Decepção em série

(meu último post foi antes do jogo contra o Mazembe. meu luto durou esse tempo. mas, pensando bem, minha maior decepção com o meu Inter ainda foi aquele jogo contra o Olímpia no Beira Rio…)

Essa semana deveria ser muito alegre. Apenas uma vez por ano o meu time de toda a vida joga na minha cidade. E será nesse domingo, dia dos pais, chance anual que tenho para levar meus filhos ao estádio, de estimular a torcida pelo meu time do coração. É verdade que assisto em casa todos o jogos, mas no estádio tem outra energia. Tenho apostas feitas com torcedores do Bahia, o clima é de respeito ao Campeão de Tudo.

Mas, um dia como desta quinta é difícil de aguentar. A noite de quarta foi triste, desanimadora.  Perdemos a partida de ida da decisão da Recopa Sul-Americana, em jogo contra o Independiente/ARG. A decepção não é apenas pelo resultado. É principalmente pela postura do time em campo e pelo que está acontecendo nos bastidores.

Pensei em não ir ao jogo de volta no dia 24. Pensei também em deixar de ser sócio. O time está jogando muito pouco. Algumas peças não tem a menor condição de vestir nossa gloriosa camisa. Na minha opinião: Nei, Kléber, W Espetacular M.

Ídolos do passado não justificam a atual titularidade e são mantidos no time às custas do rendimento do time: Bolivar, Índio, Tinga, D’Ale.

Técnicos passam um atrás do outro, em uma série de equívocos: Galo, Roth. Só não me venham com Nelsinho, traidor indisculpável.

As promessas ficam “encerando banco”: João Paulo, Lucas Roggia, Delatorre. Antes disso, já vimos isso com Damião, Giuliano, Oscar, Muriel.

Falta mecânica de jogo, entrosamento, técnica, jogadas ensaiadas, fundamentos simples como cruzar, passar, tabelar, adiantar o combate. Sequer um técnico afirmado!

Com tudo isso, dentro das quatro linhas nosso time só tem fama. Não tem pegada, comete erros bobos, jogadores limitados produzem o que sabem, ou seja, nada!

O time do Independiente é muito fraco. Jogou muito pouco. Vi todo o jogo, ninguém me contou. Mesmo assim, perdemos. Claro! Um time cheio de volantes, sem poder de criação, sem jogadas, sem pegada, sem orientação. Quase não levamos perigo ao gol dos caras.

Mas minha maior decepção não está no time que entra em campo. Está no esquema que faz com que esse time entre em campo. Parece claro que o time está sendo escalado no carteiraço, por influências não técnicas. Na minha modesta opinião, isso está ocorrendo desde o começo de 2007, logo depois de termos chegado à maior glória da história do clube, o Mundial de Clubes FIFA. Não tem outra explicação para a entrada de WM no time, para a manutenção da velha zaga, para a titularidade na quarta do Jô, para a entrada do Marquinhos em detrimento do Andrezinho, do João Paulo e do Delatorre. No ano passado, tive que me estressar com o lastimável Alecsandro, um jogador medíocre, escalado durante meses, enganando a torcida com gols fáceis e muito marketing pessoal, suportado por alguém que mandava um repórter entrevistá-lo pela TV em todos os intervalos e finais de jogos do Inter, ao longo de todo o ano. Todos sabem de quem estou falando.

Infelizmente, tenho que concordar com os que afirmam que o time está sendo escalado com base nos interesses econômicos e não pelo futebol apresentado. Falcão, o maior ídolo da história do Internacional, que não pode ser comparado a nenhum outro, foi aviltantemente expulso do Beira Rio e todos sabem que isso ocorreu porque não aceitava interferências na escalação.

Não pretendo acusar ninguém diretamente, mas a torcida não merece isso. Falando nela, que parece ter cada vez menos importância no cotidiano do Inter, as brigas políticas do Clube chegaram às torcidas organizadas, que se dividem, brigam entre si, não se entendem. Já não cantamos a uma só voz. Torcida essa que foi privilegiada em nossa última conquista da América em detrimento de todos os outros que estavam no estádio, pois NÃO ACONTECEU A TRADICIONAL VOLTA OLÍMPICA! Eu estava lá do outro lado. Me desloquei da Bahia, gritei, vibrei, chorei, torci, cantei e meu time não veio me prestigiar ao final. Ficou com os “escolhidos”. Por quem cara pálida?

Será que os interesses de empresários e dirigentes pode estar acima da felicidade geral da torcida Colorada? Não é só porque pago minha mensalidade. Quero respeito pelo meu amor, minha paixão, meu prazer, meu sofrimento, minhas expectativas, minhas decepções, minha honra colorada. É preciso respeito!

É simples. Escolham um técnico que entenda de futebol. Deixem que ele exija dos profissionais na preparação, de acordo com o contrato de trabalho dessa elite de muito bem pagos. Deixem que ele escolha os melhores para entrarem em campo. Deixem que faça a coisa certa. Estimulem que os guris do celeiro de ases sejam fortalecidos, animados, motivados para a responsabilidade de vestir nossa camisa. Paguem o que cada um merece. Deixem que questões menores interfiram no que é mais importante: um time honrado, digno, que fale a verdade.

Pior do que perder quarta foi ouvir que o time jogou bem, que não ganhou por detalhes. Chega de cara-de-pau! Não somos otários!Somos Colorados.

Não vou deixar de ser sócio. Sou desde que nasci. Domingo, estarei no estádio de Pituaçu para torcer pelo meu Inter.

Me respeitem! Façam o certo! Deixem de palhaçada!

Alexandre Tocchetto Pauperio – Salvador/BAHIA
Colorado até morrer!

6 thoughts on “Decepção em série

  1. A Direção prometeu um treinador experiente, que conheça o futebol brasileiro, com rodagem em grandes clubes, etc. Está chegando esse cara: Dorival Junior. Temi que o Autuori fosse contratado, pois é um baita enrolador. Acredito muito na capacidade do novo Treinador. E nós, sócios e torcedores em geral, temos que continuar enchendo as rádios, as redes sociais e todos os meios de comunicação para fazer com que a voz da Torcida chegue ao Beira-Rio, cheque aos ouvidos do Treinador. E que ele tenha autoridade e liberdade para montar a melhor equipe. Bolivar, ex-general e Mathias, o imortal, devem “descansar”, para dar espaço aos novos valores que estão surgindo. Bolivar já foi muito importante para o INTER, já Mathias nunca teve destaque, mas está lá também!! Mudanças JÁ! SC

    1. Espero realmente e desejo de coração que o Dorival possa resolver os problemas do nosso Colorado. Agora, se ele continuar deixando dirigente escalar o time e colocar em campo jogador que ele quer vender, aí meu amigo, ninguém vai resolver o nosso problema, nem Jesus Cristo salva!

      Abraço

  2. Alô você Pauperio!
    Tua angústia é a de todos os colorados, tenho certeza. Tem muita gente trabalhando para que o Inter se mantenha grande e forte. Nós somos parte dessa gente fazendo o que nos é possivel fazer. Enfim, depois dos conflitos internos e interrogações e desabafo mais puro e autêntico tu fechas como um autêntico colorado. Vamos pro jogo, vamos torcer, acima de tudo somos colorados.
    Um abtraço e SC
    Melo

  3. Grande Alexandre, suas palavras caem como uma luva no sentimento da nação alvirrubra. Estive em Buenos Aires e o que todos comentavam após a partida era exatamente isso, chega de Bolívar, chega de time sem ambição, altos salários e esquema cheio de volantes. Quem escala o Inter tem que ser o TÉC-NI-CO e não dirigente. Nosso ex-presidente não disse que “dirigente dirige/comanda” e “torcedor torce”. Pois é, não é o que está acontecendo… vejo dirigente querer se meter onde não deveria. A torcida fez a sua parte (mais uma vez), não merecemos isso.

    Titular deve ser aquele que está em melhores condições físicas e técnicas e não vive de passado… quem vive de passado é museu e se o Inter não mudar, nossas glórias ficarão somente expostas no museo.

    Enfim, torçamos para que tudo mude, o quanto antes! Boa sorte para você em Salvador, estaremos na torcida.

    Abraço

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