Dificuldades a vista

Vamos para outro jogo, sempre difícil, hoje contra a equipe do América MG, no Estádio Tiradentes, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ao longo dos últimos anos, esse encontro sempre trouxe dificuldades para nosso Internacional, mesmo sendo a equipe Colorada superior a mineira. Apesar da escalação do time titular ainda não ser conhecida, nesse jogo, ainda teremos mais algumas dificuldades, devido a possível presença no time titular de jogadores ainda sem seu melhor condicionamento físico, lesionados e ainda com perdas pelo terceiro cartão amarelo.

A equipe Colorada ainda não consegue inspirar confiança total em seu desempenho, mesmo há 10 (dez) jogos sem derrota e a terceira colocação no Campeonato Brasileiro. O time ainda não engrenou, possivelmente pelo desempenho muito abaixo do esperado de alguns jogadores, as constantes mudanças na escalação de jogadores do time titular e a falta visível de entrosamento e de jogadas mais elaboradas. Não falta empenho, o que já é uma grande coisa, mas falta qualidade no desempenho do time.

O que preocupa um pouco é que, mesmo combativo, o time com a bola é muito lento (ninguém quer pressa, quer deslocamentos, velocidade e objetividade), falta uma agressividade maior e mais qualidade nos ataques Colorados. Todo o time recua ajudando na defesa, mas não ataca em conjunto, faltando companheiro ao lado ou que venha de trás ou se adiante para tabelar ou ser lançado. Não vemos o time Colorado, nem no Beira-Rio, “amassar” o adversário. O que vemos é uma troca de passes morosa e infrutífera, para o lado e para trás, que chega a ser irritante à torcida pela falta de objetividade para atacar e procurar o espaço para jogadas ou chutes a gol.

Particularmente, mesmo contrariando muitos, não gosto da forma que o time Colorado atua atualmente. Uma coisa é recuar todos os jogadores para auxiliar a marcação e outra é abdicar da organização da volta ao ataque, restringindo-se a um jogador se deslocando velozmente com a posse da bola, com dois ou três marcadores adversários em cima e não ter para quem passar a bola. Quando menos se espera, o que vemos, é um atacante correndo de volta à posição de ataque e há um lançamento (chutão, muitas vezes do goleiro) todo favorável aos jogadores de defesa do adversário ou para um espaço vazio do campo.

Sei que criticar é muito fácil, principalmente para um leigo, que desconhece o dia-a-dia do clube e muito menos da condução de um plantel de jogadores profissionais de futebol, mas na Copa do Mundo presenciamos tantos esquemas de jogo que mostraram eficiência e resultados expressivos, que não vejo razões para “inventar” outro, diferente de todos os demais, inclusive de outros utilizados no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, e que não apresenta consistência ou uma organização visível em campo, mesmo depois de 7 (sete) meses. Nas maiores dificuldades vemos que parece dar “um branco” ou pânico geral na defesa, assim se alastra para o restante do time e que só não resultam em gols adversários pela falta de qualidade de arremates.

Gostaria de colocar somente duas observações. A primeira é que os jogadores só conseguirão ter confiança em seu futebol e o time poderá ter um entrosamento crescente, quando tiverem a certeza de uma sequência de jogos, fora isso, é o que estamos vendo hoje, mudanças no time titular a cada jogo, inclusive de reservas, e um treinador correndo e gritando ao longo do campo durante todo o jogo. Se algo deve ser modificado ou acertado, isso deve ser reservado aos treinamentos, mesmo em Atibaia. Resta durante os jogos manter a serenidade (para melhor avaliar o que está acontecendo e proteger a sua própria saúde) e fazer aquelas substituições necessárias por má atuação de algum jogador ou exigências do jogo. Como segunda observação, algumas vezes tenho a impressão que alguns jogadores, pelo seu comportamento em campo, parecem pensar que já conquistaram algo e procuram fazer coisas que suas qualidades não permitem. Até o primeiro título, por favor, vamos no “feijão com arroz” ou seja, sem “inventar” e na máxima qualidade que cada um pode oferecer.

Para encerrar, gostaria de ver o time Colorado com esse empenho de hoje, mas mais organizado, coeso defesa/ataque e mais agressivo, principalmente no Beira-Rio. Hoje, uma vitória é muito importante, para a classificação, nesse momento 3º lugar e à afirmação da busca do título, mas, sinceramente, penso que vai ser mais uma noite de muita torcida e exercitar a fé no otimismo e na confiança que sempre temos quando o time Colorado entra em campo.

8 thoughts on “Dificuldades a vista

  1. Alô você Pauperio!
    Nosso fórum de debates é muito bom por isso, podemos aqui expor nossas ideias e nossos entendimentos, que não necessariamente sejam os mesmos. No caso da maneira de jogar do nosso INTER, vejo muitos progressos, a começar pela defesa que tem se portado muito bem. A falta de mecânica de jogo do meio para o ataque, se dá em meu entendimento por tudo o que abordastes, troca de jogadores no ATAQUE, por motivos diversos, alguns imperativos. Mas eu gostei EM PARTE da troca de passes a procura de uma oportunidade de desferir um ataque, para chegar ao ponto de maturação demanda tempo, estou apostando no ultimo terço do campeonato para a equipe atingir seu apogeu, mesmo assim concordo que por vezes a lentidão atrapalha, mas como dissestes tem coisas que são de “bastidores” e a gente não fica sabendo, e enquanto não soubermos, vamos aqui na nossa ARQUIBANCADA virtual que é o nosso BAC.
    Coloradamente,
    Melo

    1. Depois do jogo é fácil responder, mas as dificuldades criadas pelo atual treinador eram previsíveis e a derrota pode ser vista como resultado de tantas modificações, algumas inexplicáveis. No próximo final de semana temos o Botafogo no Beira-Rio, mas os problemas, principalmente de desentrosamento ficaram evidentes mais uma vez. Não é possível aceitar como normal o lançamento de um jogador logo que chegue ao Beira-Rio e esperar que ele possa ter sucesso esperado. Essas atitudes desmotivam todos os demais jogadores que vinham atuando.

  2. Paupério!! pra começar nosso amado salve salve, treineiro de novo escala um time sem armador, hoje o america deve vir pra cima, está jogando em casa a situação na tabela é desconfortável, o que pra nós abrirá espaço pra contra ataques, mas daí pergunto: Quem irá abastecer o ataque?? Sendo que o único cara no grupo que tem capacidade pra isso ele vai deixar no banco. Parece e eu já disse que o treineiro tem medo dos jogadores ou que os que vem jogando se revoltem se deixar a equipe, mas e o grupo, tanto se fala em grupo que está fechado está focado, etc, etc, entrar em sair do time não faz parte do grupo?? Lucca estava suspenso e daí se ele não voltar?? Ele não tem que esperar a vez dele??? Vamos viver a mesma coisa do jogo passado no beira rio, o treineiro irá aos trinta do segundo tempo ajeitar o time. Daí pergunto, será que ele não poderia entrar com o Dalessandro e aos trinta do segundo tempo tirar ele?? É esse tipo de coisa que fico com um pé atrás com o Odair, só falta ele inventar algo pela ausencia do dourado, só tá faltando isso.

    1. Vanderlei, depois do jogo é fácil responder, mas tudo que aconteceu era previsível e mais uma vez deixamos ganhar três pontos possíveis. Ficaram evidentes mais uma vez a falta de entrosamento, improvisações e a falta de objetividade na atuação Colorada. Na realidade o time Colorado não assusta mais ninguém e o respeito à camisa vermelha não existe mais. Sinceramente não consigo entender as improvisações feitas e o lançamento prematuro e desnecessário do novo centro avante. Alguns podem pensar que tenho alguma prevenção contra o atual treinador, mas não é verdade. Quero ser campeão e que acredito, é que depois de sete meses na frente do plantel Colorado, o resultado do seu trabalho poderia ser bem melhor.

  3. O q me preocupa mais é o fato de q o Inter não sabe jogar contra determinados times. O America no ano passado, em plena série B, foi um adversario dificil, para além da expectativa. O jeito é torcer. Torcer! Vamos la!

    1. Adriana, verdade, mas isso é a insegurança criada pelo reflexo da falta de um esquema de jogo definido e pela falta de convicção no que se acredita ou incompreensão de quem executa. Se um time não consegue manter uma mesma escalação, não consegue um padrão de jogo e os jogadores ficam totalmente inseguros sobre se vão jogar ou não, se vão ser substituídos, perdendo a confiança em si próprios e em suas qualidades e, o pior, acabam desacreditando em quem os orienta.

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