4X1, mas com reclames

Edu virou o perseguido

O Inter venceu tranquilamente o Santa Cruz, os 4 X 1 poderiam até ser mais, mas a equipe fez o suficiente e até se guardou para a viagem do final de semana. As boas notícias da tarde foram os retornos de Índio e D’Alessandro. Todos esperamos  que o “gringo” volte com tudo, comendo a bola e brilhando na Libertadores. Foram poucos minutos em campo, mas o suficiente para se matar a saudade da bola.

Apesar do jogo ter acontecido às 17h, 6.031 pessoas foram prestigiar o Colorado. Enquanto me dirigia para ingressar ao estádio, ouvia pelo rádio o jogo e os respectivos comentários da partida e percebia a imprensa reclamar do Edu: “que ele não rendeu nada do que se esperava dele”, “que ele não está bem na partida”, eram “quês” que não terminavam mais, sempre em tom de crítica. Resultado alguns minutos depois, vaias, murmures de reclamação. Um toque na bola e o som de uma desconfiança como “uhhh” aparecia, um erro de passe é uma mistura de “nãããooo” com “buuuu”. Se essas pouco mais de seis mil pessoas saem do conforto de suas casas para irem ao Beira-Rio eu imagino que seja para apoiar o Inter durante 90 minutos e não perder a paciência ainda no primeiro tempo com o time ganhando. Uma outra boa notícia da tarde é que Bolivar já estourou a cota de fazer (pelo menos) um gol contra por ano, já conferiu o dele em 2010, mas errou quando se podia falhar, e nem por isso recebeu um pensamento de vaia. Edu tentava uma jogada e errava impaciência do torcedor… Edu perdia um gol, um “ahhhh” em grande coro reclamava.

Será que algum dia o torcedor que se dispõe a ir ao estádio vai ir com o pensamento objetivo de apenas apoiar a equipe? Que não adianta vaiar antes dos 90 minutos? Na estréia da Libertadores a torcida mostrou a sua cara, fez o Beira-Rio rugir e a equipe deu a volta por cima. Quando se vaia, não se vai apenas o jogador, se vaia uma história centenária de vitórias e conquistas mundiais. A vaia abala emocionalmente, desestabiliza, provoca o erro e causa falhas. O jogador “anti-Cristo” do momento mudou de nome, não se chama mais Alecsandro (pois esse faz gols), agora se chama Edu.

Enfim, ninguém entende porque Fossati não prefere o Taison no lugar do Edu, ou mesmo Leandro Damião, entretanto ninguém analisa que o técnico pensa em função tática para o grupo, experiência e estado emocional valem muito em jogos como os da Libertadores. Esperem pelo menos o jogo acabar antes de começar a vaiar, se vencer por 4X1 ainda tem tanta reclamação então porque temos sempre os mesmo técnicos brasileiros atuando no futebol, mande seu currículo, pois no Brasil, todo mundo entende de futebol e por isso todo mundo é técnico. Reflita, quem for ao estádio, que seja para apoiar!

Débora Silveira
Porto Alegre/RS

7 thoughts on “4X1, mas com reclames

  1. Vaiar eu não vaio, mas chingo (é com x ou com ch, please…deu branco!) todos que erram alguma jogada…eu resmungo …quase como solilóquio…brigava feio até com o Fernadão que marcou época no INTER (naquele 1º jogo da final do gauchão , por exemplo…briguei com até a 5º geração dele…hehehehhe).
    Tua observação sobre a “imprensa” fazendo uma certa pressão contra esse jogador é muito pertinente. Não quero entrar no mérito de que a imprensa é azul ou não…para mim fica claro é que precisa-se criar fatos e notícias para sustentar o programa. Fica-se numa discussão interminável, e isso vai dando o tom daquilo que se vê e ouve nos estádios.
    Como já me posicionei aqui neste fórum e em tantos outros eu NAO faço parte dessa mentalidade de apoio incondicional ao time (é duro de apoiar Micheis,Adrianos e até Taisons), mas também acho que não ajuda em nada ficar entrando nessa de queimar jogador.
    O Edu veio com pinta de substituto do Nilmar (mesmo que não para mesma posição) e na minha opinião não dá para comparar. Com este parâmetro a vaia será sempre reincidente, além do mais, vamos combinar que tem gente muita CHATA mesmo, do contra, corneta.
    De resto vamos ver como as coisas evoluem, sem querer ser corneta e já sendo: tá duro de aguentar 3-5-2 em todos os jogos, não achas?
    Saudações coloradas

  2. Débora a vaia sempre exalta o lado ruim das coisas,portanto deveria ser direcionada preferencialmente aos pijamistas.
    Mas que nem todos pensam igual e vaiam.
    Mesmo nas vaias podemos ver o lado positivo.
    O Edu está deslocado de sua verdadeira função e de onde gosta de atuar e em nome do grupo e a pedido do Fossati,encara esse desafio.
    Coisa a se louvar e reconhecer.
    Mas que o Edu e Alecsandro não podem jogar juntos pois os 2 não tem arranque e velocidade para se completar.
    Aí talvez o lado positivo da vaia em não deixar o técnico abraçar e se afundar em uma convicção e opção,por hora,equivocada.
    E tomara que ”as vaias do povo sejam a voz de Deus” !!!
    O ditado está distorcido mas pode dar certo.

    Um grande abraço,
    João.

  3. Duas coisinhas, Débora:
    Sobre o Taison: uma notícia boa e uma ruim: a ruim é que ele é o mesmo que o Diego/Diogo. Já deu o que tinha q dar e daí não evolui. A boa: é que ele é só um, vai ser mais fácil se livrar.. hehehe
    Sobre as vaias: acho que elas têm seu lado positivo. Já vi muitos jogadores (incluindo o Taison!!) apresentarem rendimento melhor depois de uns berros no ouvido. MAS, CLARO… NÃO EM JOGO DE LIBERTADORES OU OUTRO JOGO DECISIVO. Pra isso eu acho que o gauchão serve. Pro torcedor dar o seu palpite com aplausos ou vaias… Afinal, pago (e não é pouco) pra ser colorado e bronca de chefe sempre funciona (claro que chefe não dá bronca no dia de apresentação daquela tarefa super importante)… Mas como não dar aquele AHHHHHH!!! de decepção quando sai aquela cagada contra o Série C da Serra??????
    Mas….. e o Walter, hein?????

  4. Pois é Debora…Eu não vaio não! Mas as vezes dá uma vontade de entrar no vestiário e dizer pro cara: será que tu não enxerga não..
    Também acho que com a volta do Dalessandro a coisa deve melhorar. Mas eu queria mesmo ver Dale e Giuliano jogando juntos…Ontem, ele chutou aquela bola para fazer o terceiro do Inter, e lembrou, um pouco, o Alex de quem, em alguns momentos, sentimos falta!

  5. Realmente com vaias fica muito dificil trabalhar. Em qualquer profissão a pressão atrapalha. Em alguns casos surge efeito positivo (acorda o cara) mas na maioria das vezes o efeito é negativo e desarticula a pessoa completamente. Se vou ao estádio é para torcer, vibrar, gritar e incentivar. se for para vaiar fica na televisão, porque é muita burrice gastar para vaiar. Eu gasto para me divertir.

    Mas que o Fossati é teimoso, isto é. D’Alessandro voltando se resolve tudo.

    Saudações Coloradas!!!!

  6. Obrigado pelo relato, Débora. Não pude assistir o jogo pelo horário e por estar fora de PAlegre. O ARQUIANCADA COLORADA é um blog democrático e esperamos que todos coloquem o seu comentário. Eu te apóio plenamente na questão vaias. Cada um sabe o que faz, é sócio ou paga seu ingresso, portanto tem direito de se expressar como quiser. Agora, quem quer um time vitorioso, que entende que o técnico tem que aproveitar estas oportunidades para dar sequência a alguns jogadores, algumas estratégias….Deixem para vaiar a azenha. Vamos apoiar os nossos jogadores. Esta camiseta e suas grandes conquistas nos últimos anos não merecem este menosprezo. Nolci

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