Competência, Paz e Tranquilidade

Escutamos muito que existem momentos na vida que silenciar e ficar quieto é melhor que tentar ajudar, mas sinceramente percebendo as dificuldades de solução, nesse momento, não concordo com isso. Superei a vontade de não escrever mais, de permanecer esperando que as coisas se acalmassem, dando apenas todo o meu apoio, mas como torcedor Colorado, não posso ficar sem me manifestar em uma hora tão difícil como essa, que se nada for feito será desastroso. Concordo que o momento não é de desespero, mas é muito crítico. De fora vejo nosso Internacional esquecendo sua força e mergulhado totalmente na descrença interna e externa. Um absurdo, situação inaceitável, se considerarmos que se trata de um grande clube do futebol gaúcho, nacional e internacional.

Não sei se é simplificar demais, mas me parece que a situação é a mesma da expressão “como cachorro correndo atrás do rabo” (que seria o título dessa postagem e que não coloquei por questão de respeito). A prática do futebol não é tão difícil como querem considerar, pois para formar uma equipe de futebol, basta escolher alguém capacitado para a função de técnico e ficará a cargo dele escolher os melhores jogadores de cada posição no plantel disponível, estabelecer uma forma de se posicionarem e atuarem em campo, conforme as características de cada atleta e estabelecer estratégias de como atacar e como se defender. Se houver algumas jogadas ensaiadas, melhor ainda, pois trocar passes, fazer triangulações, fazer alguns lançamentos e alçar bolas para a área adversária em jogos, me parece prática óbvia demais. Não acredito que se alguém não “segurar a peteca” na marcação, alguém possa não entender que deva ajudar ou que as bolas altas lançadas altas na pequena área o goleiro não deva sair e soquear. Simples e básico, sem invenções de querer “inventar a roda” ou “tirar leite de pedra”. As limitações técnicas, com tempo, devem ser trabalhadas. Os resultados podem ser empates, vitórias ou derrotas. Nada de excepcional.

Quando falo em escolher no plantel os melhores jogadores em cada posição, estou escrevendo que devem ser analisadas e aproveitadas ao máximo às características de cada um e que improvisações só são concebidas até a aquisição de um jogador para aquela posição carente de recurso interno. Quando escrevo treinar, é treinar e treinar. Quando falo em uma forma de se colocar e atuar em campo, estou escrevendo que deve ser definidas zonas de atuações, treinar, treinar e treinar. Quando falo em formas ou estratégias de atacar, de defender e jogadas pré-estabelecidas, estou entendendo que isso só dará resultado depois de treinar, treinar e treinar. Sem trabalho e determinação nada se consegue. Não existem milagreiros ou milagres, dentro ou fora de campo, em futebol. Existe somente o resultado da soma da qualidade do empenho de todos, da dedicação e do trabalho efetuado, não só pelos jogadores, mas também em quem os dirige e os comanda.

Uma vez entendendo o descrito acima, de forma clara e simples, meus amigos, é jogar, jogar e jogar, procurando manter os mesmos jogadores em campo, somente fazendo as substituições necessárias, pois a realidade mostra que as substituições são necessárias, uma vez que nem mesmo os craques não têm desempenhos iguais e em alto nível em todos os jogos. Só isso, simples, mais nada ou o time não pegará conjunto nunca, não será coeso, não será participativo e não será competitivo. Os jogadores precisam “se conhecer” em campo, se adaptar a maneira do outro jogar, principalmente conhecendo melhor as características dos outros e como jogar juntos. O convívio fora e dentro do campo traz conhecimento mútuo, quebra barreiras e facilita a união de esforços. Não precisa inventar nada, somente fazer o mais simples.

Se a equipe (titular e reserva) for formada sem os melhores jogadores de cada posição, se forem montadas com improvisações, se em cada jogo for uma equipe diferente, sem haver uma definição de disposição dos jogadores em campo em campo e esquemas de jogos treinados, treinados, treinados e treinados, para atacar e defender, até pode ter resultados positivos, mas não serão duradouros. Sem olhar o passado ou tentar jogar a responsabilidade sobre alguém, mas não entendo como pode um treinador conhecer um plantel de jogadores e suas características em curto espaço de tempo e formar uma equipe que represente o potencial máximo existente, porque isso precisa de tempo e de conhecimento do potencial de cada atleta. Penso que não acreditar no tempo mínimo necessário para isso, pode explicar alguém acreditar em “milagres” ou “milagreiros”.

O que estou escrevendo me faz lembrar os tempos de menino, pois a lógica é a mesma. Quando havia um número grande de guris para jogar nossas peladas a gente escolhia um de cada vez para cada time. Os que jogavam melhor, as primeiras escolhas, os que jogavam menos eram as últimas escolhas e completavam os times ou esperavam para entrar. A gente dizia que era para os times ficarem mais fortes possíveis e parelhos, ou seja, se admitia com naturalidade a maior ou menor qualidade de alguns. É bastante simples, bastante lógico e ninguém tinha conhecimento avançado de futebol.

Não podemos deixar de considerar que no mundo do futebol, como em qualquer outra atividade, para se tornar um expert, existe a necessidade do aperfeiçoamento, fruto de muito estudo, da busca incessante de aprendizado  e de análise de experiências de sucesso. Essa busca de crescimento pessoal e profissional se aplica a gestores, técnicos e jogadores. Todos precisam buscar o aperfeiçoamento pessoal, uns mais e outros menos, tanto no desenvolvimento de suas habilidades naturais, como também em suas condições culturais, físicas e mentais. No mundo do futebol profissional, detentor da paixão de multidões, onde a exigência de ser vencedor é imperativa, não se pode encarar as responsabilidades como em campo de pelada, onde se joga apenas pelo prazer de jogar.

Não é possível que alguém de sã consciência possa dizer que há falta de qualidade nos jogadores existentes no plantel do nosso Internacional ou que não há da parte deles o empenho total nos jogos, a não ser que esteja mal intencionado. Temos excelentes jogadores e em todas as posições. É lógico, seria negar o óbvio, temos carências sim, mas não são jogadores de má qualidade, pois se tornariam titulares na grande maioria dos clubes do futebol brasileiro. Se alguém ainda duvida, basta assistir outros jogos e poderá ver vários atletas que jogaram no nosso Internacional e, por diversas razões, não conseguiram “dar o recado”, mas que são expoentes nas equipes que jogam.

Não se pode condenar muitas vezes as reações pacíficas da torcida (as demais são abomináveis, altamente condenáveis e praticadas por um número muito inexpressivo de pseudo torcedores), pois estamos tratando de um grande clube, com gestores escolhidos, capazes e dedicados exclusivamente ao clube, com um corpo técnico e administrativo de respeito e de um conjunto de jogadores muito bem pagos e que possuem as melhores condições possíveis para bem desempenharem seus trabalhos, usufruindo de condições de vida muito superiores a grande maioria do povo brasileiro. Sem meias palavras, suas condições de vida são exceções nessas dificuldades que todos estamos passando. Quando o apoio é total e irrestrito, a torcida pode sim, “cobrar” (no bom sentido) resultados, pois isso é normal em todas as áreas. O que se espera nessas horas é sentir que o grupo todo, não só os jogadores, estão incomodados com maus resultados e que o poder de reação é imperativo. Baixar a cabeça nessas horas, se omitir na luta pela recuperação ou ficar resmungando pelos cantos, é fugir das responsabilidades de cada um.

Fica a questão, afinal onde está o problema? Sem querer ofender ninguém, longe disso, mas está mais do que na hora de “parar de correr atrás do rabo” e de se preocupar com que vem de fora do Beira-Rio. É hora de realmente todos pensarem mais no nosso Internacional, de esfriar a cabeça, de colocar os pensamentos em ordem, entender e praticar o futebol de forma mais profissional e menos amadora, principalmente os gestores deixar de “tocar o barco” como torcedores, passando a raciocinar e agir com mais lógica e coerência, de forma a liderar de forma positiva e acalmar os ambientes interno e externo, trazendo de volta a confiança e oferecendo as mínimas condições para uma recuperação ainda em 2016. Só a competência, serenidade e maturidade da gestão (administrativa e técnica) trará a paz interna, a tranquilidade do ambiente e a segurança necessária nos vestiários, resultando na união, no comprometimento de todos com o objetivo e os bons resultados serão alcançados, carregando consigo toda a torcida Colorada. São nessas horas difíceis e na competência em encontrar as soluções cabíveis, é que identificamos os verdadeiros homens e suas reais capacidades.

Podem escrever e me cobrar mais tarde, nosso Internacional vai superar essa situação, fomos forjados nas dificuldades para sermos vitoriosos e não será dessa vez que iremos à 2ª Divisão, pois  o título dessa competição não faz parte dos objetivos de nosso clube e de nossa torcida.

9 thoughts on “Competência, Paz e Tranquilidade

  1. A.C.P., Regra geral, o momento é muito delicado, para não dizer grave. E solucionar como? Sabemos que é tão somente com vitória e mais vitórias; o suficiente para não somente respirar,mas principalmente afastar em derradeiro o espectro do rebaixamento. Nós, torcedores, todos, sabemos disso. Temos convicção. Fazemos a nossa parte, principalmente aqueles que contribuem socialmente, efetivamente, que ultrapassa a legião de cem mil. Mas 51% também do Estado têm pesadelos. E não merecemos. Será que a Casa responsável não consegue conscientizar quem detém em suas mãos o compromisso da grande mudança? Atitude de quem se espera nada além disso, atitude de obstinado vencedor. Não é mais um jogo, um compromisso, uma tabela a cumprir: agora é guerra!

    1. Jaldemir, verdade, responsabilidade e conscientização da necessidade de uma grande mudança e, agora, nesse momento, jogar com obstinação, dedicação, coração e alma para trazer as vitórias necessárias para sair desse situação. Hoje temos uma boa chance de sair dessa “zona” ingrata e essa oportunidade contra o América MG não pode ser perdida.

  2. JOGADORES COLORADOS, TENTEM JOGAR BOLA !!!

    Meu COLORADO querido precisará ter mais valentia
    Jogar muito futebol para não cairmos para a 2ª divisão
    Desejo que os atletas saibam dar a vida sem covardia
    E que possamos vencer logo com orgulho no coração

    Façamos com que este próximo jogo não se torne difícil
    Até poderá ser hiper tri pegado e muito bem disputado
    Com a nossa força e tua garra não será tão impossível
    Celso Roth, escolha os melhores e bola para o mato

    Vamos aproveitar cada momento para jogar e vencer
    Todos juntos INTERNACIONAL e ninguém vai nos calar
    O nosso coração vermelho vai pulsar e o sangue ferver
    Jogadores apenas joguem bola e tentem nos recuperar

    Amigos o COLORADO está apenas afobado e abalado
    Vamos jogar mais para nos salvar dentro do Brasileirão
    A coisa está feia, mas estamos bem vivos no campeonato
    Por que temos a S.W.A.T para nos salvar da 2ª DIVISÃO.

    Abs. Dorian Bueno – Google+, POA, 17.09.2016

    1. Dorian, realmente todos, você e os demais Colorados, nunca deixaram de acreditar na recuperação de nosso Internacional. Já passamos por situações difíceis e conseguimos supera-la, não vai ser agora que a descrença irá tomar conta de nós. Realmente o que está faltando nesse momento é serenidade, confiança na força interior de cada um e no potencial do grupo unido.

  3. Alô você Pauperio!
    Essas incertezas essa procura pela origem do equívoco, erro ou qualquer outra consideração as vezes nos faz avaliar mal, decidir equivocadamente também pelo caminho da opinião errada. Em verdade tudo isso começa pelo grande erro de indicar selecionar e eleger o supremo mandatário. De minha origem profissional vem o adágio : “quando o soldado nota a fraqueza do sargento, deita e rola, não produz e prejudica um trabalho”, mas te afirmo que o mesmo soldado com um comando firme e competente é capaz de produzir a contento e de dar uma resposta afirmativa. Por analogia…
    Coloradamente,
    Melo

    1. Melo, são bastantes evidentes as origens dessa situação. Isso vem se alastrando há muito tempo. Não gosto de classificar como erros, por uma questão de respeito e por essa razão procuro falar em equívocos. A cada ano a fase ou o ponto de escolha do comando técnico e a consequente formação e preparação do plantel não é respeitada, provocando essa descontinuidade de trabalho, permanência de carências no plantel e sequencia de insucessos. A ideia que fica é de que não há um planejamento adequado ou não está sendo feito no tempo hábil, mas é nessas horas difíceis que aparece quem “tem milho no saco” e quem não tem. No momento está faltando serenidade na gestão, pois o correto é dar a dimensão exata que o problema tem e gastar somente o tempo necessário para a sua solução, procurando preservar os demais das consequência inevitáveis do momento. Você imagina se em cada dificuldade o empresário ou um pai chegasse para seus colaboradores ou filhos e afirmasse que a situação é desesperadora e que não há saída. A hora é de seriedade, serenidade, não se deixar levar pelo “oba a oba” e procurar agir da melhor forma possível, buscando auxílio sempre que necessário. Como escrevi no texto, acredito na recuperação do nosso Internacional e na capacidade dessa gestão superar esse momento crítico.

  4. Alô você Pauperio!
    Essas incertezas essa procura pela origem do equívoco, erro ou qualquer outra consideração as vezes nos faz avaliar mal, decidir equivocadamente também pelo caminho da opinião errada. Em verdade tudo isso começa pelo grande erro de indicar selecionar e eleger o supremo mandatário. De minha origem profissional vem o adágio : “quando o soldado nota a fraqueza do sargento, deita e rola, não produz e prejudica um trabalho”, mas te afirmo que o mesmo soldado com um comando firme e competente é capaz de produzir a contento e de dar uma resposta afirmativa. Por analogia…
    Coloradamente,
    Melo

  5. VAI TER CURSINHO INTENSIVO NO Z4 !!!

    Colorados, mais uma vez não deu, e por estarmos vacinados que este ano será assim mesmo, estamos até dando uma de flanelinha no Z4 para aguardar a vinda do time do Grêmio e nos salvar.

    Depois das próximas quatro partidas poderemos nos encontrar aqui na zona do horror para trocar experiências e cá entre nós, pela bolinha que a dupla GRENAL está jogando, não é de duvidar que isto possa acontecer

    Falo isto por que noto que tem aluno antigo querendo vir fazer um intensivo e voltar para 2ª divisão, tendo em vista que somente 10 pontos nos separam desta situação que estamos vivendo.

    A nossa campanha não é novidade, mas a deles após disputar 18 pontos e perder 16 com agravante da última 4ª feira depois do sacode de 3×0 da Ponte Preta, nos leva acreditar que estão tendo uma queda violenta rumo ao Z4.

    O seu ex-treinador Roger Machado, teve a coragem de pular fora da barca para não se afogar junto com toda direção, jogadores e torcedores.

    Quem sabe lá no próximo GRENAL em outubro, poderemos definir esta situação de quem vai ficar na zona do horror e ir para 2ª divisão.

    Abs. Dorian Bueno – Google+, POA, 17.09.2016

    1. Dorian, sinceramente, só consigo enxergar nosso Internacional. Do lado de lá, pouco me interessa. Sempre acreditei que é um crime no futebol quando grandes clubes, com altos investimentos em equipes e com grandes torcidas sejam igualados nos atuais critérios a clubes de menor expressão (sem desmerecer ninguém e acreditado que todos devem ter oportunidade de crescer). Acredito que desse como é levado o futebol brasileiro, sem reconhecimento dos investimentos dos clubes, dos sacrifícios para erguer grandes estádios e de enfrentar várias competições (muitas com jogos que só trazem prejuízos) e constante perda de jogadores selecionados, a tendência nunca será de formar grandes equipes no futebol brasileiro, obrigando os clubes que para se manterem vivos, periodicamente colocar a venda suas principais estrelas, reduzindo a qualidade de seus plantéis.

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