Tem momentos que é melhor ver o tempo passar, ficando atento aos acontecimentos do presente, sem recuar, mas sempre pensando e ter a qualidade de repensar ideias, conceitos, que vão se consolidando em nossas mentes e corações e que podem resultar em alguma abominável predisposição a julgar e sempre condenar.
Vejam meu pensamento atual. Qual clube não gostaria de ter a história do nosso INTERNACIONAL. De ter uma casa, como o nosso Gigante da Beira-Rio. E poder contar com um plantel com verdadeiras joias consagradas mundialmente, como Guinazu, Oscar, Bolatti, D´Alessandro, Datolo, Furlán, Dagoberto, Leandro Damião e, possivelmente, Nilmar. Até recentemente tínhamos Tinga e o Sandro Silva, e, deixamos ir embora e amanhã estarão nos “criando dificuldades” quando enfrentarmos as equipes que passaram a defender. Quantos jogadores criamos e/ou foram descartados como o Pato, Juan, Alex, Sandro, Giuliano, Sobis, Lúcio e tantos outros que quando os vemos jogar, sempre nos levam a pensar nas experiências vividas em nosso clube. Eu entendo que existem interesses econômicos e necessidades de receita do clube, dos jogadores, mas não aceito passivamente, principalmente do “retorno” dos empresários (que já cercam e “amarram” jogadores já nos primórdios de suas carreiras) e de investidores (palavra que abomino, pois a única qualidade que possuem é ter dinheiro para fazer mais dinheiro para eles mesmos, sem esforço algum), em detrimento dos interesses do clube e do sentimento de sua torcida.
Graças a Deus, tive a benção de poder me criar no mesmo ambiente de um Falcão, de um Figueroa, de um Manga e de tantos outros expoentes de nosso clube. Ainda hoje muitos COLORADOS, como eu, estão “ajudando” aquele chute do grande Dunga no lado direito de quem estava na social, gol do placar, que nos livrou da iminência de um desastroso e vergonhoso rebaixamento. Vivi e vibrei muito com o “garoto de ouro”, o nosso Bráulio, Larry, Bodinho, Luizinho, Florindo, Oreco, Chinezinho e com tantos outros, como Flávio Bicudo, Lula, Deraldo, Dadá Maravilha, Scala, Sapiranga, Valdomiro, Gilson Porto, Caçapava (não passava ninguém), Gainete, Claudio Winck, Claudiomiro, Batista, Marinho Perez, Carpeggiani, Sadi, Vacaria e, não esquecendo, até mesmo meu amigo Osmar (o Gauchão), Louro, Sebastião Poeira, Dionísio e Frazão. Perdíamos muito, mas cada vitória era como se fosse a única experiência em nossas vidas. Penso que nessa época deveria existir essa doença maligna e incurável citada no parágrafo acima ou era mais discreta e a torcida não percebia com tanta repulsa ou tanto nojo como agora.
Era uma honra ouvir as preleções ou ter a oportunidade de “trocar algumas palavras” com o Minelli, Dino Sani, Daltro Menezes e outros treinadores respeitáveis. Adorávamos Teté (nunca vou esquecer-me da goleada na inauguração do Olímpico e do Pan-Americano, no México) e Enio Andrade. Sinceramente, não simpatizava com o Muricy, mas o respeitava muito. Já o Abel, ainda mora em nossos corações. Que saudade de um verdadeiro treinador…
Não posso esquecer-me daqueles presidentes do nosso INTERNACIONAL que mantinham os interesses do clube “cravados” em seus corações e que nos enchiam de orgulho, como foi o Ildo Meneghetti, Carlos Stechmann, Eraldo Hermann, Frederico Arnaldo Balvé, Alexandre Zachia, Arthur Dallegrave e recentemente nosso Fernando Carvalho e tantos outros que, infelizmente não tive um contato ou conhecimento maior. Gostaria de, no futuro, ter o mesmo sentimento de gratidão pelo Giovanni Luigi, com quem troquei poucas palavras durante um voo o ano passado. Como se esquecer do nosso grande presidente Ephraim Pinheiro Cabral, nome real da nossa casa, o Gigante da Beira-Rio e do empenho, da dedicação e do desprendimento do grande Rui Tedesco em materializar nosso sonho, a nossa Boia Cativa, para “inveja eterna” de alguns.
Pensando nisso tudo, quase “uma vida”, por favor, cuidem de nosso clube, de nossa maior paixão, de nossos sonhos como torcedores, mas, principalmente, honrem e tenham a responsabilidade com a história magnífica de nosso INTERNACIONAL e de todos que se sacrificaram e “suaram sangue” na sua defesa. Tomem as ações necessárias para que a MASSA COLORADA possa pensar em vocês e sentirem o mesmo orgulho que sentimos por aqueles que já passaram e deram a sua inesquecível contribuição. Em se tratando de atletas jovens, de alta qualidade e que podem trazer muitas alegrias mais ao nosso clube, não se esqueçam do nosso INTERNACIONAL e de sua inigualável torcida.
Encerrando, quando escrevemos sem pensar na sequência histórica e sim nas recordações, muita coisa devo ter passado sem lembrar e esquecido de salientar, mas desde já, solicito todas as desculpas possíveis a todos os grandes COLORADOS que defenderam, cada um a seu modo, cada um a sua maneira, esse nosso INTERNACIONAL.
Estou mal acostumado, já sofri muito, já me contentei com o possível, mas agora quero continuar sendo CAMPEÃO DE TUDO!