O ano era 1995. O Flamengo, que já tinha Romário e Sávio em grande fase, contratou Edmundo para formar o que chamaram de “melhor ataque do mundo”, no ano em que o Clube comemorava o seu centenário ;
A recepção do “animal”, como era chamado Edmundo, foi em clima de muita festa. O prefeito César Maia recebeu o atacante no aeroporto, entregando-lhe a chave da cidade, sendo o atleta conduzido em um carro de bombeiros até a Gávea. O otimismo e a expectativa eram enormes ;
Mas o resultado de tamanha irresponsabilidade chegou com os maus resultados, frutos da guerra de egos dentro do vestiário e dos problemas extracampo que solaparam os sonhos da torcida rubro-negra ;
Moral da história, o Flamengo não decolou no Brasileiro, acumulou péssimos resultados e só se salvou do rebaixamento na reta final da competição, ficando em 21º lugar, dentre os 24 clubes participantes, levando muito tempo pra se reorganizar ;
Mesmo o mais inexperiente engenheiro sabe que não se começa uma casa pelo telhado. O mais imberbe administrador não inicia um planejamento a partir de uma ideia preconcebida e engessada, forçando o encaixe de seus arquétipos num modelo que tem muitas variáveis a serem consideradas ;
Qualquer semelhança, não é mera coincidência !!!
No segundo mandato desta atual diretoria, após inúmeras derrotas e desclassificações vergonhosas, sofridas perante times de menor expressão no cenário nacional e internacional, estamos saudando uma atuação mais consistente e uma vitória diante do fraco Cuiabá, tendo a frente da equipe Colorda o sétimo treinador desta gestão ;
Para um velho torcedor como eu, acostumado a ver a atuação de grandes escretes (expressão pra combinar com minha etariedade) colorados e extraordinárias conquistas, isto é muito pouco;
Entretanto, COLORADO que sou e diante das atuais circunstâncias, não posso deixar de saudar a evolução da equipe se comparada com ela mesma. Fez o que tinha que fazer e que era (e sempre foi) de sua obrigação, quando, jogando em casa, diante de sua Torcida, contra (mais) uma equipe de menor expressão e que não passa por uma boa fase, se impôs como time e como Clube da grandeza do Internacional ;
Destaco, como pontos positivos, o jogar com mais naturalidade, a organização tática, o emprego racional do empenho físico, a disposição na briga pela segunda bola e até presenciei uma cena inédita nos inúmeros jogos que assisti nos últimos tempos, um carrinho dado pelo meia Fernando, mostrando também um novo ânimo e estado de espírito ;
Entretanto, como é de minha natureza, continuo cauteloso e realista, evitando o contágio do excessivo otimismo, pois estamos experimentando uma evolução lenta e gradual e mesmo porque ainda não passamos por uma prova de fogo que seria jogar bem, contra um time de ponta e creio que o jogo contra o São Paulo será uma ótima oportunidade de comprovar e sedimentar a nova fase ;
Dito isto e voltando ao “dream team”, não posso deixar de avaliar que as contratações milionárias do Inter foram infrutíferas e se revelaram um verdadeiro desperdício dos recursos do Clube (como o engenheiro que começa a casa pelo telhado), gerando endividamento sem o retorno proporcional ;
Enner Valência, possivelmente o centroavante que mais perdeu gols decisivos na história do Clube. Rafael Borré um jogador pra lá de mediano que, decididamente, “não vale quanto pesa”. Em contrapartida, Bernabei, que certamente não custou nenhuma fortuna, tem se revelado um jogador de boa efetividade e teve por muito tempo “arquivado” ;
Daí outra grande deficiência revelada na estrutura administrativa, traduzida pela inoperância do Departamento de Futebol que não tinha gestor com estofo suficiente para apontar os equívocos e sugerir mudanças, o que, esperamos, se modifique com a chegada de D’Alessandro, como parece estar acontecendo ;
E encerro esta análise, concluindo que a atual administração do Internacional, na sua trajetória elíptica, se parece muito com o cachorro que morde o próprio rabo, eis que teve uma oportunidade inigualável ao assumir seu primeiro mandato (sem contar a participação nas gestões anteriores), tendo à frente da Comissão Técnica Abel Braga, eleito o melhor Treinador do Brasil naquela temporada, dispensando um profissional vitorioso, experiente e conhecedor da Aldeia, em detrimento de “um novo projeto” que contemplava a vinda do mago (leia-se inventor) Miguel Angel Ramirez, sucedido por outros que tais e, após inúmeros insucessos, inclusive dobrando a aposta com Coudet, retorna às origens para buscar uma solução caseira, com Roger Machado, um profissional que conhece a Aldeia e a dimensão do Internacional, a quem suplico, “me desminta e faça um grande trabalho no Inter” !!
Tenho dito
Aristides França (Tide)
Compadre.
Só quem é de família colorada e conhecedor do nosso clube a fundo,faz uma bela explanação como fizeste.
Parabéns,concordo 100%com o que escreveste.
Forte abraço.
Compadre.
Só quem é de família colorada e conhecedor do nosso clube a fundo,faz uma bela explanação como fizeste.
Parabéns,concordo 100%com o que escreste.
Forte abraço.
Salve Aristides
Lembro muito bem da midiática chegada do Edmundo na Gávea. O ataque dos sonhos. Na teoria é foi coisa, na prática não funcionou. Fosse nos tempos atuais, o Flamengo teria caído para a segunda divisão.
Uma bela lição que só acumular bons jogadores não garante bons resultados, desempenhos e títulos.
Voltando ao nosso Inter, concordo 100 % com tua análise. Pode ser que a partir de agora, já na segundo gestão do atual Presidente, as coisas comecem a evoluir.
Após vários erros e insucessos, muitas mudanças foram efetuadas. E começam a mostrar resultados.
E dar um pouco de esperança ao sofrido torcedor colorado, que “se dá ao luxo de nem chegar mais às finais do glorioso gauchão”. Ironia. Sempre vou respeitar essa gigantesca Massa Colorada.
A saída de Couldet (que nem deveria ter voltado, ele que saiu pela porta de trás para treinar o Celta de Vigo), a chegada do Roger e sua comissão técnica, com ideias modernas, métodos mais adequados à prática desse esporte em contínua evolução.
A chegada do grande Paulo Paixão, que sempre representa uma trajetória de competência e vitória.
A chegada do D’Alessandro substituindo o Magrão também agregou Coloradismo ao ambiente.
O Cabezón sabe muito bem o que é o Inter, seu tamanho e sua história!
Sobre o jogo, fazia tempo que não via o Inter ser tão dominante em um jogo. Ah, o adversário é fraco!
Sim, mas antes o Inter se complicava com os fracos, mesmo dentro do Beira-Rio.
Foi 3 x 0. Fosse 6 ou 7 não seria injustiça.
Há 30, 40 dias flertávamos com o rebaixamento. Agora vislumbramos vaga direta na Libertadores. Que é nosso lugar.
Há pouco tempo ver um jogo do Inter era sofrimento. Agora, quando nem percebemos, já estamos com um sorriso estampado na cara.
Que esse bom ambiente persiste e a evolução do time em campo siga num crescendo (não crescente, como inventaram kkkkk).
Abraços!
Muito bacana teu post Tide, relembrando cenas do futebol. O Inter vem melhorando, o resultado vem acontecendo e os desmandos da diretoria vão aos poucos sendo controlados. Que possamos seguir assim.
Boa tarde Aristides França e demais Amigos do BAC.
Bela analogia Aristides, as vezes o remedio caseiro é a solução e o Inter tinha isso o tempo todo, mas por inoperança adm. Se perdeu no caminho.
Que bom que acordaram a tempo e assim conseguir salvar algo.
O jogo de ontem foi motivador, nos traz esperânça de dias melhores.
Estaremos contigo Inter!
Um abraço a todos.
O Queeee!!!! Boa Tarde Aristides! Temos outro estilo de jogo, contra o Cuiabá observa-se uma maior aproximação dos jogadores com jogadas triangulares e rápidas como também finalizações da cabeça da área adversária com maior precisão. Nitidamente comprova-se a evolução técnica dentro da equipe aplicada pelo Roger Machado que não foi abatido pela técnica do Coudet nessa temporada, então estamos em franca ascensão e com certeza os próximos adversários que venham, mas que terão muita dificuldade pra tirar 3 pontos desse novo esquema colorado. Forte Abs e sempre juntos torcendo por mais vitórias.
Olá Aristide, analogias muito bem feitas, parece que finalmente resolveram fazer o simples, que embora não pareça é o mais difícil.
Parar de elucubrar, atribuir funções para quem tem capacidade de desempenhar com competência.
Ao menos evitar ao máximo as improvisações, se tem zagueiro põe zagueiro, equilibra o meio de campo onde se ganha o jogo.
Para competir a preparação física é primordial, então entregue a tarefa para um de reconhecida capacidade, com serviços prestados a grandes equipes e seleções.
O Inter é muito grande para ser campo de texte, antes tarde do que nunca.
E vamos em busca do que for ainda possível, abraço.
Olá Aristide, analogias muito bem feitas, parece que finalmente resolveram fazer o simples, que embora não pareça é o mais difícil.
Parar de elucubrar, atribuir funções para quem tem capacidade de desempenhar com competência.
Ao menos evitar ao máximo as improvisações, se tem zagueiro põe zagueiro, equilibra o meio de campo onde se ganha o jogo.
Para competir a preparação física é primordial, então entregue a tarefa para um de reconhecida capacidade, com serviços prestados a grandes equipes e seleções.
O Inter é muito grande para ser campo de texte, antes tarde do que nunca.
E vamos em busca do for ainda possível, abraço.
Salve, Tide! Bela analogia. Aparente mudança de rumo, ótimos resultados. Águas passadas que sirvam como exemplos. Feliz dos que podem tirar proveito sem a necessidade de p assar pelo sufoco eivado de fracassos. A vitória sobre o frágil Cuiabá não é parâmetro para garantias futuras, entretanto visível se apresentou a “mão do treinador ” no resultado do Espetáculo. E com este pensamento firmamos a idéia de que com novos sucessos seremos contemplados. Foi a mensagem mais clarividente da noite passada: inclusive com aqueles que ainda não justificaram o investimento. E na próxima semana teremos uma grande oportunidade perante o tricolor paulista para confirmar que hoje temos uma grande Equipe. Abraço!
Alô você, Tide!
Em tua analogia com o “Super Fla” na minha ótica só faltou o “fogo de palha” da Parmalat com o Palmeiras que guardadas as proporções ganhando competições caseiras satisfez os “precoces” e mostrou seu real efeito quando se retirou e deixou o Palestra atirado as feras, tens se recuperado quando o desespero bateu a sua porta e se viu obrigado a entregar a direção da locomotiva para uma empresária, que ainda está tocando o barco como se fosse sua empresa com planos concretos e com seriedade. É isso. Parabéns
Diretamente de Natal RN Coloradamente Melo
Oi Tide. Belo comentário. Sempre o passado serve de referência , para comparações e exemplos que ficaram e nos remete a pensamentos e analogias. Já foi exaustivamente falado sobre as contratações erradas do Inter. Então é olhar pra frente, pois é pra frente que
se anda. Sobre o jogo de ontem, ainda não serve em termos de análise, que está tudo certo. Domingo. contra o SP no Morumbi, será o grande teste. . Em caso de vitória, aí sim teremos uma certeza de que o ano não foi totalmente perdido, pois pode nos remeter ao G 6 e com dois jogos atrasados, ficar ba zona da Libertadores. Abraço