“Pois meus caros irmãos de alegria”, me pus a pensar: como é dura a vida do prata da casa, no Inter, não?
Nunca tivemos uma grande representatividade de categorias de base em nossas equipes, especialmente nas que se destacaram pelos mais relevantes títulos, embora alguns repetidores de teses furadas teimem em repetir que o time era formado pela base e ornado com contratações pontuais, se não vejamos: nos times de 75 tínhamos um lateral feito em casa Claudio, os demais da defesa eram estrangeiros. O meio campo sim, era da casa todos os três por demais conhecidos por todos. O centroavante poderíamos denominar de luso-português. Embora formado na casa, nos anos 60, Flavio Almeida da Fonseca voltou ao Inter só em 1975 egresso do Clube do Porto, Portugal, portanto com muito boa vontade teríamos cinco, a minoria portanto. Em 1976 a coisa se agravou pois o Flávio foi embora e o Inter trouxe mais um estrangeiro: o lendário Dario José dos Santos, o rei Dadá a contabilidade apontava para 4 pratas-da-casa , um pouco acima de 30% da equipe principal. Em 1979 voltamos ao patamar dos cinco com João Carlos, Mauro Galvão, Falcão, Batista e Jair, a maioria continuava a ser dos “alienígenas”. Mas a maior demonstração de nunca tivemos supremacia dos pratas da casa no time titular é em nosso maior título: o Mundial. Tinha-mos no tíme titular um prata da casa, repito, tão somente um formado em casa, o jovem Alexandre Pato e assim mesmo, embora promissor saiu nos dois jogos. Então meus amigos, temos aí a comprovação de nosso histórico anti-casa. Porque isso? Temos paciência, complacência ou qualquer outra “ência” com jogadores jovens ou não, desde que não sejam da casa, só passam os extra-classe, quantos aos medianos ou simplesmente bons não tem sobre sí a defesa de seus torcedores. NÃO CUIDAMOS DOS NOSSOS, não regamos nossas plantas, nós as abandonamos e não raro são adotadas , cuidadas e não raro fornecem frutos em safras extraordinárias. Podemos citar alguns exemplos. O própio Flávio só foi valorizado quando brilhou por Corinthians, Fluminense e por último no Porto.
Bráulio o “garoto de Ouro”, endeusado em Curitiba e posteriormente no RJ foi dispensado como um qualquer. Ricardo Goulart e Lucas Lima não tiveram nenhum dirigente com “cabelo no peito” para bancar sequer um deles, mesmo que Falcão afirmasse que era uma questão de tempo, eles iriam estourar, eram acima da média. Moledo teve contra si afirmações contundentes de que se tratava de um zagueiro, pásmem, abaixo de um esforçado e mediano zagueiro, hoje todos o acham “um bárbaro”, insubstituível, etc e tal. Poderíamos falar de muitos outros, mas esses são suficientes para sedimentar nosso argumento. Presentemente temos o Pedro, mas ele que se atreva a ficar um período sem comparecer as redes e verá seu nome sendo sugerido para ir em frente. Hoje a bola da vez parece ser Iago. O jovem lateral cujas atuações não são explendorosas já tem seu desempenho contestado. eu entendo que seu desempenho é o desempenho da média dos laterais brasileiros, mas como ele é da casa, quem sabe um de fora mesmo com o mesmo desempenho é preferível para alguns. E não é só no universo dos jogadores que isso acontece, Mano Meneses, prata da casa, foi convido a se retirar e depois de apresentar suas credenciais, foi parar na seleção Brasileira. Luiz Carlos de Lorenzi, o Lisca, mesmo depois de ter se voluntariado para tentar tirar o Inter do atoleiro e ter apresentado um desempenho que nossa imaginação entendia se suficiente para lhe ser dado uma oportunidade, obteve um “muito obrigado e passe bem”. Bola da vez também é nosso treinador Odair Helmann. Duvida-se de sua capacidade (não eu), mas quando se pérgunta quem poderia ocupar seu lugar? A resposta não vem, ou quando vem chega-se a sugerir o decadende Vanderlei Luxembrugo, profissional sabidamente de uma época goloriosa mas que há muito não tem desempenho e nem a confiança de nenhum grande clube do Brasil ou mesmo da América. Quando se abre o leque? Tite? Sim mas por óbvio, inviável, Quando se procura um treinador encontramos disponíveis: o prório Vanderlei Luxemburgo, Oswaldo de Oliveira, Cuca, Celso Roth, Joel Santana, Dorival Júnior, Ney Franco, Paulo Cesar Carpeggiani, Marcelo Oliveira , Adilson Batista, Dunga e por aí vamos. Quem desses é garantidamente melhor que Odair? Pois alguns torcedores já fazem campanha, algumas agressivas no sentido de “entregar o boné” ao nosso treinador. Aonde o OH pode chegar não se sabe os outros todos já sabemos,não? Mas o maior defeito do Odair é da Casa. Portanto está no DNA, ser da casa e não provar ser um extra classe seja dentro do campo ou na casa mata de maneira rápida e decisiva é um predicado negativo, mesmo que a história mostre que já se gastou foryunas atrás do grande lateral ou do treinador fantástico e via de regra não se tenha conseguido. EU SOU DA CASA.
TENHO DITO!
Meu caro Paulo Melo, muito boa tua explanação, embora eu não concorde plenamente com ela. Sobre a base, eu penso que o Iago não é criticado por ser da base, e sim por atuações que deixam a desejar. Se a crítica fosse apenas por ser da base, o Dourado também seria contestado. E é ídolo da torcida.
Sobre o treinador também não concordo. Acho que time de ponta também tem que ter técnico de ponta. Ano passado o Flamengo e o Atlético Mineiro, com bons elencos mas técnicos interinos, não chegaram a nada. Este ano o São Paulo, também com grandes contratações, mas com treinador interino, já foi despachado da Libertadores. Temo que a mesma coisa venha a acontecer com o Inter do Papito. Isso porque após um ano à frente do elenco, não vejo evolução no time, nem esquema de jogo, nem soluções táticas que nos afirme como equipe. Os mesmos problemas se repetem. A bola parada, a falta de saída de bola, a lentidão do time, a previsibilidade, a falta de consistência na meia cancha…Tudo isso me deixa muito preocupado. Eu, como torcedor do Inter- e que não tenho segundo time- venho sofrendo há alguns anos, vendo nosso Colorado ser comandado por treineiros sem a devida competência à frente do nosso esquadrão. Claro que respeito todas as opiniões dos que acham o Papito suficiente como técnico. Só que eu discordo. Mas como dizia Guimarães Rosa: “pão ou pães, é questão de opiniães”.
Abraços a todos os parças do blog!
Alô você José!
Talvez não me tenha feito entender. O problema não é o Iago, são todos que são oriundos da base cujo desempenho não se confirma rapidamente. Não é o caso do Dourado que confirmou assim que promovido. Moledo é da base mas saiu, ganhou confiança, voltou maduro e mesmo com críticas ferozes desenvolveu seu futebol. O que defendo é que somos (aí me incluo e por isso brigo contra) muito críticos dos meninos da casa e não temos o mesmo rigor com quem vem de fora. É assim: está bem errou, todos concordamos, mas vamos apoiar, fazer com que fique confiantes para desenvolver seu futebol, se não produzir aí sim. Por outro lado, Não vejo nenhum treinador que possa substituir o OH com absoluta certeza de que vá obter sucesso. Não o trocaria por nenhum dos disponíveis no mercado porque os acho na melhor das hipóteses igual ao que temos, e o que temos é da casa, é Colorado. Abraço.
Coloradamente,
Melo
Caro Paulo Melo, como falei, cada um tem suas opiniões. Nada de certo ou errado. Apenas discordâncias. Também não concordo quando tu falas em Moledo oriundo da base. Moledo jogou contra o Inter numa Copa do Brasil pelo Rondonópolis. Teve boa atuação que foi contratado pelo Inter. Lesionou-se e custou a voltar. Seu recomeço foi no Inter B jogando no time que tinha Damião. E para só ficar no num dos exemplos que tu citaste, eu acho o Cuca muitas léguas de sesmarias superior ao Odair! Pra mim, não tem nem comparação! Mas opiniões são opiniões…Cada um com a sua. E este blog é um espaço democrático.
Grande abraço!
Alô você José!
Perfeito, realmente me confundi, Moledo chegou ao Inter já para o Inter B. Quanto ao Cuca eu o acho limitado, não vejo predicados nele para ser um treinador de primeira Linha, mas como escrevestes, são opiniões. Nelson Rodrigues já dizia que a unanimidade, é burra. Abraço.
Coloradamente,
Melo
Concordo em tudo que está acima, após ler e reler toda postagem me leva acreditar que o nosso problema não são os jovens jogadores da base e sim os nossos dirigentes que com sua falta de capacidade profissional e principalmente os interesses particulares fala mais alto, tornando a nossa categoria de base um fracasso, formamos jogadores para os outros Clubes.
Alô você Valdir!
Perdemos já ha algum tempo o jeito Colorado de jogar e até concordo contigo, não por dolo, mas por falta de capacitação e o que me preocupa é que não vejo política de formação de dirigentes para o futebol, e isso não pertence a essa direção, vem de há muito tempo. Sobretudo por uma política onde se olhe para os da casa de maneira diferente, que se dê a eles um handicap, a isso chamo de prestigiar nosso próprio trabalho.
Coloradamente,
Melo
Olá Melo, realmente a política de aproveitamento de jogadores da base é bastante questionável. Embora em matérias recente da crônica especializada saiu que o Inter está entre os Clubes que mais faturou pm vendas de atletas e também era o que tinha mais ex jogadores atuando nas equipes europeias. Isso deixa bem claro que o principal problema não é a formação e sim aproveitamento e manutenção dos jogadores produzidos. Não podemos esquecer que a maior intolerância vem dos torcedores nem é da cúpula diretiva, errou dois passes já não serve mais, abraço.
Alô você Roldan!
O que quiz dizer foi exatamente isso. Não é formação, isso temos em bom numero, é politica de aproveitamento desses meninos, lançar, prestigiar, rebater as críticas, protejê-los até que se tenha certeza de seu potencial para que não venhamos a lamentar ver nossos meninos brilharem em outros pagos depois de movimentarmos toda uma estrutura de base de formação.
Coloradamente,
Melo