Julgo oportuno reproduzir trecho inicial do que escrevi para o BAC em 18/07/2014:
“Creio que já passa muito da hora de o Abel organizar o sistema defensivo. A opção de jogar com apenas um volante de ofício (e o escolhido foi Williams), deixa enormes espaços vazios que são ocupados por adversários com certa facilidade, pois nossos meias marcam muito pouco (exceto o Aránguiz, cujo retorno à equipe não aconteceu logo após a Copa).
E nesse tranco as expectativas da torcida colorada quanto à conquista do Brasileirão e da Copa do Brasil vão se esvaindo à medida que os jogos são realizados.
Do meio para frente existe uma certa mecânica e um entrosamento maior, faltando, evidentemente, a presença de um matador no ataque. Mas com o que temos, e com o acréscimo do argentino Luque, recentemente contratado, pode melhorar.”
Como é curioso observar a equipe atual e constatar que certas dificuldades persistem, enquanto outros problemas parecem estar resolvidos. Hoje temos um sistema defensivo mais consistente, e o INTER sofre poucos gols. Fernando Bob e Fabinho são dois volantes que trabalham muito para proteger a defesa, buscando evitar sua vulnerabilidade fechando os espaços.
Williams já foi embora; Luque, não vingou; mas é possível afirmar que do meio para frente existe uma certa mecânica e um entrosamento maior, faltando, evidentemente, a presença de um matador no ataque. Será Ariel o matador que falta ao Colorado? Ou Aylon tomará conta da função como titular? Ou virá Nico Lopez para que possamos vencer por mais de um gol? Essas são questões que nos preocupavam há dois anos e ainda nos causam dor de cabeça.
É claro que aos poucos o INTER terá o acréscimo de atletas que trarão mais qualidade à equipe, como Rodrigo Dourado, Valdívia e Seijas, além do esperado centroavante matador (quem será?). E nem falo do Anderson, que até agora é uma simples promessa, assim como Andrigo e Ferrareis, que poderão deslanchar em breve.
Quanto à defesa, se por um lado tornou-se mais consistente com a dupla de zaga Paulão e Ernando, e os laterais pratas da casa William e Artur, tomando poucos gols, por outro deixa muito a desejar no quesito “sair jogando”. E aí eu pergunto: será tão difícil assim colocar a bola no chão para avançar ao ataque?
Hoje temos gramados melhores no país e embora possa parecer simplório, ouso afirmar que a única coisa que falta é treinamento. Creio que é preciso treinar o Ernando, o Paulão, o Fernando Bob e outros para que, na saída de bola da defesa passem a bola rente ao gramado e à frente do jogador que irá recebê-la, e não atrás, como tenho observado, pois até o atleta dominar e girar o corpo já haverá um adversário a marcá-lo, forçando o erro defensivo, o que tem ocorrido com muita frequência.
É isso, o INTER pode melhorar muito sua mecânica de jogo se conseguir se tornar consistente também na saída de bola, e não apenas na função de se defender dos ataques dos adversários. E deixar os balões e chutões para momentos de extrema necessidade.
Aquidaban, é um time em formação, com muitos inexperientes em Brasileirão, mas estamos lá, estamos indo. Voltou Dourado e muito bem, que assim volte Valdívia, que assim estreie o Seijas. E vamos lá! Com pés no chão e olhando lá de cima.
Alô você Aquidaban!
Tua observação muito de encontro a minha. No jogo contra o Atlético Paranaense cheguei a falar diversas vezes ao Heleno que assistia só jogo comigo que havia um buraco BN no meio campo exatamente nesse espaço de “sair jogando”. Cláudio Cabral diria: “latifúndio improdutivo”
Diretamente de Natal, RN
Coloradamente,
Melo
É preocupante o tal latifúndio, pois a distância entre os nossos jogadores é muito grande mesmo naquela faixa do campo, e a movimentação é muito pequena. Com o D’Ale em campo a realidade era outra, pois El Cabezon pedia a bola e logo fazia o passe mais adiante, às vezes até um passe mais longo. Mas agora temos uma enorme carência de qualidade no meio de campo. Talvez Seijas resolva isso, não sei, e nossos zagueiros devem treinar para passar a bola à frente, e não praticamente em cima ou nas costas dos laterais. E vamo que vamo! Aproveita o calor de Natal e suas belas praias, porque aqui, tu bem sabe, estamos como num freezer! Abraço!