Somos quase todos laranjas.

Em um suposto País onde um camarada torna-se multimilionário em questão de duas ou três décadas, não tem como não passar a ser admirado por todos os seus compatriotas. Mas eis que, num determinado momento, por excesso de ambição e desavenças entre gangues, a verdade começa a vir à tona, ele não era tão genial assim, na verdade ele nadava entre tubarões de diversos tanques e muito maiores que ele.

Logo dá para perceber que, na verdade, a área financeira dessa Nação tornou ele um dos eleitos para receber bilhões em financiamentos de dinheiro público para aplicar em suas empresas, desde que alimenta os diversos tanques com milhões para os implacáveis tubarões se locupletarem.

Em determinado momento alguém sugere, vamos boicotá-los. Aí se percebe que até isso é difícil, se você não comprar os produtos das suas empresas, sua casa ficará desabastecida. Eles estão em quase todas as áreas, alimentação, higiene, artigos esportivos, etc.

Todo esse enorme preâmbulo para dizer que estou sentindo que no futebol está ocorrendo algo similar e, pior ainda, no meu Clube, pois especialmente nas últimas duas décadas conseguimos atingir uma quase excelência, pois ganhamos tudo que um clube do nosso continente pode ganhar, inclusive o mundo. Então, para o torcedor ficou a sensação de que achamos o caminho que nos leva as tão almejadas vitórias e consequentes glórias, não tem mais como errar ou sair dos trilhos.

Belas equipes eram montadas, quando um jogador importante estava para sair seu substituto já estava no Beira Rio com seis meses de antecedência, o Estádio que estava defasado foi remodelado, ao que parece com a melhor negociação possível, pois é o único clube que não está em guerra com a construtora

Eis que nossos nefastos tanques também começam a se agitar. O que parecia ser o tubarão rei não consegue pacificamente determinar quem vai reinar em seu aparente afastamento para que outro viesse a ser o rei do Beira Rio, e o que parecia tranquilo, na verdade vira uma guerra fratricida.

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Isso começou em meu entender em 2010, enquanto se planejava como não chegar a disputar nosso segundo Campeonato Mundial de Clubes, lá por dezembro apareciam as máquinas botando arquibancadas abaixo para obrigar a construção do estádio com recursos próprios. Eis que ganha outro e não o tubarão defensor da ideia. Então, meus amigos, a guerra estava novamente declarada, mesmo que prudentemente o vencedor tenha parado tudo e mediante consulta ao Conselho mudado o rumo e feito a obra em parceria, o que agora todos sabem foi um acerto, seus dois anos de mandato foram um fogo só, tentando inviabilizar seu mandato.

Dois anos se passaram, volta ao comando alguém tido como experiente, desde o primeiro momento de sua eleição. Da primeira à última entrevista foi o maior número de disparates, balacas e prepotências que já ouvi em termos de futebol.

Começou desqualificando gratuitamente vários técnicos de gabarito nacional, para citar Abel, que havia nos classificado para Libertadores; Mano Menezes, adiantando que técnico estrangeiro não treinaria o Internacional para, duas semanas depois desembarcar o uruguaio Diego Aguirre.

Isso foi o início dessa queda irreversível que nos conduziu à situação em que nos encontramos.

Se for continuar a elencar o número de absurdos vamos preencher dez folhas, mas nesses momentos que ouço que o atual mandatário do Clube viaja para acertar dívidas com Forlán, há suspeita de despesas de 9 milhões com obras não efetuadas, que existe risco de perdermos os benefícios do Pro Fut por dívidas e assim por diante

Eu concluo que, infelizmente, nós, a maioria dos torcedores, também somos laranjas, quando pouco antes das últimas eleições a chapa da situação dizia que a situação financeira era boa e não tem como um mero torcedor dizer que não.

E baseado nos debates, campanhas eleitorais em todas as mídias somos ludibriados e com nossos votos levamos a ter o comando de uma instituição que amamos às vezes cabeças de bagres que na verdade nada tem de tubarão.

Só espero que os atuais dirigentes venham a público e desmintam ou confirmem a situação. Se realmente é grave, que tenham soluções em andamento para os problemas, e, principalmente, se for mentira, responsabilizem quem distribui tais informações, afinal mesmo sendo laranjas involuntários somos mais de cem mil, merecemos consideração.

Arioldo Roldan

2 thoughts on “Somos quase todos laranjas.

  1. Alô você Roldan!
    Não quero nem pretendo ser oportunista mas o cidadão em pauta, JAMAIS ME CONVENCEU DA SUA COMPETÊNCIA, muito pelo contrário, quanto mais escutava ou lia suas declarações em diversos momentos mais me convencia disso. Quanto a sermos laranjas involuntários, seguiremos sendo até que de fato o CONSELHO DELIBERATIVO efetivamente passe a exigir DE FATO que tudo, absolutamente tudo seja colocado às claras, sem se submeter a graus de sigilo impostos. Quando se tem algo que não possa ser divulgado ao público, começa-se a desconfiar de algo não está sendo conduzido com correção.
    Coloradamente,
    Melo

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