Pratas da Casa em grande quantidade? Claro que não!

Nas grandes conquistas presença discreta, em números, de Pratas da Casa

A bem da verdade o que são pratas da casa? Segundo Nelson Rodrigues , assim como outros consideráveis autores, assim são denominados aqueles cuja trajetória futebolística se iniciaram no Clube que defendem. Assim quando um jogador teve origem no clube que defende costuma-se dizer que ele é “prata da casa” ou seja não foi comprado. A partir daí o entendimento é que a prática de formação de jogador  muito comum a partir dos anos 60 ( já que até os anos 50 os jogadores eram buscados no futebol de várzea e praticamente não havia formação. Várias denominações foram dadas: Miúdos, Dentes-de-leite, Mirim, infantil, Infanto-Juvenil e  Juvenil eram algumas delas cada uma a seu tempo, obedecendo interesses contemporâneos. Em particular no caso do Inter,  de quando em vez volta-se a ouvis teses de que é preciso se dar mais espaços aos jovens, como antigamente. Como assim?  Nos anos 60, isso foi tentado e o resultado foi desastroso. Do treinador  Pedro Ário Figueiró  ao Professor Mendes Ribeiro por determinação do então presidente,  Luis Fagundes de Mello foi promovida uma juvenilização em massa de onde escaparam sem se queimar Braúlio e Dorinho. Os demais sumiram na história sem maiores relevâncias. Por outro lado os times base dos grandes títulos ou grandes momentos do Inter contavam , via de regra, com um número  muitas das vezes muito baixo de jogadores oriundos das bases, se não vejamos, com as legendas F para jogadores que vieram de fora  e C para os pratas da casa, considerando o time das decisões:

 Inauguração do Beira Rio 1969

 Gainete (F) Lauricio (F) Scala (F) Luis Carlos (F) e Sadi ( C), Elton (F) e Dorinho  ( C), Valdomiro (F)  Bráulio (C ), Claudiomiro (C ) e Gilson Porto (F).

 Placar : Fora 7 – Casa 4.

1º Título Nacional 1975

Manga (F), Valdir ( F) Figueroa (F), Hermínio (F) e Chico Fraga (C); Falcão (C), Paulo Cesar (C ) Caçapava (C ); Valdomiro (F) Flávio (C) e Lula (F).

Placar:  Fora  6 – Casa  5

2º Titulo Nacional 1976

Manga (F) Claudio  (C) Figueroa (F) Marinho Perez (F) e Vacaria (F); Caçapava (C ), Falcão (C ) e Batista (C ); Valdomiro, (F) Dario (F) e Lula  (F).

Placar  Fora 7 – Casa 4

3٥ Título Nacional 1979

Benitez (F) João Carlos (C ) Mauro Pastor (F) Mauro Galvão (C ) Claudio Mineiro (F); Falcão (C ), Batista (C ) Jair (C ); Valdomiro (F) Bira  (F) e Mário Sergio (F).

Placar  Fora 6 – Casa 5

1ª Libertadores 2006

Clemer (F),  Ceará (F), Bolívar (F), Eller (F), Ìndio (F) Jorge Vagner (F); Edinho (F), Tinga (F) Alex (F) Fernandão (F) Rafael Sobis (C )

Placar  Fora 10 – Casa 1

Mundial 2006

Clemer (F),  Ceará (F), Indio (F), Eller (F),Rubens Cardoso (F); Edinho (F), Wellington Monteiro (F) Alex (F) Fernandão (F) Pato (C ) e Iarley (F )

Placar  Fora 10 – Casa 1

2ª Libertadores 2010

Renan (C ), Nei (F) Bolivar (F), Índio (F) e Kleber (F); Sandro (C ), Guiñazú (F) Tinga (F) e Dalessandro (F); Taison (C ) e Rafael Sóbis (C )

Placar  Fora 7 – Casa 4

Placar geral

Fora 53 –  Casa 24

Como podemos ver é histórico, direções após direções, gerações após gerações o Inter monta seus times vitoriosos com expressiva maioria de jogadores “ importados”. Os jogadores feitos em Casa tem sido aproveitados com sucesso mas em dosagem homeopática, vai daí que se recomenda aos bons colorados não clamar por aproveitamento maciço de Pratas da Casa. Isso nunca aconteceu com sucesso!

Paulo Melo – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Vamo, Vamo INTER

17 thoughts on “Pratas da Casa em grande quantidade? Claro que não!

  1. Oi Melo e pessoal,
    O que ficou demonstrado é que o INTER é excelente formador de “pratas da casa”, prova disso são os 4 títulos de Campeão Júnior da Taça S.aulo, Campeão Brasileiro Sub 20, Campeão Mundial Sub 15 e tantos outros títulos e participações em competições e torneios nacionais e internacionais.
    O problema reside no elo da base à categoria principal. Parece não haver grande paciência na aposta do jogador. Ou o mesmo dá resultado imediato, ou vai em frente. Veja o exemplo do INTER B do ano passado. E neste sentido parece-me que o INTER tem sido senão o mais, um dos maiores vendedores de atletas jovens e promissores que acabam deslanchando em outras equipes.

  2. Bela pesquisa Prof. Melo!

    O INTER sempre foi um grande formador de “pratas-da-casa” e isso confunde as pessoas. Se relacionarem os grandes nomes surgidos no clube verão que são de épocas distintas. Se todos eles tivessem surgido na mesma época, teríamos um time melhor do que o do Barcelona. Porém temos que considerar que aprenderam com alguém mais experiente. Concordo com o que o Luciano escreveu, fico com os comprometidos com os objetivos do clube, sejam de F ou C. Ah, os objetivos? Isso é outro assunto.

    Abraço!

    1. Alô você Fábio!
      De há muito ouço falar no que se “praticava antigamente”, e até onde minha memória alcançava não enxergava isso. Por essa razão resolvi pesquizar e até eu me surpreendi com o aproveitamento dos Pratas. Com base nisso, é possivel Barcelonizar.
      SC

  3. Prezado Melo, interessante sua pesquisa sobre essa tendência de mais estrangeiros nos nossos títulos. Entretanto, acredito que os poucos nativos da equipe são essenciais para manter o espírito de pegada aqui do sul, além de que, as pratas da casa têm sido, a muito tempo, nossa principal fonte de caixa. Um abraço.
    Pazzini

    1. Alô você Pazini!
      Perfeito, essa é a realidade. O que se tem notado é que alguns desavisados clamam por juvenilização quando isso não ocorreu em momento algum na história do Inter.
      SC

  4. No futebol atual, em que se busca o resultado imediato, é bem difícil implementar o modelo Barcelona; dá para imaginar o Inter (ou qualquer outro grande clube) passar mais de 2-3 anos sem um título considerável (veja o exemplo do pessoal ali da Azenha)? Além disso os dirigentes (sem exceção) iniciam o ano dizendo que precisam vender pelo menos um grande jogador para manter a base (e geralmente as “vítimas” são aqueles formados nas categorias de base). Somente com avanço no marketing, fidelização de sócios, enxugamento de despesas e planejamento em médio prazo seria possível adotar uma política de futebol onde a base do clube formaria o time. Abraços a todos os colorados e vamos lotar o Beira-rio no dia 25!

    1. Alô você Gustavo!
      Teu equilibrado comentário poderia servir de norte para futuras decisões ou pelo menos que se levasse em consideração a possibilidade de realizar parte do proposto. Parabéns!
      SC

  5. Grande Melo! Parabéns pela oportuna abordagem. Recentemente vimos que o Barcelona poderá ter em 2012 uma equipe formada por ampla maioria de “pratas da casa”. Evidentemente, se isto se concretizar, será uma exceção na história de uma grande e vitoriosa equipe de futebol. Penso ser fundamental mesclar jogadores de fora, maduros ou não, com aqueles que se formam no próprio INTER. Estes têm elevada identificação com o Clube, como registrou Simone em seu comentário. Aqueles, mais rodados, trazem experiências de outros clubes e até de países diferentes (veja nossos argentinos, uruguaios, paraguaios, chilenos, etc). Então, pode-se repetir a velha frase: “nem tanto o mar, nem tanto a terra”, é preciso ter equilíbrio entre a juventude dos pratas da casa e a indispensável experiência de jogadores que já vivenciaram diversas competições e conhecem os atalhos. Essa é a receita que continuará conduzindo o CAMPEÃO DE TUDO na direção de mais e maiores conquistas a cada ano. SC

    1. Alô você Aquidaban!
      É parceiro, é um processo de avanço que se torna necessário, ante a atual conjuntura. Sob todos os aspecto é preciso pensa niss profundamente mesmo que a aplicação seja a no mínimo a médio prazo.
      SC

  6. MELO! CONCORDO EM PARTE COM TEU LEVANTAMENTO. NAS DECADAS DE 60 E 70 QUANDO GANHAMOS MUITOS TITULOS SEMPRE EM NOSSOS TIMES CONSTAVAM PRATAS DA CASA. NAO QUERO DIZER NA TOTALIDADE MAS NUM MINIMO DE 4 OU 5 É NECESSARIO PARA MANTER OS LAÇOS DA PAIXÃO CLUBISTICA E BARATEAR A FOLHA DE PAGTO. TAMBÉM SERVE PARA QUE MENOS FALSOS COLORADOS ENRIQUEÇAM COM A compra e venda de joagadores. o que precisa e muito hj é uma reformulação NAS BASES NO SENTIDO DE QUE EM POSTOS CHAVES REALMENTE SEJAM COLOCADOS COLORADOS QUE QUEIRAM O BEM DO CLUBE E NÃO DO BOLSO. PROVA E QUE TEMOS ALGUNS “MENINOS” ATUANDO EM EQUIPES DE BASE QUE NEM NO MEU TIME DE PELADAS SERIAM TITULARES ENQUANTO QUE OUTROS COM POTENCIAL SÃO BARRADOS. ABRAÇAO

    1. Alô você Celso!
      È, utilização de pratas da casa sempre foi menor do que se propalou. Chjegou-se aos números de 2006 quando tinhamos apenas um prata da casa no time titular. Repensar é preciso.
      SC
      Melo

  7. Melo e amigos(as), entre “pratas da casa” e formados fora, fico sempre com os bons jogadores e os comprometidos com os objetivos do Clube e com a sua própria profissão de jogador de futebol, independente de onde eles venham e se tiveram uma boa formação na base (vide exemplo do Damião). Claro que jogadores bons que não tiveram uma formação adequada, precisam aprimorar fundamentos, condição física, nutricional e até psicológica para enfrentar os desafios de uma carreira profissional em um clube de ponta.

  8. Paulo:
    O levantamento apresentado demonstra o que eu venho defendendo.
    Nos últimos anos, de acordo com especialistas em categorias de base, o Inter tem sido considerado um dos melhores clubes na formação de jogadores, mas tem pecado na utilização dos mesmos na equipe profissional e isso ocorre devido a uma lacuna entre o trabalho do grupo principal com o realizado nas categorias de base.
    Na década de 70 tinhamos um melhor aproveitamento, pois existia uma filosofia de futebol. Isto é comprovado pela diferença entre os jogadores comprados e os formados nas categorias de base do clube é menor na escalação das finais dos campeonatos daqueles anos do que no período de conquistas após os anos 2000.
    As contrações na época também eram diferentes, pois elas eram pontuais (algumas também acabaram sendo equivocadas, mas isso é um outro debate), como: Manga, Figueroa, Marinho Pérez, Flávio, Dário e Lula, ou seja, todos com alguma bagagem e que davam a segurança para lançar os jogadores que se destacavam na base, como: Cláudio Duarte, Paulo César, Falcão, Escurinho, Caçapava, Batista, Jair e mais tarde João Carlos, Mauro Galvão, entre outros.
    Esta história pode ser retornada caso volte a política de fazer contratações de jogadores que venham para disputar titularidade e em posições que realmente tenhamos carência. Não contratando só para agradar a torcida. A única forma de aproveitar melhor as nossas categorias de base é criar uma interligação do Coordenação Técnica do Grupo Principal com a da Categoria de Base e analisar quais os jogadores que tem potencial de verdade para chegar no profissional e preparar o caminho para que eles sejam utilizados e não serem colocados na fogueira como solução de um problema dando aquela velha máxima “se é bom não importa a idade.”
    Neste aspecto, já podemos ver uma evolução no ano de 2012, pois as dispensas, negociações e afastamentos de jogadores que não vinham sendo aproveitados ou que estavam gerando problemas e as contratações para o grupo principal tem obdecido critérios técnicos fundamentais para formação de um bom elenco. A minha única discordância é a existência ainda de um grupo profissional a parte, que é o Sub-23, pois este acaba não cumprindo nenhuma função (não pertence mais as categorias de base porque a idade dos atletas já passou e não é do profissional, pois obdece a direção das categorias de base) e mesmo levando o nome do Internacional entra nas competições descompromissados só para cumprir tabela que o grupo principal aonde não pode jogar.
    Saudações Coloradas.
    Cláudio R. Vidal

    1. Alô você Vidal!
      Veja só que o Barça, é hoje o clube de referência mundial. Esse clube depois de passar vários anos faendo time com jogadores comprados, em sua maioria, hoje tem próximo de 85% de seu time e plantel feito em casa, mas isso foi um processo lento. Começar é preciso.
      SC
      Melo

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