O nosso Internacional é líder isolado do Campeonato Brasileiro de 2020, também líder isolado no seu grupo na Copa Libertadores da América, logo irá participar da Copa do Brasil e, com certeza, não há torcedor Colorado descontente com esse momento. Pode haver alguma insegurança em alguns, mas podemos considerar como normal.
Focando somente o futebol, temos um bom treinador e um bom plantel, com boas e razoáveis opções para todas as posições. O que deixa a torcida um pouco temerosa são as grandes oscilações de desempenhos entre um jogo e outro, principalmente contra adversários, teoricamente, bem inferiores. O que estamos observando, nesse momento, é que a equipe ainda não encontrou uma forma para superar os esquemas táticos adversários quando enfrenta times fechados, que buscam o resultado com contra-ataques rápidos, jogam por uma bola e, principalmente, contando com uma falha na troca de passes entre os jogadores Colorados de defesa.
Essa insegurança da torcida se deve ao fato de já ter visto esse filme e sabe como terminou durante os últimos anos. Quando há oportunidade de se distanciar na liderança do Campeonato Brasileiro, em pontos e saldo de gols, alcançando uma folga que poderia gerar maior tranquilidade, o desempenho da equipe é muito aquém de sua capacidade. Não há como negar que nesses últimos jogos as escalações e o tempo das substituições não ajudaram significativamente a mudar esse quadro. Nesses jogos a equipe parece estar distante, apática, afrouxa o ritmo, aparentemente sem se doar ao máximo e com a falsa certeza de que, quando quiser, com um pouco mais de empenho, vence o jogo. Esse jogo contra o América de Cali, pela Libertadores da América, é um bom exemplo. No primeiro tempo, um desempenho primoroso , entretanto um segundo tempo muito fraco, com um “apagão” geral, que por muito pouco não comprometeu a vitória e a liderança isolada. A entrada do D´Alessandro, apesar de tardia, consertou o resultado final, que, por muito pouco, seria, ao meu ver, uma injustiça. Não há vitória ou derrota sem o árbitro apitar o final do jogo e, nesse caso, valeu o esforço final (não acredito em sorte e azar).
Quando o time Colorado imprime seu jogo rápido, agressivo, vibrante, com troca rápida de passes, deslocamentos constantes, com muita intensidade na marcação e no ataque, cativa qualquer torcedor amante do bom futebol e parece ser imbatível. O maior problema atual é encontrar espaços para jogar quando os adversários jogam muito recuados. Quando não há esse espaço, depende muito da qualidade de nossos jogadores, das trocas rápidas de passes, dos deslocamentos, dos dribles e dos chutes ou batidas de faltas, próximas a área. As tentativas de levantar bolas para a área, com zagueiros adversários altos e em grande quantidade, são totalmente infrutíferas e dificilmente trarão bons resultados, com a estatura dos atuais atacantes Colorados. Quando a defesa adversária não está toda recuada e a bola for bem lançada, até pode resultar em gol. Nos escanteios contrários, o contra-ataque deve ser rápido e devem ser evitadas as trocas de passes laterais dos zagueiros e a lentidão atual, pois permitem o retorno dos defensores ao seu campo de defesa e às suas posições.
Quem gosta de futebol e do esporte competitivo, sabe que vitórias, derrotas e empates são esperados, entretanto o torcedor quer sempre estar mais próximo das vitórias e das conquistas, independente da qualidade da equipe de seu clube e a dos adversários, principalmente quando percebe que os jogadores podem render mais e melhor.
Por outro lado, enquanto a solução para as finanças for necessária a negociação dos jogadores mais qualificados do plantel, dificilmente um clube será vencedor, principalmente na obtenção de títulos importantes. Não é possível ignorar, é verdade, a Pandemia do COVID-19 trouxe também para os clubes, grandes e difíceis dificuldades a superar. Agora o momento é de sobrevivência, pois as receitas, com os estádios vazios, sumiram e as dívidas só tendem a crescer, mas mesmo assim, queiram ou não, essas dificuldades, apesar de estarem demorando muito, tem início, meio e fim e todos os clubes estão passando por elas. Nesse momento, uma resistência forte às dificuldades, muita responsabilidade, um pouco de ambição, inteligência e imaginação, poderá trazer grandes resultados no futuro próximo.
Como as próximas eleições estão próximas, os associados devem refletir sobre o passado, presente e o que desejam para o futuro do clube. Acredito que o nosso Internacional precisa de uma oxigenação geral no comando do clube, com Colorados de mente mais aberta, com ideias novas, qualificados em gestão moderna, um pouco ambiciosos e, principalmente, sem pretensões político partidárias. gente que reflita sobre críticas construtivas, que fomentem a união e não virem as costas para a união de todos os Colorados que, realmente e exclusivamente, adotam posturas e pensam somente no melhor do Internacional.
A nova direção tem o dever, meta e responsabilidade, para consolidar o Internacional como um clube grande, com todos os méritos e com reconhecimento regional, nacional e internacional. Os associados devem fazer todos os esforços possíveis e necessários para participar da definição do futuro do clube e votar conscientemente, analisando o passado, o presente e escolhendo projetos reais, vencedores e exequíveis para o Internacional e que possam trazer mais felicidade ao torcedor, colocando na direção quem entende que emoção e paixão Colorada não tem como explicar, a gente sente, mas isso só não basta, a torcida está com sede de títulos. Nesse ponto, um detalhe, só fanáticos não conseguem enxergar a necessidade de haver críticas construtivas e não conseguem perceber as oportunidades de melhorias e os avisos da proximidade de derrotas e de títulos, permanecendo defendendo cegamente até o que está errado e desse modo, impedem que o nosso Internacional siga seu verdadeiro caminho.
O nosso Internacional nasceu superando grandes dificuldades da época, principalmente vencendo o racismo e todas as discriminações, criando oportunidades a todos para participar no mundo do futebol e social, principalmente para os mais carentes e os excluídos até pela cor de sua pele. A luta para ser único, incomparável e grande faz parte da história Colorada, basta analisar nossa trajetória desde o seu início, dos Eucaliptos ao Beira-Rio, dos títulos Gaúchos, Brasileiros, Sul-Americanos, Libertadores da América e Campeão do Mundial de Futebol de Clubes – FIFA. O nosso Internacional sempre honrou o futebol gaúcho em todas as competições que participou, dentro e fora do Brasil, o que é motivo de grande orgulho para todos nós Colorados. É preciso entender e refletir sobre o verdadeiro significado do Internacional e do Beira-Rio para a torcida Colorada. O Gigante da Beira-Rio tornou-se a nossa segunda casa e onde conseguimos viver, juntos e unidos, independente de raça, crença, cor, origem, condição social, opção político partidária ou outra qualquer livre opção e longe de qualquer hedionda discriminação, as maiores emoções esportivas de nossas vidas, proporcionadas pelo nosso Internacional. Bem entendido isso, cabe a quem for escolhido para dirigir o nosso clube, respeitar os valores que criaram e deram vida a esse magnifico clube.
Parabéns, caro Pauperio! Muto bom teu comentário. Reflete o passado, o presente e o futuro que almejamos ao nosso Inter.
Abraços
Obrigado, tenho certeza que esse sentimento que tentei colocar na minha postagem, é o pensamento da grande e esmagadora maioria dos verdadeiros Colorados.
Grande Colorado,
Excelente texto com muitas reflexões, mas acredito e com certeza, estou no grupo de torcedores que sempre acreditam no time, na torcida e no clube. Falar no Inter com razão é muito difícil para mim, quase impossível, enxergo muito bem o cenário político, da gestão e do vestiário. É latente, mas quando vemos o atual momento da relação do Chacho com o grupo de torcedores, sinto que este é o momento, minha intuição grita (me deixando surda, rsrsrs) seremos campeões!
Falar de Inter sm emoção, nunca, este é o ritmo que faz o meu coração bater e me manter viva!
Abraço e saudades do amigo
Obrigado pelo comentário. Nesse momento as esperanças são muito grades, mas todo o cuidado é pouco. As “baterias” contrárias estão apenas se ajeitando e a nossa equipe terá de se superar em vários momentos. A sensação de uma possibilidade real de título é real, mas precisa encontrar a estabilidade dos desempenhos.
Olá Pauperio,
O amor passional muitas vezes não nos deixa enxergar o que esta em nossa frente, criticamos , achamos que nada vai dar certo, quanto vemos um erro, uma jogada mal feita por um determinado jogador o mundo vem abaixo, mas ao mesmo tempo que estamos criticando, também estamos amando por sermos líder em dois Campeonatos, nosso Coirmão e maior rival está abaixo de nós, ai o mundo virá um mar de tranquilidade.
Acredito que também devemos ver não só o futebol, mas a instituição SC INTERNACIONAL como um todo, de seus diretores lá colocados pelos sócios, para transformar sonhos de títulos em realidade, mas também um clube forte, para que consiga não só manter suas joias (jogadores de base) como também brigar no mercado por jogadores promissores. Estávamos nos levantando do tombo para segundona, quando tivemos essa parada em função da Pandemia. Somos uma grande Nação Colorada que com certeza sairá mais forte deste momento.
Como você comentou, devemos começar a analisar quem serão os candidatos a mandatários do nosso Colorado e seus objetivos para com o clube, pois precisamos recolocar o SC INTERNACIONAL entre os grande do mundo novamente.
Julio, é essa a verdadeira razão da existência do torcedor. Só quem sofre, vibra, reclama, sorri, chora, fica ansioso, se revolta, esquece erros, não guarda rancor, não é violento e ama vitórias, é verdadeiro torcedor. Não tem muita explicação ou fórmula mágica, se trata de emoção e paixão. Como você, acredito que o nosso clube tem de subir mais um degrau e a nova direção tem essa missão. O associado tem de exigir projetos e não acreditar em promessas dos candidatos.
Salve Ilustre Paupério! Tua análise está irrepreensível, não permitindo reparos ou observações. Mesmo assim, vou aproveitar e me identificar entre os muitos pontos positivos apresentados. Embora tomado de alegria pelo posicionamento atual na liderança do futebol brasileiro e neste início de Libertadores, também o que me preocupa é a queda de desempenho/INTENSIDADE em campo. E a meu ver, estará sempre presente, tendo em vista os três certames A DISPUTAR concomitantemente. A meu ver, será a tônica, pois o nosso atual treinador Eduardo Coudet isto demonstra na área técnica. Logo, exige tal comportamento em campo. Desde que tomei conhecimento do seu sistema, discordei frontalmente. A disputa simultânea de Três (03) certames de características totalmente diferentes não oferece certeza de conquista de título. É necessário um elenco, um plantel verdadeiramente diferenciado. E a mudança na regra onde podem ser substituídos cinco e não mais três atletas, exige o dobro do esforço entre aqueles que ficam cumprindo o tempo regulamentar mais o acréscimo. Amados amantes deste misterioso e apaixonante esporte: sinto muito, mas como encontrar a saída para contentar Gregos e Troianos no mesmo Olimpo? Se fôssemos donos da escolha, apenas Uma das três, qual escolheríamos? Longe de ser pessimista, mas a Realidade impõe escolhas, e nem sempre, coincidem com nossos interesses. Estamos vivendo um momento Impar. Perdemos um Guerrero, e ganhamos um Galhardo. Estamos perdendo D’Alessandro, não para ele, mas para o inexorável Senhor de todas as alegrias e tristezas – o Tempo. E ainda, no horizonte, não brilhou nenhum semelhante no Celeiro de Ases… Ilustre Paupério, tua análise encerra vários “tomos consolidados”. E, assim mesmo, parece que fizeste apenas uma singela introdução. Na linguagem popular: “como João Batista bradas no Deserto, e aqui na selva de asfalto, procuras alertar os gansos…”. A História do Internacional, nascido da intolerância cultural, da discriminação social e Racial, (esta última conceituada tecnicamente como doença mental), mostrou e provou para o que veio. E esta “Massa Escarlate”, onde digna e humildemente me insiro, temos orgulho e veneração ao Manto Vermelho. Muitas tristezas, Grandes Alegrias. Time do Povo. Por isso, o Ápice da Pirâmide, a Cabeça Pensante dessa Estrutura chamada Internacional, agora vivendo clima de eleições, deve acima de tudo, colocar sua inteligência a serviço dos ideais do Clube.
Jaldemir, obrigado pelo teu comentário. Vejo que normalmente (ou quase sempre) estamos no mesmo “barco” e comungamos as mesmas ideias. Realmente, nosso clube tem um história linda e, quando partir dessa etapa da vida, levo comigo a certeza que torci para o mais magnífico clube do mundo, que nasceu e foi forjado pela verdadeira democracia, tolerância, simplicidade e pureza. Espero que os mais novos, essa juventude Colorada, nunca esqueça de defender e proteger esse espírito aberto e fraterno que nos une.
Amigo Pauperio. Concordo com tudo o que escreveste. Um apanhado geral inteligente, e mais , colocando observações pertinentes, sobre vários aspectos. Teu relato nos leva ao condicional de pensarmos idéias , valores e até a razão sobre a paixão. Gostei de tudo que escreveste, principalmente o que ficou entre linhas, ao menos entendi assim. O Inter é maior do que imaginamos, mas com administrações desastrosas, nos passaram que pequenas coisas nos encantam. Não, pelo tamanho que somos, não podemos nos contentar com resultados ou colocações em competições, onde já sabíamos que seríamos coadjuvantes. Trago agora, uma lembrança. O famoso Portão 8. Pode parecer estranho, mas aquele Portão sacudia e mexia com Dirigentes e jogadores. Várias vitórias , títulos, na minha opinião, passaram sim pelo Portão 8, pois indignação e a não aceitação de resultados medíocres, nos levou com o tempo , a patamares melhores. Somos grande demais e é assim que devemos pensar e reagir sempre. Grande abraço.
Godoy, obrigado pelo teu comentário. Tenho certeza que seguimos pela mesma cartilha, onde meia palavra basta. Tentei na minha postagem evidenciar que é muito difícil chegar na liderança, mas que é muito mais difícil mantê-la e se tornar campeão. estamos no caminho certo, mas a prudência e a humildade não podem ser esquecidas, pois nossos desempenhos oscilam muito, para cima e para baixo e isso pode nos levar ao desequilíbrio. A torcida Colorada anseia por um título importante e merece isso. Todo o cuidado deve ser tomado e os esforços, fora e dentro do campo, não podem esmorecer. Quanto ao espaço do Portão 8, detalhes importantes, sua ocupação era só de Colorados que realmente viviam o clube e sua colocação era estratégica para o “bafo” na nuca dos dirigentes e jogadores. Naquele espaço o coração Colorado batia mais forte, era mais exigente, conhecia os meandros do clube e ninguém escapava dos afagos ou das críticas merecidas. Resumindo, exigia a união, o crescimento do clube e o esforço de todos.
Verdade Pauperio, nó com o olhar torcedor, apaixonado, não temos paciência para alguns erros e atuações. O pênalti do Rodinei no jogo do Bahia, a apresentação contra o Goiás, entre outras nos deixam em uma montanha-russa de emoções. Em contra-partida somos líderes das duas competições que disputamos e isso é inegável independente de apresentação em campo. Ainda estou aprendendo a não ser tão crítica mas em alguns momentos é difícil, mesmo assim me considero otimista e acredito sempre! Abraços
Simone, sempre admirei esse lado do torcedor apaixonado como o teu e é exatamente esse sentimento que mais me preocupa, pois a direção tem de entender que nossa torcida merece ser mais feliz e vibrar com títulos, não só com lideranças. Esse sentimento puro pelo clube deve permear as cabeças dos dirigentes e dos jogadores, para que eles entendam a importância de não medir esforços para a conquista de títulos.
Alô você Pauperio!
Concordamos que temos um bom treinador e que (falo por mim somente) estou muito satisfeito com o desempenho e muito especialmente com os resultados obtidos até aqui. Também entendo haver oscilação, por vezes dentro do próprio jogo. Pessoalmente tributo grande parte da oscilação ao trabalho do outro lado do campo, por conta de profissionais que também estudam nossa equipe, também tem treinadores e atletas competentes. Se tomarmos por base o último jogo, creio que temos esse quadro bem definido. Na primeira fase o Inter com seu volante infiltrado entre os dois zagueiros empurrava seus laterais para a frente. Fruto dessa manobra surgiram dois dos três gols do primeiro tempo, ambos com a muito boa participação do UENDEL. Na segunda fase o também competente treinador Alexandre Guimarães infiltrou atrás dos dois alas Colorados e por ali saíram dois dos três gols do América. A meu ver cada treinador manobrou melhor do que o outro em cada fase.
Não há dúvida de que o ideal seria a conduta retilínea por superação absoluta técnico, tática e individual, creio estarmos a caminho, mas um pouco distantes, ainda.
Diretamente de NATAL RN
Coloradamente
Melo
Melo, gosto quando posso exemplificar. O Internacional tem de impor seu jogo, independente do adversário. Cabe ao treinador, fazer as devidas substituições de forma de jogar ou de jogadores, conforme as dificuldades encontradas. Não sou de criticar diretamente, mas quem coloca um jogador para lançar, tem que ter alguém para ser lançado. No jogo contra o Goiás, desculpe, o time Colorado passou equivocamente (e incentivado)o jogo inteiro lançando bolas para a área adversária e perdeu todas as bolas para o Rafael Moura e para o Sandro. Quando entrou o Moledo, novamente desculpe, evidenciou que não havia outra maneira de jogar. Nas poucas saídas da defesa adversária era para ter havido contra-ataques rápidos e, pelo contrário, o time Colorado se deslocava lentamente ou conduzindo a bola (deveria haver troca rápida de passes). Contra o América, no segundo tempo, logo que ele mostrou que abriria os espaços, era para ter colocado o D´Alessandro e, infelizmente, demorou muito, entrou muito tarde e quase empatamos um jogo ganho. Para deixar bem claro, considero o atual treinador muito bom, mas tem de pensar em alternativas de jogo, pois, caso contrário, o time Colorado se torna muito previsível, facilitando para os adversários..