ÔNUS E O BÔNUS DE UMA HISTORIA

Adriano Garcia – El mago

Ganhamos muito mais quando perdemos. Soa estranha essa afirmação, por que não estamos preparado para a perda, mas para que ela tenha efeito positivo, é preciso não termos pressa de nos livrar daquilo que incomoda. Os passos da vida nos fornecem sensações únicas. Representatividade do ônus e do bônus, perdas x ganhos, derrotas x conquistas. Cada etapa nos serve de aprendizado.

Em tudo na vida há ônus e bônus. Embarcamos em uma grande roda gigante que gira, e gira muito, fazendo com que nos movamos, saindo da zona de conforto para um lugar desconhecido.

Ora estamos embaixo, na base, cheios de expectativas para a jornada, ora estamos em meados do giro, com a bagagem cheia, mas numa ansiedade danada de alcançar o topo. Ao menos é essa a expectativa da maioria de nós. Buscamos uma felicidade que sempre enxergamos além, nunca no instante que vivemos. Enquanto a roda gira pensamentos e reflexões invadem nossa mente. No embarque temos pressa de alcançar o topo, de chegar logo em um destino, mesmo não sabendo ao certo o que queremos e o que nos espera ao final. Temos pressa. Esse sentimento danoso nos impede de saborear o momento presente. De absorver calmamente os elementos do agora. Estamos aqui, querendo estar lá. Não estamos aqui afirmando que se deve ser complacente com os acontecimentos, e claro que quando projeta se algo no meio do caminho muitas vezes é preciso realizar algumas alterações.

E principalmente no futebol isto fica mais evidente não há imediatismo; tudo tem sua maturação, tempo para acontecer. Historicamente o escrete colorado sempre jogou com três volantes, o fato é que em muitas vezes isso não passou de uma nomenclatura. O significado de transição é a passagem de um lugar, de um estado de coisas, uma condição para a outra. Essa vem a ser a grande expressão do momento; poderia até ser o hit do verão ou do carnaval. E essa historia de três volantes no meio deixando o time mais lento, não passa de uma desculpa para quem não gosta ou não quer enxergar o obvio. Só para deixar claro aos desavisados o colorado sempre jogou assim.

2006 – Edinho, Fabinho e Tinga

2008 – Edinho, Guinazu e Magrão

2010 – Sandro, Guinazu e Tinga

A diferença esta na característica do segundo e/ou terceiro jogador. E é isto que falta ao Inter a transição, articulação do meio para frente. Da forma como esta concebida nenhum dos jogadores que estão ai tem esta característica. Fica o tema de casa para Odair encontrar uma solução para o problema ou o Inter ir buscar no mercado este atleta. O fato é que o técnico colorado, que é um estudioso, já deve ter detectado isso no entanto com o material que tem vai construindo este meio campo. A grande duvida é a utilização do Patrick por ali fazendo esta articulação ou o Wellington Silva um atacante que tem como características a velocidade e o drible, entretanto com a utilização do atacante devera haver uma mudança no esquema de jogo, passando para uma variação do 4-2-3-1 para o 4-3-3. Não obstante a isso fica a ideia de jogar com dois meias o que daria uma articulação mais veloz, porem apenas um apenas um marcador de oficio pode deixar o setor defensivo muito exposto.

A bem da verdade é que tudo isso vai ainda levar um tempo, como diz a musica do Lulu Santos, tudo exige treinamento, repetição e acima de tudo paciência e convicção no que se esta fazendo. Já podemos ver e perceber o bônus desta nova forma, que não é tão nova assim, a posse de bola, a saída com qualidade do setor defensivo passando pelo meio e chegando ao ataque, sem dar o famoso balão desnecessário. Temos dificuldades em identificar os bônus de uma situação desfavorável. Não vemos benefícios numa perda, mas há. Foi preciso chegar ao inferno para reconstruir tudo de novo, vamos deixar que o tempo se encarregue de trazer os ventos da alegria e felicidade novamente ao rosto singelo do torcedor colorado, este sim o maior bem do clube. Pois como diz o slogan o Inter é O CLUBE DO POVO.

3 thoughts on “ÔNUS E O BÔNUS DE UMA HISTORIA

  1. Adriano, isso mesmo.

    Só para relembrar, na decisão do Campeonato Brasileiro de 1975 o Inter jogou com Caçapava, Falcão e Carpegiani. Na época se jogava no 4-3-3. Carpegiani virou voltante na Seleção Brasileira de 1974. No famoso jogo contra a Holanda, o meio de campo do Brasil era Carpegiani, Rivelino e Paulo Cézar Caju, ou seja, só o Carpegiani marcava. Deu no que deu….Holanda 2 x 0 Brasil.

    Na decisão do Campeonato Brasileiro de 1976 o Inter jogou com Caçapava, Batista e Falcão…

    Na decisão do Campeonato Brasileiro de 1979, o Inter jogava no 4-4-2, com Batista e Falcão; Jair e Mario Sérgio. Mário fechava o lado esquerdo, recuando e ajudando na marcação, assim como Jair fazia pelo lado direito.

    A despeito de esquema tático, onde estava a diferença? a qualidade dos jogadores. Comparar volantes brucutus com esta turma aí é um sacrilégio. Estes jogadores eram altamente qualificados técnica e fisicamente; tinham força e velocidade. Já hoje em dia, meldeus!

  2. Saudações, El Mago. Concordo com os volantes. Quanto a característica é o “calcanhar de Aquiles”. Tivemos dois atletas – Juliano e Andrezinho. Hoje temos volantes com características que não inspiram o avanço dos passes. Regra geral a bola retorna para a zaga ou para o lado. Isto dá a posse com efetividade mas afasta a viabilidade da eficácia do ataque. Mesmo assim, ainda estamos a caminho do certo. Realmente, “ainda vai levar um tempo…”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.