Vou falar de algo que talvez gere alguma polêmica, desconforto para alguns, mas gostaria que cada torcedor Colorado refletisse sobre isso e que diga se está ou não fazendo a sua parte. É fácil reclamar dos outros, mas reconhecer nossos próprios erros é uma virtude de poucos.
O que dizer da experiência que milhares de Colorados viveram no último dia 18? Santana do Livramento estava toda enfeitada de vermelho e branco por toda a cidade, as ruas foram tomadas por multidões cantando e brincando pacificamente, não presenciei nenhum incidente, tudo na paz e na maior alegria. Muitos torcedores viajaram de Porto Alegre, estimasse que 50 ônibus lotados partiram da capital rumo a fronteira, além de outras centenas que saíram das cidades do interior buscando apoiar o Colorado. A festa foi intensa até o início da partida, o estádio estava lotado, a maioria eram alvirrubros apaixonados que não mediram esforços para estarem unidos com o time neste momento importante da Libertadores.
Entretanto o jogo foi ruim e novamente o Inter não mostrou o seu melhor futebol. Ainda não encantaram, a cada partira o presságio de um final trágico se aproxima, pois realmente o torcedor anda assustado com o que tem visto, pois não vamos bem na Libertadores e tropeçamos no Gauchão. O time mudou de esquema, mas não de atitude, jogo ainda como time pequeno, embora ele fosse considerado o Gigante a ser batido. As duas partidas jogadas pela Libertadores fora de casa, poderiam termos ganho, os times não eram assustadores, mas nos “apequenamos” diante dos adversários. Um plantel como o do Inter, a folha de pagamento que temos, não podemos tropeçar em nossas próprias pernas. Se Fossati erra no esquema ou deixa o Edu em campo, são coisas de convicção dele, mas o torcedor não reagir a isso é o que me entristece.
Em Rivera éramos 26 mil torcedores Colorados contra, talvez, 4 ou 5 mil torcedores do Cerro, e quem fez mais barulho durante o jogo? Já batemos recorde de torcida adversária de outro país no estádio da La Bombonera, já calamos a torcida do Estudiantes em sua própria casa, batemos um novo recorde em Rivera em público, já atravessamos o mundo para fazer festa no Japão e continuaremos sempre seguindo o Colorado aonde ele for sem medir esforços, mas então porque nós torcedores não nos “agigantemos” sempre para dar o grito mais alto na arquibancada e intimidarmos os adversários? Se em Rivera éramos a maioria, porque não reagimos e gritamos mais alto que os uruguaios? Quando o time joga mal, parece que nos abatemos e perdemos as forças para gritar, nos abatemos com o time e deixamos de vibrar com todas as nossas forças.
Pareço redundante em meus textos, mas é porque eu gostaria de mudar essa imagem, durante anos viemos a “síndrome do quase”, quase campeões das Américas, quase outras tantas vezes campeões do Brasil, quase classificados para a próxima fase, sempre o nosso maior adversário era o quase… Passamos amargados pelos anos 80 e 90, mas soubemos resistir bravamente e aprendemos a vibrar e ganhar o mundo, conhecemos o saboroso gosto da vitória e não podemos deixá-lo desaparecer nunca. A festa em Rivera foi maravilhosa, quem foi jamais esquecerá as ruas tomadas de Colorados de cima a baixo, mas não podemos nos calar dentro do campo e fazer toda a festa do lado de fora. Eu acredito que a força que vem das ARQUIBANCADAS pode sim mudar o rumo de uma história. Lembramos os exemplos do jogo do Pumas em 2006, do Estudiantes em 2008 e agora contra o Emelec, a ARQUIBANCADA mostrou a sua força, fez o Beira-Rio estremecer e os adversários tremerem. Lembramos da final da SulAmericana em 2008, quando o grito da torcida adversária foi mais forte, o Gigante cresceu e calou os quatro mil argentinos que lá estavam. Tanto se houve falar dos argentinos que não param de cantar um único minuto, seja em casa ou fora, nós não somos como eles, não somos argentinos como alguns outros torcedores acham que são, SOMOS COLORADOS GAÚCHOS E PELEADORES… somos a resistência das arquibancadas, o grito mais potente e mais ensurdecedor. Se dentro de campo as coisas não estão saindo como se espera, pelo menos nós temos o dever de fazermos a nossa parte e não desistirmos JAMAIS.
Gostaria que antes que houvesse a corneta, existisse o apoio e o incentivo, que antes da crítica, dessem força e que antes de vaia, que gritassem durante 90 minutos. O futebol apresentado na última quinta foi indigno perto do esforço que cada torcedor fez para estar presente naquele momento, a direção deveria se envergonhar por ter levado a campo algo inversamente proporcional ao que o torcedor merecia, mas mesmo assim será que se tivéssemos gritado durante os 90 minutos sem parar o Cerro não teria se abatido? A maior festa começou antes do jogo, a torcida inflamou, mas durante o jogo nem o canto da Camisa Vermelha engrenou entre os torcedores, justo ela que faz o Beira-Rio ferver. Ouvi gente justificar que tinha muito torcedor não acostumado a ir ao estádio e por isso não sabia cantar, mas será que mesmo sem esse hábito o torcedor não sabe externar a sua força, vibrar e emocionar o time dando todo o seu apoio?
Enfim, será que nós torcedores podemos fazer mais durante as partidas? Será que esse meu desejo é um sonho? Será que a corneta vai sempre vencer o apoio durante 90 minutos. Já erguemos um estádio aonde existia água, já atravessamos o mundo para conquistá-lo, já derrubamos o time dos sonhos, a seleção do mundo com gol do Gabiru, já fomos campeões invictos, estamos sempre nos superando por que somos COLORADOS, apaixonados e não desistimos facilmente, sempre podemos nos superar e querer um algo mais. EU ACRETIDO NO INTER SEMPRE E ACREDITO NA FORÇA QUE VEM DAS ARQUIBANCADAS. Até a próxima batalha.
Débora Silveira – Porto Alegre/Rio Grande do Sul
INTER, para sempre eu vou te amar!
Post muito bem elaborado sobre a nossa torcida: http://coloradasnaarea.blogspot.com/2010/03/estar-sempre-certo-e-facil-demais.html
Débora justamente por não terkmos torcida passiva, bovina, adestrada, que tanto conquistamos!
Torcida que de nada reclama, que a tudo aplaude sem nunca oferecer critica não faz parte do DNA Colorado!
Foram homens indignados que fundaram nosso clube!
Foram dirigentes inconformados que idealizaram o Gigante Beira-Rio.
E foi a torcida que resistiu por anos, como sócio, mesmo sem títulos, protestando no portão 8, jogando moedas em jogadores, apanhando da BM, pedindo atletas e dirigentes, que forjou esse clube que hoje pode se orgulhar em ter 100 mim sócios.
Então, que cada um continue a torcer pelo Inter a sua maneira, com suas convicções, sem padronizações “alienantes”.
SAUDAÇÕES COLORADAS VERMELHAÇAS!!!
Débora, também estive em Riveira e presenciei o frenesi nas ruas de Livramento e Rivera dos torcedores, ávidos em ver o Inter ao vivo e que no estádio pareciam estar num teatro assistindo uma ópera. A torcida foi pouco participativa, sem força.
Só tem um detalhe que omitiste, e que já foi descrito por alguém aqui: este pessoal, em sua maioria esmagadora, não frequenta o Beira-Rio. Estavam lá para ver o Inter e não para torcer para o Inter. São pessoas que tiveram, talvez, sua única chance em vida de ver o colorado. Estavam felizes, fizeram a ola, tiraram fotos. Esta foi a festa deles, bem diferente de quem saiu da grande Porto Alegre para ver o jogo, ou de pessoas como tu, que devem assistir a todos os jogos do Inter no gigante. Portanto, formar conceito da nossa torcida emcima do comportamento de Rivera, é errado. Saudações
Concordo com você Nando que em Rivera tinha muitos torcedores sem o hábito de ir ao estádio, mas eu achava que se viajaram para vivenciar aquele momento, que se doassem um pouco mais. Entretanto a questão de julgar por um jogo só não vejo por esse lado… lembramos do jogo de domingo, pq não vibramos mais ao invés de tantas vaias para o Alecsandro, Bruno e cia? Muitos torcedores saem de casa para ir até o Beira-Rio vaiar ou ficarem quietos. O time criou muito e teve a infelicidade de não vencer, mas pq a torcida não ajudou e vaiou sem para o Pelotas aos 44 minutos de jogo antes daquela falta? É neste sentido que eu digo, precisamos que a nossa torcida mude um pouquinho a sua forma de pensar, já somos os maiores do Brasil, pq não sermos os melhores tb.
Grande abraço e valeu a opinião.
Ahh Concordo contigo num ponto fundamental: por mais que eu esteja descontente, JAMAIS vaio qualquer jogador do meu time. Quando terminar o jogo, tudo bem, podem vaiar, tá no direito. Mas antes do final do jogo, torcedor não pode vaiar. Isso é totalmente contra o time, isso mais atrapalha do que ajuda, mais distroi do que constroi. Quer ficar calado, tudo bem, tá no direito, mas vaiar, aí ganha a minha antipatia.
Abraços
Oi Debora. Eu tenho uma opinião sobre esse assunto.
Sempre se questionou quem “puxa” quem: A torcida puxa o Time ou o Tim puxa a Torcida? Minha opinião é que é os dois. Salvo em alguma exceções, como final de campeonato ou para evitar o desastre de uma queda de divisão, a torcida e o time devem ter uma hamornia, os dois contribuindo.
Eis o meu monto:
Quando a torcida só reclama, não apoia, o time se desmotiva porque os jogadores se desmotivam.
Quando o time nao joga, nao demonstra um bom futebol e, sendo assim, não cria uma expectativa de um futuro promissor, a torcida nao incentivae cobra melhoras.
O que esta acontecendo no momento é o time nao jogando bem, e o resultado disso é a torcida nao incentivando. Dai entra a questão da opiniao formada, de estigma. Quando um time joga varias partidas mal, para se livrar dessa imagem negativa demora alguns jogos, jogando bem.
Sinceramente, nao acho que o Inter tenha jogado tão mal assim em Rivera. O Inter no primeiro tempo amassou o Cerro (depois dos minutos iniciais), só não fez o gol por um capricho da natureza. O segundo tempo foi outra historia, infelizmente.
A imprensa dá uma “forcinha” ainda só martelando que o Inter tá mal, joga mal, nao destacando virtude nenhuma do time, só defeito. Bom, isso eu percebi nos ultimos jogos no Beira-Rio. A torcida entra na onda da imprensa e começa a vaiar. Depois de feita a cabeça do torcida, vem alguns comentaristas falando que “não acho justo a torcida vaiar o Alecssandro”. Daí nao adianta mais.
Finalizando: a gente pode exigir sim da torcida que ela apoie, mas saiba que ela esta esperando algo em troca d seu apoio: Um bom futebol. Mas se ela nao receber nada em troca, vai ser dificil conseguirmos que ela se sinta incentivada a apoiar. E a reciproca é verdadeira em relação a time x torcida.
Abraços
Oi Thiago, concordo e muito com vc essa questão da imprensa. No início o ano começaram materlando o Alecsandro, depois ele começou a marcar e calou a boca de todos. Aí a bola da vez foi Edu, em jogo no meio tarde e pouco mais de seis mil pessoas, vaias atrás de vaias… isso tb pq no rádio só se falava dele. Claro que nenhum dos dois está uma “pérola”, mas a imprensa detona quando quer.
Tb acho que a torcida tem que ter algo em troca, mas somos mais de 100 mil sócios que tem a esperança de um novo título, então que estejamos juntos sempre nesta batalha. Nada é fácil pro Colorado e torcer contra (como alguns fazem só para dizer no final que tinham razão), não pode acontecer.
Oi, Débora! Assino embaixo de tudo que escreveste.
As vezes chego a ficar sem voz cantando alto e sozinha na social, para ver se consigo que os colorados do meu “entorno” me acompanhem. Sonho o dia que os corneteiros resolvam ficar em casa! Ou, melhor ainda, desistam de “cornetear” e resolvam torcer! Que se deem conta que vaiar não ajuda em nada…. a única forma que o torcedor pode ajudar é cantando, gritando. Não podemos entrar em campo, não podemos escalar o time, mas podemos incentivar quem estiver envergando nosso manto sagrado, independente de nomes, esquemas.
Ontem e em Rivera, fiquei muito triste, desiludida mesmo. Mas não desisto nunca – se cada “torcedor” conseguir fazer cantar e gritar “1 secador”, nós chegaremos lá!
Grande Nelson, tb tenho esse sonho de que em algum hora a torcida irá apoiar o time durante os 90 minutos sem parar. Quando esse dia chegar seremos imbatível, seremos a Bambonera dos Pampas melhorado, com paz e alegria entre todos os torcedores.
Grande abraço e vamos torcer para que esse dia possa chegar o mais breve possível!
Oi Débora. Entendo perfeitamente teu sentimento de que nossa torcida muitas vêzes é um pouco fria. Sinto o mesmo nas vêzes que vou ao Beira-Rio. Basta uma roubada de bola pelo adversário e a maioria silencia. Meu sonho é de que um dia isso mude. Não entendo como uma torcida tão apaixonada como a do Inter possa ter esse tipo de comportamento. Acredito que em Rivera isso se deva em parte ao fato de que era uma torcida que não está acostumada a ir ao estádio. Não está acostumada a ver o Inter ao vivo. A frieza de Rivera não acredito que vá se repetir no Beira-Rio, pois lá nosso time é que vai atacar com força desde o início.
Grande abraço e parabéns pelo teu coloradismo de verdade, assim como todos do ARQUIBANCADA.
Parabéns Débora !!!
Perfeito teu comentário e tua indignação.
Agora uma coisa é certa o acomodado que não grita e vibra com o time em campo,não mudará por sí só.
Temos que pensar em algo para “colocá-lo em campo”.
Um grande abraço,
João.