A cada episódio negativo no campo do futebol, sempre me vem a mente
as diversas modalides do famigerado “jeitinho brasileiro” de acomodar as coisas, na maioria das vezes em favor dos Clubes do chamado eixo Rio/São Paulo. Mas, confesso que fico estupefato ao presenciar o que a nossa, não menos famigerada, Federação Gaúcha de Futebol está fazendo com o nosso Sport Club Internacional.
Se não, vejamos o seguinte: jogar uma partida valendo uma classificação
para o campeonato mais importante da América do Sul, no qual represen
tamos nosso estado com muita dignidade e isto sem contar que conquistamos a LA por duas vezes e todos sabemos das dificuldades que a própria FGF interpôs em outras oportunidades. Pois parece que o Sr. Presidente, Francisco Novelletto, ainda não se deu por satisfeito e mais uma vez impõe ao nosso “Campeão de Tudo” empecílhos absurdos, como a disputa de partidas do Campeonato Gaúcho imediatamente após um jogo importante da Libertadores da América. Aliás, este tal de gauchão, não passa de um monte de “arranca tocos e quebra canelas”. Quando os clubes do interior, que em sua maioria, se quer tem um estádio descente para a importância da competição, jogam contra nossos titulares é um festival de pontapés, agarrões, e outras apelações dentro de campo com a absoluta conivência das arbitragens, não é?
Na verdade o pau corre solto. Mas quando é contra nosso time B ou C até que tentam jogar futebol. Mas e aí? cadê a FGF prá cobrar dos clubes que melhorem suas praças de jogos? Cobrar dos árbitros uma postura que coiba as jogadas violentas? Será que tem o dedo de mais alguém nessa história? Tomara que não! Ah! Não aceito a desculpa de que não há datas para remanejamento de jogos do gauchão. Isto é ir de encontro a inteligência de nós todos, sócios, torcedores e comunidade desportiva em geral.
A bem da verdade, na minha modesta opinião, o Campeonato Gaucho deveria ser disputado sem pelo menos os 6 melhores clubes do nosso estado. Estes 6, deveriam disputar um campeonato Regional, onde entrariam os 6 melhores do Paraná e os outros 6 melhores de Santa Catarina, totalizando 18 clubes. Os outros clubes não classificados dentre estes 6 deveriam disputar, ai sim, ocampeonato gaúcho, entre si, onde poderiam obter a classificação para o regionalzão com os clubes dos outros estados. Fica ai uma idéia, que é claro, poderia ser analisada, e é óbvio, aprimorada!
De qualquer maneira, acredito que as cabeças pensantes do nosso futebol
possam um dia, ver o esporte com mais imparcialidade e pensar um pouco mais em ajudar mais e atrapalhar bem menos. Sigamos na luta em busca do Tri da Libertadores, independentemente da vontade de nossos dirigentes. Assim sempre foi e que pena, continuará sendo, infelizmente para todos nós!
Vamo Vamo Inter!
SC
Cláudio Roberto Saldanha – Porto Alegre/RIO GRANDE DO SUL
Colorado não desiste nunca!
Cláudio:
A minha sugestão prática para o calendário brasileiro tornar-se viável e lógico seria a criação de Conferências (ou Ligas) e no final do ano uma Copa dos Campeões para designar o Campeão Brasileiro, os representantes para a Libertadores e a Sulamericana.
As conferências (ou ligas) seriam em torno de quatro (Sul, Centro, Nordeste e Norte). O equilíbrio da dispusta estaria na distribuição dos estados, como sugestão: Sul teriamos o RS, SC, PR, SP e MS; Centro: BA, GO, DF, MG, RJ e ES; Nordeste: AL, SE, PE, PB, RN, PI e CE; Norte: AM, PA, MA, MT, TO, AP, RO, RR e AC. Cada conferência poderia ser dividido por divisões: Especial, Honra e Estadual; a Especial e Honra seria composta por 24 clubes cada e jogaria em turno e returno com ascesso e descenso de 3 clubes por temporada, os quatro primeiros da Divisão Especial estariam classificado para o final do ano para a Copa dos Campeões; na Divisão Estadual teriamos competições estaduais com os clubes que não disputam as outras duas divisões classificando para um torneio para saber os 3 clubes que disputariam a Divisão de Honra da temporada seguinte. O critério a ser utilizado para formar os clubes que disputariam no primeiro ano a competição é o Campeonato Brasileiro, por exemplo, os 24 clubes da série Especial da Conferência Sul poderia ser os que disputarão a Série A, B e C deste ano, já a Série de Honra poderia ser formada pela classificação dos 4 melhores dos estaduais deste ano que não estejam na Divisão Especial.
A Copa dos Campeões seria uma competição organizada com os 16 clubes classificados das Conferências divididos em 4 grupos classificando o campeão de cada chave para uma semifinal e o vencedores desta disputa fariam a final decidindo o título. Nesta competição teriamos sempre o sistema ida e volta. A classificação para Libertadores e Sulamericana estariam no regulamento da competição.
Neste cenário manteríamos os clássicos, diminuiriamos os custos dos clubes, fortaleceriamos os clubes médios do Brasil, por conseguinte traria mais receitas aos clubes grandes e teriamos no ano inteiro grandes competições. A organização dos campeonatos estaria a cargo dos clubes organizados dentro das Conferências (Ligas); a CBF seria responsável pelas seleções do país e as federações pela arbitragens; o STJD teria a única responsbilidade de julgar os casos encaminhados pelas Conferências. É complicado discutir este tema, pois mexe no interesse de vários grupos como a submissão dos dirigentes dos clubes e a imposição das vontades da cartolagem das Federações e Confederação, mas o debate pode trazer mudanças significativas no cenário do futebol brasileiro.
Saudações Coloradas.
Cláudio R. Vidal
Cláudio:
O futebol atual é um negócio. Neste negócio, manda quem tem dinheiro. E quem tem a chave do cofre que banca os campeonatos estaduais e brasileiro são as federações (no nosso caso a FGF e a CBF) e estas são controladas por coroneis que estão a muitos anos nos cargos destas instituições. Estas federações não teriam todo este poder se os clubes fossem unidos de verdades para lutar pelos seus direitos, mas o problema é que estes só se preocupam em defender o seu umbigo e não se preocupam com o todo.
O modelo implementado no futebol brasileiro é de um primeiro semestre com campeonatos estaduais fracos com um monte de jogos com pouco público, com horários exdruxulos para os jogos (sábado às 21 horas em pleno janeiro) e com a federação marcando jogo um dia após partida de Libertadores. Após isto temos um campeonato nacional que nada mais é que um campeonato do sudeste (12 clubes) com adição dos clubes que recusam a dobrar-se a monopolização do mesmo, pois a tabela não ajuda a quem pertence as pontas deste país continental.
Existe um tabu no Brasil, pois ninguém quer discutir sobre o calendário do futebol brasileiro. Nós vivemos em um país continental e não numa ilha ou em país do tamanho de uma Suíça, com todo respeito, e disputamos um campeonato como vivessemos neles, pois este modelo serve para Espanha, Portugal, Itália, Inglaterra, entre outros europeus, mas não para nós. Este erro acaba nos prejudicando na parte técnica e financeira, pois os custos são maiores para os clubes que vivem nas pontas deste imenso país dos que vivem no centro do mesmo, além da má distribuição das verbas de televisionamento e de marketing, pois estas só favorecem a alguns poucos como Corinthians e Flamengo. Na parte técnica a defasagem é visível, por exemplo, como um time do Ceará irá aguentar muito tempo na primeira divisão, só a viagem de ida (na parte áerea) dele para a região sul leva em torno de um dia, este time jogando dois jogos por semana sendo que um fora e outro em casa, quando treina e qual período consegue fazer a recuperação de seus jogadores. A prova disso está na atual distribuição das vagas do Campeonato Brasileiro pelas regiões do país: 12 do sudeste (6 sendo só de paulistas), 4 do sul, 3 do nordeste e 1 do centro-oeste.
Além disso, temos no primeiro semestre um campeonato estadual deficitário tecnicamente e financeiramente (que só sobrevivemos pelo recurso da televisão e dos patrocinadores) e com um lema: se ganhar, não ganhamos nada; e se perder, caia a casa.
Há anos busco espaço para este debate, mas não encontro, pois defendo a democratização do futebol brasileiro.
Saudações Coloradas.
Cláudio R. Vidal
Obs.: Fica uma pergunta para quem possa me responder:
Por que sempre após uma decisão internacional importante, como foi contra o Independiente ou a agora o Once Caldas, temos um Gre-Nal? Será que não é uma tentativa de emparelhar as forças no estado, pois quando jogamos de igual para igual temos ficado na frente com uma longa vantagem.
Saldanha,
Respeito muito tua opinião. Mas, confesso que o campeonato Gaúcho não pode terminar. Mudanças de critérios sim. Ele tem o seu charme. Nunca esquecendo que é ele que sustenta a maior rivalidade da dupla Grenal, por ser uma disputa direta entre os dois clubes. Os demais são meros figurantes. A este respeito tenho até postagem pronta para enviar ao Marco e ser publicada.
Quanto ao Sr. Presidente da Federação Gaúcha, Sr. Francisco Noveletto, talvez por ser Conselheiro do INTER é que não nos favorece em nada, talvez querendo demostrar neutralidade.
Por acaso esqueceste do episódio do Campeonato Brasileiro de 2005? Pois é, o Presidente da Federação Paulista mostrou as garras em favor de seu filiado de lá, enquanto isso, o Sr. Noveletto,que deveria partir em favor de seu filiado daqui, o S.C. INTERNACIONAL, ficou caladinho. Omitiu-se por completo. E o Sr. Perondi, Vice-Presidente da CBF, respondendo provisoriamente no exercício da Presidência em lugar de Ricardo Teixeira, também nada fez (Pode consultar no livro De Belém a Yokohama – a fls.179/197 escrito por Fernando Carvalho)
Com Conselheiros assim, nem precisamos de inimigos.
Alô você Saldanha!
Tem muito fun damento o que escrevestes, mas a direção do Inter sabe de tudo isso e resolve assinar com os outros. É interessante ? Não quer brigar?
SC
Concordo plenamente com você Claudio, esse gauchão do jeito que está é prejudicial para quem disputa mais títulos aqui no RS.
Poderíam também colocar o Inter direto em uma semi-final como prêmio por ser o melhor do RS.