Mesmos erros e mesmos resultados

Estava na casa de minha Tia Asteróide. íamos acompanhar um jogo do Inter juntas, depois de muito tempo. Quando eu vi o nome de Paulão na escalação daquele time que jogou contra o Brasil de Pelotas….Minha Tia Asteróide levantou-se rápido de sua cadeira de balanço e vociferou: “- Por que algumas pessoas repetem os mesmos erros, obtêm sempre o pior resultado e culpam os outros ou o destino, mas nunca a si mesmas, parando para refletir sobre um acontecimento que nada tem de coincidência ou falta de sorte?” Depois, quando eu vi Paulão e Ernando trocando bola na zaga em Passo Fundo…. Lembrei de minha titia e pensei na resposta de sua pergunta. Creio que é por que esquecem que eventos dependem de escolhas e que, apesar de não existir controle absoluto, abrem mão do que está em seu âmbito de ação, deixando que as coisas apenas aconteçam.

Acho que alguém neste blog não gosta de mim!

Os erros de domingo remontam aos jogos do semestre de 2016. Em todos eles, Paulão e Ernando estavam presentes. Velhas atitudes e mesmos resultados. Esperar o quê de resultado na tabela do gauchão? É inadmissível. A dupla MM deveria entrar no vestiário chutando todo mundo. O que é isso?

Agora até o Anderson vem postar recadinho no Instragram…Façam o favor¹ Parece que só tem bunda mole no Beira Rio. Não é de se espantar que um jogador como o William (quer nem ganhou nada na vida do futebol ainda = medalha olímpica sentado no banco) venha com nota oficial… Sinal dos tempos.

As relações que diferem apenas no coadjuvante da vez, mas terminam do mesmo jeito; aceitam empregos que mudam de endereço e trazem frustrações semelhantes; reincidem em tentativas de emagrecer, de tomar gol de conta ataque, parar de fumar, mal posicionamento da zaga, beber menos, erro de passe no meio campo, começar a frequentar a academia a qual, após a inscrição, nunca mais voltar; jogador desanimado em inicio de temporada, estourar o limite do cartão… E assim segue a vida, como a reprise de um filme ruim.

Tia Asteróide (O CACHORRO EU NÃO CONHEÇO)

Mas o que explica esse ciclo de vivências frustrantes no Inter que parecem não ter solução? Sair do planejamento e ter que enfrentar consequências dolorosas mais tarde é uma situação vivida cotidianamente por muitas empresas e pessoas. Mas por que elas são repetidas sempre, mesmo depois de amargar um rebaixamento e envergonhar a torcida? Porque emoções como tristeza, frustração, tédio, raiva atropelam as melhores decisões de não cometer os mesmos erros e são responsáveis por pensamentos do tipo: eu mereço mais um pedaço de bolo, time grande não cai, outra dose de bebida, ou um vestido novo, nosso co-irmão já caiu duas vezes, uma bolsa, um par de sapatos, ou o que quer que seja que se busca para amortecer a sensação de desconforto ou angústia por um ano do cão que já estamos vivendo desde o primeiro jogo-treino, e não vai fazer mal. E acontece tudo de novo: esse ano será diferente, não consegue afastar quem realmente é o símbolo do fracasso e culpa. E a sensação de fracasso, a autoestima que despenca mais um pouco, a torcida se fecha no seu sofrimento e na percepção de impotência e um dia vai se cansar de apoiar e deixar a carteirinha de sócio esquecida no fundo da gaveta e nem mais irá ao estádio e….

A capacidade de prever e solucionar problemas, conquistar os objetivos, implementar projetos e alcançar a realização pessoal dependem da forma de ver a si mesmo, o clube e o futuro, que começa a ser desenvolvida na concepção de time. Pensamentos despertam emoções que geram comportamentos, que são mantidos por hábitos. E por isso é importante afastar os ícones da derrota mesmo que eles não sejam os principais responsáveis pelo fracasso.

Isso significa que, apesar de se perceber que escolhas precisam ser feitas e mudanças, implementadas, acaba-se repetindo os mesmos jogadores, atuações deploráveis e reações inócuas, o que leva à estagnação e impede avanços e conquistas. A partir da autoconsciência dos motivos que dificultam o enfrentamento e a superação das dificuldades em qualquer área é possível reescrever a própria história em outras bases e com outros resultados.

Como conseguir isso?

Não se apequenar. Reconhecer onde está o erro e não tampar os ol com a peneira. Se não houver mudanças já, teremos em nosso grupo elementos que atrapalham a formação de novos hábitos, e a suportar a dúvida sobre o que fazer, como e quando.

Então, se a linda camisa vermelha de nosso time está ficando completamente cinza e sem graça, respire fundo, vamos cobrar de nossos dirigentes que arregacem ainda mais as mangas e afastem de vem este ranço do fracasso que nosso técnico insiste (erradamente) de justificar o seu fracasso como se fosse herança do ano passado. Apesar dos maus resultados no começo do Gauchão, ainda acredito que podemos mudar. Mas não quero ver mais Ariel, Anderson, Paulão, Ernando ou Anselmo no time. Não quero!

Simone Bonfante – Criciúma/SANTA CATARINA

Inter: no campeonato das paixões és líder invicto e isolado!

10 thoughts on “Mesmos erros e mesmos resultados

  1. Prezados, aproveito a deixa que o amigo malmann deixou e copio e colo aqui o final do comentário no post passado, do Pauperio. Acho pertinente o assunto, porque os anos estão passando e nos em vez de melhorarmos, só pioramos. A segundona é uma consequência direta disto. Estarmos tão mal na tabela do Gauchão é outro sintoma de que as coisas vão de mal à pior.

    Ver na defesa do Inter Paulão e Ernando de novo é saber que boa coisa não virá. Aí está o final do comentário no post anterior:

    ” Falando nisso, e a auditoria externa, quando irá acontecer???? Enquanto as cifras perdidas não forem esclarecidas o seu paradeiro ou destino, devidamente comprovados, não entenderemos mesmo o que se passa. Ma que é estranho é. Em todos lugares, até em Novo Hamburgo a coisa anda. Aqui a feijoada azeda. E não é por falta de cacau na receita. É por pura malandragem e corrupção, que asfixiam mortalmente o Inter há muito tempo.Este é o meu diagnóstico do doente. Enquanto não for para cima deste expediente, podem trazer quem quiserem , que não irá funcionar. E o mal está tão arraigado que a Conselho Deliberativo é farinha do mesmo saco, pelo menos a maioria dele e tudo fica como “Dantes no quartel de Abranches”.

    Só não enxerga quem não quer ver mais ao longe. Os vestígios e as constatações estão aí. Basta enfrentar o vespeiro em nome do Inter, o gigante vermelho que está muito doente. ”

    Quanto mais tempo ainda será preciso para arrumar a casa? Todos sabemos o que precisa ser feito. Mas não é feito. Temos dinheiro ( será que temos?)para as trocas e contratações que TEM que serem feitas.
    O time do ano passado, tirando o DFernandes e o RDourado, sobra pouca gente, Nico, Valdívia e mesmo D’Ale com uma perna só, é melhor do que qualquer outro. Brenner parece que está se soltando.

    Hoje à noite mais uma noite d sofrimento com um time da 3ª divisão. Eu disse 3ª divisão e é no Beira-Rio o jogo. Já pensaram irmos pros pênaltis se der empate? Rsrsrs.
    Grande abraço

  2. Deixei de comentar uns dois dias aqui pra me acalmar senão iria dizer mais muito mais besteiras que eu digo aqui sempre kkkkkkkkk Uma pergunta que não quer calar, primeiro o toc, toc, toc na madeira ESE CAÍRMOS PRA SEGUNDONA GAUCHA (pode nÃO pode??? com esse nosso futebolzinho apresentado podemos) O QUE O NOVELETTO VAI FAZER???? COMPRAR ALGUM TIME DO INTERIOR PARA QUE O MESMO TENHA UM JOGADOR IRREGULAR INSCRITO??? ANTES DISSO PAGAR ALGUM CLUBE PARA FACILITAR A VIDA DO INTER NOS JOGOS???? É umas colocações meio IDIOTA SEM FUNDAMENTO???? PODE ACONTECER ESSA MEGA TRAGÉDIA??? PODE PQ NÃO??? Que fase que estamos deusolivre, essas colocações surgiu numa roda de conversa entre amigos colorados, é tragicômica, mas está aí a realidade, ESTAMOS NA ZONA DE REBAIXADOS SÓ NOS ESCAPAMOS PELOS CRITÉRIOS POR ENQUANTO. To loco então.

  3. Mas baaaaahhhhhh que entra ano e sai ano e falar do INTER é a mesma, mesmíssima, coisa. Que saco.

    Em outro blog, no meio do primeiro turno do campeonato do ano passado vaticinei: “se não fizermos 7 pontos nos próximos 12 que vamos disputar, pode chamar o taxidermista. Estamos rebaixados.”

    Eu disse isso não porque saiba ou veja mais do que outros muitos mais qualificados do que eu, mas simplesmente por enxergar o grande balcão de negócios que o Inter, há muitos anos, se tornou. Os resultados de campo são o mais descartável pra esta tropa que lá está.

    Medeiros? Farinha do mesmo saco que Píffero e Carvalho. Quem achava diferente ou é um completo desconhecedor das coisas coloradas ou é trouxa mesmo. Perdão pela palavra mais áspera, mas é a pura verdade.

    E disse aqui neste mesmo blog: vamos parir uma bigorna incandescente atravessada, como diria o finado Cláudio Cabral, pra subir. Este timeco de perdedores não vai dar mais do que isso aí.

    E o Zago? Bom, o Zago é um treinador de série C. O time que tão montando também. Então, façam as contas, unam os potinhos e vejam onde este buraco vai dar…não duvidem desses caras, pois eles eram os mesmos que afirmavam uma série de bobagens sobre não cair, sobre ter tempo, sobre vencer todas em casa, sobre jogadores ruins serem bons, e por aí vai.

    O que mais me chateia é, na real, não ter nada de novo pra tratar sobre o Inter, já que desde 2010 é esta mesma ladainha. São longos 6 anos e um sétimo que se avizinha tenebroso.

  4. Simone,
    coisas que não consigo entender acontecem em nosso Internacional:
    1) Por que vejo outros times (que não são maiores que nós) trazendo jogadores de ponta?
    Cito alguns: Borgia, Pratto, Jadson, Conca, Felipe Mello, Michel Bastos, etc..
    Temos grande número de sócios, temos ótimo estádio e estrutura, ótima torcida, por que estamos nos apequenando?
    2) Por que os nabas que mais enchem o saco, passa um tempinho e lá vem a notícia de que estamos devendo pros caras… além de não ajudarem, quem cuida disso? quem cuida de nossa imagem?
    Falo isso porque vi nas notícias de hoje que Anderson não sai porque devemos fortuna pra ele… é brincadeira isso. Diz ele que quer jogar… mas por que não jogou até agora?
    Quanto a dívida, Já vi isso com Scocco, Forlan, etc..
    daqui apouco estamos devendo pra Ariel, pra Bob, pra Paulão, pra Alex…
    Desculpem, mas precisava mudar algumas coisas em nosso clube!

  5. Na minha vida de 37 anos de trabalho, dos quais 34 em empresas multinacionais, onde a pressão é terrível o tempo todo, várias vezes me encontrei em situação de pressão total à frente de projetos críticos, sob um escrutínio absoluto dos altos executivos, onde você entrava mentalmente esgotado nas reuniões e saia pior pelo nível altíssimo de cobrança ocorrido, mas nunca esmoreci e sempre dei a volta por cima em tempo recorde simplesmente porque duvidar da minha competência me dava forças para rapidamente demonstrar o contrário, mesmo lutando contra uma variedade de problema de natureza e origens diversas.

    No futebol, além de ganharem muito mais do que ganhava, a natureza e origem dos problemas são poucos – salários atrasados é normalmente o mais comum – sendo que na maioria das vezes basta se esforçar mais, demonstrar mais vontade para superar os adversários….e fica este mimimi todo. Já viramos a chavinha, já estamos em 2017, já chegamos ao fundo do poço, porque não há como pensar pior (Série C), então porque raios os caras repetem os caras que nos levaram a este estágio?

  6. Alô você Simone!
    Olhando-se de longe (Arquibancada) a impressão é de que não disseram para os jogadores que 2016 acabou. E aí fica uma repetição quase que insuportável, dos erros cometidos e das críticas , essas se justificam porque os erros são os mesmos, mas e os erros, se identificados porque são repetidos? PARA O MUNDO.
    Diretamente do RJ
    Coloradamente,
    Melo

  7. Simone, gostei muito da tua postagem e da tua revolta perante a situação atual. Discordo, em parte, do julgamento e condenação irremediável dos atletas citados, pois as últimas apresentações foram simplesmente decepcionantes, mas, principalmente, devido ao “branco” que deu no comando técnico, mexendo em toda a estrutura do time, escalando alhos com bugalhos e se perdendo totalmente nas substituições. Não acredito que reservas de outros clubes sejam a solução, pois em nada são melhores aos existentes no plantel Colorado. O Internacional precisa urgentemente de jogadores de ponta. Outra coisa que fico em dúvida é de que haja a execução de um planejamento. Se há, acredito que não foi bem elaborado ou não está sendo bem executado. Também não aguento mais essas desculpas esfarrapadas encontradas para uma sequência interminável de maus resultados. Fico pasmo ao constatar que alguns pensam que a torcida é burra e que não compreende o que está acontecendo. Imagine só, se a cada campeonato brasileiro, os jogadores do clube que caia à 2ª Divisão estão irremediavelmente abalados, teríamos uma sequência sem fim de jogadores fracassados encerrando suas carreiras. Inacreditável que alguém possa pensar assim. Um verdadeiro absurdo. Não estamos tratando de meninos em formação, no início de suas vidas, mas de adultos, profissionais que deveriam corresponder aos altos salários que recebem, às facilidades que tem à sua disposição para desempenhar suas atividades e fazer o que deles se espera, trabalhar, só isso. Gostei muito da tua síntese “Não se apequenar. Reconhecer onde está o erro e não tampar o sol com a peneira. Se não houver mudanças já, teremos em nosso grupo elementos que atrapalham a formação de novos hábitos, e a suportar a dúvida sobre o que fazer, como e quando.” Esse princípio move grandes empresas, pois não é possível acreditar em sucesso, se apequenando perante as dificuldades e considerando exageradamente questões emocionais em relação às racionais. Não se trata de irracionalidade, mas de equilíbrio e do uso do bom senso para o bem comum. Penso que nosso Internacional está como se diz, “como cachorro correndo atrás do rabo”, procurando encontrar desculpas na subjetividade e não enfrentando com competência e coragem problemas antigos e que pedem solução prioritária. Não gostaria de escrever isso, mas a contratação de um comando técnico da aldeia, que conhece os caboclos, dificulta ações mais drásticas, devido ao envolvimento emocional com os atletas. Nessas horas um direção lúcida e competente tem a obrigação de assumir o comando e as ações necessárias, assim como suas consequências e os desgastes inevitáveis, para não prolongar um trabalho fadado ao insucesso.

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