MUG, o mascote da sorte

“POIS MEUS CAROS IRMÃOS DE ALEGRIA”, vendo uma foto do Inter em 1970 postada em nosso grupo de whatsapp pelo RUDIMAR VERÍSSIMO, me deparei com uma figura lendária que acompanhei primeiro nos Eucaliptos e depois no Gigante da Beira-Rio. Vamos a história. Lá pelos anos 50 não era comum ver as imagens de dezenas de crianças entrando com o Inter a cada jogo como se vê hoje, contemporaneamente, com as crianças do fantástico  Projeto CRIANÇA COLORADA, uma idealização e execução do professor  OTÁVIO ROJAS.

Naquele tempo havia o “marrecão” que era o apanhador de bolas, alguns por afinidade passavam a entrar em campo com o time e recebiam a denominação de mascote. Temos notícias de que em nome da sorte, cachorros e até cabrita foram mascotes de equipes no Brasil. Foi mais ou  menos assim que um menino talvez com 9 ou dez anos que assistia aos treinos nos Eucaliptos  e alguns jogos em que  por coincidência o time vencia, recebeu o convite ser mascote, acreditavam que ele dava sorte. A revelia de seus parentes aceitou. As derrotas nos anos 60 era uma constante, então tudo era motivo para crenças no “sobrenatural de Almeida” (personagem criada por Nelson Rodrigues). Logo o Inter trocou de casa, as vitórias passaram a ser presenças constantes lá na Padre Cacique, grande percentual era atribuído ao menino gordinho que passou a entrar com o time

Em quanto isso no Brasil explodia a venda de um boneco de pano, sem pescoço e sem cintura, extremamente gordo, denominado MUG o boneco da Sorte. Wilson Simonal cantor de enorme sucesso então, era o garoto propaganda do boneco. A imagem do boneco foi logo associada ao menino que foi rebatizado e passou a se chamar MUG. João Carlos Belmonte anunciava no microfone da rádio, Guaíba (que retumbava no estádio): ” AÍ VEM O INTERRRRRR. A primeira figura que se via boa boca do túnel era a do MUG, se tinha convicção da vitória. O MUG cresceu e então já não justificativa ser “mascote”, assim como apareceu o, saiu de cena. Soube-se   depois que aos 17 anos foi assassinado envolvido em uma briga. MUG mais um personagem da rica história do clube do Povo.

Uma sugestão ao prof Otávio, inaugurar uma foto do MUG nas dependências do CRIANÇA DE COLORADA como simbologia da criança mais marcante a ter entrado em campo com a equipe Rubra.

TENHO DITO

 

 

11 thoughts on “MUG, o mascote da sorte

  1. Salve Salve aqueles que tem um DNA de historiador. Adorei o relato histórico. Sem dúvida o MUG merece uma bela homenagem. Pensei nas crianças entrarem em campo com máscaras do MUG.
    Lembrei, também, daquele senhor que cuidava do antigo gramado do Beira, lembram? Ele colocava uma imagem de Santo Antônio onde ficava nosso goleiro.
    Temos um talismã da sorte que vem da natureza: um quero-quero com a pata cambota como o Garrincha, que transita no nosso gramado nas imediações do Portão 8. Quando o bicho pega, chamamos o quero-quero para nos salvar.
    Abraço🚩

    1. Alô você Claudinha!
      Maia uma ideia boa essa tua das crianças entrarem com uma máscara do MUG. Tarefa para o prof O. Rojas em conjunto com o marketing colorado.
      Quanto aos amuletos…
      Isso dá um post.
      Diretamente de NATAL RN
      Coloradamente,
      Melo

  2. Ilustre PRM: a figura de uma mascote nos clubes se soma a crença futebolística que todos os torcedores supersticiosos possuem, cada um na sua forma, até mesmo muito criativa, para “dar sorte”, desde o treinador que durante os 90 minutos ou mais, beija a medalhinha dependurada na corrente suada em seu pescoço, até o mais modesto torcedor que põe Fé na velha, operária, e fiel cueca “zorba” ou “samba-canção”. Agora, o fato de o Clube do Povo, em seus primórdios, na figura do menino MUG, contemplar o futuro da humanidade, cantada na voz do Maior Show Man brasileiro – na “graça, na beleza, e na simpatia” da inocência angelical de toda criança, hoje o que vemos pelo mundo afora, centena de milhares de garotos adentrando os gramados com a empáfia de um Conquistador espanhol, desfilando como um “El Cid” vencedor de todas as batalhas (“ incluindo a última: “post-mortem” – filme romanceado- sic). Parabéns ao MUG, parabéns ao nosso dirigente – Otávio Rojas , idealizador do projeto “Criança Colorada”, que oportunizou a muitas crianças coloradas o que todo o velho torcedor almeja: adentrar o gramado, estufar o peito e se imaginar O Jogador da hora. Grande abraço!

    1. Alô você Jaldemir!
      É fantástico esse “troço” chamado cérebro. Na medida em que fui avançando na pesquisa minha memória foi “ativando”. Voltei a ver aquela figurinha redondinha que se não fosse negro, diriam que era fogo do Faltei Menezes, o nosso pra lá de gordinho treinador do final dos anos 60 e início dos anos 70. Nostalgia pura.
      Diretamente de NATAL RN
      Coloradamente,
      Melo

    1. Alô você Simone!
      A Biografia Colorada é muito rica. Sempre que a memória ajuda ou é incentivada vem uma satisfação.uito grande em lembrar esses capítulos.
      Diretamente de NATAL RN
      Coloradamente,
      Melo

    1. Olá Melo,
      Poder saber um pouco mais da história do Internacional, contada por amigos que conviveram ou tenham conhecimento de fatos muitas vezes não contadas em livros nos traz cada vez mais convicções de sermos um clube do povo, pois como se diz , temos muita história “raiz”.

      1. Alô você Júlio!
        É assim que a história vai se mantendo.
        Tem fatos que foram narrados pelo meu pai. A narrativa é tão rica em detalhes que ainda hoje aí lembrar me transporta e parece que vivi o momento ou em alguns casos, estou vivendo.
        Diretamente de NATAL RN,
        Coloradamente,
        Melo

  3. Olá Melo, nasci e 58, meus primeiros registros do Inter começaram a partir de 68, esse é mais num fato para meu conhecimento sobre nossa história, pois até o momento não tinha ouvido falar sobre essentorcedor histórico. Abraço.

    1. Alô você Roldan!
      Em verdade o MUG foi o primeiro MASCOTE até certo ponto permanente que se tem notícia.
      Diretamente de NATAL RN
      Coloradamente,
      Melo

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