Em 25 minutos Inter liquida a fatura – 4 x 2

Em dia de Independência tive também prazer de encontrar amigos à entrada do Beira-Rio, mas especialmente os Irmãos Sontag. Gente da melhor qualidade e com a virtude de serem colorados da melhor estirpe.

A torcida, a imprensa, a opinião pública, o asfalto da Pe Cacique e por fim o próprio Bolívar pediu para não jogar. Pronto, estava tudo certo para que a zaga que jogou na Bahia se repetisse, muito embora já naquela oportunidade, com essa mesma formação tenha deixado a desejar também. Ficou aquém da expectativa. Desta vez repetiu a dose com acréscimos. Agora até Muriel falhou.

O jogo

O Inter fez 25 minutos de um futebol convincente. Ágil, movediço, impetuoso. Suas linhas impuseram ao adversário uma só alternativa: se defender. A Imposição física dos zagueiros sobre os atacantes era evidente. No miolo Guina e especialmente Elton se posicionavam de modo a não permitir trocas de passes que pudessem levar perigo aos jovens zagueiros. Pelas laterais Nei e especialmente Kleber participavam com os meias de triangulações pela esquerda e pela direita ora pelas extremas ora pelo centro.

De testa para as redes, como recomendam os melhores (Imagem: Site Terra)

Logo no início Andrezinho cobra escanteio e Moledo de testa abre o escore. D’Ale procurava muito o jogo e junto com Oscar e Andrezinho articulavam as jogadas que levariam a qualquer momento a uma assistência ao Damigol. Não deu outra. Em uma jogada que teve a participação de Guiñazú, Dalessandro, Oscar e finalmente Kleber que infiltrou pela esquerda e serviu Damião que sobre a risca do Gol empurrou para as redes e fez o 2 x 0. Não demorou para que jogada semelhante se repetisse e Guina já no fundo, quase sobre a linha de fundo sofresse pênalti. D’Ale cobrou e fez o 3 x 0. Eram treze minutos de jogo. Duas ou três estocadas mais e o Inter foi perdendo o ímpeto.

O que para mim é sintomático aconteceu, novamente. Quando Guina começa a dar botes lá na frente ou nas laterais o time começa a ser assediado. Alô JR, é por aí. É posicionamento. Chamei a atenção de quem estava ao meu lado no campo. Pois numa dessas jogadas, no campo adversário Guina saiu à caça foi envolvido e a jogada evoluiu até que houve o cruzamento para a área André Dias ganhou do Nei e cabeceou para diminuir, 3 x 1. Visivelmente o jogo mudou, embora o Inter continuasse jogando bem, não era sombra do que foi nos primeiros vinte minutos e já dava oportunidades para o América articular especialmente pelo meio. Foi numa roubada de bola que rapidamente chegou ao ataque e Oscar foi servido.

Bela atuação e gol de craque (Imagem: site Terra)

O guri deu um corte seco no lateral levantou a cabeça e encobriu o goleiro Neneca, do Coelho, golaço, 4 x1. Tinha tudo para voltar a comandar o jogo, entretanto a jogada do primeiro gol se repetiu só que desta feita quem golpeou de cabeça foi Kempes e desta vez além de Nei, Moledo e Elton, Muriel também falhou, 4 x 2. Repetiram-se os perigos das jogadas aéreas na área do Inter. Insegurança, disseram alguns, talvez. Sabe-se que não há tempo para treinamento, mas algo deve ser feito, colocar o pessoal para ver o VT dos gols (é possível que esteja sendo feito), conversar muito. Nosso ataque é hoje o melhor da competição com 36 gols, mas nossa defesa é a décima terceira. Se maiores riscos passamos o segundo tempo inteiro com o coração na mão, temendo que eles encaixassem mais uma bola alta em nossa área.

As Individualidades

Muriel vacilou em algumas bolas alçadas e falhou no segundo gol.

Nei foi superado duas vezes nos gols do América naquilo que ele tem de forte: abola aérea

Moledo e Juan – Ambos muito bem por baixo e nas antecipações, mas espera-se que no mínimo um deles se torne soberano da área, é essa nossa deficiência. Não foi desta vez, mas temos que dar um tempo.

Bolatti – Entrou fora da sua em lugar de Moledo e não comprometeu.

Kleber– Fez uma partida de exceção, especialmente no primeiro tempo. Velocidade, passes certeiros. Visivelmente a convocação lhe fez bem.

Elton– Já demonstra ser o melhor volante do Inter. É no meu entender o que melhor se posiciona.

Guina– O empenho de sempre, mas a exemplo de outras partidas, quando sente que o time começa a ceder espaço, quer resolver sozinho e aí sai do lugar provocando alguns rombos na cabeça da área.

Andrezinho, Oscar e D’Ale jogaram os primeiros vinte minutos com uma sintonia simplesmente perfeita. Os três se procuravam para articular as jogadas, movimentando-se muito com velocidade e objetividade, dando o tempo exato para a chegada dos laterais.

Ilsinho– entrou em lugar do Oscar, é um jogador interessante, tem velocidade e se movimenta muito.

– Substituiu Damião somente para ganhar tempo.

Damião – Guardou o seu (Redundancia), presente do Kleber teve mais um anulado equivocadamente, que fase, que fase!

Do meio pra frente acho que é isso mesmo, precisamos agora é acertar o miolo de zaga. No próximo jogo diante da lesão do Moledo, é Dalton ou Bolívar. É a hora da arrancada, eu acredito.

Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Vamo, Vamo INTER

10 thoughts on “Em 25 minutos Inter liquida a fatura – 4 x 2

  1. Grande Melo! Para o Colorado as vitórias têm sido difíceis: problemas defensivos. Valeram muito os 3 pontos de ontem, e já projetando o jogo contra o parmera, vejo certa vantagem na ausência do Guina. Explico: as muitas faltas que o Cholo pratica nas proximidades de nossa área, tanto frontais quanto laterais, quando o adversário dispõe de um exímio cobrador de faltas, e de várias jogadas aéreas de ataque. Mas o parmera pode ser batido em seus domínios, pois do meio para a frente o INTER está se impondo, marcando gols de todas as maneiras. Grandes esperanças de avançar na tabela no próximo domingo. Não podemos demorar tanto para alcançarmos 40 pontos quanto demoramos para chegar aos 30! SC

    1. Alô você, Aquidaban!
      Pefeito, temos que atingir os 40 pontos, mas isso só se consegue ponto a ponto. Concentração máxima para domingo. Precisamos arrumar a “cozinha” os outros cômodos me parecem terem sido bem ascalados e terem tido ótimo desempenho.
      SC

  2. Grande Prof. Melo!

    Dia mais que especial ontem! Feriado, Beira-Rio e família reunida. Levei, pela primeira vez, meu afilhado Felipe ao Beira-Rio. Manauara mas sócio contribuinte. Enfrentamos a fila para retirar a carteirinha no CAS, que agora ocupa lugar de destaque na carteira do menino! Todo orgulhoso, rumamos às arquibancadas. Vimos 4 gols do INTER ainda no primeiro tempo, em meio a cachorro-quente, refri, picolé e salgadinho. O que mais importou foram os 4 gols que o Felipe nunca vai esquecer na primeira ida dele ao Beira-Rio para assistir um jogo do Colorado.

    Antes disso tivemos o prazer em te encontrar. O Jaques veio de Boa Vista – RR e juntamente com o André, Mateus – meu outro afilhado acostumado a ir no Beira-Rio – e o Rodrigo, vimos, além dos 4 gols do INTER, 2 gols do América que nos preocuparam. O Nei realmente falhou nos gols, juntamente com o Muriel no segundo, mas o que importou foram os 4 gols que garantiram 3 pontos. Não me importa quantos gols tomamos, desde que façamos mais do que isso. Quero é três pontos!!!

    Que venham mais 3 e mais 3 e mais 3….A coisa começa a mostrar sinal de qualidade e organização. Parabéns meu INTER e rumo ao topo!

    Abração!

    1. Alo você Fábio!
      Já estavamos com saudades de teus comentários. É isso mesmo esse é o sentimento que um verdadeiro colorado tem que ter. Evidente que estamos vendo e não nos furtamos de criticar quando julga-se necessário, mas fazer 4 e tomar dois me serve. Fecho com esse escore até o fim do campeonato.
      Um abraço.
      SC

  3. Estamos naquela zona intermediária e com aspiração de subir ao encontro dos primeiros colocados. Isso requer sequência de bons resultados, ao menos vitórias consecutivas em casa e alguns pontos fora. É pouco viável pensar em vencer a maior parte dos jogos fora, o campeonato está bem equilibrado. Quando recebemos times grandes em casa queremos vencer a todo custo, certamente o Palmeiras irá querer isso também. Então, temos que enfrentar cada jogo com a estratégia adequada. Tem como vencer o Palmeiras lá, mas não podemos deixar eles abrirem pontos em cima de nós. É adversário direto. Quanto à questão do Bolatti, vamos ver, vamos com calma, talvez sua experiência e posicionamento seja útil lá, ao menos numa situação de emergência.

    1. Alô você Luciano!
      Nossa ânsia de que o time acerte, nos leva a querer acelerar o processo (na verdade o processo está atrazado). Como perdemos vários pontos muito possiveis de ganhar temos que buscar fora e dentro todos os pontos possíveis e até alguns impossiveis (será que existe?). Quanto ao Bolatti tens razão, ali é para uma emergência. Nosso sentimento é de que temos que concentrar forte para ganhar a próxima, sempre, aí dá.
      SC

    1. Alô você, Simone!
      Tu estás muito pessimista. Curta a vitória do Inter. Veja que o ataque do Inter é atualmente o melhor do campeonato. Fez 3 gols em treze minutos, Isso não é bom? Temos que acertar é a defesa. O jogo começa no primeiro segundo e não aos 17 minutos. Já perdemos jogo e título tomando gol aos 17 segundos, sabia?
      SC

  4. Paulo:
    Além da conquista dos três pontos e a possibilidade de subir na tabela, o resultado tem demonstrado que Dorival Junior precisa de tempo para que o time busque o equilibrio. A loucura do nosso calendário faz com que o novo técnico não consiga treinar e a única coisa que a comissão técnica consegue fazer é recuperar o desgaste físico que os jogadores tem com os jogos e as viagens. O maior exemplo disso é o Óscar que anda jogando abaixo da média, apesar do belo gol, reflexo além dos jogos do Brasileiro e a Recopa teve a participação no Mudial que foi muito desgastante e ainda não teve tempo para se recuperar. Outro exemplo é a falta de tempo para treinar o posicionamento da nossa zaga, o que gera insegurança, e é isto para mim é o que explica as nossas falhas defensivas do jogo de hoje e o contra o Ceará, pois só com treino e muita conversa pode-se concertar os erros que viemos cometendo. Mas já vi alguma evolução depois da saída do Bolívar do time pelo menos no setor defensivo na hora de se impor e no combate aos adversários, apesar de ainda continuar com problemas nas bolas áereas.
    Com relação ao Bolatti e a improvisação como zagueiro me demonstrou que tem potencial, pois sobre se impor e se posicionou bem, apesar de ter ficado pouco tempo no jogo. Gostaria que fosse testado como quarto-zagueiro (a la Mauro Galvão) ao lado de um zagueiro central mais xerifão quem sabe não esteja aí o concerto para nossa zaga.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal

    1. Alô você, Vidal!
      Muito interessante tua observação com referência a utilização de Bolatti como zagueiro e o link que fizestes com M.Galvão. Quem sabe, quem sabe!
      SC

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