Hora de reavaliar e rever posições

Sempre pouco depois ou durante um estresse, pode ser no trabalho, na vida familiar, no diálogo com amigos ou no futebol, procuro não emitir opiniões ou decisões importantes. Dou um tempo, para minha cabeça entrar novamente em paz e então, mais calmo, faço o que acredito ser o melhor a fazer.

Como exemplo, acompanhei Botafogo 2 x 2 Ceará. Dois times jogando fechados, todos na “luta” ferrenha pela bola e pelo resultado, buscando troca de passes rápidos e jogando pelas pontas, com o objetivo de “para abrir espaços”. Os lançamentos ou cruzamentos para a área, normalmente pegam os zagueiros em desvantagem, pois os atacantes estão de frente ao gol e com espaços para os deslocamentos. Simples, escalações e substituições sem “invenções ou inovações inexplicáveis” (aproveitando os “furos” no time adversário ou cansaço de alguns jogadores), sem gestos teatrais e sem estrelismos dentro e fora de campo. Transportem isso para os jogos do nosso Internacional…

Sem ser mais ou menos Colorado ou com a pretensão de querer  “ensinar” um bom treinador, o Internacional está jogando de forma equivocada (para não dizer errada) e já está “manjada”. O treinador Colorado tem de reavaliar isso e também rever sua aparente preferência por determinados jogadores, que mesmo repetidamente não apresentam bons desempenhos, são mantidos. Acredito que se teimar em manter essa forma de jogar, centralizando o jogo, acaba anulando o Galhardo e o Abel ou quaisquer outros atacantes que colocar em campo.

Um determinado jogador, mesmo que escalado como titular, pode estar em dia ruim e não apresentar o desempenho esperado, isso não impede que possa ser substituído. No jogo contra o Corinthians, o Marcos Guilherme não tinha função alguma e se Nonato ou outro jogador tivesse entrado antes, o Internacional poderia dominar o meio de campo (não só uma posse de bola improdutiva) e liberava o Edenilson para a função que joga muito mais (somando no ataque). Por outro lado, essas escalações do D´Alessandro, sinceramente, são muito difíceis de entender, principalmente quando ele entra e o jogador a ser lançado sai.

Infelizmente o treinador Colorado e alguns torcedores estão confundindo maior tempo de bola, com domínio de meio de campo e objetividade no ataque. Dessa maneira que o Internacional está jogando, atrai os jogadores adversários para seu campo e proporciona riscos evitáveis. Ao mesmo tempo, tem determinados momentos que alguns jogadores Colorados pareces subestimar os adversários e superestimar suas qualidades. Alguns não “jogam a bola” que pensam, outros estão em má fase ou muito aquém do que podem e outros, por favor, na minha modesta opinião, não poderiam estar jogando no time principal.

Acredito que uma das coisas que mais prejudicam o nosso Internacional a chegar a títulos, é valorizar em demasia os “degraus” alcançados e tentar desculpar ou não enxergar os erros. Essas atitudes impedem as correções necessárias. Nem tudo está errado, mas precisa ser melhorado continuamente, pois essa é a lógica do sucesso.

Tenho observado várias reclamações e considero muita inocência querer imparcialidade de parte da imprensa e de algumas arbitragens condicionadas pelas circunstâncias. A “proteção” a alguns clubes de Rio e São Paulo é histórica, principalmente ao Flamengo e ao Corinthians. Não se trata de fanatismo ou de bairrismo, mas de simples observação, o que pode ser confirmado nas transmissões de jogos pela TV e, dentro de campo, com a grande quantidade de cartões amarelos dados aos jogadores Colorados de defesa e de contenção, logo no início dos jogos, principalmente por reclamações justas ou faltas, semelhantes e impunes, praticadas pelos jogadores adversários. Nesse jogo com o Corinthians, a entrada do Gil no Zé Gabriel, mesmo com o VAR e tudo o mais, era caso de expulsão. Agora convenhamos, não me parece inteligente insistir em reclamações que provocam cartões amarelos ou faltas que criem oportunidade de expulsões. Nessas horas sempre me questiono, onde está a direção do clube.

A luta do nosso Internacional para conquistar um título nacional é muito maior do que muitos pensam e, por essa razão, nossa avaliação crítica construtiva e nossa união são fundamentais. Caso não houvesse esse provincianismo e rivalidade irracional, incentivados localmente, de tudo ou nada no futebol gaúcho, que só traz perda de força e influência da dupla GRENAL os resultados individuais de cada um dos clubes, poderiam ser muitos melhores e maiores em âmbito nacional e internacional.

Aos oportunistas de plantão, gostaria de lembrar que o Internacional continua líder do Campeonato Brasileiro (pode até perder a liderança, mas mostra que pode e tem condições de disputar o título), está classificado na Copa do Brasil (pode confirmar no próximo jogo) e continua na Libertadores da América. Em outras palavras, nada de “terra arrasada”, somente uma sugestão de um torcedor Colorado, para reavaliar e rever conceitos e decisões, com o objetivo de que não haja comprometimento do futuro.

12 thoughts on “Hora de reavaliar e rever posições

  1. Olá Paupério, sempre tem que se aprimorar, melhorar e corrigir, mas a grande verdade que essa instabilidade está em todas as equipes, inclusive as de melhor condições econômicas como Flamengo, Atlético MG e Palmeiras, prova disso é que ainda lideramos o campeonato. Se repetir a pontuação no segundo turno estaremos na briga, mas claro que queremos mais, abraço.

    1. Concordo com teu comentário, mas gostaria de colocar um detalhe. As outras equipes estão oscilando em seus desempenhos, mas mantém uma estrutura ou coluna vertebral intacta, substituindo apenas o estritamente necessário (desempenho aquém do esperado, lesões, cartões ou cansaço). Nosso Inter tem tido algumas escalações e substituições que são difíceis de entender, pois contrariam a lógica (não são os substitutos na função e justificadas pelo mau desempenho, cansaço ou lesão do escalado) ou para aproveitamento de “furos/pontos fracos” do adversário.

  2. Pauperio, como tu disse, a forma de jogar nos limita, limita jogadores, o esquema tático e facilita a vida do adversário, vejo vários clubes, por exemplo, utilizado as jogadas até a linha de fundo para poder aproveitar o posicionamento dos atacantes (ou quem vem de trás) de frente para a bola e não como no esquema que se limita a lançar bolas para os atacantes de costa. Estamos bem para o nível da competição, mas mesmo com esse elenco, poderíamos mostrar bem mais.

    1. [five_sixth_last]Concordo contigo, apenas gostaria de colocar uma observação. O desempenho muito aquém do esperado pelos integrantes do meio de campo e, principalmente de quem cobre os zagueiros e recupere a 2ª bola, o homem de proteção (deveria ser o Musto ou o Lindoso), deixa os zagueiros desguarnecidos e no um contra um. Atacantes velozes jogam a bola a frente e ganham em todas as corridas, sem serem impedidos, mesmo com faltas. Não há dúvidas que o Guerrero, o Saravia e o Boschilia estão fazendo falta.

  3. Alô você Pauperio!
    Gostei muito do fecho de teu post: “lider, classificaqdo na copa do brasil e na libertadores” Isso é campanha e por si só leva a menção “muito bom”. Detalhes nos separam do que desejariamos 9temos até pontos em comum na discordância de algumas medidas), mas quando se vê hoje no mundo todo, resultados como 8 x2 sofridos pelo Barcelona e o não menos poderoso Liverpool tomando 7 do modesto Aston Villa a gente acaba entendendo que em época de destreinamento, tudo é possivel.
    Coloradamente,
    Melo

    1. Melo, insisto sempre na falta de visão de ocupação de espaços e funções do meio de campo. Sinceramente, não consigo enxergar a posição do Marcos Guilherme. Não é meio de campo e não é atacante. Sem domínio do meio de campo, o time Colorado tem um falso domínio, com troca de passes improdutivos e sem objetividades, se tornando presa fácil para riscos de gol.

  4. Prezado Pauperio:
    Como gosto muito das tuas observações a respeito do futebol em geral (e do Inter em particular) gostaria de indagar a respeito da forma como o Internacional vem atuando ultimamente. Eu penso que essa forma de jogo em que se pressiona o adversário na frente, desde a reposição de bola do goleiro ou dos zagueiros adversários, em contrapartida, faz com que o time que pressiona, em caso de erro de passe ou falha de cobertura, também acaba se expondo muito aos contra-ataques do time pressionado, principalmente quando este tem jogadores velozes. Pergunto isso, pois na rodada de fim de semana, tivemos alguns exemplos. O Corinthians jogou resguardado na defesa, explorando mais os contra-ataques, com saídas rápidas através de Cazares, o que acabou pegando o sistema defensivo do Inter de calças curtas. Acho que o Lindoso, como volante de contenção, não tenha a precisão de desarme nem a velocidade suficiente para dar cobertura à zaga. O mesmo se viu do Flamengo contra o São Paulo, quando a falta da cobertura que o Arão dá ao Urubu, expôs a zaga rubro-negra aos atacantes do time paulista. Mais ainda se viu no jogo do Galo, em que o Palmeiras goleou explorando contra-ataques, contra a defesa do time mineiro, que tem o lento Rever como zagueiro principal. Que achas, mestre Pauperio?
    Grande abraço!

    1. José, obrigado e grande abraço. O equilíbrio do time Colorado fica muito comprometido pelo desempenhos dos atuais laterais. Acredito que poderia ser tentada a escalação do Zé Gabriel (nem Musto, nem Lindoso estão dando conta) na frente da zaga Moledo e Cuesta, pois os dois são lentos na comparação com a velocidades dos atacantes adversários, enquanto o Dourado não recupere a forma física ideal. Não entendo a escalação dos jogadores de meio de campo, os espaços a serem ocupados e as funções de cada um, principalmente do Marcos Guilherme. Acredito, também, que o Praxedes e o Yuri deveriam ter mais oportunidades. Não há dúvidas que o Guerrero, o Saravia e o Boschilia estão fazendo falta.

  5. Bom Dia Querido COLORADO Pauperio!!!

    Já está no DNA da Torcida Colorada ser Tri Exigente.

    Por Dorian Bueno
    Se o time perde reclama. Se o time empata reclama. Se o time vence reclama. Está faltando mais paciência para todos. Mesmo quando o Internacional vence, a corneta toca nas redes sociais.

    O Time está sendo trabalhado para jogar sempre a vida, marcação alta, fazer Gols bem rápido e sair logo na frente. Mas aí surge o problema de não conseguir ampliar e ainda levar Gol quase no final.

    Quem sabe esteja na AFOBAÇÃO de todos, a maior dificuldade de conseguir ampliar e manter o escore, para não se complicar com uma eventual reação do adversário.

    Parece que a mente e o físico estejam sempre jogando no limite, que a parte técnica fica confusa com toda esta intensa coordenação motora, aplicada e cobrada pelo mágico treinador Coudet.

    Todo time titular que se presa, precisa da sombra de pontuais e capacitados reservas, para entrar com as mesmas características quando já não estão dando liga, com a bola aos seus pés e cabeças.

    A fase do Inter é tão legal, que se empata, vence e perde continua sendo Líder, até a 2ª ordem.

    Abs. Querido Pauperio.
    Dorian Bueno, POA

    1. Dorian, grande abraço. Concordo que os jogadores estão jogando no limite, mas isso não é uma exceção, todos os jogadores e em todos os clubes também estão. Gostaria de colocar só uma observação, essa sequencia de não conquista de títulos acaba sempre em cobrança exagerado sobre os jogadores (quando não são jugados, injustamente, como os únicos culpados). O que chateia a gente é que o Internacional tem uma equipe (e plantel) capacitada para a conquista de títulos e esse vai e vem, de escalações e substituições inexplicáveis, frustra nosso leigo entendimento sobre futebol. Apesar de tudo, como escreves, continuamos bem classificados, mas se não houver mudanças necessárias de conceitos e escolhas, até quando?

  6. Amigo Pauperio. A maneira de jogar do EC , dura 15′ de superioridade ao adversário. Logo em seguida o treinador do outro time aperta a saída de bola do Inter e aí começa o chutão pra frente. Na minha opinião Dourado e Donato como primeiros volantes, Edenilson e Patrick mais o DAle. Moledo tem que ser o zagueiro. Moisés tá em melhor fase que o Uendel. Com este jogadores, o esquema pode ser bom , e o Patrick caindo para a esquerda e cruzar bolas altad para o T.Galhardo na frente. DAle vai cansar ,aí tem várias maneiras de trocar, o que não pode é perdermos o meio campo sempre.

    1. Godoy, grande abraço. Concordo contigo, Moisés ainda é superior ao Uendel. Gostaria de colocar somente uma “pena”. Com esses desempenhos dos atuais laterais, será que não seria melhor tentar uma improvisação colocando o Zé Gabriel (nem Musto, nem Lindoso estão dando conta) na frente da zaga Moledo e Cuesta, enquanto o Dourado não recupere a forma física ideal? Acredito também que o Praxedes (no lugar do D´Alessandro/ e o Yuri deveriam ter mais oportunidades. Não há dúvidas que o Guerrero, o Saravia e o Boschilia estão fazendo falta.

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