O que foi especial

D'Ale: a necessidade de jogar para fora o que se sentia

Morar em Minas Gerais, é um grande prazer para mim, mas é complicado conversar de futebol com cruzeirenses e atleticanos. Para eles, a Raposa e o Galo são o mundo. Os outros times são intrusos neste mundo que vivem. Mas, esse jogo contra o Cruzeiro era muito, mas muito especial para mim.

Desde 2009, foram 4 confrontos entre os dois. 1 empate e 3 vitórias do Cruzeiro. Ou seja, nunca tinha tirado uma onda com os cruzeirenses. Nesta segunda-feira, pude sentir uma sensação diferente, e perceber com mais detalhes, como os torcedores da raposa são: extremamente reclamões. Depois do jogo, eu sorri que foi uma beleza!

Foi um final de semana difícil para os Colorados, por causa da derrota para o Flu na quinta. Tinha gente falando até de rebaixamento do Inter. Tentei não pensar nisso por alguns momentos, mas era inevitável. Assim que liguei a TV no domingo, essa idéia se desmanchou em minha cabeça.

Foi um jogo especial, pois eu vi a torcida mais linda do mundo, com a maior vontade de ver o time vencer e com a mais bonita das canções cantada com o maior intusiasmo do mundo. Foi especial, porque aquele time que estava em campo, não era o que eu estava acostumada a ver, mas ele faria de tudo para me ver sorrir e gritar gol. Foi especial, porque enfim, o Inter venceu o Cruzeiro dentro do Beira-Rio.

Pensava eu: “Hoje não é dia de derrota”. A arbitragem podia errar e errar variadas vezes, mas no fundo, todos nós sabíamos que esse domingo seria de alegria e alívio.

O 1º tempo, foi um bom jogo. D’Ale jogando do jeito que mais gosto que ele jogue e batendo pênalti da forma que ele sabe bater. Estravasou, comemorou como se valesse um título. Era importante. Andrezinho + falta? Ah! É gol. E quem não sabe disso?

A vontade e determinação do time estava marcada nos olhos de Muriel e em suas defesas espetaculares. Tinham tanta vontade de vencer, que recuaram no 2º tempo e se esqueceram de atacar. Levamos gols. Sim, gols. Mas, não vou dar uma de analista de arbitragem. O domingo era do Inter, só do Inter.

D’Ale reclamou de alguns torcedores que insistem em pegar no seu pé. Em um cruzamento perfeito, Damião fez aquilo que é sua especialidade: gol de cabeça. O ensurdecedor Beira-Rio, com vozes aliviadas, cantou “Minha camisa vermelha“, estourando os tímpanos dos cruzeirenses.

Sufoco, mas quem discorda da frase: “Chorado, suado, colorado”? Vitória e alívio. Enfim, paz. Com praticamente um time inteiro de desfalques, o Colorado parou Montillo. E aliás, no duelo de argentinos, D’Ale superou qualquer marca do jogador da raposa.

Difícil, foi aguentar os cruzeirenses azucrinando em meu ouvido, reclamando sem parar (e apostem, a reclamação deles vai até o final do campeonato). Bom, o Inter não tinha nada a ver com isso. Dominou parte do jogo, mostrou que mandava nas margens do Guaíba. Eu, não apitei a partida. Apenas assistí, com um belo e aliviado, sorriso no rosto. Realmente, foi especial.

Jéssica Loures – Barbacena/MINAS GERAIS
Inter, dos pés à cabeça, da mente ao coração.

9 thoughts on “O que foi especial

  1. Muito bacana Jéssica, dá orgulho te ver falando ou escrevendo com tanta emoção! Gosto muito de conhecer o sentimento Colorado espalhado por todos os cantos e que mesmo distante, ele não diminui.

    Abraço

  2. Alô você Jéssica!
    Que texto! Brota coloradismo. é assim que tem que ser, colorada genuina. Tú és da gema e tens o dom de escrever muito bem. Teu caminho jornalístico está aberto.
    SC
    Melo

  3. Que belo texto Jessica, parabéns!

    Verdadeira declaração de amor! Ao ler, dava pra sentir o teu coração batendo junto.

    Parabéns mais uma vez!

  4. Jéssica, sem dúvida a vitória no domingo foi daquelas onde os três pontos valeram mais do que a atuação. Ainda mais com os desfalques que você muito bem mencionou. Quanto à arbitragem, que alías tem sido de péssimo nível não só no Brasil, mas em todas as competições mundiais, inclusive na Copa do Mundo, o INTER via de regra vem sendo prejudicado em jogos fora do Beira-Rio e até em nosso próprio estádio. Então, fica na conta, temos sofrido historicamente mais prejuízos do que benefícios. E quando jogamos contra o Corintians? Todos sabem que será prejudicado. Justa a reclamação do Cruzeiro, mas como disse, fica na conta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.