Sem jogos do Internacional

Mesmo vendo pela televisão vários jogos da Copa do Mundo, em 2018, na Rússia, o tempo não passa e o vazio existente não consegue ser preenchido. Falta algo. Como é difícil aguentar essas semanas, principalmente os sábados e os domingos, sem ter a opção de assistir jogos do nosso Internacional… O que nos resta é imaginar como será aproveitado e como serão os resultados desse importante tempo de descanso, preparação e mobilização.

Acompanhando os jogos e as classificações que vão se sucedendo, observando as diferenças existentes entre as seleções, fico imaginando que todos os torcedores, em todos os países, gostariam de ser protagonistas e constatarem que existem chances reais de se tornarem campeões. Não acredito que algum torcedor queira assistir a seleção de seu país ser desclassificada já na primeira fase, afinal conseguiram com muito esforço a classificação e estão na Rússia por méritos próprios.

Sinceramente, em determinados momentos fico até com pena de alguns torcedores, pois mesmo em um momento de importante congraçamento de origens, raças, línguas, crenças, costumes e outras nojentas possibilidades de discriminação, não imagináveis em outros momentos ou locais. Como seria bom se o comportamento no mundo se espelhasse nesse exemplo de convivência pacífica, de confraternização sadia e, principalmente com respeito e admiração às qualidades dos adversários no campo de futebol.

Em determinados momentos a Copa do Mundo me traz lembranças de tempos idos, quando antes do Campeonato Gaúcho de Futebol, era realizado o Torneio Início, momento de avaliar o potencial de cada clube na competição. Acredito que a primeira fase da Copa do Mundo não difere muito e só os mais fortes prosseguirão à procura do título de campeão.

Fazendo uma comparação com o Campeonato Brasileiro ou com a Copa do Brasil, com raras exceções, podemos constatar que não existem mais “bobinhos” no futebol, pois não existem jogos fáceis e muito menos uma superioridade inconteste dos favoritos. Todos, mesmo sem “estrelas” de maior grandeza, possuem técnicos conhecedores de futebol e que sabem tirar o melhor de cada jogador e do conjunto, organizando equipes altamente competitivas e que orgulham seus torcedores. Não considerando equipes de países sem tradição no futebol ou que não o consideram como esporte nacional, todos os jogos são difíceis e os resultados são os mais inesperados possíveis.

A equipe do Brasil, considerada favorita por muitos, ainda não apresentou aquele desempenho esperado, mas o povo brasileiro acredita no hexa e a alegria, assim como a expectativa crescente, tomam conta de todos e em todos os lugares do País. Quem dera que toda essa energia fosse canalizada e utilizada para recolocar o Brasil nos “trilhos”, de forma a trazer de volta a tranquilidade, mais igualdade e felicidade real de todo o povo brasileiro.

Sinceramente, por mais atrativa que seja a Copa do Mundo, por mais que apresente craques de várias nacionalidades e com uma sequência de excelentes jogos, trocaria todos esses jogos por só um do nosso Internacional, principalmente nessa fase de reconstrução de imagem e oportunidade de finalmente montar um time protagonista, competitivo e vencedor, aproveitando bem esse tempo de descanso, preparação e mobilização. Será que a transição compacta defesa, meio de campo e ataque está resolvida ou continuaremos com um “buraco” entre a defesa e o ataque e os “famigerados” chutões?  Espero que não haja um retrocesso no espírito de luta recuperado e apresentado nos últimos jogos. Fico assustado com a possibilidade de chegar a conclusão que estamos perdendo tempo e não conseguiremos alcançar as condições necessárias para voltar ao protagonismo no futebol brasileiro, nos mantendo apenas na disputa do meio da tabela de classificação. 

Hoje me entristece ver seleções desclassificadas voltando para seus países, muito mais reféns do poder econômico de seu futebol, que não consegue evoluir por ter seus maiores jogadores negociados com os grandes clubes europeus ou asiáticos, do que pela falta de tradição no esporte. Fazendo uma analogia, vem à minha mente a péssima sensação que sentimos quando nosso Internacional desceu à Série B, motivado não só pelo fracasso gerencial, mas também por uma política estratégica pouco audaciosa de time vencedor e de grande clube, totalmente cega à evolução do futebol e dos grandes clubes mundiais, ficando prisioneira também desse mesmo poder econômico, sendo obrigado a negociar seus melhores jogadores, e inerte pela aceitação da triste submissão aos clubes “agraciados” de Rio e São Paulo, sustentados com altos investimentos e que são impulsionados por parte da mídia formadora de opinião.

Enquanto isso, hoje, 15:00 horas, todos juntos na frente da televisão torcendo pela classificação do Brasil e, no próximo Sábado, no Beira-Rio, 16:00 horas, pela das “Gurias Coloradas”, rumo a Série A.

12 thoughts on “Sem jogos do Internacional

  1. Alô você Pauperio!
    Em que pese ter perdido um pouco do brilho diante de tantos acontecimentos envolvendo a CBF, FIFA e seus afilhados ainda assim a Copa é um acontecimento fantástico. A Internet e sua instântaniedade nos trazem uma verdadeira avalanche de fatos, isso tira um pouco do sonho do imaginário especialmente para quem acompanhava pelas ondas curtas, mas é o preço pela modernidade. Enquanto isso nosso Inter recebe o volante Francisco Rithely da Silva Sousa que ao que se comenta finalmente assinará o contrato e aguarda-se para breve (dizem ser dia 1 de julho) a chegada tão aguardada de Martín Sarrafiore, de quem esperamos muito. Enquanto isso…Pra frente Brasil!
    Coloradamente,
    Melo

    1. Malo, a informática realmente é o futuro “atropelando” os mais “rodados”, entretanto apesar de ser alguém envolvido e amante da evolução tecnológica, fico assustado quando alguns negam a verdade dos fatos e negam o que estão vendo, aliás, milhares de pessoas. Me assusta a influência dos “poderosos” nas decisões e, sinceramente, muitas vezes falta senso imparcial de justiça ao ver os lances polêmicos. Quando o “escorregão” cai para o campo da interpretação, me arrepio… Quanto aos novos reforços espero que sejam para ser titulares e não para compor grupo ou proporcionar a negociação de algum dos titulares. Pela notícias na Internet, parece que o nosso Internacional vai se meter (ou querem coloca-lo) em outra encrenca com a vinda de outro argentino.

  2. A TÁTICA COREANA DOS OLHOS ABERTOS!!!
    Quem falou que nesta Copa da Rússia poderíamos ter algumas surpresas, acertou.
    Os Coreanos através da vossa humildade, respeito e velocidade, conseguiram enxergar bem mais desta vez.
    Se anteciparam em muitos lances na hora de colocar o pé, na frente do chute de algum desesperado e assustado jogador Alemão.
    Eles como sempre correram demais e com os seus pequenos olhos bem abertos, conseguiram fazer o crime na Alemanha que entrou de salto alto.
    Será que esta derrota por 2×0 e eliminação precoce nesta Copa, foi culpa da soberba científica dos Alemães, devido aquele 7×1 no Brasil em 2014?
    As aftas ardem e dói.

    Abs. Dorian Bueno, POA

    1. Dorian, acredito que os 7 x 1 foi um ponto fora da curva no futebol mundial e serviu de lição, dolorosa, mas gerou aprendizado. Particularmente estou torcendo pelas seleções da América do Sul e gostaria de ver todas as potências mundiais até o final.

  3. Uma das sensações q descrevestes Pauperio, foi muito parecida com a q senti hoje vendo Argentina x Argélia. Apesar de toda tradição da Argentina, e do badaladissimo Messi, os dois times em campo não foram muito diferentes. Mas na hora em q foram analisar o possível penalti contra a Argentina, a favor da teoricamente mais fraca Nigeria, intui q não dariam. Na minha opinião não foi mesmo. Mas e se a infração fosse contra a Argentina? O veredito teria sido igual? Lembrei de Inter lutando contra o poderio dos times do eixo…. tambem sinto falta de ver nosso time!

    1. Adriana, me lembrei do pênalti no Tinga… Como temos pensamentos convergentes, hoje, em qualquer lugar do mundo a hipocrisia da falsa igualdade é falada a quatro ventos, mas na verdade não existe e as desigualdades ficam cada vez mais evidentes em todas as atividades. Quando mesmo com a ajuda do VAR a decisão final fica com o árbitro, dificilmente haverá justiça e igualdade nas decisões.

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