Já nasci fanático pelo Inter. Meu pai também sempre foi, minha mãe disfarça um pouco, mas fica muito ansiosa com nossos jogos. Lembro de ficar na cozinha da minha Vó Maria escutando finais pelo rádio enquanto ela fazia geléia de morango ou lazanha. Eu era bem menor do que o refrigerador dela, e olha que ainda não era duplex… Lembro também das comemorações das janelas de casa, na rua, em comboios de carros (TriBrasileiro Invicto 1979, pelas ruas de Salvador), das frustrações com perdas (Bahia, Olímpia…). Lembro das comemorações na casa da Vó Idinha, coitados dos vizinhos gremistas…
Nesse momento, quando acabo de assistir ao primeiro jogo do Mundial de Clubes FIFA 2010, tudo isso volta à minha cabeça.
Esse 2010 foi intenso. A perda do Gauchão, o início desacreditado (pela imprensa e secadores de plantão), a falta de reforços necessários, a escolha equivocada de técnicos (desde o Gallo, depois Tite, Fossati – nenhum que empolga), as nabas escaladas no carteiraço (agora não é hora de lembrar isso), a pausa da Copa do Mundo. A decepção de deixar escapar o Campeonato Brasileiro mais fácil de todos os tempos. A escolha do Roth, as contratações de Sobis e Tinga, as passagens por São Paulo, Estudiantes e a grande final, primeiro o susto no Méxcio, depois o emocionante, indescritível o Beira Rio mágico daquela noite histórica, o Inter Absoluto contra o Chivas.
Em 2006, o Inter precisava ganhar para encerrar com qualquer dúvida de sua maioridade internacional. O coração ficou muito feliz, mas vencer a seleção do Barcelona parecia muito difícil. Com o tempo, com a mobilização da torcida e com a confiança do time reforçada, parecia que cada vez ficava mais viável. E aquele momento do gol do Gabiru despertou um sentimento que só quem passou sabe. Indescritível. Ao final daquela manhã de dezembro de 2006, ninguém no planeta Terra (depois desse negócio de microorganismo crescer com arsênico, os ETs estão chegando e o campeonato intergalático está cada vez mais próximo) estava mais feliz do que eu e toda a Nação de Colorados espalhados pelo mundo.
Os anos de 2007, 2008 e 2009 foram de conquistas internacionais, títulos regionais, finais nacionais, mas o que queríamos era o o BI da Libertadores, para chegar lá em Abu Dhabi e ganhar o Bi-Mundial. Está cada vez mais perto.
Adoro o Inter, acompanho, vibro de verdade, em qualquer lugar. Saio de Salvador ao Beira Rio por qualquer motivo. Não, não fui ontem assistir ao filme Absoluto com o time, nem vi o embarque no aeroporto. Mas eu estava lá, eu sempre estou, não porque em alguns momentos fico invisível, mas porque essa energia está presente mesmo com milhares de quilômetros de distância.
Humildade, raça, dedicação, mobilização. Vamos gritar, vamos cantar, vamos mostrar nosso orgulho ao mundo. Colorado, aonde você estiver, mostre que somos esse clube de origem popular, que nasceu para permitir a torcida de todos os que não sejam preconceituosos, restritivos. Nós somos a alegria! Nós somos uma torcida admirada e respeitada. Nós somos um dos maiores clubes de futebol do mundo.
Estou louco para cantar a música que inspirou o título dessa postagem. Aquela música que cantamos tantas vezes quando se aproxima mais um caneco para o Inter.
Esse ano, quando os ETs nos olharem do espaço, acharão que a Terra mudou de cor. Ela se tornará mais uma vez VERMELHA!
PAPAI É O MAIOR!
Alexandre Tocchetto Pauperio – Salvador/BAHIA
Colorado até morrer!