De voando a rastejando, como chegamos lá?

No início do campeonato, através de metáforas, aqui neste espaço, havia manifestando a minha grata surpresa com a bela campanha que o nosso clube vinha atingindo, chegando inclusive a liderar a competição em determinado momento.

Precavidamente também confessei meu temor que, em virtude da juventude da maioria dos atletas que compõem o elenco, uma sequência de maus resultados viesse a causar instabilidade, perda da confiança em clubes grande, as consequências normalmente são catastróficas.

Embora não seja adivinho, estava sendo profético, e estamos no olho do furacão, vivendo essa quase interminável tempestade que resolvemos passar, na realidade as pessoas que detém os mandatos do Clube resolveram desafiar os deuses do futebol.

Para tanto resolveram fazer uma reformulação total no elenco, promover à titularidade vários atletas das categorias de base, contratar outros tantos vindos de clubes de menor status e dar a grande oportunidade ao um jovem treinador que, embora não seja o principal culpado do calvário, ainda que no Brasil não esteja sequer elencado entre os chamados emergentes. Não satisfeitos, venderam a principal afirmação do time, o goleiro Alison, sem antes providenciar seu substituto. Sendo tudo isso insuficiente, mandaram praticamente de graça, sem dúvida nenhuma, o maestro do time, ganhar título na Argentina, também sem substituto algum.

Como desgraça pouca é bobagem, sempre com atraso, resolveram trocar o pneu do avião em pleno vôo e já estamos no terceiro técnico, como vemos estão copiando a fórmula perfeita que já levou vários clubes ao fracasso. O que mais me surpreende é que nós já fomos salvos pelo gongo umas três vezes, por mais intuitivo que possa ser, jamais em meus piores pesadelos acreditaria estar mais uma vez vivendo essa desagradável experiência.

Já que resolvi tratar de assuntos penosos, não poderia me furtar de lamentar os incidentes que se repetem na área de responsabilidade médica do clube, já estamos com o terceiro caso de jogador pegos no antidoping, nesse turbulento ano de 2016. E não dá para esquecer a tragicômica contratação do Ceará, numa semana reprovado nos exames e após uma prensa do Coritiba, na semana seguinte contratado. Daria para continuar elencando incompetências, mas isso basta, acredito eu, para entender o rodapé da tabela, espero que momentâneo e passageiro, que os responsáveis acordem para sairmos desse momento constrangedor.

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Para não falar só de dissabores, ainda acredito ser bem possível salvar os dedos, tendo em vistas que os anéis já se foram. A primeira partida da Copa do Brasil, abstraindo a fraqueza do adversário, deu para perceber algo mais parecido com a prática do futebol, um time melhor posicionado, uma movimentação mais coordenada, até parece que o técnico parou de como sempre faz, tentar provar que todos estão errados e só ele sabe da matéria, pois acabou por escalar o Nico Lopes. Para quem já deixou Oscar, Giuliano e Damião no banco contra o Mazembe, já é um avanço.

Isso só ainda é pouco, e acredito que, se a torcida não se conscientizar de relevar todas as carências, deficiências, poupando a equipe de vaias e todo tipo de pressão, a missão ainda é hercúlea. É visível o temor estampado na fisionomia de vários atletas no decorrer das partidas. Não vamos esquecer que os atletas não se autocontratam e não se escalam, quem faz isso é diretoria e técnico.

Se não foi possível continuar voando, vamos lutar para terminar a temporada caminhando e de cabeça erguida, onde sempre estivemos.

Um abraço colorado,

Arioldo Roldan

5 thoughts on “De voando a rastejando, como chegamos lá?

  1. Um ótimo fim de semana Colorados.

    Enquanto o time dos Santos não vem, segue um pouco de divertimento de uma situação que captei quando estava cortando o meu cabelo.

    O RETRO DO MEU HAIRSTYLE !!!

    O espelho retrovisor do meu coiffeur, hairstyle, cabeleireiro ou no popular barbeiro como ele gosta de ser chamado, reflete mais o que passa na rua, do aquele apoteótico tá bom do vivente que está no seu divã no final do seu corte sem mágoas e dentro do seu padrão de qualidade.

    Tudo que passa, desfila na calçada da fama em frente ao charmoso salão onde trabalha na Av. São Pedro juntamente com alguns simpáticos colegas, chama muito atenção dele.

    Não quero reclamar, mas todos notam que ele desvia a sua concentração por alguns segundos até que seus olhos não consigam mais ver.

    Já estou acostumado como outros clientes, pelo fato do corte do hair ficar congelado por alguns instantes.

    Logicamente que o seu olhar 43 de revesgueio fica vidrado nas abundâncias de mulheres de todos os tipos e cores, para ele todas são lindas e grandes.

    Imagino que este aumento de tamanho é efeito do seu parceiro cúmplice espelho de muitos metros quadrados e bem posicionados.

    E assim, ele vai se divertindo, atendendo seus amigos clientes juntamente com a cumplicidade do seu espelho retrovisor.

    Abs. Dorian Bueno – Google +, POA, 03.09.2016

  2. Alô você, Roldan!
    Se contarmos os últimos 20 meses temos agora o quarto treinador, além deles um exército de volantes e as trapalhadas em número absurdo para a tradição do Inter. Enfim, torçamos muito e lembremo-nos do CQ Cabral: OREMOS!
    Coloradamente,
    Melo

  3. CELSO ROTH, NÃO INVENTA ASSIM TÁ BOM PARA ÓTIMO !!!

    Gente amiga, o que aconteceu lá no BEIRA-RIO 4ªfeira, não foi um sonho, foi pura realidade de algo que já precisa ter acontecido há bastante tempo, mas os treinadores teimavam em escalar os jogadores que não davam liga dentro do campo.

    O Roth escalou os melhores para esta partida pela Copa do Brasil, tomara que ele possa aproveitar o mesmo time para frente com alguns pequenos ajustes para não estragar o que funcionou, por que a nossa vitória chegou depois da ressaca de mais de 70 dias.

    Os caras jogaram tão ligados, unidos, concentrados com um aproveitamento tremendo no trato com a querida BOLA, que até parecia que estavam com um ponto eletrônico escutando os torcedores e não o seu treinador.

    Queira Deus que o Roth não invente nada de anormal para jogar contra o ótimo time do Santos semana que vem e que possamos confirmar este novo momento com mais vontade, entrosamento, pegada, vibração, GOLS e VITÓRIAS no Brasileirão.

    Abs. Dorian Bueno – Google+, POA, 03.09.2016

  4. Roldan, abordagens e colocações excelentes. Concordo contigo plenamente. Se fosse eu a escrever algo, escreveria exatamente o que colocas. Esse tipo de colocações e análises, colocadas de forma construtiva e reais, pensamento da grande maioria dos torcedores Colorados, é que deveriam ser levadas em consideração pela atual direção do clube, analisadas com humildade e nortear o futuro do nosso Internacional. É bastante conhecida a expressão “com tanto brincar com fogo, um dia a gente se queima”. A 2ª Divisão do futebol brasileiro, com certeza, não é lugar para nosso Internacional. A saída é muito bem preconizada com inteligência por você, a torcida tem de se conscientizar que seu apoio é fundamental para uma recuperação possível, relevando nesse momento todas as carências, deficiências, razões para vaias e todo tipo de pressão, pois a missão ainda é hercúlea e precisa da ajuda de todos.

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