200 mil sócios, sonho ou possibilidade?

Escrevi esse texto essa semana no Blog das Coloradas na Área e gostaria de trazer o assunto para a nossa arquibancada. Será sonho ou algo possível o Inter atingir 200 mil sócios?

O Inter tem em seu planejamento estratégico até 2019 chegar a 200 mil sócios… será que isso é possível? Hoje temos tanta gente reclamando que quando querem assistir a uma final não conseguem comprar ingresso. Realmente, teremos um estádio com 50, 55 ou 60 mil lugares apenas? Pequeno demais para uma torcida tão gigante que certamente precisaria de uns quatro Beira-Rio para caber todos. Quem viu o estádio do América do México com 105 mil lugares deve ter pensado: “Bem que poderia ser o Beira-Rio desse tamanho… como pode o México ter um estádio desse tipo e nós não”. Entretanto, porque em jogos menores não temos ¼ do estádio ocupado? Todo mundo só quer “o filé” das horas boas, ninguém quer “roer o osso” até chegar a uma final. O torcedor tem a mentalidade de que para ser sócio ele tem que levar vantagem, ele não se dá conta do apoio que está dando para o clube, mas sim quanto ele vai se beneficiar com isso.

Lendo o livro “A bola não entra por acaso”, de Ferran Soriano, ex dirigente do Barcelona, ele comenta em determinado momento do livro que o Barça tinha uma campanha para reduzir o número de acentos vagos em dias de jogos, pois lá se compra o ingresso por temporada e não por jogo especificamente. Quando alguém com ingresso antecipado não fosse comunicaria ao clube,com isso ele teria descontos futuro na renovação do seu espaço e assim o clube poderia vender seu ingresso a outro interessado (nada muito diferente ao que o Inter está pensando em implementar ao sócio de carteira vermelha). Entretanto foram percebendo que nem todos participaram da campanha e não se interessavam pelos benefícios oferecidos, simplesmente porque sentiam-se “donos” (e é exatamente essa a expressão utilizada) daquele espaço e não queriam compartilhar com outro.

Acho que no nosso caso brasileiro o sentimento vai além da posse, vai do quanto eu posso “ganhar” com o clube. Olhem o Barça, mais de 160 mil sócios, segundo maior clube do mundo, o primeiro é o Benfica com mais de 171 mil. Convenhamos que comparar os dois clubes é até injusto, sendo que uma é uma grande potência atual do futebol, sempre lutando por grandes títulos, enquanto que o outro já foi uma grande potência mundial, hoje é muito mais nacional do que internacional a sua força. Se fizermos um levantamento rápido, quais as maiores ligas de futebol que lhe vem a cabeça primeiro?? Aposto que a portuguesa vem depois da Inglaterra, Alemã, Espanha e Itália, quem sabe até a França, não necessariamente nesta ordem, mas vem mais pro final da lista. Entretanto os portugueses têm três times entre os dez maiores clubes em quadro social do mundo. Como explicar esse fenômeno?

Quem sabe os lusos sejam os mais evoluídos neste quesito, pois o pensamento maior é no clube e não no que poderão ganhar de benefícios do clube. Dizer que eles são mais apaixonados é um exagero, pois cada paixão tem a sua intensidade em cada indivíduo ou em cada região, visto que sempre achamos que a nossa paixão e a nossa torcida é a melhor do mundo, mas dizer que eles pensam no clube primeiro do que neles próprios, talvez seja uma verdade.

Sendo assim eu faço três questionamentos:

1º) Você acha que o Inter chegará aos 200 mil sócios?
2º) O que você acha que precisa ser feito para se alcançar essa marca?
3º) O que falta para a mulher aumentar o seu número no quadro social?

Enfim, será que nos tornaremos o maior clube do mundo nos próximos 9 anos? Isso só depende de nós!

Débora Silveira – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
INTER, para sempre eu vou te amar!