A maneira com que encaramos esportes, seja através da prática ou da observação (torcida) nada mais é do que uma extensão de nossa personalidade. Existem os passionais, que vão do céu ao inferno (e vice-versa) em questão de 90 minutos. Se o time vence, sorriso de orelha a orelha… se perde, inferno astral.
Estes são as formas mais pura de amor e se doam por completo; tanto as derrotas, quanto as eventuais conquistas são sempre super dimensionadas.
Confesso que inúmeras vezes passei o dia (e até a semana) extremamente azedo e mal-humorado por causa de uma eliminação Colorada em uma competição, por causa de uma derrota inesperada ou simplesmente pela repetição dos mesmos erros de formação e planejamento da equipe. Mas no fim das contas, é apenas futebol, e tudo passa.
Em contrapartida, há os otimistas. Estes, se apegam a qualquer fio de esperança, embora não haja indícios nem perspectivas que justifiquem tal atitude. Jogador “A” vai resolver, contratação de craque “B” vai sanar os problemas do time, se trocarmos o treinador pelo técnico “C” seremos campeões com folga. Depois da vitória “D” o time vai embalar. E por ai vai.
Não podemos esquecer os pessimistas e os cornetas. Estes não enxergam méritos; justificam êxitos a eventos aleatórios ou ao acaso. Agem como donos da verdade e inventam as desculpas mais esdrúxulas para corroborar sua tese. Qualquer derrota ou eventual revés é motivo de crise: deve-se trocar comissão técnica, direção, dispensar a rodo jogadores e contratar atletas de exceção no atacado. Enfim, planejamento zero, terra arrasada, time que vai lutar pra não cair.
E uma menor parcela, cada vez mais rara é composta pelos torcedores mais sensatos, que apesar de sofrerem tanto quanto os passionais, conseguem ponderar críticas, fazer análises pontuais e revisar conceitos. A blogsfera Colorada possui uma boa parcela de torcedores sensatos, que sabem discutir futebol sem as amarras do amor passional. Assim como também há os otimistas, os cornetas e os passionais. Uma simples extensão da personalidade de cada um.
Eu pessoalmente sou competitivo ao extremo. Não gosto de perder nem par ou ímpar. Sabe aquela pelada com os colegas da empresa, ou mesmo com a turma de amigos que ninguém leva o jogo a sério, onde todo mundo quer jogar com a bola no pé e ninguém quer carregar o piano? Bom, não me convidem pra este tipo de jogo. Porque eu jogo pra VENCER. SEMPRE!
Esporte pra mim é uma diversão, e que deve ser levada muito a sério. Não aceito displicência. Final de Copa do Mundo e treino na segunda de manhã devem ser encarados com a mesma disposição. Escrevo isto depois de o Colorado poupar 8 titulares (não considero Giuliano reserva) e perder 3 pontos em casa contra um adversário direto na competição nacional.
Não consigo aceitar passivamente uma derrota. Faz parte da minha personalidade, mas é inegável que não temos qualidade e quantidade de peças no elenco pra jogarmos duas competições em mesmo nível.
Ronaldo Alves, Arílton, Kléber Pereira, Wilson Mathias, Ronaldo Conceição. Suas atuações contra o Cruzeiro não me deixam mentir. A reposição é muito inferior, pra não dizer insuficiente no que tange a conquista do Campeonato Brasileiro e, inevitavelmente, há de se priorizar uma das duas competições.
É claro que podemos discutir um aproveitamento maior de titulares, uma dosagem mais equilibrada entre donos da posição e suplentes. É muito difícil digerir a derrota, mas é compreensível, pra não dizer justificável o foco total na Libertadores. Eu ainda não vi o Colorado ser campeão brasileiro e acreditem, quero tanto este título quanto a copa continental.
Mas não existe certo ou errado. Apenas convicções e apostas. Apostas que podem ser frutíferas, ou equivocadas. O INTER investe todas as fichas na Libertadores.
Dois jogos separam a equipe da Semifinal e de um retiro de 30 dias durante a copa pra ajeitar a cozinha e qualificar a equipe. Por mais doloroso que seja, ainda há tempo de recuperação no campeonato brasileiro, 37 rodadas é mais do que suficiente para reagirmos.
O final do ano irá responder se o planejamento foi adequado. A conquista da América (quiçá do mundo) ou uma campanha pífia no Brasileiro. Dois extremos, dois lados de uma mesma moeda. Ninguém pode prever o futuro, mas, às vezes, é necessário dar um passo atrás para em seguida dar dois a frente.
Tirem suas conclusões. Mas que ninguém seja oportunista. A tomada de decisão é agora.
Eu apoio a decisão, por mais dolorosa que seja. Será a medida mais correta? O tempo vai dizer.
E você, na cadeira do presidente, o que faria? Apostem suas fichas.
Davi Benedetti / Luanda – ANGOLA
Colorado, paixão mais que Internacinal
Deve-se priorizar, mas não entregar. Na partida contra o Cruzeiro, por exemplo, somente o D’alessandro deveria ser poupado, devido a suas características físicas, ainda mais que havia um intervalo de mais de 96h entre as partidas.
Saudações Coloradas!
Meu caro amigo, em alguns pontos, ou na maioria deles concordo.
Realmente o torcedor é tudo aquilo que está escrito, e, mais um pouco.
Dentro das ponderações, vejo, que o planejamento do nosso Clube, está, como em outros anos, tomando o foco e rumo errados.
Veja bem, no domingo, poupamos 8 jogadores, e foi aquele desastre, os nomes tu bem colocaste, o Cruzeiro está envolvido, tanto quanto nós, e o que fizeram?
Usaram todos os titulares, meio a meio, isto é planejamento, pois, estão em duas competições.
Nossos erros são pontuais, nossos dirigentes “pensadores” se equivocam facilmente, e são extremamente pretenciosos, pois, não ouvem de forma nenhuma ninguém, afundam o barco, e, simplesmente levam uma Nação junto.
Portanto, claro o campeonato é longo, mas,…já perdemos para um concorrente direto, e veja bem, conforme o resultado de quinta, e aí tomara que a gente vença, poderemos ter outra surpresa no domingo, pois, jogaremos fora.
Foi assim apartir de 2006, até os nossos dias, são erros em cima de erros, e os quais não são corrigidos, os dirigentes pensam como aquele menino de escola que nunca estuda, vai, vai e derepente, roda, então pensa, bem o ano que vem tem mais.
E, nós colorados é que sofremos, os tipos de torcedores citados, nestes momentos, ficam com os nervos à flor da pele, e isto, é um perigo, pode acontecer coisas incríveis, como a volta do Portão 8, instabilidade entre torcedores, e, principalmente o desinteresse dos associados, que pelas dificuldades do dia a dia deixam de contribuir.
Eu, assisti todos os campeonatos brasileiros vencidos pelo Inter, mas, nas ocasiões, tínhamos atletas que se doavam intensamente, e, eram “amadores” no sentido da palavra, seja em que situação fosse, se fôssemos enumerar temos muitos e muitos exemplos, e, incrível ninguém reclamava.
Nós, nunca devemos falar, que faltam tantas rodadas, devemos pensar que a vitória em casa, é que fará crescer o Clube e habilitar-se como Campeão, a vitória une os atletas, aí então, notamos que o grupo são somente 14 ou 15 atletas, e só.
Temos um exemplo aqui ao lado, da 2ª divisão, eles tb contavam faltam tantas rodadas, e derepente elas se foram.
O Inter é muito grande para fazer experiências, isto, está sendo à tônica dos últimos anos, e nossa direção vende muito bem, e….contrata com muitos equívocos.
Com esta explanação, “se” fosse eu o presidente, primeiramente, eu, mandaria no Clube, depois faria um trabalho muito minucioso nas peças que estão à disposição, faria um pacote e colocaria todos os atletas que não tem condições de vestirem a camisa do Inter, e são muitos,….e aí faria o aproveitamento das categorias de base, e, jamais pensaria em vendê-los, usaria o nosso quadro social, e outras rendas e os manteria aqui,com certeza.
Planejar, é olhar para frente,
Planejar, é qualificar sua equipe de trabalho,
Planejar, é não se desfazer,
Planejar é fazer crescer,
Planejar é vencer,
Um forte abraço, mas, mesmo pensando assim, eu amo este Clube, e apoio sempre até as últimas consequências, Vamo, Vamo, Inter!!!
Abraços Mário Gonçalves
ET: Sempre acompanhamos o Inter, eu e minha esposa, em todos os locais em que vá, claro, de acordo com o momento, e o orçamento, foi assim nos brasileiros, nas Libertadores, na Sulamericana, no Gaúcho, e no Mundial.
Discordo em parte… Não vejo porque alguém que é meramente torcedor deva tomar alguma decisão agora. A decisão do torcedor é torcer, vibrar, comemorar e demonstrar insatisfações quando a coisa parecer confusa. Decisões, nessa matéria, entendo caber à direção do clube. CUJO VICE-PRESIDENTE FALOU, APÓS O GRENAL, TER ERRADO, PELA TERCEIRA VEZ EM QUATRO ANOS, O PLANEJAMENTO PARA A DISPUTA DE DUAS COMPETIÇÕES SIMULTANEAS, para, uma semana depois, dizer que O PLANEJAMENTO ESTÁ CORRETO, citando o exemplo de 2006, que, pelo menos me pareceu, não serve de parâmetro.
Concordo que o grupo é inferior ao de 2006. Mas, se em 2006, que o grupo era bem mais qualificado, a base era mantida para que não se perdesse entrosamento, por que não repetir a estratégia agora, que o grupo é inferior? Ou por que não entrosar uma equipe “B”, reserva, ou o nome que se queira dar, para iniciar uma competição 4 meses após o início da temporada? Por que foi abandonada a idéia do time B para o gauchão? Por que, não tendo esse time B entrosado, poupar tantos jogadores quando logo, logo, teremos uma parada de 30 dias para a Copa, sendo que alguns desses jogadores (Walter, Nei, Andrezinho, Bolivar, Dalessandro, e não necessariamente todos eles precisariam atuar) há pouco tempo estavam sendo poupados, ou estavam machucados ou não eram titulares, ou estavam no gancho?
Concordo que as vezes é necessário dar um passo atrás para dar dois a frente. Mas, esse passo atrás não pode ser planejado de modo a significar um risco menor?
Não sou do tipo que vaticina ‘com esse time não vai adiante!’, até porque acho que o time de domingo, entrosado, apresentaria um futebol melhor. Apenas perguntei: Por que o time de domingo não estava entrosado? Por que não planejaram o jogo com o Cruzeiro?
Mencionei que todos estamos perdidos, inclusive o autor das duas entrevistas. Mas, é claro que estarei quinta no Beira-rio, e em La Plata, e nos jogos do Brasileirão, porque acredito que estão trabalhando para que as alegrias venham. Mas que as justificativas andam estranhas e deixam ver um certo desencontro interno, isso andam!
Quanto a apoiar a decisão… claro que tem que ser apoiada! Tem outra coisa a fazer? Claro que não! O Inter é um só. Eu também apoio, mas daí ouvir tais colocaçòes e fingir que não há contradição gritante…