Às vezes a superação vence a condição técnica. A superação se dá por concentração, determinação e acima de tudo uma vontade de vencer a cada segundo.
Temos visto ao longo do tempo vários exemplos de profissionais limitados que venceram em suas atividades por superação. No esporte e, particularmente, no futebol temos diversos exemplos de jogadores limitados tecnicamente que se tornaram vitoriosos em suas carreiras em virtude disso.
Notadamente no Inter, em seu miolo de zaga, que é o que nos interessa, além da qualidade, imposição técnica está faltando o que se chama de “OLHO DE TIGRE”. O Zagueiro quando não é diferenciado, o que é muito raro, supera suas dificuldades com essa “ferocidade”. Ele tem que assumir a condição de dono, xerife, patrão ou seja lá que outro adjetivo se lhe dê. Assumir a condição não é somente colocar a braçadeira de capitão, não é somente apontar o dedo em riste pra o adversário nem tampouco ir toda hora questionar a arbitragem. A tarefa é o somatório de todas essas atitudes, de maneira equilibrada, mas, sobretudo ter em mente que quem está autorizado a cabecear na área do Inter é ele. Os nossos zagueiros têm que ter em mente que ao centroavante adversário não é permitido fazer gol, sequer arrematar, olho de tigre.
Se alguém adversário infiltrar, alguém amigo tem que acompanhar, mas o centroavante ou segundo atacante, NÃO! Seu Alvarino, lá em Viamão era um homem que gostava muito de futebol, mas entendia pouco. Ele era o presidente e treinador da equipe do Saúde FC. Logo após a distribuição de camisas que trazia em um saco junto com bola e apito, iniciava a preleção. Uma das coisas que guardei do seu Alvarino era uma frase que repetia todos os domingos. Como não sabia sequer o nome dos seus jogadores ele dizia: ô três! Quem é o três? Alguém se apresentava, então ele vaticinava: ô três (chamando a atenção de seu zagueiro), o nove é teu, entendeu? Ele não pode fazer gol, entendeu? Se ele fizer gol eu te tiro, entendeu?
Às vezes o Saúde até perdia, o que é normal, mas que o centroavante adversário não tinha boa vida contra os zagueiros de seu Saúde FC, isso não tinha. Quem sabe se alguns treinamentos “a lá” seu Alvarino, independente de quem fosse não resolveria em parte os problemas defensivos do Inter.
Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Vamo, Vamo INTER
É isso aí “alô você”… quero esse xerife o quanto antes. Espero que nossos meninos amadureçam logo ou então que chegue o cara com “olhos de tigre” ao nosso grupo.
Abraço
Não fabricam mais “Gamarras”?
Li este comentário agora, depois do jogo contra o Palmeiras. Tomara que o técnico também leia. ganhamos, goleamos, mas tomamos um sufoco…Espero que possamos cirrigir isso.
Paulo:
Parabéns pelo seu texto, pois me fez lembrar de duas entrevistas de dois zagueiros lendários: uma do Figueroa e outra do Nena. O Figueroa, que tive a oportunidade de ver jogar, disse uma vez que a grande área era como a sala da casa dele só entrava quem ele queria. Em uma outra entrevista de um jogador que não tive a oportunidade de ver jogar, mas li e escutei que foi um dos nossos maiores zagueiros que foi o Nena, também conhecido por Parada 18, que jogou no Rolo Compressor, dizer que antes de começar o jogo ele ia na frente da área e fazia um “X” com as chuteiras e dizia só passa daqui quem eu deixo passar.
Para mim, o zagueiro tem que ter esse sentimento e tem que jogar com este pensamento, ou seja, que ele é a autoridade do sistema defensivo e que o atacante adversário tem que o respeitar. Nesse sentido, não pode deixar concluir a jogada, não pode deixar cabecear, ou seja, ao final do jogo o goleiro não deve ser muito exigido para que os possíveis erros diminuam. E quando ele falha ou o time toma gol, este é o primeiro a ir pegar a bola no fundo das redes e dizer para o resto do time que agora não passa mais nada e todos vão ajudar para que isso aconteça. Mas o que eu vejo nos nossos jogos não é isto, quando a bola vai para a área pensamos tomará que o Muriel defenda ou o atacante erre. Os nossos goleiros, jogo após jogo, vivem sendo exigidos ao máximo, quantas vezes o Muriel foi o melhor em campo, quando isto acontece a algo de errado, pois o goleiro é o único jogador que deve ser protegido para que não sejamos sufocados e não sejamos vazados, pois senão aumentaremos a tarefa dos atacantes de precisar fazer mais gols. Outro exemplo, quantas vezes vimos o Nei ou o Kléber no meio da área fazendo o papel de zagueiro, ou mesmo o centro-médio que esta jogando fazendo esta função deixando um buraco na lateral ou no meio de campo facilitando o serviço do adversário na hora de virar uma jogada ou mesmo em uma penetração pelo meio, isto esta ocorrendo devido as falhas no miolo da nossa zaga, que deixa os outros jogadores inseguros sejam eles o nosso goleiro, nossos laterais ou mesmo os nossos centro-médios, além é claro de empurrar o time para trás fazendo o time adversário nos precionar. A mudança desta rotina colocando zagueiros seguros e uma mecânica de jogo que possa tornar o nosso sistema defensivo menos vulnerável para mim é a tarefa mais díficil para o nosso atual técnico Dorival Júnior.
Saudações Coloradas.
Cláudio R. Vidal
Alô você, Vidal!
Tenho lido teus comentários sempre muito equilibrados e com sentido de fácil entendimento. As tuas observações quanto ao desempenho de nossos laterais e volantes no socorro aos zagueiros são expressão da verdade. Vez por outra rezultam em “falhas” desses laterais como no último jogo com o América MG por simples omissão ou mal posicionamento dos zagueiros. É que eles muitas das vezes como foi o caso do Nei na última quarta-feira perdem na disputa de cabeça por estarem no lugar que deveria ser ocupado pelos zagueiros.
SC
Oi Paulo,concordo contigo.Muitas vezes a nossa defesa fica em estado comtemplatorio,olhando o adversario cabecear na nossa area,e algumas vezes fazendo gols. Acho que tambem esta’ faltando um pouco de treinamento para este fundamento. Espero que o DJ de um jeito nisso,ou entao teremos em todos os jogos,aquele filme de terror,que temos visto ultimamente.
Alô você Junara!
Tens razão, é que fundamento se aprende na base. Ta falhano é lá embaixo.
SC