Um Colorado na América

Primeiramente, neste post inicial, gostaria de agradecer ao convite do Blog Arquibancada Colorada, através de Débora Silveira. Confesso que fiquei lisonjeado em poder colaborar com o Blog, mas, acima de tudo, feliz em poder expressar esta paixão pelo nosso querido Sport Club Internacional.

Meu coração sempre foi Colorado, desde sempre! Nasci em 1978 e cresci com as histórias de meu pai sobre a grandeza do Internacional. Muitas daquelas conquistas não tive a oportunidade de presenciar porque, ou não era nascido, ou porque morávamos no interior do Rio Grande.

Meu pai contava histórias do Rolo Compressor com seu hexacampeonato e nossos eternos craques Alfeu, Carlitos e Tesourinha. Histórias da união e solidariedade colorada na construção do Gigante da Beira Rio, o maior e mais moderno estádio do Rio Grande do Sul. Falava dos anos 70 com Manga, Figueroa, Caçapava, Falcão, Carpegiani e Valdomiro, entre outros, conquistando o bicampeonato brasileiro em 75 e 76 e mais tarde o incrível campeonato nacional de forma invicta em 1979.

Nos fim dos anos 80, já presente no Beira Rio, vibrei muito com o Colorado. Além de alguns títulos regionais, chegamos perto do título nacional com dois vice campeonatos brasileiros. Vi o Colorado beliscar a Libertadores da América pela segunda vez. Nos anos 90, com muito orgulho, eu vi meu Colorado conquistar a Copa do Brasil. Impossível esquecer também, daquela goleada histórica, no Grenal dos 5 a 2.

Mudei para os Estados Unidos em 2004 e vibrei muito pela TV com a excelente campanha na Copa Sul Americana e um vice campeonato brasileiro “arrancado” do Campeão Inter, que havia marcado o maior número de pontos durante todo o campeonato.

Em 2006, veio a Libertadores. Gritei e chorei de alegria com os gols de Sóbis e Fernandão. No fim, tudo deu certo! Um Colorado arrasador matou o São Paulo no Morumbi e levantou a taça no Gigante da Beira Rio! Chorei de alegria, de nervosismo e de alívio. Escutava a Rádio Guaíba pela internet e assistia as imagens do campeão pela tv. Apesar de não poder estar no Beira-Rio, eu não conseguia sentir tristeza: o nosso Colorado acabara de ser Campeão da América!

No mundial, após a estréia nervosa, veio o então poderoso Barcelona. Naquela gloriosa noite, não dormi. Tentei, mas não havia clima para isso.  Naquela noite, era clima de decisão. Eu estava aqui na Flórida, o time estava no Japão, mas eu me sentia lá, na arquibancada do Beira-Rio, pulando e cantando, incentivando o Colorado e comemorando o que seria a maior conquista de todas, a COPA DO MUNDO DE CLUBES organizada pela FIFA.

Mauren não esquece a paixão Colorada, mesmo distante

Vizinhos americanos não tinham a menor idéia do que estava acontecendo e porque o volume da TV estava tão alto naquela madrugada, mas eu teimava em não reduzir. O Colorado jogava bem, enfrentava o Barcelona com bravura, raça e determinação.  Eu suava muito, tremia de nervoso, mas acreditava na vitória. Faltava ar, bebia água sem parar, tamanha era a vibração com o jogo. Quase no final, Iarley dá aquela arrancada e faz um passe perfeito para Adriano. É gol! Gooooollllllllllll, Gritei… Gritei, berrei, dava socos no ar com tamanha emoção, descarregando toda aquela tensão! Não era fácil torcer sozinho numa madrugada fria nos Estados Unidos.

Mas Colorado é isso, paixão e emoção sem limites! Porque hoje entendo todo o orgulho de meu pai ao contar para os filhos as grandes conquistas que ele presenciou no Gigante da Beira-Rio. Apesar da distância, eu me senti dentro do Beira-Rio naquela noite, com a energia da torcida rubra e seus gritos de guerra. Chorei com o Hino Colorado e a taça sendo erquida! Fiquei em êxtase. Ah, que vontade de estar lá! Que alegria de ser campeão do mundo. Foi assim, sem dormir, que passei todo o dia. Com uma sensação de alívio e alegria, a camisa Colorada permanecia no corpo com muito orgulho. Acabei indo dormir só na madrugada seguinte, depois de rever centenas de vezes o gol do título, os melhores momentos, as declarações dos jogadores e a festa Colorada na Av. Goethe.

Hoje, compreendo melhor o hino Colorado, que diz: “Glória do desporto nacional, oh Internacional, que eu vivo a exaltar, leva as plagas distantes,feitos relevantes, vives a brilhar…

Como eu, milhares de Colorados estão em plagas distantes, torcendo a cada jogo, acompanhando na TV e internet tudo sobre nosso clube tão glorioso e, sempre, vibrando com mais uma conquista.

Viva o Inter, viva o Clube do povo Campeão do Mundo Fifa!!

Mauren Piucco – Gainesville/EUA
Cônsul do Inter em Gainesville – EUA

4 thoughts on “Um Colorado na América

  1. Seja bem vindo! Teu relato, principalmente do dia da decisão do Mundial me emocionaram. Não sei se meu coração resistiria à assistir àquele jogo sozinha!
    Contamos com teu texto sempre que possível! E mais… este ano teremos tudo denovo!

  2. Ai ai…olha o q diz Zero Hora: “O balanço trimestral do Grêmio, apresentado na reunião do Conselho Deliberativo na noite desta terça-feira, deixou alguns conselheiros do clube preocupados. Buscando dinheiro para quitar os débitos mais urgentes, a diretoria gremista pediu antecipação de toda a receita da televisão do Gauchão de 2011. Algumas parcelas do Brasileirão do ano que vem também já estão comprometidas.” O fundo do poço é logo ali…. o dia é bom!

  3. Piucci, parabéns pelo teu comentário, rico em detalhes e mostrando o teu amor incondicional pelo nosso Internacional.
    Hoje a noite terás mais uma vez esta emocão, vamos “juntos” ao Beira Rio mesmo que você não esteja de corpo presente tenho certeza que de alma e coração serás representado por pelo menos 50 mil colorados, buscando mais uma vitória e mais um título para nosso clube.
    Grande abraço

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