A salvação do INTER

Procuro assistir todos os jogos do INTER e venho constatando que o nosso técnico possui uma idéia de futebol que contraria os fundamentos dos grandes times de ontem, hoje e sempre. Devem jogar os melhores jogadores do elenco, sem dar prioridades aos que falam espanhol, como o Edu ou o Bruno Silva.

Todos os grandes times do INTER tiveram um volante excepcional. O Caçapava, que muitos achavam truculento, não era violento (seu corpanzil assustava), não errava passes e tinha uma visão de jogo instantânea, após roubar a bola do adversário. Perguntem ao Otacílio Gonçalves que considerava o Caçapava, tecnicamente, melhor do que o Falcão (fato que discordo). Porém, o Caçapava guardava sua posição e não era reconhecido porque fazia poucos gols.

Enquanto isso, o Sandro parece estar obrigado a avançar para o ataque (onde não sabe jogar) ou está subindo sem autorização (seria a pior alternativa), deixando os zagueiros empenhados em dar o primeiro combate. Coisa que o Caçapava sempre fazia, a ponto do Figueroa dizer que jogaria até os 50 anos de idade, se tivesse o Caçapava na sua frente. Logo, o Sandro deve ser melhor orientado, porque trata-se de um grande jogador.

O Guiñazu também deve ser orientado para guardar posição. Não adianta correr o campo todo e deixar um vazio nas suas costas. Basta dizer que ele deve atuar como segundo volante, pela esquerda, sem aventurar-se ao ataque (somente até a intermediária adversária). Os volantes devem ser reboteiros, mas devem treinar, para evitarem chutes como os deferidos pelo Guiñazu contra o Cerro do Uruguai.

Não há necessidade de alas no futebol, basta que se revezem ao subirem para o ataque, permanecendo sempre três jogadores de defesa, mais o primeiro volante. Os zagueiros só devem ir para o ataque, em revezamento, nas bolas paradas, para evitar o contra-ataque com a defesa desguarnecida.

Os meias devem saber chutar de fora d’área. Lembram do Alex e do príncipe Jajá???

O atacante deve ter o faro do gol e sujar o calção, se atirando até em bola aparentemente perdida, coisa que o Alecssandro não faz se a bola não for na sua direção.

A teoria sobre táticas no futebol é vasta. Por isso, resumirei minha opinião, a fim de argumentar sobre o INTER atual.

Considerando que um técnico competente deve adaptar o esquema aos jogadores, e não os jogadores ao esquema, não quero ser pretensioso, mas vou indicar para o Sr. Fossati, o time ideal para o INTER (neste momento, porque poderão ocorrer novas contratações).

Não deve ser esquema 3 – 5 – 2, tampouco 4 – 4 – 2, o esquema que melhor se encaixa no grupo atual deve ser 4 – 1 – 2 – 2 – 1, da seguinte forma:

goleiro

4 zagueiros

1 volante fixo

2 segundos volantes

2 meias de ligação

1 atacante

Nomes ???

Abbondanzieri

Nei; Bolívar; Fabiano Heller e Kleber;

Sandro (1º volante não pode passar do meio-campo);

Giuliano e Guiñazu (volantes na intermediária defensiva; podem e devem revezar com os meias de ligação);

Andrezinho e D’alessandro (meias de ligação – intermediária ofensiva; podem e devem revezar com os segundos volantes) e

Alecssandro (atacante).

Tenho certeza que esses atletas, devidamente orientados taticamente, levarão novamente o INTER a vitórias convincentes.

Será que eu preciso desenhar para o Fossati entender???

Saudações do CAMPEÃO DE TUDO

Gilnei Zielinski – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL

 

5 thoughts on “A salvação do INTER

  1. Concordo… acho que temos Sempre que atacar, não podemos NUNCA se acadelar para time nenhum… Lembro da Final da LIBERTADORES contra o decantado S Paulo no Morumbi… Lembro da Final de 79 no Maracana contra o Vasco e principalmente do primeiro tempo de Yokohama, onde o resultado justo era termos vencido o jogo já no primeiro tempo. Estratégia de pugilista… bater e não deixar o outro bater… é isso !

  2. Apesar de muitos não concordarem, entendo que, no momento, o melhor toque de bola do meio campo colorado é do Andrezinho. Repito, no momento. E quanto ao Edu, estou esperando uma, somente uma atuação que me convença. A diretoria errou ao não contratar um atacante. Mas nem tudo tá ruim. 15 jogos, 4 empates e um derrota é um bom começo. Sem alarde, assim que ganhamos nossas maiores vitórias. Abraços pelo belo site.

  3. Algo que tenho percebido nos jogos do Inter é uma diferença gritante quando enter situação de ataque x defesa.
    Quando atacamos, temos uma dificuldade enorme de achar alguem livre . A aproximação de um companheiro as vezes é tardia, quando a defesa adversária já está postada.

    Em contra partida, até mesmo no jogo de ontem, quando somos atacados, o time adversario vem tocando a bola, sempre aparece outro jogador pra receber a bola sem que nosso time intercepte a bola, nossa defesa vem somente cercando, quando alguem vai dar o bote pra tirar a bola, já tem outro jogador adversario livre para receber. Acho que a nossa marcação sem a bola que esta ruim, proporcionando o ataque do adversario. Inter fazer 2 ontem não foi ruim, o ruim e inadmissivel foi ter tomado 2 do Pelotas em casa.

    Abraços

  4. Estou bem mais afinada com a opinião do João, do que com o texto.
    Gosto de time com movimentação intensa, ninguém “preso” efetivamente a um lugar no campo – se um sai, outro volta e toma o lugar, entende? Tipo a “Laranja Mecânica” da Holanda, “futebol total”.
    Parecido com o que tínhamos no início do ano passado, onde chegaram a nos apelidar de “bergamota mecânica” – hehehe.
    Todos os nossos jogadores, sem excessão, sabem jogar em mais de uma função. É total desperdício prender alguém a um lugar.
    Podemos, sim, melhorar. O Guina poderia chutar mais, por exemplo.
    Um bom exemplo do que eu digo, foi o primeiro gol de ontem… Cruzamento do Índio, gol de Eller.
    Eu já disse no meu post anterior meu esquema preferido….

  5. Prezado Gilnei !!!

    Sobre os nomes que compõem o time escalado por você,concordo com quase todos,exceto Fabiano Eller(escalo Índio pela direita) e Andrezinho(jogador para o 2º tempo) entrando o Marquinhos.
    Também concordo que o bom técnico deve se adequar aos jogadores que tem em mãos e não o contrário.
    Já quanto a mecanica de jogo discordo completamente.
    O futebol brasileiro sempre foi diferente por ser criativo.
    Só isso já impediria que um jogador como o Sandro,que tem fôlego e capacidade técnica,seja impedido de passar do meio campo.
    Me desculpe mas jogador que não tem condições físicas de deter,bloquear ou reter um adversário mano a mano , não pode jogar.
    Deve sempre avançar quem está mais apto naquele momento,independente de posição.A surpresa pode ser fatal para o adversário.
    Nesse caso,o que deve haver é um azeitamento de quem deve cobrir esse avanço.E isso somente com tempo e repetição.
    Meu conceito de futebol é polivalência.
    É o jogador entender a dinamica de cada função,antevendo e antecipando movimentos.
    A ocupação de espaços diminui sensivelmente as condições de jogo dos times limitados.
    E entendo por limitados os times que não tem alternativas para sair de uma marcação mais aproximada.
    Daí a necessidade de alternancias de funções,por vezes.
    Em minha opinião,toda vez que quiserem impor um jogo mecânico á nossa escola de futebol,estaremos equiparados e em igualdade de condições com equipes e escolas reconhecidamente inferiores.
    Nossa postura é um indício de quem somos e o que desejamos.
    Que sinal estamos dando aos adversários ???
    Força,medo ou cautela excessiva ???
    E tal como um predador,alguns adversários reconhecem o sinal e invariavelmente atacam o ponto fraco.
    E pelo elenco que temos só podemos ser predador.

    Um grande abraço,

    João.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.