O 20 de novembro tem grande significado para a população afro-brasileira. Foi nesse dia que morreu Zumbi dos Palmares, o líder do mais populoso quilombo da América Latina – o Quilombo dos Palmares. Nesta verdadeira cidade viveram cerca de 20 mil pessoas, assassinadas por tropas governamentais um ano antes da morte do herói negro, ocorrida em 20 de novembro de 1695. A data, consolidada por esforço do Movimento Negro Brasileiro e reconhecida pelo governo brasileiro, entrou para o calendário nacional, tendo Zumbi como referência e sendo tratada como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
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Instalado no cenário da luta, em Serra da Barriga (município de União de Palmares, estado de Alagoas), o Parque Memorial Quilombo dos Palmares é um dos maiores símbolos de resistência do povo negro à escravidão. E não poderia ser outro senão este o palco principal da programação montada pela Fundação Cultural Palmares para celebrar a data. Uma ação, aliás, que interessa não apenas aos negros, mas à humanidade, porque, como ocorre em relação a todo e qualquer genocídio, é importante recordar para não repetir.
Assim, anualmente, durante todo o mês de novembro, o município de União dos Palmares, que fica a 76,4 quilômetros da capital alagoana, recebe um contingente acima de 10.000 pessoas do Brasil e do exterior – a maioria, interessada em conhecer o Parque Memorial Quilombo dos Palmares. No alto da Serra da Barriga, a programação fica por conta da Fundação Cultural Palmares, que este ano incluiu o lançamento do novo site do Parque Memorial.
O que significa
O quilombo, que na língua banto significa “povoação”, era o espaço físico de resistência à escravidão. Fugidos dos cafezais e das plantações de cana-de-açúcar, os negros que se recusavam à submissão, à exploração e à violência do sistema colonial escravista aglomeravam-se nas matas e formavam núcleos habitacionais com relativo grau de organização e desenvolvimento social, econômico e político.
Eram agrupamentos criados em locais de difícil acesso, e que dispunham de armas e estratégias de defesa contra a invasão de milícias e tropas governamentais. O Brasil colonial conviveu com centenas de comunidades quilombolas, espalhadas, principalmente, pelos atuais estados da Bahia (BA), Pernambuco (PE), Goiás (GO), Mato Grosso (MT), Minas Gerais (MG) e Alagoas (AL).
PALMARES – No Brasil, a mais famosa comunidade quilombola foi Palmares, fundada no século XVI pela princesa congolesa Aqualtune, mãe do lendário Ganga-Zumba, e instalada na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares (AL). Integra, ao lado dos povoados de Ambrósio (MG) e Campo Grande (SP/MG), o grupo dos maiores núcleos de resistência negra do País.
Criado no final de 1590, o Quilombo dos Palmares transformou-se num estado autônomo, resistindo por quase cem anos aos ataques holandeses, luso-brasileiros e de bandeirantes paulistas. Em 1695, foi totalmente destruído, um ano após a morte de Zumbi, assassinado por Domingos Jorge Velho, bandeirante contratado com a incumbência de sufocar Palmares e outros quilombos próximos a ele.
Nas Américas, em cada região onde o regime escravagista se instalou, registraram-se movimentos de rebelião contra este sistema de dominação, sendo que o primeiro deles data de 1522, na ilha de Hispaniola (Haiti e República Dominicana).(Pesquisa Internet).
Bem, pessoal, e o Inter?
“O discurso de Henrique Poppe na reunião, mais do que lembrar o clube paulistano de mesmo nome, é uma clara manifestação de intenção e foi mesmo o que mobilizou aqueles jovens a comparecer a uma reunião num domingo à tarde no porão da residência da família Seferin, na Avenida Redenção, 141, correspondente ao número 1.025 da atual João Pessoa. Henrique disse o seguinte: que se estava fundando um clube para brasileiros e estrangeiros. Uma clara alusão à política de discriminação dos outros clubes de futebol de Porto Alegre.”
“Não será por outra razão que o Internacional, a partir do final da década de 20, abrirá a sua sede e dará lugar no seu time aos jogadores que pertenciam às muitas ligas que organizavam competições entre clubes representativos de negros (a famosa Liga da Canela Preta, por exemplo), de funcionários públicos, de empregados do comércio, e de estivadores.”
“O desejo de abrir-se para brasileiros e estrangeiros, indistintamente, combina melhor com um clube que se declarava vocacionado para conviver com a pluralidade étnica e cultural que ia assumindo a cidade de Porto Alegre.” (o grifo é nosso).
(Fonte: Meu Coração é Vermelho – 90 anos Sport Club Internacional – Ruy Carlos Ostermann – página 20 – Mercado Aberto).
Assim sendo, Consciência tem cor?
Tenho certeza que não. Discriminação e Racismo sim: a cor da Insanidade Mental. Corrente de estudiosos assim professou, a qual expresso toda a minha simpatia.
E Competência, tem cor?
Sim. Tenho certeza que sim: a cor do trabalho, muito Trabalho: Labor e Suor!
Concluindo, parabenizo a todos os atletas de futebol que colocaram e colocam seu trabalho a serviço de qualquer um dos Clubes de Futebol do Rio Grande do Sul, mesmo àqueles que ainda têm dificuldades de fugir das Trevas da Ignorância, independente da sua Cor, Nacionalidade, Etnia, e principalmente, da cor da camiseta e do escudo que venham a honrar e defender, porque Consciência não tem cor e, se tivesse, obrigatoriamente, aqui, seria: Vermelho e Branco! Das Trevas nasce a Luz!
Agora, é Pensar Série A! O que o Futuro nos reserva: Labor e Suor!
Ótima reflexão histórica. Excelente análise dos motivos que levam os torcedores a intitular o Internacional, qualidade daquele que expande fronteiras, como o Clube do Povo.
Fica aqui nossa torcida, além da colorada, para que um dia todos percebam que tudo que é solitário ou não se mistura, perde não só a possibilidade de se renovar, como também de descobrir novas fórmulas de si mesmo.
Por fim, eu não sei se a consciência tem cor ou não. A pergunta, talvez retórica, é complexa e recheada de possibilidades, contudo, se tivesse que arriscar, acredito que se é a consciência realmente aquilo que temos de mais “puro”, o “certo” e “errado” que Deus colocou em nós para que não nos desviássemos… muito possivelmente ela é totalmente multicolorida, pois só a beleza de todas as cores, raças e opiniões podem traduzir aquilo que realmente somos.
No entanto, como colorado, tenho que informar, apesar da consciência ter “todas” ou “nenhuma” cor, em 2018, a Série A será vermelha. Ou melhor, poderá ser, desde que tenhamos “consciência” de que muita coisa tem de melhorar.
Abraço
Parabéns Jaldemir Candido Dos Santos. Brilhante e oportuno texto.
Maravilha de texto e reflexões Jaldemir!!
O racismo que anda por aí, por aqui, todos os dias disfarçados com toda a falsidade, sempre esteve longe do Sport Clube Internacional, se há algo em que nunca fomos tolerantes é para com o racismo. Vale lembrar que por toda nossa história, apenas em 1927 tivemos um time campeão sem um atleta negro na equipe. A diversidade que é símbolo do colorado, deveria ser algo normal, talvez um dia a nossa sociedade chegue a esse nível de ascensão, nesse momento não é, mas o Inter sempre contra essa maré e sempre será.
Muitos dizem que o maior jogador a vestir o manto colorado foi o irmão do craque Ademar Tesoura, um tal de Osmar Fortes Barcellos, vulgo Tesourinha, colorado de nascença, nasceu e cresceu na Ilhota e no Areal da Baronesa, no coração da cultura negra da cidade na época, , artilheiro exímio, começou no Internacional recebendo um quilo de carne e dois litros de leite por dia. Tesourinha, assim como Abigail, Nena e Adãozinho, foram importantes cidadãos negros da época, além de serem também protagonistas em nada mais, nada menos que o famoso time colorado Rolo Compressor, que time!
Em se falando de quilombos, vale lembrar que já enfrentamos outro grande atacante, famoso Dario Leopardo, Dario que nasceu na área do Quilombo Buriti do Costa, em Paracatu, foi integrante de um dos maiores times que já passaram pelo futebol brasileiro, o grande Palmeiras de Djalma Dias, Djalma Santos, Ademir da Guia, Dudu e Ademar Pantera. Na década de 60, enfrentou o Inter no Estádio dos Eucaliptos, onde sofreu injúria racial por parte do árbitro da partida. Dario indignado, foi atrás do juiz no dia seguinte tirar satisfações, onde conseguiu pelo menos um pedido de desculpas. Dario que é também primo do ex-ministro Joaquim Barbosa, segue lutando contra o racismo, hoje dirige a ONG Fala Preta. Situações assim jamais deveriam existir em qualquer parte do mundo, em momento algum, mas infelizmente ainda vemos muitos casos assim principalmente em nosso país.
Seu Jaldemir…que orgulho eu sinto desta cor deste povo … que nos enriqueceu de cultura, que construiu nosso País grande maioria sem ganhar um real sequer, com sua mão escrava, humilhadas mau tratados. Hoje residindo em Salvador, vejo que valor tiveram na construção deste País que infelizmente ainda a muito escraviza, quando diiscrimina, quando paga salários baixos… eu lhe digo que meus grandes amigos são negros!!!! Para mim esse preconceito nunca existiu, eu tenho muito orgulho deste povo maravilhoso, eu hoje tenho na minha equipe aqui em Salvador todinha de meninas negras, lindas maravilhosas, e no processo de seleção muitas me referiam vergonha de sua cor e cabelo… eu logo as dizia, pois vcs é que estamos procurando, e exatamente com esse cabelo black, Seu Jaldemir, me emocionei nas entrevistas e algumas se emocionaram também quando eu dizia que iriam trabalhar comigo por terem aquele cabelo!!!! E cito a música do “O RAPPA” SE TU SOUBESSE O VALOR QUE UM PRETO TEM, TU TOMAVA UM BANHO DE PIXE E FICAVA PRETO TAMBÉM ” que Deus nos permita Ainda viver num mundo sem preconceito racial!!!! Grande abraço a todos meus amigos brancos pretos amarelos!!!! Somos todos iguais!
Belo texto Jaldemir! Um preciso e necessário resgate histórico. Parabéns!
Linda aula , porém, lamentável que ainda final de 2017 exista discriminação no futebol e em outros setores da vida. Tenho fé e esperança que a medida que o tempo passa sirva para procurarmos ser melhor e não fazermos parte desse grupo de pessoas insanas.Abraco
Alô você Jaldemir!
Êêê meu amigo, que show! Perfeito o linck com a história da fundação do NOSSO INTER. Como escrevestes consciência e competência não tem cor, ou melhor, tem sim: as que descrevestes.
Coloradamente,
Melo
Jaldemir não só de Inter vivo aqui, hoje vivi conhecimento. Feliz em ler teu texto com uma história que eu só sabia poucos dados, sobre o Quilombo dos Palmares.
Quanto ao Inter, a cor para 2018 não será só vermelho e sim as cores que citaste: trabalho, suor, planejamento e foco.
Abraços