Foi uma manhã diferente, uma vez que não dormi. Fui trabalhar, logo cedo, organizando as equipes de reportagem que saíram para cobrir a torcida em diversos locais de Porto Alegre e no litoral. Durante todo o jogo fiquei caminhando no pátio da emissora onde trabalhava, rezando e chorando, e só parei de fazer isso quando ouvi um grito de gol. Sem explosão de alegria a minha volta, imaginei que se tratava de
um gol do Barça e resolvi entrar e ocupar o posto na redação do jornalismo, que teria de tocar dali pra frente. Fui avisada do gol do Inter quando entrava no prédio, pelo porteiro, que no primeiro instante julguei ser gremista, já que ele com fone de ouvido ria sozinho olhando pro nada. Ouvi a explicação e sem acreditar que o autor da proeza havia sido o Gabirú, corri pro pátio pulando e não me lembro de mais nada. Por isso, acho que quando o juiz, `as 10h17 fez o apito final, eu estava junto ao mastro da bandeira do Rio Grande do Sul, onde subi na estrutura de alvenaria e gritei até alguém me chamar. E me chamaram para colocar ao vivo a reportagem no meio da festa da torcida Colorada, espalhada por toda a cidade. Um dia especial, o meu melhor dia de trabalho em mais de 22 anos de profissão.
Adriana participou do filme Gigante com o relato do seu depoimento.