Eu te amei

Não é dia de #tbt, mas hoje venho compartilhar com vocês um texto meu escrito em maio de 2018 (isso mesmo, 2018, AQUELE ano). É um texto que não cheguei a publicar aqui no BAC. A verdade é que esta quarentena está me deixando saudosista, mas espero que tenham o mesmo sentimento que tive ao lê-lo novamente: missão cumprida.

Eu te amei

A gente tinha uma história de muito orgulho. Fomos campeões de tudo que nos era possível, fomos ao topo do mundo e nos mantivemos nele durante muito tempo. Construímos nossas conquistas pouco a pouco e nos tornamos uma potência em futebol no país. O campeão de tudo, o clube do povo. O amor da vida de muita gente.

Em um piscar de olhos, tínhamos o mundo em nossas mãos e de repente isso já era passado. E ficamos nele, orgulhosamente revivendo ano a ano as conquistas que estampavam nossa memória. Atingimos todos os objetivos de uma vida em poucos anos. E paramos ali. Ora, pense bem, já temos tudo. O que mais precisamos fazer?

Repetir. Superar. Renovar. Crescer.

E nada disso fizemos.

Ficamos ali, ganhando cada vez menos expressão depois de tudo conquistado. O clube do século, o clube campeão de tudo, o clube que parou no tempo.

As consequências? HAHA. As piores.

A acomodação tomou conta de cada viga do Beira-Rio e quem tinha que cuidar do que é nosso, não cuidou. A sequência de erros só poderia levar a um lugar do qual nos ORGULHÁVAMOS de nunca ter pertencido – a série B.

E para lá fomos – humilhados, odiados, rejeitados. Ninguém mais queria saber do Internacional. “Torcida arrogante”, “Presidente ignorante” “Clube insensível diante de uma tragédia”. A mídia nos pegou pra Cristo.

E todo o império de conquistas se fundiu na memória para nunca mais tornar a ser uma justificativa para os sete anos sem títulos de grande expressão.

A gente caiu feio.

E no meio de tanta tristeza, incompreensão, revolta e dor, lá estava eu. São muitos anos de coloradismo vividos de longe. E Deus quis, que no PIOR MOMENTO do clube, eu estivesse lá, gritando, berrando, torcendo, chorando, sofrendo e amando tudo aquilo. Eu estava lá, não diante de uma conquista, mas diante de uma superação.

Eu te amei. Em cada vitória ou em cada derrota em um grenal. Eu te amei naquela Copa do Brasil contra o Corinthians. Eu te amei naquele vice do brasileiro do mesmo ano. Eu te amei em cada estadual conquistado, em cada um perdido. Eu te amei naquele gol do Giuliano contra o Estudiantes. Eu te amei naquele mundial de 2010. Eu te amei com cada lágrima, sorriso e batida do meu coração.

Eu te amei no teu pior momento. E te amarei em todos os que vierem. Porque o amor é permanente, não depende de títulos ou conquistas. Somente ele resiste a tudo sem ruir.

3 thoughts on “Eu te amei

  1. Ilustre Jéssica: desconheço grande lutador que nunca tenha beijado a lona… A nossa História é uma das mais belas histórias. E o indesejável e previsível aconteceu(Série B). Mas tudo por força alheia a vontade do mais humilde torcedor(nós). Nenhum contribuiu para a queda; pelo contrário: a ” Prova foi a sua presença maciça no caminho de volta(Estádio), para aonde nunca deveria ter saído”… Série A !(Grande Paupério!). Mas o Tempo, Senhor e cura de todos os males, revelou nos dias atuais os desencontros administrativos que permeavam as entranhas do Clube. Voltamos ao Olimpo, Morada dos Deuses, hoje com a Gaia atormentada por um “apocalipse”. Esperemos a normalidade, sabe-se lá quando. Justo quando no pouco demonstrado em campo neste ano, tínhamos uma equipe de respeito, com uma bela imagem transparecendo a certeza de um campeonato ao nosso alcance. Agora, por tudo, “Oremos! -(P.Melo) “.

  2. Olá Jessica, belas e doidas lembranças, para nunca se esquecer e repetir o pecado capital, na minha opinião, que foi a soberba.

  3. Alô você, Jéssica, a GDG!
    Um lindo texto. Um sentimento genuíno. Marcas de sentime. De exemplar colorada. TBT com matizes de atualidade.
    Diretamente de NATAL
    Coloradamente,
    Melo

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