“Não venha com a problemática que eu dou a solucionática”à Dario
Em combinação com a coordenação do Blog, estamos dando início a uma série de postagens periódicas, informando a situação e paradeiro de jogadores colorados, que vestiram a gloriosa jaqueta rubra no passado e permanecem vivos na memória dos torcedores.
Para início da série, escolhemos DARIO, o conhecido DADÁ MARAVILHA, que, no princípio deste mês, completou 40 anos de sua chegada a Porto Alegre para vestir a camisa do INTER.
Como passa o tempo. Lembro muito bem daquela sexta-feira, dia 02/07/76, em que o centroavante chegou a nossa Capital já utilizando duas de suas máximas: “Com DADA em ação, gols em profusão” e “Jogadas bonitas os outros fazem, eu faço gols”.
Fez apenas um ligeiro treino e já estreou no domingo, eis que na época e especialmente com Dario, não havia essa que tanto se utilizam nos dias de hoje, como tempo de adaptação e condicionamento para jogar no novo time. Pois chegou, mal treinou, jogou e fez um dos gols na partida disputada pelo Campeonato Gaúcho contra o Esportivo de Bento, placar de 3×0. Foi no estádio Beira-Rio e eu estava presente.
Tecnicamente deixava a desejar. Desengonçado, sem precisão nos dribles e passes, mas sabia fazer o que muitos atacantes deixam a desejar, gols, e em profusão como dizia. E neste particular, proferiu a frase que ficou famosa: “Nunca aprendi a jogar futebol, pois perdi muito tempo fazendo gols”, também dizia: “Não existe gol feio, feio é não fazer gols”. Não é para menos que foi o 5º maior artilheiro do futebol brasileiro, chegando a 926 gols. No INTER somou 36, em 76 partidas, dando a média de praticamente um gol a cada dois jogos. Se tivesse estendido um pouco mais a sua carreira, teria chegado aos 1000. Bem que merecia.
Em seu histórico há o registro de ser o jogador de maior número de gols num único jogo. Foi em abril de 1976, pouco antes de vir ao INTER, numa partida pelo Campeonato Pernambucano, Dadá Peito de Aço, como ficou conhecido na Ilha do Retiro, marcou uma dezena de vezes na goleada do Sport contra o Santo Amaro. O placar do jogo foi 14 x 0. E Dadá fez gols de tudo que era jeito. Sabe lá o que é isso, fazer 10 gols numa única partida!
Em sua estreia com a camisa do INTER, contra o Esportivo de Bento como dissemos, aparentemente sem grande importância, mesmo assim a torcida foi em peso para ver Dadá com a jaqueta colorada. O público foi tão grande que seu passe, só naquele jogo, foi quitado. Foi adquirido do Sport por Cr$ 500 mil e a renda atingiu a pouco mais de Cr$ 714 mil, em valores da época.
Não ficou muito por aqui, pouco mais de um ano, entre 1976 e 1977. Foi contratado com a missão de substituir outro grande centroavante da história colorada, FLÁVIO MINUANO, que fora o goleador do Brasileiro do ano anterior (1975), com 16 gols.
E Dario aqui chegou com grande fama de fazedor de gols, eis que já fora goleador pelo Atlético Mineiro em dois Brasileiros seguidos (1971 e 1972). E não decepcionou. Com a camisa do INTER fez gols importantes como na decisão do OCTACAMPEONATO ante o rival em que vencemos por 2×0. Também deixou sua marca no Brasileiro de 1976, sendo o goleador com 16 gols. Neste particular, além de participar do início da jogada daquele gol antológico entre Falcão e Escurinho contra o Atlético, considerado o mais bonito do Beira-Rio, a destacar o 1º gol da final contra o Corinthians, em que o INTER sagrou-se BICAMPEÃO BRASILEIRO, ao vencer por 2×0. Assisti a partida atrás da goleira. Valdomiro bateu a falta, a bola tocando na barreira subiu e DADÁ voou como um pássaro beija-flor e fez de cabeça. Delírio total da torcida.
Falamos num pássaro beija-flor porque DARIO ao saltar para cabecear ficava como que imóvel no ar em frações de segundos. E daí a sua célebre frase, inúmeras vezes repetida: “Me diz o nome de 3 coisas que param no ar: Helicóptero, Beija-flor e Dadá Maravilha”. Grande DADÁ, figura folclórica e lendária na história colorada, do futebol brasileiro e sobretudo um grande goleador.
Depois do INTER jogou por diversos clubes. Antes já havia feito parte até da Seleção Brasileira (TRICAMPEÃO MUNDIAL no México em 1970). Ao todo atuou em 16 times. Só no Atlético Mineiro, entre idas e vindas, por 3 ocasiões. Nunca escondeu seu amor ao clube mineiro, que lhe projetou ao futebol, porém nunca deixou de manifestar que em seu coração também mantém um grande espaço de afeição para o INTER.
Depois de deixar de jogar, fez alguma tentativa frustrada como treinador. Passou a trabalhar na televisão como comentarista esportivo, iniciando pela TV 3D a cabo de Belo Horizonte. Passou pela TV Alterosa, depois Rede Globo, como comentarista na Sport TV.
Atualmente, de volta à TV Alterosa, participa da Bancada Democrática do Alterosa Esporte, como representante do Atlético Mineiro.
Poderíamos ainda falar muito sobre Dario, narrando páginas e páginas de comentários, diante de sua tão entusiasmada pessoa, peripécias e gols marcantes assinalados. No entanto, entendemos que o mais importante foi destacá-lo pela sua passagem no nosso S.C. INTERNACIONAL.
Grande DADÁ MARAVILHA, como você deixou saudades jogando com a camisa 9 colorada!
Saudações Coloradas
Heleno Costi
Dario com a Coordenação do Blog, em festa do Futebol de João Bosco Vaz.
Melo e
Fernando
Fabiano,
Realmente o Dadá era um fenômeno, como estou viajando e pelo celular está difícil escrever muito, lembrei me de outras das máximas dele: Só existem 3 poderes : Deus no céu,
Papa no Vaticano e Dadá na grange área.
SC
O MAIOR INIMIGO DO INTER E’ A “IMPRENSA” ESPORTIVA DE PORTO ALEGRE!!!
Boa noite Sr Evandro Santos! Estamos acompanhando sua preocupação com o tratamento dado ao nosso INTER pela imprensa. Já aprovamos seu comentário e entendemos ser legítima sua posição, contudo em atenção aos nossos blogueiros que se dedicam a oferecer uma matéria diária aos nossos leitores gostaríamos que oSr se manifestasse a respeito das matérias postuladas. Teremos o maior prazer em acolher suas considerações. Um abraço Colorado!
Show de bola Heleno!! Saudade mesmo Heleno! Eu mesmo não o vi jogar, mas Dadá é um daqueles jogadores que ouvimos tantas e histórias, por vezes, alguns vídeos, que só de acompanhar essas histórias como jogador e história de vida dele, dá uma saudade, saudade do futebol do tempo dele, em que vencer e fazer gol era mais importante para os jogadores, do que o glamour de um fone de ouvido e das redes sociais nos dias de hoje.
Baita jogador, baita centroavante, baita pessoa. Ainda esse final de semana ouvi uma entrevista de Dadá na rádio, onde ao final ele disse: “Digam pra torcida do Inter não esquecer o Dadá. Não esqueçam o Dadá…”. Que bela homenagem do BAC!! Parabéns Heleno pelo texto. Abraço!
Alô você Heleno!
Brilhante, pude viajar um pouco no tempo com a tua rica narrativa. Como bem escrevestes falar do Darío rende, tem consistência, tem conteúdo. Tem-se a impressão que expressões como DARIO JOSÉ DOS SANTOS deveriam ser eternos e até acho que o será.
Parabéns Heleno, grande matéria.
Coloradamente,
Melo