UM COLORADO DE ARREPIAR

 
Na manhã que antecedeu aquele malfadado jogo contra o Paysandú, espetando eu já o salsichãozinho, recebi um telefonema EMOCIONANTE! Que me levou às lágrimas, não tenho vergonha de dizer: 
Alô! É o Sr. Mauro?
Sim, quem é? 
Mas… É o Sr. Mauro MESMO? Sr. MAURO VOZÃO?
Sim, este é o nome de meu 2º batismo, para o futebol, mas… Quem é, afinal e de onde?
 
Seeeu Maaauro, meu queriiido! Quantos teeempo! Vamos ver se o senhor se lembra: Eu sou o DEDÉ! Imagino que ISTO não lhe diga nada, já para mim o seu, de Mauro Vozão é inesquecível!
A la puxa tchê, então mais um pouco, para ver se puxo da moringa já desgastada! Diz aí!
 
LEMBRA lá em 1995, quando o senhor trabalhava pelas caatingas do Siará, quando uma vez nos encontrou na estrada, dois meninos tapando buracos do asfalto, em que o senhor nos deixou de presente um camburão de água mineral? Pois eu sou aquele menorzinho! Meu cumpadre de então se chamava FLORIANO! Lembrou? Pois hoje moro aqui em Belém, sou funcionário de uma Transportadora, e vou ao jogo TORCER PELO INTER contra o Papão da Curuzú lá no Mangueirão!
 
Caraaaca! Não deu, NÃO DEU deu para segurar! Comecei a CORTAR CEBOLA! E faço questão de repartir esta EMOÇÃO, aqui e agora, com meus amados parças daqui! Assim:
 
Em 1995, então com 50 anos, trabalhava eu em missão de governo por aquelas bandas, envolvendo pesquisa de água subterrânea.
Parte da rotina, certo dia trafegava pela BR-304, em direção à cidade de Aracati, quando de longe avistei à frente, intrigado, dois piás, presumivelmente na faixa de idade entre 12 e 8 anos que, descamisados, o maior deles de chinelos e o menor de pés descalços, corriam do meio da rodovia para o acostamento, e daí de volta para o asfalto, alternadamente.
Diminuindo a marcha, ao cruzar pelo local fui parado por eles. Qual não foi minha surpresa ao constatar o que faziam: Com suas frágeis MÃOZINHAS (que eu constataria já esfoladas, com bolhas), apanhavam punhados de areia da margem, para tapar buracos da via em mau estado.
 
Instintivamente, fui levando a mão à guaiaca em busca de um trocado. Ao que o maiorzinho interveio, me deixando atônito: NÃO, TIO! Não queremos DINHEIRO! O sinhô consegue um COPO D’ÁGUA pra nóis? POR FAVOR, implorou-me ele, de mãos juntadas como se rezando!
 
Geeente! Aquilo me pegou NA VEIA! Chorão confesso, obriguei-me a virar-lhes o rosto momentaneamente, com VERGONHA de ser brasileiro naquele instante. Eu não queria ser flagrado com os olhos já marejando! 
 
Qual um cometa, por instantes me cruzaram pela mente todas as insólitas desigualdades vigentes em um país lindo como este, com uma imensidão de recursos que sobretudo nós, profissionais do ramo, conhecemos. TÃO mal repartidos! E à mercê gerencial de tamanha empáfia por tantos gravatinhas corruptos, em detrimento de pobres criaturinhas como aquelas! 
 
Ato contínuo – estou certo de que qualquer um de meus parças aí faria no mínimo o mesmo, provavelmente muito mais – passei-lhes o camburão de 5 litros de água mineral que portava para o resto do dia. Mais adiante eu trataria de me reabastecer.
 
Nunca vou esquecer a alegria INCOMENSURÁVEL estampada no rosto daqueles franzinos pimpolhos! Eles pulavam, me abraçavam pela janela do carro, literalmente DESCONTROLADOS de alegria. O que eu só compararia à beleza de um sorriso que brota de repente em meio a um choro compulsivo de um bebê ante uma surpresa agradável. Quanta emoção!
 
Antes de prosseguir, para aliviar o peito, derivei para a descontração: Qual é o nome de vocês? E o TIME?
Eu sou Floriano e ele é o Dedé, se antecipou o maiorzinho. E sou VOZÃO, tio! Eu também, tio, arrematou Dedé!
Eu sou COLORADO, repliquei, apontando para o distintivo SCI estampado em meu manto sagrado (sim, eu trabalha a trajado A RIGOR). Conhecem? 
COLORADO? Não, tio, “dadonde” é esse time ARRANCA TOCO aí, mas de camisa bonita? (Risadas!)
Complementei que é de muuuito longe, lá do sul, mas do qual muito ainda haveriam de ouvir falar na vida; só que isto não importava, interessava mesmo era o time deles, socorri-me da psicologia. 
Então tomara que esse tal de COLORADO aí dê ao sinhô muitas alegrias, tio, sentenciou Floriano.
Ao que retruquei, vaticinando que oxalá um dia qualquer deles iria jogar lá no Vozão, ou no COLORADO!
Nããão, tio, a gente é perna de pau, lascou Floriano de novo (Novas risadas)!
 
Bem! Que sejam felizes e cresçam bonitos, comecei a me despedir! 
Tchau, tio, muito obrigado, vai com Deus, retrucou Floriano! 
De novo me chacoalharam: Não é que os piás também falavam em DEUS?
Ah, e com o seu COLORADO, que NÃO É arranca toco, viu tio (dê-lhe risadas). Se um dia, quando eu for grande, ele vié jogá aqui no Siará, vou ir lá ver, complementou.
 
Assim preparei-me para arrancar, e seguir em minha jornada – ou SINA, no caso, como brasileiro privilegiado! Não sem antes deixar-lhes em um papel de MEMORANDO meus nºs de telefone, para o caso de UM DIA novamente a gente precisar se falar, se é que eles QUISESSEM guardá-lo!
Já me distanciando, a uns 50 metros, mirei pelo retrovisor e abanei para eles. No que fui correspondido, freneticamente!
 
MAIS UMA sementinha plantada em nome do INTER por aqueles cafundós, onde não só o diabo como também Lampião Rei do Cangaço perdeu as botas! É claro que minha esperança de que ela germinasse nem que minimamente, eu via na Lei das Probabilidades como a de ganhar na MEGA SENA. 
 
Se eu contar pra vocês que o menorzinho me acenava com um pedacinho de pano, que deu perfeitamente ainda para diagnosticar esfarrapado e mulambento, que ele acabara de tirar do bolso, suponho que utilizado para secar os vestígios sanguinolentos de suas frágeis mãozinhas…
… Nem vou lhes rememorar DE QUAL COR era aquele trapinho! Senão o velho aqui sucumbe MAIS UA VEZ à emoção.
 
Foi um dia extremamente MARCANTE em minha vida, que gastei fortemente atordoado, com baixa produtividade… Mah!
Embora profundamente gratificado, imaginam, né! 
A imagem daqueles dois num vai e vem lá, NUNCA MAIS me sairia da retina!
 
Taí uma razão pela qual, além de orgulhosamente COLORADO, reservo também um cantinho do peito para o time do Vozão Cearense! Particularmente em homenagem àquela gente sofrida, por quem sempre fui excepcionalmente tão bem tratado! No caso, hoje já DUPLAMENTE Vozão, se me entendem!
 
… Pois não é que aquele DEDÉ, 22 ANOS DEPOIS, me telefona para dizer que vai torcer PELO INTER? VALE isto ou não vale? 
Deduzo que de ALGUMA forma, e por alguma RAZÃO, que nem imagino, ALGUÉM guardou o tal memorando, pai, mãe, irmão… sei lá!
 
E agora, com licença! 
Mais um apertado abraço em todos os colorados e outro beijo bem estalado na bochechinha de todas as coloradas que eventualmente agora me lêem!!

31 thoughts on “UM COLORADO DE ARREPIAR

  1. Queria muito poder acreditar nesta “dádiva”.
    Não foi o que ao longo dos meus 57 anos descobri.
    Sou colorado!
    Meu Pai um fanático Gremista.
    Que Deus o tenha.

  2. NILMAR EM PORTO ALEGRE – OUTRA VEZ – PARTE II

    Só para arrematar sobre este assunto, se me é permitido registrar aqui:
    Por volta de 20h, postei comentário parecido sobre o NILMAR, conjeturando sua presumível VOLTA, mais uma vez, ao nosso Internacional, lá no Blog do BAR COLORADO. E para minha surpresa, às 23h, com apenas 3h de minha provocação no ar, me dei ao trabalho de contar, por curiosidade, que já haviam registradas nada menos do que exatas 225 MANIFESTAÇÕES de colorados a respeito, entre comentários (85) e simples curtidas (140).
    Com a grande MASSA vermelha APROVANDO a re-contratação dele, naturalmente que mediante condições financeiras compatíveis.

    Com a curiosidade aguçada, muito apreciaria ler também neste conceituado portal, onde é notoriamente saliente a QUALIDADE de quem escreve aqui, qual também a SUA opinião a respeito.
    Se alguém se dignar, tenho curiosidade!
    Abraços!

    1. Amigo Mauro Vozão,
      Sempre fui fã do Nilmar, sempre gosdtei de vê-lo no Inter, mas faço minhas ressalvas nesse momento, por alguns motivos:
      – não tem dado certo as repatriações ultimamente…
      – não sei como ele está jogando, não o vi jogar desde que foi embora;
      – normalmente ele joga em paises onde não é futebol tão competitivo, estaria ele em forma pra jogar aqui?
      – a última vez que passou pelo Colorado, temos que reconhecer que não foi bem…
      – quanto ele custaria? ainda assim estaria animado a disputar uma série B, “podre de rico” como deve estar?
      – seu histórico de lesões é preocupante, como estria fisicamente agora?

      Se eu fosse dirigente, teria condições de avaliar tudo isso, passaria a bola para eles…

      Abraços

  3. Alô você Mauro Vozão!
    Existe um momento em que o grafite vira pincel embebido em coloridas tintas que proporcionam uma beleza natural a uma tela e transformam um texto em uma obra.
    Parabéns pela excelência dá tela pintada.
    Coloradamente,
    Melo

    1. Muito honrado, meu grande bruxo!
      Afinal, tu achas que eu vim prá cá para quê? Tô aprendendo com a turma de notório saber daqui, ué!
      Fraternal abraço!

  4. MERA COINCIDÊNCIA COLORADOS !!!
    Está ruim de aturar assistir jogos do Internacional sem embocadura de um time que quer voltar logo, para junto dos grandes da Série A.
    Acrescento também que ficar o dia todo olhando para as caras simpáticas do Vozão e do Pauperio, também é ruim de aturar com todo o respeito a estes catedráticos titulares do BAC.
    Abs. Dorian Bueno, POA 21h.

    1. Com essa tua, Dorian, fico a me perguntar se era a lata do velho aqui que agradava aos cabras nordestinos lá ou se era o manto puro sangue que eu vestia naquele trabalho, rsss!
      EU não tenho dúvidas, conforme talvez ainda venhas a testemunhar por aqui mesmo, em breve, SE a Diretoria optar por publicar uma outra história do vovô aqui para os seus netinhos dormirem, a de UM TAL DE SEU OLINDO, E A MENINA DO BURACO! Aguardemos o canetaço da chefia! Abç!

  5. NILMAR EM PORTO ALEGRE – OUTRA VEZ!

    Voltando às cosas da nossa aldeia: Nilmar AQUI DE NOVO!
    Olhem, antes de dizer, ratifico o chavão: RESPEITO profundamente a opinião de QUALQUER colorado, assim me sinto no direito de não abrir mão da minha, sem medo de levar pedradas de meus ilustres parças daqui (nem adianta mesmo, porquanto o lombo do velho é de aço – aqui, ó, com osteoporose, rsss):

    SE for sem custos, só por, digamos, uns R$ 400 PILAS/mês, nem que só por mais 1/2 ano, para meter terror E GOLS nos adversários, e se mandar DE NOVO, deixando-nos outro maço de DINDIM no cofre, EU QUERO NILMAR! Porque o guri RE-SOL-VE! Só o NOME dele na escalação já ATEMORIZA! Ou vocês acham que CIRINO gera medo nos adversários? kkk! Já pensaram Nilmar, Pottker e Nico Lópes, com D’Ale lançando?

  6. A PEDIDO, PARA NÃO PASSAR EM BRANCO A POSTAGEM DO MEU AMIGO E TIO MAURO VOZÃO !!!

    JÁ VESTI AS CAMISAS DA DUPLA GRENAL !!!

    Lembro quando era bem criança com os meus sete anos numa época de Natal, o meu padrinho chegou para mim com um fardamento completo do INTERNACIONAL, com chuteira de preguinho, uma bola nº 5 de couro e evidente que logo me senti um pequeno jogador de futebol. Vesti correndo aquele uniforme cheirosinho de loja e convidei meus Irmãos mais os amiguinhos, para ir jogar BOLA ali no campinho do Alim Pedro no IAPI, e poder estrear tudo em alto estilo. O legal era o barulho que a chuteira fazia quando estava caminhando pela calçada e acordava a vizinhança e os seus bichos com aquele TAC TAC TAC. Meu Pai ficava olhando e pensando perdi um filho GREMISTA tomara que ele cresça e seja um craque como aquele jogador Preguinho que foi o primeiro jogador a marcar um gol pela Seleção do Brasil em Copas do Mundo. Considerando que jogador de futebol troca de camisa e ainda beija a nova em cada temporada, pode ser ótima esta mudança e até penso que virar a casaca depois de estar bem maduro, pode ser perigoso ou um grande negócio. Deus sabe o que é melhor para nós, Amém Colorados.

    Abs. Dorian Bueno – Google +, POA, 19.06.2017

  7. Bela história, Vozão! Parabéns pela narrativa, recheada de emoções, de humanismo, de sinceridade, de solidariedade. Não tenho dúvidas de que aquelas duas crianças contaram durante muito tempo aos outros do lugar sobre o encontro de vocês, igualmente com muita emoção. Imagino ainda que a maior parte da água presenteada por você tenha sido dividida e levada para casa, para as mães dos meninos aproveitarem a raridade da água potável por aquelas bandas. Os meninos não guardaram apenas o número do telefone, mas todos os momentos daquele encontro inusitado que deixou tão felizes os três envolvidos, que essa felicidade atravessou o tempo e o espaço, vindo a se realizar novamente agora, no contato telefônico relatado por você. Abraço!

  8. O CIÚMES DE DORIAN BUENO

    Reproduzo abaixo texto que remeti ontem, às 11:17h, e que no entanto até agora, já 10h do dia seguinte, ainda NÃO foi publicado, inobstante outros bem mais tardios já o tenham sido.
    Viu, Dorian, é para te consolar: NÃO É só contigo que acontece!
    Das DUAS UMA:
    Ou está inserida aí alguma palavra FEIA, da qual não me dei conta, ou o conteúdo terá sido considerado insignificante, hehe.
    Errado! A MINHA interpretação é pela falha humana, ou alguém aí acha que eu TAMBÉM nunca perdi gol feito lá na pracinha da Encol, DE VEZ EM QUANDO? Faz parte! Até o He-Man já perdeu! Só alegria!
    Por outra, acaso deixaremos de ser colorados só porque o nosso time está NESSE MOMENTO em má fase? Não, né, porquanto logo ali voltaremos ao Mundial FIFA de novo! Quem viver verá!

    “Mauro Vozão
18/06/2017 at 11:17


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    Se me permites a piruada, entro só para dizer que concordo que não é justo se colocar TODA a culpa em cima do Guto, que recém está chegando, Paupério.
    MAIS UM que recém chegado se não mostrar serviço logo, aff, adeus tia Chica também. Nem quero pensar!
    Já disse que MELHOR do que Argel, Falcão, Roth e Zago penso que ele é, e interessado tambéml.
    Mas daí que o levemos de lombo liso, também não!
    Teus argumentos arrolados como desculpas para um retardo no melhoramento em campo são válidos. Só que a massa já está de saco cheio de só escutar DESCULPAS para maus desempenhos. E EU, por exemplo, tenho pressa, rsss!
Agora, hay cocitas aí que ele não precisa NEM DE TEMPO para implantar, ou melhor, REIMPLANTAR: MANDAR pararem com os balões pra frente, é uma; EXTIRPAR a mania de os zagueiros ficarem atravessando bolas na área é outra; EXIGIR que se apliquem mais, na prática, não no microfone (ontem vi neguim CAMINHANDO em campo), é mais outra; Retomar a cobrança de laterais para O TUMULTO é outra mais; SUPRIMIR a mania de cobrarem faltas já na intermediária adversária com um toquesinho PARA TRÁS é mais uma, e assim por diante. Nem vou repetir DE NOVO a Cartilha do Treinador Incompetente!
    Com o perdão pela intromissão!
”

    1. Mauro, como fui citado, me sinto na obrigação de te responder. O BAC – Blog Arquibancada Colorada é um local onde cidadãos comuns e Colorados falam sobe o Internacional e tudo aquilo que o cerca. Ninguém tem obrigação ou é pago para manter o blog atualizado 24 horas por dia e, até onde sei, não há interesse em fazer isso. Acredito que você que vieram de outro blog, onde penso que haviam recursos para que alguém ficasse 24 horas atento às publicações e comentários. Em nosso caso é trabalho honesto, desinteressado e voluntário. Essas constates insinuações sobre censura são um despropósito e ofendem a todos nós. Não é “vestir a carapuça”, mas sentir-se também, como companheiro, responsável pelo que se publica no site. Nunca fui e nunca serei partidário de qualquer cerceamento da livre expressão e isso já foi deixado muito claro em comentários anteriores. Pensei que isso já tinha sido bem entendido. É muito desagradável compartilhar opiniões quando existem desconfianças entre os participantes e, sinceramente, já pensei várias vezes em “dar um tempo” e me afastar do BAC. Se algum comentário não foi publicado é porque ninguém acessou o site, somente isso, mas, por favor, entenda uma coisa, devemos prezar pela linguagem utilizada, devido as diferentes idades que acompanham as postagens e comentários e pela responsabilidade do que se afirma livremente. Caso uma censura seja necessária, devemos entender que é construtiva e protetora dos usuários, nada mais que isso. Eu fico tranquilo quanto a avaliação feita por qualquer um dos coordenadores do BAC. A gente não acerta sempre, apesar de não querer errar.

      1. Mas… Paupério, meu querido!

        Está ali, BEM CLARA, a MINHA interpretação: FALHA HUMANA ou, para quem quiser, implicitamente, SE eu não tiver me dado bem a entender, FALTA DE TEMPO! Obviamente que justa!
        Claro que eu sei, VALORIZO muito e AGRADEÇO, de minha parte, o indisfarçável ALTRUÍSMO de quem é blogueiro, e assim propicia a todos nós o lazer desta verdadeira cachaça, ora!
        Não sei porque interpretaste diferente. Em todo o caso, se feri sensibilidades, tomo para mim a culpa, de não ter sabido me expressar corretamente. Ao que atribuiria ao meu contumaz espírito brincalhão – desde que salvaguardados os devidos respeitos mínimos, sobretudo ante o guarda-chuva da humildade, é claro.

        Mas tá feito! Deus nos deu a boca para falar mesmo, não só ficar comendo mosca, como muitos de nossos jogadores colorados em campo, atualmente, não é verdade?

        Taí, quem sabe, uma das razões, a de não saber me expressar devidamente, pelas quais eu não teria competência para ser um bom blogueiro, rsss.

        Ah, e nem pense em nos deixar, prescindível aqui é este humilde criado!

        Grande abraço!

  9. Graaaande Vozão. Que espetáculo de vivência e emocionante narrativa. Coisa linda. Chama a atenção o cuidado que essas crianças tiveram, certamente morando numa casinha muito humilde, em guardar com tanto zelo um papel com um número do teu telefone Vozão. Eles também guardarão para sempre na retina deles essa carinhosa lembrança.
    Vida longa ao Dedé e ao Floriano.

    Grande abraço amigo!

    1. Pois é, amigo bike, como disse no texo, NEM SEI o QUE É que, e QUEM, os moveu a guardar meus telefones, que permanecem os MESMOS há décadas (só com acréscimo do dígito). Daí minha estupefação. Mas como também já disse em outra inserção aqui, por conta de minhas VADIAGENS pelo mundo, este vovô aqui tem cada uma…
      Putz, se eu soubesse escrever que nem uns aqui, olha…

      Outro!

  10. Então, Gaude, desnecessário repetir o impacto que me causou o telefonema daquele piazinho mulato, hoje com certeza um marmanjão razoavelmente bem de vida, né. Inimaginável mesmo. E logo pra chacoalhar com o emocional desse velho derretido aqui, hehe. Putz!

    A propósito, quando o nosso bruxo Melinho aí me honrou com um convite para virar também blogueiro daqui, tive que ouvir a voz da razão e declinar.
    Primeiro, por duvidar de minha própria capacidade em estar a altura dos demais notórios que aqui escrevem e segundo porque, sabe como é, a esta altura do campeonato, inverno gaúcho rigoroso, vai que um daqueles reumatismos ou pneumonia decorrente de um vento encanado afete o ancião aqui e eu não possa cumprir o cronograma. Eu não admito nem cogitar em assumir um compromisso para eventualmente não cumprir.
    Mas me dispus a mandar-lhe volta e meia algum texto desvinculado de data, para que preenchesse algum buraco deixado por eventual impedimento de titular, que nem tu, por exemplo, quando tens que surfar aí em nosso marzão achocolatado com água acima do joelho.
    Sobretudo meio extra-futebol, como este, se ele achar pertinente publicar, até como pitadinha de tempero light, desde que de alguma forma envolvendo o nosso Internacional, para momentâneo desvio de atenção em meio aos nossos atuais momentos de sofrimento com o time.
    E olha que o vovô aqui tem cada uma para relatar aos seus netinhos…

    Grande abraço.

    1. Vou aproveitar a deixa e te falar um detalhe que os parças aqui verão também , mas como tudo na vida tem a hora certa para acontecer, tenho convicção de que a hora do tão falado e planejado encontro dos comentaristas fanáticos colorados está chegando, e aproveitem também a deixa para se manifestarem, já que estamos há um dia do próximo jogo do Colorado, ainda.

      Me parece, Vozão, que o pessoal aqui no blog, é além de mais organizado, também formado por colorados fanáticos como nós. Isso, por si só, já é um referencial gigante para que o encontro aconteça. No falecido blog, dependíamos da boa vontade dos patrões azuis dos Marcelos, o Gonzatto primeiro e depois o…agora esqueci, mas ele nos deixou falando sózinhos, lembra? O Vaccari também era um boa praça que dava força nas postagens de desenhos, fotos e outros artifícios da mídia para ilustrar melhor o que se queria dizer. De modo que a coisa nunca prosperou e apesar disto, chegamos até a formar uma comissão de frente para organizar e estabelecer as diretrizes do evento que abrigaria, fácil, fácil, uma centena de colorados e sua localização nas mesas distribuídas no salão idealizado para receber os convivas.

      Lembro que chegastes a nomear os participantes e a mesa de cada um, onde iria ficar, para curtir um bom churrasco e a prosa iria correr solta noite a dentro. Pensando nisto, cheguei a guardar no freezer de casa, uma colheita inteira do butiazeiro que temos no quintal, até que demorou, demorou e acabou morgando o blog e o encontro. Acabei presenteando para outro amigo bebum que toma o butiá envelhecido num garrafão de vinho com cachaça dos “alampiques” que tem aqui por perto.

      Sobre deslizar nas ondas achocolatadas daqui, já vai fazer quase sete anos amigo, que arrepio o couro para entrar no marzão devido às baixas temperaturas da água e a falta de condições físicas, após uma lesão sofrida lá dentro mesmo, peleando com as paredes chocolates, num dia de sorte, com pouca correnteza, mas a pancada levada nas costas, foi pior do que qualquer botinada levada nos dias de peladas Brasil afora, me tirando de cena. O evento me deixou manco e de lá pra cá, tenho uma dura batalha com o ciático, que só permite que eu nade, mas surfar que é bom, never more.
      Fico no aguardo das suas dicas amigo Vozão, quem sabe sai o encontro no final de ano?
      Grande abraço!

      1. Olha, estamos aí, Gaude! Mas não pode demorar muito, se me entendes, né? Vai que o Jota Cristo insista em me chamar para subir a lomba para ajudá-lo, hehe!

  11. Mestre Vozão,
    Essa história a qual nos brindaste aqui também no BAC, retrata o país em que vivemos, onde a desigualdade machuca . Retrata também, como o futebol pode unir as pessoas, não importa de onde são, a que clube simpatizam. Mas sobretudo, essa história revela um cidadão gaúcho e brasileiro de grande valor, demonstra o colorado que és e sobretudo o ser humano que se manifesta nesse gesto.
    Grande abraço de alguém que sente orgulho de ser seu amigo, mesmo que virtualmente nesse espaço colorado!

    1. Putz, meu bruxo!
      Tás de sacanagem com o velho aqui, também, né, hehe?
      Mas tudo bem, tá valendo! Mah, SE eu fosse candidato (atualmente só sou de jardineiro da mulher em nossa baia aqui – ela pede flores e o velho aqui é que tem que se agarrar com as minhocas), pelo visto já teria ao menos meia dúzia de gatos pingados de votos, com estas histórias típicas de vovô para fazer os netinhos dormirem, né?
      Em verdade Deus me deu o privilégio de certas atribuições profissionais que, por sua natureza, me colocarem em mundos realmente bem surrealistas dentro deste brasilzão. E agora que estou velho, não me aguento em levar tudo só para mim, hehe! Acho que preciso de alguém para me emprestar seu ouvido para compartilhar, rsss!

      E, ó, amanhã não tem pra teus vizinhos aqui, não! É hora de a onça beber água!
      Admanhã não me venham o Mello e & Cia. ilimitada com desculpas esfarrapadas. Falei até com meu amigo SEU Pedro (já ando fazendo public relations com aquela turma de cima para garantir meu futuro lá), que me garantiu que teremos gramado lindo, céu estrelado e platéia cheia. Então…

      Mais aquele abraço!

  12. Vozão e colorados, bom dia!

    Parabéns Vozão. Emocionante mesmo. Pena que nosso Inter decepcionou o Dedé.

    Aproveitando o ensejo – vocês repararam nossa zaga no sábado? Júnio, Klaus, Ernando (Ortiz) e Carlinhos. Dá para continuar dizendo que temos time de Série A? Agora pensemos no elenco. Tirando Cuesta, qual outro jogador da linha de zaga jogaria hoje em um time bom da Série A? Pensemos, pois, antes de afirmarmos que timos um time de Série A jogando a Série B. Eu acho que temos um time de Série B jogando a Série B.

    Se tirarmos a emoção das nossas análises, e não há nada errado com ela, afinal torcer é baseado nisso, de outra maneira seria chato, vamos, a rigor, definir que Danilo Fernandes, Cuesta, Dourado, D’Alessandro e Potker são nossos únicos jogadores de Série A. A confirmar ainda Edenilson e Nico. Imaginemos agora o que iria nos acontecer se estivéssemos na Série A em 2017?

    A verdade é que estou preocupadíssimo com 2018. Acho que em 2017 subiremos, de uma forma ou outra, porque os adversários, além de fracos, não conseguem se manter de forma regular o campeonato todo. Podem anotar que estes que estão lá em cima ainda vão cair muito. Mas, para 2018, o Inter precisará contratar quase um time inteiro para ser titular. Eu disse titular.

    1. Verdade, Wolfgang!
      Bem que aquele outrora pirralho merecia ter visto coisa melhor, né! Fazer o que!
      Mas são acidentes de percurso assim que, colocados em um gráfico, me induzem à conclusão de que logo logo voltaremos ao Mundial FIFA de novo! Parecido com o que eu vaticinava aos meus filhos após aqueles malfadados anos 90, início do novo milênio! E eis que… NA MOSCA! Ou não conquistamos os maiores títulos internacionais para o Brasil neste MILÊNIO? Depois, justamente, daquela fase TERRÍVEL? Botei em um gráfico, na época, e fiz aquele vaticínio. Como estou fazendo agora, rsss!
      Não ria! Vai pelo velho!
      Em outra matéria aí, que também enviei para o nosso grande comandante Paulo Melo, se ele julgar por bem um dia publicar, sentirás que tenho lá minhas razões para acreditar outra vez!
      Abração!

  13. Grande Vozão, já tinhas contado este episódio lá no outro blog onde conhecemos vossa maestria para descrever fatos da vida há tanto já passados e terem sido registrados na memória com o impacto da emoção que ficou gravada para sempre o plantio da semente colorada, num simples gesto de bondade para esta gente sofrida do Nordeste Brasileiro.
    E Deus Te Deu ainda o repeteco da emoção vivida naquele dia, permitindo que o agora moço Dedé, revivesse num telefonema fortuito aquele dia na estrada no Ceará, a alegria de novo.

    Isto é para poucos amigo Vozão. Ter esta dádiva de viver o que está na descrição e ainda por cima, repetir a dose, passados vinte e tantos anos.
    Obrigado por compartilhar conosco esta alegria.
    Grande abraço e saudações coloradas.

    1. Se a Diretoria daqui não considerar encheção de saco este tipo de Post (para as horas VAGAS, é claro), como lenitivo para escamotearmos um pouco da tristeza atual com nosso time, como netinho ainda haverás de ler mais alguma, Gaude, rsss!
      Abraço!

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