Camisa “7”

Pessoal, hoje vamos falar um pouco sobre os famosos “ponteiros direitos”, que foram extinguidos com os novos esquemas táticos, chegando ao absurdo de jogar com apenas 1 atacante (se é que me entendem!!!!). Sempre ouvi meu pai e meu tio falarem sobre Tesourinha , que não vi jogar, mas dentre os que vi, três  me chamaram a atenção: Valdomiro, Maurício e Fabiano. Vamos falar um pouco deles.

Em 17 de fevereiro de 1946 nascia em Criciúma/SC Valdomiro Vaz Franco. Filho do operário das minas de carvão de Criciúma, teve uma infância muito humilde. Na adolescência, foi engraxate e trabalhou na lavoura ajudando a plantar batata e mandioca e depois foi trabalhar numa mina de carvão.  Dividia seu tempo com o serviço e também com o time da Mina São Marcos. Era destaque no time  e devido a forte marcação dos adversários teve lesões que o acabaram provocando sua demissão.

Já fora do time ele foi convidado a defender os juvenis do Comerciário. Mais tarde, em 1968, foi chamado para jogar no grupo profissional.

O atacante que “voava” em campo foi descoberto por outro grande craque Colorado: Tesourinha. Em 1968, Valdomiro havia sido contratado pelo Comerciário, hoje Criciúma E.C. Na época o atleta foi muito criticado pela imprensa e torcida. Persistente, ele foi adiante não desistindo nunca.

Com velocidade, chute forte, cobranças de faltas impecáveis e um cruzamento que colocava os atacantes na cara do gol, Valdomiro fez história no INTER. Foi  dez vezes campeão gaúcho, um feito jamais igualado no Rio Grande do Sul e destaque no Tricampeonato Brasileiro do Internacional (1976-1977-1979), jogando ao lado de Falcão, Carpegiani, Figueroa e do ponta esquerda Lula.

Seleção Brasileira

Sua maior alegria foi a primeira convocação pela Seleção Brasileira em 1972, onde era reserva do grande Jairzinho.

Craque que é craque não deixa de marcar sua história na Seleção Brasileira. Com a  seleção, Valdomiro foi titular na Copa da Alemanha Ocidental em 1974. Apesar da eliminação precoce no Mundial, ainda na primeira fase, o craque anotou seu gol contra o Zaire o que ajudou a aliviar uma campanha brasileira não tão brilhante.

Valdomiro é uma exceção, pois enquanto a maioria dos ex-jogadores de futebol tenta a vida como treinador, Valdomiro  diz que  faltaria paciência com os que não jogam nada e ganham salário de craque. Segundo ele, o jogo da vida foi o Gre-Nal que decidiu o Gauchão de 1978. O INTER venceu por 2 a 1, no Olímpico, e ele fez os dois gols. O segundo aos 42 minutos do segunto tempo. O empate era deles!

Seu maior desejo era ter ganho mais títulos ainda pelo INTER . A pior derrota foi a para o Cruzeiro pela Libertadores de 1976 por 5 x 4.

Hoje, Valdomiro Vaz Franco reside em Criciúma. Com uma vida bem administrada e mostrando toda disposição para jogar aquele futebolzinho com os amigos, ele se dedica aos trabalhos do seu Centro Esportivo. No local, construiu um Memorial que tem a finalidade de registrar sua belíssima história. Além deste espaço o CT também oferece uma escolinha de futebol que vai oportunizar aos vários garotos o sonho de viver este esporte, assim como fez o craque Valdormiro Vaz Franco.

Para completar, na minha estada em Dubai tive o prazer de poder conversar com ele e apresentá-lo à minha filha, pois estava no hotel ao lado e pudemos trocar idéias sobre o nosso INTER.

Maurício de Oliveira Anastácio nasceu no Rio de Janeiro em 20 de setembro de 1962.

Participou do Gre-Nal do Século, foi assim denominada a partida entre Grêmio e Internacional válida pela semi-final doBrasileiraõ de 1988, em12 de fevereiro de 1989. A importância desta partida era realmente extraordinária, já que valia a classificação para a decisão do Brasileirão e jogaria contra o vencedor de Bahia x Fluminense  e ainda vaga para a Libertadores.

A partida terminou com vitória do Internacional por 2 a 1, de virada e com um jogador a menos em campo (o lateral Casemiro fora expulso ainda no primeiro tempo). Marcos Vinícius marcou para o Grêmio aos 25 minutos de jogo. Na segunda etapa, o centroavante Nílson marcou duas vezes para o Internacional, aos 16 e aos 26 minutos. Nilson foi considerado o grande herói do jogo, pois além de ter feito os dois gols, jogou machucado e Maurício também foi um dos grandes destaques do clássico.

Este foi o Gre-Nal número 297, foi disputado no Beira-Rio e teve o maior público de GreNais em Campeonatos Brasileiros até hoje: 78.083 pagantes.

Clubes por onde passou
1979-1981: Operário-MS
1981-1982: Rio do Sul-SC
1983-1984: Internacional-RS
1984-1986: América-RJ
1986-1987: Botafogo-RJ
1988-1989: Internacional-RS
1989: Botafogo-RJ
1990: Celta Vigo – Espanha
1991: Grêmio-RS
1992: Portuguesa-SP
1992: Internacional-RS
1993-1994: Portuguesa-SP
1994-1996: Hyundai – Coréia do Sul
1996: Zico All-Stars – Japão
1997: Londrina-PR
1998: XV Piracicaba-SP

Luiz Fabiano de Souza ou “Fabiano” ou “Fabiano Cachaça” ou ” Uh Fabiano“, nasceu em Rubim (MG) em 18 de março de 1975.

Fabiano começou a jogar aos 17 anos de idade, no time do Sertãozinho (SP). Depois de jogar pelo Juventus e XV de Jaú, foi contratado pelo INTER em 1996.

Em 1997 , fez o gol que deu o título Campeão Gaúcho ao INTER, num GRE-NAL disputado no Beira-Rio. Em agosto do mesmo ano, no estádio dos azuiszinhos, diante de mais de 33 mil torcedores, comandou seu time na histórica goleada de 5 a 2 sobre “eles”, anotando duas vezes na partida. A identificação com a torcida  rendeu-lhe o apelido originado do grito da torcida: “Uh Fabiano”.

Titulos
Internacional
: Campeão Gaúcho em 1997 e 2002
São Paulo: Torneio Rio SP em 2001
Santos: Campeão Brasileiro em 2002
Atlético Nacional: Campeão Colombiano em 2004

Times onde jogou
Sertãozinho, Juventus e XV de Jaú, Internacional, São Paulo, Santos, Beitar (Israel), Atlético Mineiro, Marília, Olmedo (Colombia), Canoas, Gama, CRB, Al Messaimeer (Qatar), São José e União Frederiquense.
Também, participou dos eventos do ARQUIBANCADA COLORADA ( foto abaixo, junto com o CLEO ).

Cleo, Carol, Luca e Fabiano

Marco Vinicio Barbosa Dutra – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
VAMO INTER !!!! VAMO INTER !!!! VAMO VAMO MEU INTER !!!

5 thoughts on “Camisa “7”

  1. Paulo
    Muito boa sua lembrança! Assim como o Sobis o Valdomiro enfrentou uma enorme resistência na época, sendo que foi preciso muita coragem para mante-lo no time!
    Essa e apenas uma amostra de que nem sempre a torcida esta certa, motivo pelo qual surgiu a expressão “jogar para a torcida”. Descreve aqueles que fazem ou agem para agradar a torcida!
    Mas só para registro: o Celso nao e nem louco, nem mau caráter, é apenas fraco para dirigir um time como o Inter!
    Aureo

  2. Marco, duas informações que não sabia, nem me lembrava… não lembrava dele no Inter em 2002, nem que tinha passado pelo São Paulo e não sabia que ele tinha sido campeão Brasileiro pelo Santos tb em 2002.

    O post valeu para enriquecer os conhecimentos! 😉

    Abraço

  3. Alô você Marco!
    Estou gostando muito da tua série histórias de craques colorados, pois posso dar uma viajada até a minha juventude. Dos constantes nesse post, todos com muita justiça merecem destaque, mas o velho “perna de rifle”, como denominou o narrador Milton Ferreti Jung da rádio Guaíba, é a referência contemporânea de aplicação, dedicação e perseverança. Valdô, chegado de SC tinha uma concorrência forte no time do Inter, Carlitos. Era um jogador veloz, driblador e não muito afeito a marcar gols, enfim não era um finalizador. Mas sempre que Valdomiro não ia bem em suas tentativas de cruzamentos ou finalizações, lá vinham as comparações com o “sargento” e por via de consequênci, as vaias. As maiores que já vi o “Gigante” produzir. O treinamento a exaustão, foram aperfeiçoando a “Flecha Colorada” (segundo Geraldo José de Almeida, locutor de TV da época), a ponto de ter se tornado o jogador que mais vestiu a camisa “escarlate” e um dos mais queridos ex jogadores do Inter. Por dever de justiça, credite-se ao treinador da época o sucesso alcançado. Esse treinador tinha seu nome estampado nos jornais da época e taxado de teimoso por insistir com aquele jogador. Esse mesmo treinador foi sem sombra de dúvidas o mais vaiado da história do “estádio Pinheiro Borda”. Resolveu bancar o “mineiro”. O respaldo para sustentação vinha de dirigentes como Ivo Correia Pires, Claudio Cabral, Ibsen Pinheiro, Carlos Stechmann, Paulo Portanova e outros. O resultado todos nós conhecemos. Ah, o nome do treinador? Daltro Rodrigues Menezes (treinador do Inter por ocasião da Inauguração do Gigante), um gordinho oriundo das categorias de base que substituiu Oswaldo Rolla e mais tarde cedeu seu lugar a Dino Sani, na “casa mata” principal.

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