Por Adriano Garcia – El Mago
Quando se fala de duelo entre Internacional x Atlético MG que ocorre neste domingo 31/07/2022 no Gigante da Beira Rio logo vem na memória a tabela que ficou para a eternidade o voo do Falcão em um estádio pintado de vermelho e branco.
A história de um dos maiores esquadrões que já se viu é forjada em grandes jogos. E é impossível relembrar a trajetória do Internacional bicampeão brasileiro nos anos 70 sem mencionar o triunfo sobre o Atlético Mineiro, na semifinal de 1976. Um jogo cardíaco, de deixar o coração em migalhas cujo desfecho aconteceu em um lance genial; aos 45 do segundo tempo, Paulo Roberto Falcão anotou o gol mais bonito e mais importante de sua passagem belíssima pela história colorada. O Internacional eliminou o fortíssimo time do Atlético Mineiro de virada, provocando o silêncio de admiração no Beira-Rio lotado. A Vitória por 2 a 1 já passa dos 40 anos. E tem como protagonismo uma tabela que começou com lançamento do zagueiro Figueroa para o peito de aço.
A estrela do jogo foi Dario, artilheiro do certame. Uma das viradas mais espetaculares do futebol brasileiro se deu no Beira-Rio, num domingo de verão de 1976. O espetacular não foi o resultado em si, pois foi uma virada mínima, por 2 a 1. Bem, meus amigos, mínima em termos de placar, pois em importância, dramaticidade e beleza ela foi gigantesca. Os problemas de joelho – sempre eles – tinham tirado o grande craque Reinaldo de ação, mas mesmo assim o Atlético Mineiro chegava forte à semifinal do Brasileirão de 1976. E o Galo pareceu mais forte ainda ao ignorar a pressão de 60 mil colorados e fazer um a zero em cruzamento de Toninho Cerezo e gol de cabeça do zagueiro Vantuir, aos 30 minutos do primeiro tempo. Como se não bastasse toda a tensão de uma disputa que valia vaga na finalíssima, o Inter agora se via lutando contra o relógio. A cada giro deste, aumentava o drama vermelho. E assim foi até os 28 minutos da etapa final, quando Batista soltou um míssil de fora da área para igualar o placar. O empate levaria a decisão da vaga para a disputa por pênaltis, e conforme o tempo regulamentar se aproximava do fim, crescia o nervosismo de atleticanos e colorados. Mas pouco antes do último trilar do apito, a pintura de uma das mais belas obras de arte da história do futebol brasileiro viria para decidir o duelo. Já nos acréscimos, Figueroa lançou Dadá Maravilha que, sem deixar a bola cair, desviou para Escurinho. Sempre com a pelota no ar, Escurinho deu de cabeça a Falcão que deu de cabeça a Escurinho que devolveu de cabeça a Falcão que mandou de perna direita para o fundo das redes. Estupendo! O gol do desabafo, do sufoco. Um gol antológico para coroar uma virada inesquecível. O regulamento da época previa apenas um jogo para as semifinais. Assim, dono da melhor campanha em sua chave na fase anterior, o Inter atuaria em Porto Alegre.
Ainda assim, era uma parada duríssima. O Galo do técnico Barbatana contava com alguns jovens bastante talentosos, a exemplo de Toninho Cerezo, Marcelo e Paulo Isidoro. Além disso, também dispunha de outros nomes rodados, como Ortíz, Vantuir e Cafuringa. Parada dificílima para os comandados de Rubens Minelli, por mais que qualidade não fosse problema em um grupo estrelado por Falcão, Figueroa, Manga, Marinho Peres, Dario, Lula, entre outros históricos.
Foi o ano em que uma semifinal ficou marcada pela chamada “Invasão Corintiana”, quando 70 mil torcedores estiveram torcendo para o Corinthians no Maracanã, entre corinthianos e torcedores de clubes rivais do Fluminense, com um público de mais de 146 mil. O Fluminense tinha a “Máquina Tricolor”, uma grande equipe de futebol. O placar foi 1 a 1 e o Corinthians ganhou nos pênaltis.
Aquela partida foi repleta de momentos tensos ao Inter do início ao fim. Afinal, o Atlético passou boa parte do tempo com a vantagem no placar. A jogada extraordinária costuma ser narrada de um sorriso surpreendente por qualquer colorado. Tudo começou em um lançamento de Figueroa. O zagueiro chileno alçou a bola ao ataque e Dadá ajeitou para Escurinho. Então, a tabela para a eternidade: de Escurinho para Falcão, que devolveu de cabeça e recebeu de novo de Escurinho. O atacante, que saíra no banco de reservas, deixou o meio-campista na cara do gol. Projetando-se entre os zagueiros, o craque desviou com a ponta magistral da chuteira de Falcão. Contou com o vacilo do goleiro Ortiz, que vinha pegando tudo, para celebrar o gol marcante. A bola viajou pelos ares de todo o campo de ataque e, em cinco toques sem cair, morreu nas redes. O timaço do Internacional de Rubens Minelli teve outra vez a vantagem de disputar o jogo decisivo em sua casa. Não houve invasão corintiana em Porto Alegre, e muito menos o Corinthians teve fôlego para suportar o poderio colorado. Dadá e Valdomiro anotaram os gols do título, vitória por 2 a 0.
CAMPEONATO BRASILEIRO 1976 – SEMIFINAL – INTERNACIONAL 2 X 1 ATLÉTICO-MG
Data: 05/12/1976
Local: Beira-Rio – Porto Alegre (RS)
Renda: Cr$ 1.745.000,00
Juiz: Sebastião Rufino, auxiliado por Manoel Serapião Filho e Bráulio Zanotto.
Cartões: Falcão, Caçapava (I); Heleno (A). Gols: Vantuir 30’/1 (A); Batista 28’/2 (I); Falcão 46’/2 (I).
INTERNACIONAL: Manga; Zé Maria (Escurinho), Figueroa, Marinho Peres e Vacaria (Cláudio Duarte); Caçapava, Falcão e Batista; Jair, Dario e Lula. Técnico: Rubens Minelli.
ATLÉTICO-MG: Ortiz; Dionísio, Vantuir, Márcio e Alves; Toninho Cerezo, Marcelo Oliveira e Paulo Isidoro; Heleno, Cafuringa (Paulinho) e Bozó. Técnico: Barbatana.
Um Pouco de Nostalgia!!!
Caso o Inter do Mano de hoje se inspirar em 1976, talvez sairá vivo deste novo confronto contra o rico e galo mineiro.
05/12/1976 – Campeonato Brasileiro 1976 – Semifinal – Internacional 2 x 1 Atlético-MG
CAMPEONATO BRASILEIRO 1976 – SEMIFINAL – INTERNACIONAL 2 X 1 ATLÉTICO-MG
Data: 05/12/1976
Local: Beira-Rio – Porto Alegre (RS)
Renda: Cr$ 1.745.000,00
Juiz: Sebastião Rufino, auxiliado por Manoel Serapião Filho e Bráulio Zanotto.
Cartões: Falcão, Caçapava (I); Heleno (A).
Gols: Vantuir 30’/1 (A); Batista 28’/2 (I); Falcão 46’/2 (I).
INTERNACIONAL: Manga; Zé Maria (Escurinho), Figueroa, Marinho Peres e Vacaria (Cláudio Duarte); Caçapava, Falcão e Batista; Jair, Dario e Lula. Técnico: Rubens Minelli.
ATLÉTICO-MG: Ortiz; Dionísio, Vantuir, Márcio e Alves; Toninho Cerezo, Marcelo Oliveira e Paulo Isidoro; Heleno, Cafuringa (Paulinho) e Bozó. Técnico: Barbatana.
Valeu!!!
Abs. Dorian Bueno
Alô você Adriano!
Esse jogo além de marcante, por tudo que narrastes , com muita propriedade pode ser resumido com a frase que cunhastes:
” apintura de uma das mais belas obras de arte da história do futebol brasileiro”.
Foi o último jogo que tive a alegria e o prazer de ir com meu amado pai. Nem se eu pudesse fazer o roteiro, daria melhor.
Eram dois timaços, que contavam com expressões individuais notáveis como diria Rui Carlos Ostermann.
Hoje poderia ser um pouco parecido? Não creio, mas dá pra se aguardar um jogo de qualidade e tomara com uma vitória retumbante do nosso INTER.
Diretamente de Natal RN
Coloradamente
Melo