Início de temporada, quando a torcida sofreu com o jejum de jogos de futebol e está ávida para rever seu time jogar, as expectativas criadas no recesso aguçam a razão, as projeções e as exigências no presente. Ansiedade, não, precaução, pois estamos vacinados pelo ocorrido nos últimos anos.
Os primeiros jogos, por mais boa vontade que se possa ter, não servem para conclusão alguma, mesmo que nas escalações constassem os jogadores considerados titulares. São jogos, como se diz no popular, “para encher morcela”. Pela repercussão ao final e pela importância para o futebol gaúcho, acho lamentável disputar o Campeonato Gaúcho nesse período pós-férias.
Não encontro argumentos que me façam acreditar que existe lógica em colocar vários jogadores contratados ou vindos da base em campo, sem entrosamento algum. Isso nunca poderá ser considerado um teste de avaliação de qualidade, pois não existe a mínima condição de fazer uma avaliação criteriosa, nem superficial. Também é de estranhar a insistência com determinados jogadores que nesses dois últimos anos, apesar de todas as oportunidades recebidas, não mostraram nada para jogarem no time titular. Na minha modesta opinião, uma perda de tempo, muito pior que o aproveitamento em treinamentos. Se discordam com meu posicionamento e que esteja errado, observem outros importantes campeonatos, todos os grandes times estrearam com força máxima e com contratados encaixados. Começamos 2019 novamente perdendo tempo.
O Campeonato Gaúcho deveria ter a importância que merece, como fonte de bons jogadores e para fortalecimento dos demais clubes do Rio Grande do Sul. Essa ideia de que só existem os dois maiores clube atuais e da história dos Pampas, um dia esse menosprezo e essas dificuldades serão superadas pelos clubes do interior e, essa hoje verdade, será revertida. Não vejo como fazer crescer a força do futebol gaúcho quando há tanta cegueira em nosso futebol regional.
Observem a triste ironia, nossos grandes clubes emprestam jogadores do plantel titular (não estou colocando do time titular) e os melhores da base para fortalecer times de menor expressão em campeonatos regionais de outros Estados, depois, com “cara de tacho”, estranham o crescimento de determinados campeonatos. No meu entendimento, desculpem a expressão, é falta de visão e inteligência, para não dizer burrice. Perto, os grandes clubes, se emprestassem esses jogadores para os clubes do interior, além de os tornarem mais fortes nas competições que participam, não só a regional, poderiam observar melhor e até orientar o crescimento dos seus jogadores e, por outro lado, fortalecer e tornar o campeonato gaúcho mais competitivo. Minha grande dúvida é se o interesse maior é buscar o aprimoramento dos jogadores ou colocá-los na vitrine para futuras negociações.
Residindo longe do Rio Grande do Sul, em Salvador, na Bahia, mas com o pensamento e o coração na minha terra natal, fico triste ao acompanhar a luta dos clubes do interior gaúcho nas Séries B e C do Campeonato Brasileiro. Essa miopia de olhar só para o próprio umbigo deveria ser corrigida e, no mínimo, poderia ser adotado um clube, o que tivesse mais afinidade com a alma Colorada e torná-lo mais forte e mais competitivo. Acredito que seja exequível, pois reduziria o plantel para um número razoável para as competições e acabaria com esse “come e dorme” insuportável , com várias denominações, que, com certeza, onera em demasia a folha do clube, compromete investimentos e atende a outros interesses. Retiraria o pessoal da mordomia e o colocava para trabalhar a valer pelo nosso Interior. Se a decisão for continuar emprestando, fazer só depois do campeonato gaúcho. Não seria pedir muito fazer uma análise custos x benefícios.
Alô você Pauperio!
Meu amigo acho que tu “ABHAIANOU DE VEZ”. NOSSA GAUDÉRIA E CAMPEIRA MORCILHA, virou Morcela. Nããããããão.
Brincadeiras a parte, esse início de temporada é realmente muito difícil de ir de encontro ao entendimento de todos. Há algum tempo atrás comentava-se que os amistosos só serviam para lesionar atletas e que não davam o sentido nem ideia de competição. Pois bem eles acabaram. Comentou-se também que não se poderia colocar em competição direta quem estivesse em meio a pré temporada pois o risco de lesão. Passou-se então a liberar os mais jovens, recém promovidos para que voltando antes pudessem estar em melhores condições para iniciar o campeonato. Evidentemente que com os empréstimos de alguns e promoção de outros formou-se um grupo que só obterá entrosamento durante o ano. Quando se teve a oportunidade de criar um time “B” justamente para isso e também para laboratório, comenta-se que virou balcão de negócios e que mais se serviam do INTER do que serviam para o INTER. Qual a saída? Não sei meu amigo, não sei.
Coloradamente,
Melo
Melo, brincadeiras a parte, as denominações são morcela ou morcilha, em todo o Sul do Brasil. Dentro do foco, ou o objetivo está equivocado ou o Campeonato Gaúcho está sendo menosprezado e tratado como época de treinamento.