O futebol e as mídias sociais

Dirigentes que comentam questões do Clube por Twitter e Facebook, jogadores que xingam, agradecem e provocam a torcida nos mesmos canais de comunicação, os jogos que são comentados a cada segundo… Que informação rápida e certeira. Todos os Colorados estiveram conectados com o jogo, no fim de semana, por exemplo. Ou porque estavam lá, ou porque assistiam pela tv, ou porque usavam a internet para saber o que estava acontecendo e como estava acontecendo.

Antes não era assim. Que bom que agora é. Será? As modernidades tem seus prós e contras. Se está todo mundo conectado, está todo mundo trocando idéias, formando opiniões e desencadeando ondas. Ondas que podem ser maiores ou menores, mas que de alguma forma influenciam diretamente a vida do clube. Impressionante o fenomeno que acontece com as mídias sociais. Devo confessar-lhes que gostaria que fosse menos. Mas a cada dia é mais.

Não sou uma twitteira contumaz, mas neste jogo específico, Coritiba x INTER, resolvi ficar ligada. Comentários de que a defesa melhorara com o apoio do Glaydson e que o Oscar fazia falta, pipocavam a cada segundo. No gol de Glaydson, um alívio geral se espalhou pela rede. Em seguida o time lá atrás e as entradas do Fabrício e do Matias, provocaram muitas reações ruins.

A cada boa saída ou defesa do Muriel, elogios. Mas quando a partida foi empatada, do jeito que foi, não resisti. Primeiro parabenizei a Lika, única e eterna defensora do “Glay”, depois reclamei com veemência do Kleber. Como alías fiz no Beira-Rio em todas as últimas partidas, onde o jogador caminhava despreocupado diante de um ataque veloz do adversário, ou olhava para arquibancada enquanto o D’Ale queria parceiro para tabelar… Mas que não passou de um grito chato, de uma torcedora chata na inferior do Gigante.

No twitter nenhuma novidade no que escrevi, mas toda a diferença na reação das pessoas. Minha opinião espalhou-se de tal maneira que recebi twittadas de todos os lados. De Floripa a Rio Branco, os Colorados conhecidos resolveram comentar o meu comentário. Uma loucura total e eu nem queria incitar tamanhas barbaridades. De tal forma que alguns não posso aqui relatar.

As mídias sociais que vieram pra ficar, são a partir de agora um divisor de águas, também para o futebol. Só porque se prestam a um pequeno favor: eliminam o intermediário da comunicação. Não é preciso mais o veículo comum para dizer ao dirigente ou ao jogador o que pensamos. Dizemos a ele diretamente. Não é preciso mais um chefe de organizada dizendo o que temos que gritar.

Viram como é diferente e quanto tudo isso vai mudar a acara deste evento chamado futebol?

Atenção Internacional: Novos tempos são vividos a todo instante. É preciso inovar.Foi o tempo em que as vaias eram o termômetro da torcida. Agora, a massa está na internet. Afirmam o que querem e quando querem. Se esta onda crescer, poderão provocar mudanças profundas na forma de administrar ou pensar o clube e o futebol.

Eu, por exemplo, aprendi que nem tudo o que penso devo colocar lá, no twitter. Mas o fato de estar conectada me empurra para a força da onda e só por isso, mesmo sem perceber, estarei fazendo parte desta onda, que pode ser boa ou ruim, pode ser correta ou errada.Pode ser o que quiseremos, e não o que acham que devemos querer. Este é o “x”da questão.

Adriana Paranhos/Porto Alegre – RIO GRANDE DO SUL
Conselheira do Sport Club Internacional e Fundadora da FFC (1º Torcida Organizada Feminina)

 

2 thoughts on “O futebol e as mídias sociais

  1. Alô você Adri!
    A tua leitura de que o intemediário pode ser demitido com a massificação das redes leva a minha concordância. A contra-mão é que não pode utilizar o mesmo caminho. É como dissestes, nem tudo o que se pensa deve ir para as redes. Nesse caso, a boa e velha economia interna, ainda é a melhor solução.
    SC

  2. Muito interessante seu texto Adri. Realmente os tempos mudaram e a forma de comunicação evoluiu junto, dando a opção de cada um se expressar diretamente e exatamente como pensa. Há bem pouco tempo (anos 90), as revitas importadas que chegavam ao Brasil vinham com notícias de quase 30 dias atrás, hj em menos de 30 segundo já se sabe o que aconteceu ao final de uma partida, por exemplo.

    Acho que o problema dessa questão é que muitas pessoas não estão preparadas ou mesmo acostumadas com essa mudança. Ao se falar diretamente desta forma, deve-se saber muito bem o que vai ser dito para não prejudicar ninguém. Pessoas públicas, jogadores, dirigientes ou formadores de opiniões devem ter o consciência de que podem “revolucionar” pessoas e abalar a própria imagem ou de alguém ao eu lado.

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