Um ponto fora da curva

Não sei se é ardido como lombo de burro ou mula, depois de tudo que passamos em 2016/2017 ou se é excesso de preocupação com o desconhecido, mas o futuro incerto me assusta. Acredito que a torcida Colorada já sofreu demais e precisa de mais do Internacional. Chega de se preocupar, de reclamar e no fim sofrer pelas mesmas coisas geradas por decisões estratégicas erradas. Não estou descrente, estou preocupado, pois não vejo nada lógico no projeto de nosso clube em 2019. Não consigo perceber passos concretos em direção a um objetivo que possa trazer de volta a alegria à torcida Colorada.

Não sou treinador de futebol, nunca tive a pretensão de ser, mas gosto e muito de futebol. Com 72 anos, escolho e acompanho os jogos dos grandes clubes nacionais e internacionais. Comparando as contratações efetuadas e desempenhos atuais, nosso Internacional está muito abaixo dos demais grandes clubes. Não me parece lógico um clube que caiu para a 2ª divisão do futebol brasileiro, voltou com muito sacrifício e não tenha aprendido nada ou quase nada. O time Colorado encerrou 2018 em uma colocação que nos encheu de orgulho, apesar de, particularmente, continuar acreditando que poderíamos ter alcançado o título e, até agora, não mostra evolução alguma. Um simples raciocínio lógico leva a pensar que uma vez identificadas as necessidades de qualificar o time titular, sejam escolhidas e contratadas as peças necessárias. Em 2019 seria o momento de dar conjunto ao time qualificado, treinar esquemas de jogo, treinar posicionamentos e coberturas, ensaiar jogadas, tabelas e triangulações, até que o grupo estivesse coeso, entrosado e competitivo para os desafios que vem pela frente.

O que constamos hoje? Nada do que  foi citado acima existe. Não conseguimos perceber um time titular sendo entrosado e uma evolução de qualidade. Se alguém acredita que sim, sinceramente, não vejo isso. Basta um questionamento básico para identificarmos que ainda não temos um time titular (e os seus substitutos imediatos), continuamos com a lentidão de anos anteriores, não há esquemas de jogo e o time se arrasta confusamente em campo.

A mudança de postura do clube, dentro de campo e fora das quatro linhas, com mais  garra e mais determinação já deveriam dar sinais, mas não vemos nada disso. Não dá para esperar mais, pois quanto mais tarde, maior será o prejuízo, quem sabe irreparável. Se essa mentalidade enraizada de inferioridade, de falta de ambição, de mediocridade, de esquecer a responsabilidade com o passado de glórias, infelizmente manterá nosso Internacional apenas como participante em competições e não como protagonista. Infelizmente momento preocupante e lastimável. Até quando teremos de suportar essa situação, pois não temos certeza se a meta em 2019 é somente participar ou, como desejamos, competir na busca de títulos. A torcida Colorada merece saber as metas, para não se iludir mais uma vez.

Nesse momento, mais uma vez, me sinto como um ponto fora da curva tentando alertar, mas percebo que tem sido em vão, pois mais uma vez estamos perdendo precioso tempo e as grandes competições logo estarão surgindo. Já passou da hora de perceber o dedo da gestão e do treinador e iniciarmos um trabalho de dar conjunto ao time principal e torná-lo competitivo para buscar não só vitórias, mas os títulos que todos queremos.

5 thoughts on “Um ponto fora da curva

  1. Alô você Pauperio!
    PORQUE ESTAMOS ESTAGNADOS causando um certo desconforto?
    Administativo
    A atual direção foi a ÚNICA desde que me conheço por participante das coisas do INTER que resolveu encarar as irregularidades de frente, sem o tradicional, “aprovo com restrição” outorgado ano a ano pelo conselho deliberativo a cada apresentação de demonstrativo, assim votado por recomendação das lideranças com a esfarrapada desculpa de proteger a imagem do clube. Como se sabe essa medida jamais surtiu qualquer efeito e as irregularidades foram se avolumando, por culpa de quem as praticou ou de quem tinha por encarto fiscalizar e não exerceu. Posto isso chegou-se a uma situação insustentável com sérias ameaças punitivas, esportivas e enquadramento em códigos Penais.
    Isso inviabiliza qualquer investimento ousado. A qualidade das contratações evidentemente ficou comprometida e o Clube só não foi sancionado porque foi socorrido pelo conhecido Delcir Sonda
    A gestão anterior usou e abusou de atos ilícitos, e teve como sensor um conselho deliberativo complacente, e um conselho fiscal que não fiscalizava por incompetência ou sei lá porque.
    Futebol
    Insinuava-se falta de transparência nos contratos e nas ações do Departamento de futebol, o que fez a direção? Demitiu o então executivo e contratou uma referência no assunto, considerado por todos como o PAPA quando o assunto é Executivo de futebol, falo de Rodrigo Caetano. Não está certa? Ocorre que sem recursos entra em cena a capacidade de formular ações, estratégias para não perder a dignidade e com um pouco de sorte objetivar algo maior, razao pela qual não temos e não teremos nos próximos períodos nada de extraordinário em matéria de contratação de valores, daqueles que “não restam a menor dúvida”. É IMPOSSÍVEL.
    Ainda no futebol , agora na base, comentava-se da mesma forma que centenas de garotos talentosos ou não lá chegavam e não eram bem acabados ou a peneira, seleção ou coisa que o valha não era bem feita, não se tinha certeza de nada a não ser que muito raramente se aproveitava um jovem advindo de lá. O que fez a direção? Contratou uma renomada empresa empresa de gestão a qual foi plotando examente onde a coisas não aconteciam satisfatoriamente. Ato contínuo (fev de 1019)demitiu o profissional que vinha dirigindo nos últimos períodos por absoluta falta de produtividade, e contratou Erasmo Damiani, uma referência em categoria de base. Não está certo?
    Bem , então haveremos de convir que várias ações estão sendo tomadas com relação a base Administrativa e Futebolística, certo? A gestão está andando.
    Quanto ao futebol profissional, sofre as consequencias de tudo o que acima foi descrito e convenhamos embora longe de apresentar um futebol que agrade a nós colorados tem três jogos, TRÊS, com sua equipe profissional no presente ano o que é muito pouco para se definir algo sobre seu desempenho, a não ser que não nos agrada.
    Coloradamente,
    Melo

    1. Melo, muito coerente teu comentário, principalmente pela educação com que colocas e o conhecimento do dia-a-dia que conheces, entretanto fica uma questão. E daí? Até quando vamos ter de aguentar isso? Meus avós já me falavam, que roupa suja se lava em casa. A questão não se resume aos tópicos de teu comentário, mas sim o que já foi feito. Por favor, ficou evidente em 2018 que precisávamos de alguns pontuais reforços, parece que não enxergaram da mesma forma, trouxeram poucos e sem utilização prevista para atender as necessidades. O comando técnico ainda não disse a que veio e não temos time para as grandes competições. Por favor, não precisavam ser contratados “!astros”, a peso de ouro, pois tem muito jogador bom em outros clubes que poderiam ter vindo. Não podemos esquecer que, mesmo com tudo isso que envergonha qualquer torcedor Colorado, o Internacional é um grande clube e uma grande vitrine. Sinceramente o atual momento é muito preocupante, principalmente pela mediocridade de pensamento reinante e pela triste aceitação de uma realidade dita financeira. Não existe empresário que não vise lucro, não se iluda. Se tem empresário, se tem investimento, tem “cheiro” de retorno, lucro.

      1. Alô você Pauperio!
        Como perguntas até quando vamos ter que aguentar isso, eu respondo mesmo sem ter procuração. Quando não tem feijão aqui em casa e a dona encrenca pergunta: tu não vais comprar feijão? Eu respondo assim que sair o pagamento e eu tiver dinheiro. Eu sei que falta e a falta que faz mas se não tenho dinheiro não tem outro jeito se não aguardar.
        Quanto a roupa suja, tem um momento em que a roupa está tão suja que em casa por mais que se lave não se consegue limpar, então é hora de ir pra lavanderia, não é isso?
        Por outro lado quando dizes “não te iluda”, não existe empresário que não vise lucro, não sei o que te levou a pensar que “me iludo”. EU TENHO CERTEZA que em toda a transação realizada por empresário o lucro é visado, tem que ser assim, se não ele quebra em seguidinha, é do ofício. O que eu acho é que não concordas com os reforços, isso é outra coisa, mas a direção os procurou dentro do critério deles, o meu seria outro o teu talvez também e por isso vieram inclusive alguns sobre os quais residem interrogações quanto a sua qualidade, mas quem recusaria a contratar o Zeca por exemplo? Pelo fato de não estar produzindo a contento não se pode atribuir grau de culpabilidade, a direção. E o Enilton, não é uma boa contratação ? O Zagueiro Emerson não é uma boa solução para a reserva da zaga? Evidente que no bojo de contratações, EM TODOS OS TEMPOS sempre existiram aquelas que se procura e não se justifica. Há aquelas que se tem uma expectativa positiva e não dão certo (Camilo). Entender isso não significa passividade. Qual o torcedor que não quer ver seu time sendo referência empilhando títulos? Se houver algum, tenha certeza de que não é torcedor.
        Coloradamente,
        Melo

  2. Caro Pauperio, concordo praticamente em tudo o que postaste aí acima.
    Já falei que também me preocupo muito com a situação do Inter, pelo processo de apequenamento que vem sofrendo – por ser mal dirigido – de alguns anos para cá.
    Eu sou do tempo em que o Inter comemorava títulos. Hoje se contenta – e é saudado pela torcida – por ter conquistado a terceira colocação num campeonato em que os outros times de ponta, preocupados com outras competições mais rentáveis, usaram as equipes reservas em muitos jogos do Brasileirão.
    Abraços

    1. José, é isso mesmo. Há um trabalho subliminar, altamente suspeito, de fazer com que a torcida Colorada aceite essa posição de apenas coadjuvante nas competições. É uma maneira de fortalecer alguns e ir, lentamente e de forma sútil, diminuindo outros. Infelizmente não é a maioria que enxerga isso e se contenta com pouco. Cabe a nós, mesmo entendidos como ou chamados de “cornetas”, resistir, pois nosso Internacional é muito maior que essas pessoas.

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