POR ADRIANO GARCIA – EL MAGO
O que efetivamente é permanente em nossa existência? O que vai durar para sempre?
Se esses questionamentos parecem fáceis de serem analisados em dias tranquilos, em dias tormentosos dificilmente eles nos chegam à mente. Por isso, será sempre nos dias de calmaria que conseguiremos construir a certeza de que tudo é passageiro em nossas vidas.
Glórias, conquistas, tesouros, tudo se esvai com o tempo. Assim como dificuldades, dores, carências. Atormentados com uns, iludidos com outras, comumente nos perdemos nos acontecimentos da vida, esquecendo-nos de que, efetivamente, isso tudo não é a vida em si.
Mikhail Bulgakov, escritor e dramaturgo ucraniano do Século XX, ao concluir seu romance O exército branco, escreveu:
Tudo passa – sofrimento, sangue, fome, peste. A espada também passará, mas as estrelas ainda permanecerão quando a sombra de nossa presença e nossos feitos se tiverem desvanecidos na Terra. Não há homem que não saiba disso. Por que então não voltamos nossos olhos para as estrelas? Por quê?
Dessa forma reflexiona o escritor sobre as coisas do cotidiano, sobre como são efêmeras, como nada perdura. E elege as estrelas como símbolo de permanência. Também como símbolo de sonho e da capacidade de olhar além dos problemas do dia a dia, essas coisas pequenas que, por vezes, nos atormentam tanto. Essa deve ser a proposta da nossa vida: que passemos por suas lições, que aprendamos com elas, que guardemos para sempre em nossa intimidade o que de melhor elas possam nos ensinar. Nenhum de nós é condenado pela Providência Divina a eternos suplícios, a dificuldades intermináveis.
Na verdade, todas as situações da vida têm um propósito e acontecem como boas oportunidades de aprendizado, sejam na alegria, nas conquistas ou na tristeza. Se o sucesso, o dinheiro, a fartura se fazem presentes, em nossos caminhos, significam oportunidades de aprendermos parcimônia, justiça, empatia e generosidade. Porém, se é a dor a nos alcançar, seu objetivo é que alimentemos a fé, a esperança, a paciência.
Se é a dificuldade financeira que nos encontra, exercitemos a perseverança, a coragem. Se os conflitos familiares se fazem mais intensos, são momentos para exercitar um tanto mais a humildade, a compreensão, o entendimento.
Em todas as situações há aprendizado. Não nos percamos com os excessos que nos chegam, pois tudo passa e eles se perderão, se dissiparão no tempo. Tampouco nos martirizemos em demasia com as dores e dificuldades porque essas também logo mais nos deixarão. Portanto, em momentos de felicidade ou de rudes dificuldades, olhemos para o Alto.
As estrelas nos afirmarão que tudo passa, tudo se desvanece com o tempo; que somente permanecem as lições construtivas, diante das quais tenhamos tido a boa vontade de aprender ao longo da nossa jornada terrena. E que esses aprendizados constituirão as verdadeiras e perenes estrelas que iremos colecionando, no mais profundo da alma, a fim de evoluirmos. Por enquanto, olhemos as estrelas que nos iluminam as noites e prossigamos caminhando, firmes, aprendendo sempre, enquanto espalhamos as nossas próprias e pequeninas luzes pelas veredas da Terra.
Quando precisamos aceitar uma circunstância que não foi planejada, o primeiro impulso que temos é o de ser resistente à nova situação. É difícil aceitar as perdas materiais ou afetivas, a dificuldade financeira, a doença, a humilhação, as traições e claro uma serie B. A nossa tendência natural é resistir e combater tudo o que nos contraria e que nos gera sofrimento.
Agindo assim, estaremos prolongando a situação. Resistir nos mantém presos ao problema, muitas vezes perpetuando-o e tornando tudo mais complicado e pesado. Em outras ocasiões, nossa reação é a de negação do problema e, por vezes, nos entregamos a desequilíbrios emocionais como revolta, tristeza, culpa e indignação. Todas essas reações são destrutivas e desagregadoras.
Ai a celebre pergunta vem ate nos o que isso tem haver com o futebol? Tudo ou nada; na verdade as situações em que vivemos tem um sentido e um reflexo inerente. Tudo esta interligado, a cada proposta reflete em nosso dia a dia, no trabalho, na família e em nossa paixão. Ainda há muitos que estão neste limbo de raivas e ódios querendo a cabeça dos responsáveis. Seguem a caminhada aos brados desvanecidos sem perceberem o quanto isso e prejudicial. O momento é de união de dar um voto de confiança sem pedir a cabeça de ninguém deixar que o tempo seja o remédio pois tudo passa, tudo é passageiro até mesmos nós; Não obstante o clube perpetuara a sua existência no infinito. Amanhã, será um novo dia.
Adriano Garcia
Diretor Regional InterGrande Porto Alegre