Desafio, identidade e presença

Minha intenção nessa postagem é sensibilizar quem conhece o assunto e tentar motivar a busca de uma solução. Desde já esclareço o que conheço desse assunto, aliás muito pouco, e somente o que enxergo na minha vivência como torcedor Colorado, acompanhando jogos de futebol e todos os demais esportes praticados no Brasil e no mundo.

Fico muito chateado quando percebo que nosso clube não consegue evidenciar sua presença nos mais diversos ambientes esportivos ou até cotidianos de nossas vidas. Pouco se vê torcedores com a camisa Colorado em locais públicos ou em eventos esportivos, principalmente coletivos, com raras exceções para os jogos de nosso Internacional. Nesse quesito, os jogos dentro do Rio Grande do Sul e nos demais Estados poderia ser um momento bem apropriado para a massificação de entrega gratuita de camisas do Internacional, principalmente para os torcedores de baixa renda que não conseguem adquiri-la.

A impressão que tenho é que algo impede que o torcedor vista a camisa Colorada. Pode ser falta por de motivos para usá-la ou falta de um incentivo maior para usá-la.

É fácil entender que a queda à Série B, depois de muita euforia de “campeão de tudo”, sem ser o campeão à volta, foi um grande desmotivador para exposição pública, mas isso vem acontecendo há muito tempo. Vivemos períodos muito mais difíceis e sempre nos orgulhamos desse clube. Uma coisa é certa, a grande motivação é gerada por um grande time qualificado, presença em competições importantes, com grandes apresentações, vitórias e conquistas. A gestão Colorada atual poderia pensar nisso.

O segundo fator, acredito que seja difícil escrever, pois pode ser confundido com fanatismo e isso não corresponde a verdade. Hoje, no Brasil, temos alguns clubes vivendo verdadeira proteção de parte da mídia, escrita, falada e televisiva, principalmente clubes grandes do Rio e São Paulo. Sem fanatismo, percebemos até mesmo uma maior divulgação de imagem do rival regional tradicional do Internacional. Quais são as razões que possam justificar isso, pois explicações podemos até encontrar muitas. Áreas de marketing que atuam em melhores condições financeiras ou de trabalho e com isso atingem maior alcance? Profissionais envolvidos nesses textos e nessas imagens que torcem para esses clubes e não conseguem manter o mínimo de imparcialidade? Resultado de grandes investimentos desses clubes na divulgação e “venda” da sua imagem? Outras?

Sinceramente, algo pode e deve ser feito nessa área, pois a clareza da identidade e a presença gerada pela exposição positiva da imagem do clube, exatamente são o que gera e multiplica a existência de novos torcedores, impulsiona o clube para grandes conquistas e cativa a torcida. Queiram ou não, “quem não é visto não é lembrado” e isso pode explicar o “esquecimento” ou menosprezo, aparentemente deliberado e a quantidade de equívocos nas divulgações e interpretações que envolvem o Internacional e que estão acontecendo, sem o devido questionamento de propriedade, até mesmo em simples jogos.

Posso ser considerado um visionário, mas como gostaria de ver a camisa Colorada mais presente no dia-a-dia, não só em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul ou no Brasil, mas também em todas as atividades esportivas, principalmente coletivas, que envolvam o Brasil no exterior. Sem ser simplista demais ou ter a pretensão de me meter onde não fui chamado, o clube poderia promover um estudo, criando um desafio para os “expert” da área de marketing e utilizando, o possível, de experiências de sucesso em outros grandes clubes, uma maneira de melhor “vender” a imagem do Internacional e, ao mesmo tempo, incentivar o uso da camisa Colorada.

Para encerar, reconheço, valorizo e parabenizo a presença maciça de torcedores do Internacional em jogos e, de alguns poucos e em alguns momentos, nas ruas,  que hoje vestem a camisa Colorada com orgulho e que conduzem pelo mundo a imagem desse maravilhoso clube.

8 thoughts on “Desafio, identidade e presença

  1. Paupério

    Do teu consciente e preciso texto, onde assino embaixo sem pestanejar, destaco o seguinte trecho:

    “Uma coisa é certa, a grande motivação é gerada por um grande time qualificado, presença em competições importantes, com grandes apresentações, vitórias e conquistas. A gestão Colorada atual poderia pensar nisso.”

    Perfeito amigo, na mosca. Essa é a essência, é o motivo da nossa existência. Um time forte e competitivo para disputar o título em TODAS competições que estiver envolvido!

    Grande abraço!

    1. Celio, obrigado pelas referências. Realmente o nosso sonho é poder torcer, ao menos, com a esperança de que nosso Internacional possa ser o vencedor de qualquer título de competição que participar. Existe uma relação muito lógica entre receitas/despesas em qualquer grande clube e a não participação em granes competições compromete de sobremaneira a realização de grandes projetos e a manutenção de um plantel qualificado.

  2. O COLORADO INCENDIOU O CAMPEONATO!!
    Por ter um coração maior que o Rio Grande, este nosso simpático Saci mostrou o quanto é generoso.
    Dentro do campo não encontrou a bola, mas fez algumas mágicas estranhas.
    O Pottker não quis fazer mais gols no América-MG, porque ainda estava de ressaca do último gol contra o Ceará.
    O D’alessandro aceitou jogar apenas oito minutos para não cansar, mas com a condicão de ser premiado com um cartão vermelho.
    O time foi tão estranho, que conseguiu fazer a mágica de tirar o coelho do Z4 e de lambuja, ainda ajudou o mosqueteiro gremista, emprestando o seu lugar no G4 provisoriamente.
    São coisas do futebol.
    Que venha agora o jogo contra o Botafogo, para testar o nosso coração Colorado.
    Abs. DRBueno, POA.

    1. Dorian, no jogo contra o América MG acredito que nosso Internacional fez a pior apresentação em 2018. Não lembro de outra que possa competir com essa atuação tão fraca e, ainda bem, que contra o Botafogo, sem “invenções” na escalação, os três pontos vieram.

  3. Pauperio,

    Excelentes apontamentos, pura verdade, muito mudou-se de uns tempos pra cá, mesmo nos anos 90, perante as dificuldades todas haviam bem mais colorados demostrando o orgulho de vestir o manto colorado nas ruas, hoje, apesar de todas as conquistas é o contrário. Sei que nada tem a ver com falta de orgulho, mas sinto que os torcedores cansam-se e sim, sentem vergonha, vergonha de estar tão mal representados em campo e nos bastidores, por caras que “tão nem aí” pro Inter, fosse ao menos com mentalidade vencedora, jamais aceitaria fazer qualquer coisa sem tesão de vencer, mas hoje, nossa realidade é essa, temos aos montes apenas interessados em política ou interesses próprio, não são todos, claro que não, mas quando temos aos montes, temos também um sério problema.

    Acho que a questão do estudo é bem por aí, faria um ótimo bem para o clube, mas incomodaria muitos vampiros e “sem saco” que hoje se encostam no Internacional.

    1. Essa tua ideia de um estudo envolvendo todos os Colorados que possam “pensar” o clube, mesmo aqueles que não dispõem de tempo de dedicação total, é excelente e deveria ser levada a sério. Esse fenômeno do uso da camisa Colorada também acredito que tenha muito a ver com certas atitudes tomadas ou que não foram tomadas pelas gestões nos últimos anos e que em nada contribuíram para a imagem do clube. Essa má vontade em relação ao nosso Internacional é fruto da qualidade das ações de outros clubes e, desculpem, uma certa “inveja” com a conquista de 1º Campeão Mundial de Clubes – FIFA e esse magnífico Beira-Rio. Convenhamos, como é bom ser Colorado.

  4. Paupério!! Essa da vizibilidade do clube, nossa amada salve salve, RBS, só passa jogo do CUrinthia ou do flamengo, se conforme contrato não pode transmitir para o local quando o jogo é em Porto Alegre, pq não transmitem por interior??? Futebol já e caro, acho caro um ingresso a 80 ou 100 reais pra ir ao estadio, ainda mais que mora, 150,200, 500 que é meu caso de Porto Alegre, quem trabalha, como irá fazer 500 KM saindo as seis e meia ou sei horas da tarde pra chegar ao estadio as 21:45, acho que nem de avião dá kkkkkkkmas enfim, se sou patrocionador da RBS, tiro meu patrocinio nas quartas e domingos á tarde. Minha sorte é que posso pagar a SKY e o premiere, só assim consigo assistir a todos os jogos, mas e quem não consegue pagar?? e diga-se de passagem não é barato também, como faz??? Por isso que quando vamos á santa catarina a maioria das camisas que a população usa (de futebol) é do são paulo, curinthians, flamengo, e lá o fenomeno é o mesmo daqui, torcedor com camisa de clubes tradicionais locais não se vê. Os clubes ficam amarrados com as verbas dadas pela tv, então acredito que eles não tem poder de liberar a transmissão, acho até que os clubes, via internet que hj é uma realidade e dá uma imagem quase igual ao da tv deveria transmitir os jogos quando é em casa, seria um premio ao torcedor e principalmente ao sócio que devido a distancia como citei antes não pode ir ao estádio mas paga religiosamente em dia sua mensalidade.

    1. Vanderlei, a força do poder econômico ninguém desconhece e o que vemos no futebol é o retrato atual do Brasil. As desigualdades são evidentes e crescentes, apesar da “venda” hipócrita das oportunidades e direitos iguais. Acredito que não seja só isso, pois deve haver um grande investimento nas áreas de marketing de alguns clubes, que mesmo com a proteção revoltante a alguns poucos, mesmo assim conseguem botar a cabeça de fora. O nosso Internacional, na minha opinião, deveria de pensar tanto regionalmente e partir para um trabalho de marketing nacional e internacional. O sucesso do marketing nacional e internacional está atrelado a voltar a participar de todas as grandes competições e, se possível, vence-las.

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