Bota em campo o Escurinho!

O leitor Leo Roberto Fernandes, nos mandou um texto de homenagem ao nosso saudoso Escurinho. O texto não é de sua autoria, o encontou na Internet, mas o achou tão simbólico que mandou para nós, depois das homenagens que fizemos ao ídolo eterno.

Desta forma, reproduzimos o texto abaixo, de autor desconhecido, mas com muito sentimento de um grande coração Colorado.

– Bota em campo o Escurinho…

Aos vinte do segundo tempo
o treinador o chamava,
e no campo ele entrava
e vinha até devagarzinho,
mas o gol sempre saía,
de cabeça, quem seria?
Eu falo do Escurinho.

Se a partida estava difícil,
e o jogo era pegado,
o outro time retrancado
e faltando uns minutinhos,
nosso time abria os pontas
e no banco quem se apronta?
É claro que é o Escurinho.

Nosso time era inteligente,
jogava por conhecimento,
sempre vinha um cruzamento
e muito mais no finalzinho,
do Valdomiro ou do Lula
e adivinha quem é que pula?
É claro que é o Escurinho.

O time era competente,
e a gente só na euforia,
e a torcida parecia
embriagada de vinho.
Mas se o gol se demorava,
o estádio todo gritava:
“Põe pra jogar o Escurinho”.

E a gente lá na outra ponta
deste Rio Grande altaneiro,
e acredite parceiro,
no ouvido sempre o radinho,
e como se fosse um megafone,
se gritava forte pro homem:
“Bota em campo o Escurinho”.

Só sei que numa ocasião,
e ele ainda de suplente,
e eu piazito inteligente
apostei nele um dinheirinho,
e o Valdomiro estava marrento,
pois só fez dois cruzamentos
e foi dois gols do Escurinho.

Mas naqueles quatorze a zero,
apostei em dois de cabeça,
e por incrível que pareça
eu tive um prejuizozinho.
Pois quem é que imaginaria,
que só um gol ele faria
e com o pé seu Escurinho??!!

E muito então se dizia
que o time tinha era sorte,
mas o certo era que o porte
dava assim um ciumezinho,
é que o nosso tinha doze,
por isso vinha com pose
os onze e mais o Escurinho.

E na semifinal do bi,
e já depois dos noventa,
e a bola vem pacholenta
brincando de aviãozinho,
e então se escuta o golaço,
e todos sabem que o tentaço
só pode ser do Escurinho.

Mas o gol não era dele,
mesmo sendo nos acréscimos,
é que o narrador, meio péssimo,
se perdeu pelo caminho.
Mas no final o Falcão diz:
“Meio gol fui eu que fiz
e meio é do Escurinho”.

E é por essas que o futebol,
deixa a gente apaixonado,
e muito mais nós, Colorados,
com tanto pelo caminho.
Por tantas lembranças boas,
nesta vida que também voa:
“Muito obrigado, Escurinho”.