolha não foram os melhores. Penso que enquanto o nosso Internacional não “embarcar” em um projeto, esse tipo de situação desagradável continuará acontecendo. Espero que a direção do clube, por sinal, mais um ano na mesma situação, tenha dessa vez a luz e a coragem de escolher alguém que ainda possa colocar o nosso Internacional, ao menos, nos “trilhos” em 2016 e inicie, de imediato, a execução de um projeto de curto, médio e longo prazo.