Vitória em casa, alivia a tensão

Saímos de casa preparados para torcer, tolerar e passar frio. Torcemos, toleramos e não passamos frio.

Com os jogadores que tinhámos a disposição o Inter foi escalado de forma equilibrada, mas ainda com receio de testar um dos jovens zagueiros em lugar de um dos experientes zagueiros do Inter. Em minha opinião Bolívar deve dar a vez. Isso deve ser feito de maneira humana e racional, mas deve ser feito.

O Jogo

Normal falta de entrosamento, uma vez que  alguns valores não vinham jogando, vinham jogando em outra posição ou ainda em outras funções. Diferentemente de outros jogos o Inter agrediu,  tinha uma jogada forte de velocidade especialmente pela direita com o jovem e promissor Dellatorre. Damião tinha um companheiro para brigar com a extrema defensiva adversária.

Andrezinho e D'Ale, afinados e goleadores (imagem Clic RBS)

Um pouco mais atrás D’Ale e Andrezinho, mesmo não sendo brilhantes davam uma idéia de time montado com equilíbrio. Atrás dessa linha dois volantes com mobilidade, velocidade suficientes para puxar contra-ataques, além de cumprir seus papéis defensivos com razoável desenvoltura.

A última linha com Bolívar mostrando a habitual falta de velocidade e, a meu juízo, apesar da visível falha do Muriel permitiu que o centroavante cruzeirense cabeceasse a bola para o fundo das redes sem ser molestado. Reafirmo o que venho dizendo: quando o centroavante aparece sozinho a frente do goleiro é falha do zagueiro. Bolívar não disputou o lance que redundou no 1º gol, ficou assistindo, de novo.  Articulando razoavelmente o Inter ameaçava a meta cruzeirista até que D’Ale que sofreu um pênalti, converteu e deixou tudo igual.

O Inter ficou confiante e foi pra cima. Ainda no primeiro tempo, alternando os lados do campo de ataque em uma cobrança de falta pelo lado esquerdo, Andrezinho bateu na “zona do agrião” e o fato de Índio e Nei terem saltado à frente do goleiro Fábio foi fundamental para que o “guarda valas” se atrapalhasse redundando no segundo gol do Inter, o gol da virada, 2 x 1.

Damigol, guardou mais um (Imagem Clic RBS)

No segundo tempo o Inter continuou bem, perdendo várias oportunidades. Damião, Andrezinho e Índio perderam gols. O Cruzeiro cresceu, apareceu o belo futebol de Montillo e começou a levar perigo a meta Colorada. Mesmo assim D’Ale achou Damião que de cabeça, cumprimentou Fábio, 3x 1. Daí pra frente o Cruzeiro foi pra cima e o Inter recuou demais. A bola começou a queimar, perdeu-se o controle no meio e aí um equívoco do nosso treinador.

Tirou Dellatorre e colocou um meio campo (Zé Mário), chamando o Cruzeiro para o nosso campo, aí acontece o segundo gol do Cruzeiro. Bolívar novamente falha. Ele além de não pular ainda tenta tirar com o pé uma bola que veio por cima. Evidentemente perdeu para quem fez intervenção de cabeça o que era recomendável para o caso redundando no segundo gol.

Daí pra frente o Inter não jogou mais. Foi um “bumba meu boi”, um salve-se quem puder. Coletivamente o Inter repetidas vezes acusa uma demora em sair de trás, chegando a ficar com seis ou sete jogadores atrás não apoiando os atacante e meias, especialmente nos contra-ataques. É um vício que precisa ser corrigido.

Individualidades

Muriel –Falhou no primeiro gol e depois foi um show.

Nei o melhor do Inter na partid (Imagem Clic RBS)

o Nei, fez uma partida de ótima qualidade. Defendeu como muito vigor e apareceu muito bem à frente com participação efetiva nos dois primeiros gols do Inter, o melhor do Inter. Bolívar, já não tem a velocidade de antigamente e tem permitido muita liberdade aos centroavantes que via de regra, tem redundado em gol. Falhou nos dois gols adversários. Índio atuação como nos velhos tempos. Cuidou do seu lado e deu cobertura ao Fabrício quando preciso. Fabrício fez um belo primeiro tempo, mesmo envolvido no nascedouro do primeiro gol estrelado. No segundo tempo caiu de produção. Tem valor.

Elton e Glaydson tiveram méritos no aproveitamento de suas velocidades em jogadas defensivas e nos posicionamentos centralizados e em apoio especialmente aos laterais. Cumpriram bem seus papéis. Andrezinho e D’Ale tiveram o mérito de articular á frente dos volantes e aparecerem em zona de arremate. Além dos gols que fizeram tiveram oportunidade de concretizar outros. Ofensivamente apareceram bem.

Dellatorre é um jovem e promissor atacante, aposto nele. Fez boa parceria, executou jogadas em velocidade, especialmente pelos flancos. Faltou arrematar mais. É um bom parceiro para o nº 9. Está em fase de amadurecimento. Damião desta vez teve parceria e apareceu mais. Não reeditou seus melhores momentos, mas fez uma excelente jogada em que deixou André na cara do gol e fez o seu com a marca do centroavante. João Paulo, Zé Mario entraram na fase do horror e mesmo não comprometendo, pouco produziram. me pareceu sem velocidade. Era fundamental naquela altura do jogo.

Agora é Recopa. Muito pensamento positivo quarta-feira.

VAMU, VAMU, INTER!!!

Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Vamo, Vamo INTER

14 thoughts on “Vitória em casa, alivia a tensão

  1. Grande Professor Melo!

    Repetitivamente perfeito! Concordo que o Bolívar não está sendo feliz. Pra mim já poderia ter sido sacado do time. Fabrício foi melhor que Kleber. Não podemos recuar no final do jogo. Tínhamos que segurar a bola na frente. O que realmente me preocupa são as coincidências. FC volta ao Beira Rio e o Wilson Matias, que nem no banco tava, começa como titular semana passada! Coincidência? Pra que contrataram o Jô? Pra ficar no banco? Pq ele não começa jogando! Forte abraço!

    1. Alô você Fábio!
      O galho Fábio é que para o próximo jogo voltará nosso velho e bom (outrora) Tinga, que se somará ao nosso também velho e outrora bom Zagueiro e aí…
      Quanto ao Jô Fabio, cheguei a comentar ontem lá no estádio que está visivelmente fora das melhores condições. Me pareceu lento e sem tempo de bola. Ele é um cara alto (1,90 talvez) mas não ganhou nenhuma daquelas bolas loucas alçadas pelo “salve-se quem puder”. Mas não vamos julga-lo por isso. Vamos dar tempo para ele. Nesse meio tempo, o Delatorre pode ir quebrando um bom galho. Com umpouco mais de confiança pode dar um bom caldo junto com o Damião. Oremos
      SC

  2. Paulo
    Juro q se eu soubesse editar videos eu faria uma compilacao dos gols sofridos pelo Inter. Acho q 80% dele contem falhas grotescas do Bolivar! Cheguei ao ponto de nao “suportar” mais ele com a camisa do Inter. Sempre foi mediano, mas chegou ao fundo do poco. Ele esta marcando o atacante, mas qdo este se movimenta na jogada, ou Bolivar para ou caminha na direcao contraria. Ontem, mais dois exemplos, a bola vem pelo alto e ele estica o pe a meia altura? SURREAL! qdo a bola e do goleiro o zagueiro para no lance? qqer um sabe q tem q proteger e fazer a parede em caso de rebote. Na Alemanha mais gols onde a bola ta entrando na area e ele sai caminhando na direcao contraia, em Abu Dhabi a bola quica duas vezes e ele faz q vai e acaba “fondo”, ate q finalmente o jogador adversario finaliza e faz o gol..Enfim, alguem do arquibancada poderia editar os gols sofridos e fazer aquele circulo sobre a imagem do Bolivar para descatar ele no lance. pode pegar ultimos 30 gols: No minimo vai dar mais 70% de falhas dele. Bolivar sai de campo com uniforme limpo e sem cartao amarelo! So q nao e pela elegancia, mas sim pela omissao em campo. Ele nao e um Gamarra para se dar ao luxo de sair limpinho! E um perna de pau dos grandes. Demorou um ano para Juan desbancar um medalhao, sera q teremos q esperar mais um ano para sacarem o Bolivar? qqer dos meninos faz igual ou melhor, fazer pior e impossivel. Alem do mais, os meninos irao evoluir, mas e o Bolivar?

    1. Alô você Mauren!
      Creio que todos nós estamos vendo isso que o pessoal do futebol do Inter quer nos convencer que não vê. É tudo isso mesmo que relatastes. É cruel e desumano mas quem sabe o Matias pode fazer alguma coisa boa num treino desses. Uma chagadinha mais fortezinha e tudo estará resolvido. É claro que não se quer isso é uma brincadeira. E os resumos dos jogos que são feitos? Estão colocando fora ou adulterando? Não é possivel.

  3. Como sempre, uma análise perfeita, Melo! Tens toda razão nas colocações sobre as falhas de Bolivar. Vimos Índio se entregar de corpo e alma para evitar o sucesso das jogadas adversárias, ao passo que Bolivar parece apenas torcer para que as jogadas adversárias dêem errado. Por isso, em vez de pular junto, ficou só olhando no segundo gol do Cruzeiro. E o Wilson Mathias, hein? Tomara que o Loss não o utilize na Argentina. Los hermanos gostam de fazer aquela correria medonha, e o “espetacular” é tão lerdo… Penso que o Elton está conquistando uma vaga entre os titulares, mas alguém deve alertá-lo sobre os passes laterais muito curtos, que não chegam até o destino por falta de força, permitindo contra ataques rápidos dos adversários. Vi isso em todos os jogos e corremos alto risco. A ótima notícia vem da adoção de dois atacantes: Damião e Dellatorre. Com maior sequencia de jogos, essa dupla vai incomodar muito. SC

  4. Melo, sua análise do jogo mais uma vez é impecável. As ausências do Zé Roberto e do Oscar estão realmente sendo muito sentidas. Menos mal que o técnico, desta vez, optou por colocar um parceiro de ataque ao L. Damião. Independente da qualidade do Delatorre (também acho que ele vai se desenvolver) no momento, ainda assim é importante que nosso artilheiro tenha parceria, ao menos para ocupar a marcação, pois o seu isolamento contra o Fluminense, por exemplo, facilitou a tarefa defensiva do time do Abel. Deixamos mais aqueles pontos preciosos lá no Rio, eu havia frisado que o Flu não é isso tudo e ele foi despachado com facilidade pelo America MG. Pois é, agora tudo é RECOPA, ficou claro mesmo que o Loss não será técnico, não está na hora dele ainda. É trabalhador, estudioso, mas tem que ter mais personalidade, mas audácia e menos apego às exigências de diretoria, como por exemplo no caso Wilson Matias. Espero que ele não tenha uma recaída contra o Independiente. Que não amordace o Damião e não chame até a defesa do time argentino para cima de nossa zaga. Temos que jogar com coragem, como time grande que somos. SC a todos(as).

    1. Alô você, Luciano!
      Quanto ao Delatorre, está em fase de maturação, mas acho que tem potencial. Na ausência do Zé e até do Gilberto que enytrou bem na copa Audi a tarefa é dele.
      PS: Gostei muito da participação do Sacha na copa BH. Pode ir entrando devagarinho.
      SC

  5. Gostei do Dellatorre e vi entusiasmo no D’Alê..o Fabricio foi mais participativo do que o Kleber tem sido, mas o jogo foi muito ruim.

    1. Alô você Simone!
      Concordo contigo quanto a análise dos jogadores , só entendo que talvez por falta de ritmo de jogo tenha faltado constância ao Fabricio no segundo tempo, mas nos deu esperanças de fazer o Kleber despertar.
      SC

  6. Melo,
    Apenas um pequeno reparo na tua aálise. No 1º gol a bola era toda e só do Muriel, embora o Bolívar como sempre não tem acompanhado o centroavante adverário. Tinha que ter feito a parede ou proteção, mas acho que ele e todos esperavam que o Muriel não tivesse aquela falha. No 2º gol mais uma vez ficou olhando o Leandro Guerreiro, imagine quem, a cabecear sozinho.
    Viste como mudando de batedor de faltas nas proximidades da área a coisa funciona? E o Andrezinho tem sido minha pedida, eis que o D’Alessandro não tem tido êxito em suas cobranças. Mas, justiça seja feita, ao lado do Nei, como bem falaste, o argentino foi o nosso melhor jogador.
    Uma coisa que não consigo entender. Mais uma vez, depois de um muito bom 1º tempo, por que o INTER recua tanto no 2º tempo. Praticamente jogou sempre no seu campo. Quase entregou o jogo, que terminou o 1º tempo já estava bem encaminhado.
    Por fim, mais uma vez o Loss demonstrou medo ao retirar o Delatorre que estava bem para colocar mais um volante, o Zé Mário.
    Afinal, quando é que essa apologia de volantes vai acabar?
    Precisamos de um treinador mais ousado.
    Espero que na 4ª na Argentina, o time não se apequene tanto, senão vai ser mais uma noite de horror! Haja coração.
    Abraço

    1. Alô você Heleno!
      Frizei em meu comentário que a falha foi do Muriel. Se ele não tivesse soltado a bola o Anselmo não teria cabeceado. O que precisa ficar claro é que normalmente o centro avante adversário aparece sozinho a frente do nosso goleiro. Isso tem se repetido, e ontem duas vezes.
      SC

  7. Paulo:
    Brilhante análise, pois foi um jogo para testar os cardiacos. Em primeiro lugar, este time do Cruzeiro é muito bom, ou seja, não foi só nós que recuamos e sim o time deles que veio para cima do nosso, mas o erro foi do nosso técnico recuar o time com a saída de um atacante para entrar um centro-médio como escrevestes no texto. Além disso, o que o nosso técnico poderia ter feito para ser diferente era ter colocado o Zé Mário no lugar do Elton por ele ser esquerdo e o outro direito, apesar de gostar do futebol do Elton, esta mudança poderia ter equilibrado mais o time. Outro problema que nós perdemos o meio de campo no meio do segundo tempo devido ao D’Alessandro e o Andrézinho já estarem cansados pelo jogo díficil, corrido e de tanto tomar porrada. Nesse sentido o nosso técnico custou a sacar um deles, o que justifica o domínio no final de jogo pelo time cruzeirense.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal

    1. Alô você Caludio!
      Além de tudo o que falastes, com muita propriedade, faltou uma providência para tentar amarrar as articulações “estreladas”. Visivelmente articulavam com Gilberto e Montillo, ambos ótimos jogadores. A providência que se queria, ameu juízo, era aquelas alturas, com 3 x 1 marcação individual nos dois.
      SC

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