Era uma linda tarde de setembro em Porto Alegre, o ano de 1995, no dia da Independência do Brasil quando Inter e Santos duelaram pelo 1º turno do Brasileirão daquele ano, época em que ainda os clubes jogavam turno e returno para finalizar o campeonato na modalidade “mata-mata”.
Na ocasião, a regra previa o seguinte: Duas chaves de 12 clubes cada, sendo que na primeira fase, todos os clubes de uma chave jogavam entre si, enquanto na segunda fase, jogavam contra os times da outra chave, e o campeão de cada chave conquistava o direito de avançar as semifinais, os “mata-mata” que definiriam o campeão brasileiro daquele ano.
Esse campeonato ficou famoso na história colorada, pois o Inter apesar de não ser o elenco mais caro ou considerado mais forte, não se classificou para as semifinais por apenas um gol, sim, exatamente um gol acabou deixando a equipe colorada fora das semifinais.
Ao final das fases classificatórias, ficou a aquela sensação de que dava pra buscar aquele título, pois o time fez ótima campanha, vencendo quase todos os clubes classificados para as semifinais: Fluminense e Santos (mesma chave do Inter) e o Cruzeiro da Chave B, a única exceção foi um empate fora de casa contra o excelente Botafogo de Paulo Autuori, que tinha no elenco nomes como Wilson Goiano, Wilson Gottardo, Gonçalves, Iranildo, Beto, Sérgio Manoel, Donizete “Pantera” e Túlio Maravilha.
O Botafogo ao fim do campeonato sagrou-se campeão de 1995, vencendo o Santos, outra grande equipe da época, com grandes jogadores também como Narciso, Gallo, Carlinhos, Marcelo Passos, Pintado, Jamelli, Macedo, Robert e Giovanni, o camisa 10 da Vila Belmiro e grande destaque da equipe Santista.
O Internacional e esse mesmo Santos vice-campeão naquele ano, fizeram o melhor jogo da primeira fase pela Chave A, ambas as equipes buscavam a classificação e estavam em ótima fase, o Gigante contou com mais de 43 mil colorados para apoiar a equipe composta pelo goleiro argentino Goycochea, a defesa contava com Ronaldo, Argel (hoje técnico), Jonílson e o lateral Branco (cria do celeiro de ases, foi campeão do mundo em 1994 com a seleção brasileira), os volantes Márcio Bittencourt e Elson, Caíco e Valber como meias avançados e Mazinho Loyola e Leandro Machado no ataque, no comando da equipe o grande Abel Braga, que tantas felicidades no trouxe anos depois.
O time colorado jogou muito naquela tarde e atropelou o grande time do Santos por 4 x 2, resultado que colocou de vez a equipe colorada na disputa da vaga para as semifinais, mas sem dúvida o maior destaque ficou com Leandro Machado, que marcou três gols na equipe santista.
Ao final da primeira fase, por um detalhe, exatamente um gol, o Internacional não se classificou para as semifinais, vaga que acabou ficando com o Fluminense, por ter ficado com um saldo de gols de 6, um gol a mais do que o Inter, que havia vencido o mesmo Fluminense por 1 x 0, em outra grande atuação da equipe colorada.
Coisas que acontecem no futebol. Injustiça? Talvez. Visto que o Inter venceu bem três dos quatro classificados e não perdeu nem mesmo para o campeão Botafogo fora de casa, mas com certeza foi uma das melhores campanhas coloradas em brasileiros de todos os tempos, uma prova de que com uma torcida apaixonada, um bom treinador, mescla de bons jogadores da base (Argel, Branco, Caíco e Leandro Machado) e de cascudos de fora (Goycochea, Elson, Válber e Mazinho Loyola) e muita vontade de ser campeão, dá pra fazer um time competitivo.
Olá Fabiano, bela recordação! Acredito que o momento do Inter é parecido com o daquela temporada. Sem tantas perspectivas para o final, mas lutando pelo melhor sempre. Espero que o resultado possa se repetir.
Vamos colorado!