Vou fazer aqui o advogado do diabo! Ontem no Passo D’Areia algumas vozes gritam por “Muricy, Muricy…” ou então “Hei Fossati, pede pra sair”. Como várias pessoas já se deram conta, o problema não é só “O técnico”, mas sim “há problemas técnicos” na equipe. Os jogadores não sabem assimilar as ordens do técnico ou o técnico não sabe coordenar a sua equipe? Fossati não tem culpa se o atacante que a direção trouxe está ultrapassado, lento, gordo e vive direto na preparação física. Quem sabe em novembro, um pouco antes do final do seu contrato com o clube, ele jogue uma sequência de três partidas.
O problema defensivo é um problema… jogadores experientes, campões de tudo e do mundo, mas que não estão se acertando e levam gols em quase todos os últimos 10 jogos. Se Alecsandro não faz gol, é por que não cruzam, ele sai da área por que a bola não chega até ele, a articulação das jogadas morrem ou são enforcadas. O time começa bem, mas a bola teima em não entrar e em um contra-ataque ou em uma bobeira, leva o gol e perde o jogo. Lances infantis, inaceitáveis para quem quer ser campeão. A lista dos problemas aumentam, não se vê solução, pois troca-se esquema, jogadores e nada resolve. O problema é que a fase dos testes passou, não se pode mais errar se não o semestre estará perdido… será que caminhamos para uma desclassificação na primeira fase da Libertadores novamente? Será que a final do Gauchão veremos pela TV entre o tradicional rival e um time do interior?
Apesar disso tudo e toda a polêmica do técnico lembro de 2009, Inter na final da Copa do Brasil, derrota no primeiro jogo… Inter na decisão da Recopa, empate no primeiro jogo e neste período Muricy Ramalho sem emprego, assim como Wanderley Luxemburgo. A mídia cutucava que Muricy voltaria para o Beira-Rio, Tite não jogaria as finais e boa parte da torcida apoiando isso. A direção bancou o técnico Tite e duas novas derrotas, dois novos vices. Será que se tivéssemos trocado de técnico naquele momento teríamos sido campeões de pelo menos uma das competições? Será?
Eu acredito que não, pois um time não se arruma do dia para a noite. Para mim, Muricy não fará milagre em 10 dias nem irá tirar coelho da cartola. Lembram do Mário Sérgio, só deu uma cara pro time na reta final, antes disso ganhou uns jogos, perdeu outros até conseguir dar dinâmica ao grupo, encaixar um tipo de jogo. Treinador não é mágico e trocar na reta final pode ser tão desastroso quanto manter o técnico e esperar pela morte anunciada. Nosso elenco é quase o mesmo que tornou-se vice do Brasileiro em 2009 e de lá para cá o time ainda não se encontrou e as novas peças não foram a altura da folha de pagamento Colorada. Como já ouvi jogador falando, há um determinado momento em que desgasta a relação entre jogadores e técnico que aí o melhor mesmo é trocar, o problema é que parece que a relação Fossati e grupo já nasceu desgastada e será que foi por culpa dele?
Débora Silveira – Porto Alegre/Rio Grande do Sul
INTER, para sempre eu vou te amar!
Concordo contigo, Débora. Se olharmos o futebol como um todo, veremos que temos tudo para conquistar a América novamente. No entanto, penso que nosso vestiário está minado por falsos líderes, jogadores que se acham superiores ao INTER. Como creio que o Fossati não tenha papas na língua, que seja linha dura, tem gente deixando de dar um pouco mais de si pelo time. Sei que temos visto algumas escalações complicadas, alguns esquemas com resultados ruins. Mas me pergunto: O esquema é ruim ou os jogadores estão reagindo? Este cara, o Fossati, veio a Porto Alegre com a LDU e deu um nó tático no INTER. Batemos, batemos, batemos…..mas quem escapou e fez um gol foram eles. E lá, no Equador, foi um fiasco só. Agora, o time deles tinha 11 guerreiros…..e com humildade para ouvir o treinador. Será que o Fossati esqueceu tudo ou os seus atletas acham que sabem mais futebol do que ele?
Também acredito que nenhum técnico seja capaz de resolver os problemas de um time, da noite para o dia. Ainda mais se o time em questão não tiver um “ataque” efetivo ou uma defesa um pouco mais “sólida”. Podem dicordar de mim, mas eu acho que a relação dos jogadores com o Fossati já começou desgastada. Eu diria até que os jogadores não estão aceitando a forma mais pesada do técnico de treinar, como se especula que tenha acontecido com Walter. No episódio da troca do hotel de concentração, eu concordo com o que disse o Wianey (apesar de não gostar nem um pouco dos comentários dele). Realmente está faltando profissionalismo ao grupo de jogadores e amor a camisa é uma coisa que já não existe a muito tempo por ali. O time é um coletivo. Se as coisas não vão bem, a culpa é de todos. É injusto pedir só a cabeça do Fossati.
Um abraço, Lore
Débora , certas coisas nos são ”vendidas” como verdades incontestes.
Essa de alegar que com o tempo há o desgaste natural ,quem nunca trabalhou em uma empresa por muito tempo onde também há intrigas,inveja,puxação de tapete e rusgas?
Mas se toca a vida e a carreira.
O problema é que os jogadores não são trabalhadores comuns (alguns são e outros acham que são estrelas) e o centro do universo é a imagem refletida no espelho.
Êta paradigma danoso.
Então os exemplos de sucesso do Arsenal,Manchester United e Liverpool em que comissões técnicas ficam no leme por longo tempo são impossíveis por aqui ???
Essa ”anomalia” não será PROFISSIONALISMO que conduz ao sucesso ???
Melhor não né , pois pode tirar o poder de muitos e ofuscar algumas estrelas.
Somente discordo de vc quando mecionas que a relação do Fossati com o grupo já nasceu desgastada.
Vejo como problemas atuais:
1 – time envelhecido e sem arranque,
2 – jogadores lentos,
3 – falta de um líder nato,
4 – não aproveitamento de alguns jogadores da base(com qualidade) e que querem e precisam vencer na carreira.
Um abraço,
João.