Considerações iniciais: Após assistir a triste atuação colorada nas últimas partidas, jogando para não perder mesmo em casa, ficando acuado na defesa, na procura do contra-ataque para tentar o gol, constituindo o “chama derrota” pelo Hilton MombacH”, não poderia se esperar outra coisa na noite de ontem, lá em Minas. Depois de ver a escalação não encontrei qualquer entusiasmo, sabendo de antemão que nosso time mais uma vez jogaria acuado, num esquema covarde que carrega para si a cara do treinador, o medo de perder. E ainda mais quando se viu que não teríamos centroavante de ofício, uma vez que o jovem Maurides sequer embarcou para Belo Horizonte. Mais uma vez teria de lançar mão de jovens apostas das categorias de base para completar o time. Sempre se ouve a mesma ladainha do treinador de que o INTER estará pronto daqui a algumas rodadas quando todos os titulares (lesionados, seleção e contratados) estarão à disposição. Aí talvez a “Inês estará morta”, porquanto ao atingirmos ¼ (uma quarta parte da disputa) já estamos com míseros 16 pontos, a 9 (nove) do líder. Mantendo este desempenhos chegaremos a pau e corda nos 60 pontos, dignos de uma disputa de Sul-Americana e só.
Ontem mais uma vez carecíamos de atacantes experientes para acompanhar o Dagoberto. Há coisas que minha vã filosofia não consegue entender. Vejo total falta de convicção da comissão técnica e a cada jogo um time totalmente diferente e descaracterizado.
Ontem até a entrada do Fred não tínhamos centroavante e/ou atacantes mais agudos, salvo o Dagoberto que continua nos devendo. Pois bem, dispensaram Dellatore, Ricardo Goulart, Gilberto e Jô (este com sobradas razões) que andam fazendo gols nos outros times, para ficar sem ninguém, já que não houve reposição. Entre o sem ninguém e o pouco eu fico com o pouco. É, temos o Dátolo que se encontra lesionado e a tão aguardada estréia do Forlán para daqui não sei quando. Ah, como o Andrezinho está fazendo falta na articulação desse time.
Em suma, vemos um INTER sem poder de fogo lá na frente, com a falta do Damião e Oscar, este que tanta falta nos faz, pelo visto já vendido e pronto, acabaram as jogadas de ataque. O Dagoberto ao que parece ficou em SP.
Outra coisa está evidenciada, além da total falta de convicção da comissão técnica, a visível falta de comando nos vestiários. Não venham me dizer que o tapa na bola no 1º minuto de jogo por parte do Dagoberto não tenha sido uma atitude impensada do jogador e a destemperada ação do D’Alessandro, ao receber o cartão amarelo e depois peitar o juiz para ser expulso tenha sido em vão.
Olha pessoal, depois da atitude contra o Cruzeiro provocando o cartão amarelo e deixando o time capenga para o jogo contra o Santos no domingo, a atitude de ontem do D’Alessandro sinaliza, a meu ver, que o cara quer ir embora. Impreterivelmente, não passa jogo sem receber cartão e com grande freqüência fica fora do time (dizem as más vozes que é para receber folgas e visitar a família na vizinha Buenos Aires). Só sei que depois da polpuda oferta chinesa, no corrente ano, entre lesões e punições pouco jogou e quando o fez, salvo naquele 2º tempo contra o Caxias, esqueceu seu futebol, o mesmo que brilhou e encantou a América nas conquistas da Sul-Americana e Libertadores. Hoje vivemos do D’Alessandro do passado.
É claro que pode mudar e voltar a ser aquele craque colorado,mas quando? Não esqueçam que o Brasileiro está andando e o INTER decaindo.
Quanto ao jogo: A volta do D’Alessandro, manutenção do menino Otávio e estréia do Ratinho davam tênues esperanças.
Nos 5 minutos iniciais com razoável iniciativa parecia que teríamos atitude, mas logo caímos na realidade dos últimos jogos. Embora um desenhado 4 – 4 -2, lá na frente somente Dagoberto com tentativas de aproximação do D’Alessandro, por vezes do Otávio, mas sem qualquer resultado. A rigor, no 1º tempo o INTER não chegou à área adversária, salvo num escanteio batido pelo D’Alessandro em que a bola cruzou toda frente do gol sem ninguém tocar. O comentarista até comentou a falta de um centroavante. O meio de campo não tramava nada de jogadas, havendo insistente ligação direta da defesa para o ataque. Nenhuma possibilidade de chegar à frente c/perigo.
Justiça seja feita, a defesa com Bolívar e Índio conseguia segurar o ataque adversário, não dando oportunidades para chegarem a nossa área. A tentativa atleticana era de chutes à distância, com Muriel seguro até a infelicidade do gol tomado.
Na intermediária o gigante Guiñazu com grande proteção, acompanhado pelo Elton com razoável participação, impedindo que o Ronaldinho aparecesse. O Lucas Lima pouco apareceu.
As jogadas do Atlético no 1º tempo quase sempre no meio e pela esquerda, tendo o Edson Ratinho bastante trabalho pelo bom desempenho adversário do Bernard e Júlio César no apoio. Contudo, o novo lateral coloirado não comprometia, embora muito pouco partisse para o apoio. Notava-se que o time mineiro tinha a posse de bola e o domínio do meio de campo e o INTER com um comportamento digno de time pequeno só se defendia.
Não sei o que está acontecendo com o Fabrício, não anda muito bem e seu ponto forte, que é o apoio, está deixando a desejar, errando praticamente todos os cruzamentos, com exceção de um no 2º tempo que redundou no gol colorado do Fred. No jogo anterior também só acertou um.
A coisa andava bem até os 37’, não no meu entender e sim no do treinador, que pensa pequeno, joga para não perder e esquece que o importante é a ambição da vitória. Fala-se tanto no título e eu pergunto: Como ser Campeão Brasileiro jogando dessa maneira? Sem chance.
E aí senhores, o D’Alessandro com uma irresponsabilidade a toda prova bota tudo a perder. Naquela altura da partida o INTER estava equilibrando o jogo e encaminhava-se para o 0 x 0 no 1º tempo. Por pura irresponsabilidade do Sr. D’Alessandro num ato impensado nos deixa na mão.
Com 10 jogadores recuamos ainda mais. Até Dagoberto que era o único na frente recuou para nossa intermediária. Todo o time lá atrás e aí vem aquele longo passe do Ronaldinho (um dos únicos certos até então) para o chute do Guilherme em curva de fora da área, chocando no poste, voltando nas costas do Muriel e entra. Que infelicidade, hein Muriel?
Termina o 1º tempo.
No 2º tempo com 10 jogadores a coisa estava difícil e o Atlético todo envolvente, estando o INTER bastante recuado e só se defendendo. As saídas de bola redundavam em falhas no meio de campo e Bernard agora pelo lado esquerdo em cima do Fabrício cruzando bolas e mais bolas na nossa área. Até o Ronaldinho muito bem controlado no 1º tempo pelo Elton fez dois cruzamentos perigosos da direita nos minutos iniciais do 2º tempo.
O Fred, grande nome do jogo entrara no lugar de Lucas Lima que mais uma vez deixou a desejar e o Jajá que também havia entrado no intervalo no lugar do Dagoberto, não conseguia acertar pelo meio. Após dois ou três piques pára em campo. Já havia observado isso no domingo. Quem sabe, problemas físicos ou noitadas.
E assim nosso time todo recuado e sem qualquer poder de fogo lá na frente, pedia para levar o 2º gol adversário, que não tardou. Lá pelos 17’ vem o cruzamento da direita, do Marcos Rocha que, cercado por 4 jogadores do INTER e o Bolívar falhando no 1º combate, levanta para o Leonardo Silva na área, entre os jogadores Índio, Elton e Ratinho, domina de esquerda dá um giro e chuta de direita sem chances para o Muriel. Devo admitir, um belo gol. No meu entender a única falha do Muriel no jogo, ao soquear a bola para o meio da área, nos pés do adversário, quando podia tê-la agarrado.
Por incrível que pareça, quando tudo parecia perdido com o 2 x 0 nas costas, até com prenúncio de goleada, o INTER acordou. Até parece que o time começa a ter atitude quando tudo está perdido como nos 15’ finas de domingo contra o Santos. E isso se repetiu ontem após ter levado os 2×0.
Era outro INTER, com garra e velocidade, e numa jogada pela esquerda de Mike com Fabrício vem o cruzamento deste para a entrada do Fred como um raio no meio da defesa atleticana e de cabeça coloca a bola nas redes. Mesmo com 10, começou a esperança do empate.
A esta altura o time estava bem e jogava bem melhor que no 1º tempo. Até o Jajá começara a se movimentar. O Edson Ratinho demonstrou algumas qualidades no apoio e o meio de campo mais seguro, com o incansável Guiña jogando por dois, embora algumas jogadas de contra-ataque do Atlético, com Bernard, Guilherme, Donizete e até de Ronaldinho acertando alguns lançamentos, o que não fizera no 1º tempo.
Alguns minutos depois do gol feito, pela metade do 2º tempo, Jajá fez boa jogada e é derrubado, senão ficaria na cara do gol. Senti que aí poderia ser o 2º gol. O próprio Jajá colocou bem e a bola raspou o ângulo esquerdo. Um palmo abaixo seria o empate, porque Vitor já estaria abatido.
Em todo desenrolar, quem muito aparecia era o garoto Fred, estava em todo o campo, desde a nossa até a área adversária. Este guri, com o Otávio de domingo (não o de ontem) são as grandes promessas futuras. O Mike também não esteve mal. Dos novos o Lucas Lima ainda não apareceu bem.
O INTER mantinha-se vivo no jogo e o Atlético somente com algumas jogadas de contra-ataque, na base do toque deixava o tempo passar. Mas não oferecia maiores perigos, com segurança de nossa defesa lá atrás.
Porém, a partida se aproximava do fim e o INTER demonstrava cansaço pela entrega na procura do empate. Viam-se alguns jogadores extenuados como o Elton e na frente o time já não chegava mais. Até o Guiña cansou.
Nos minutos finais e sem mais a ameaça do INTER a esta altura sem pernas, não houve dificuldade para o 3º gol do Atlético num contra-ataque mortal pela direita de Bernard, sempre ele, cruzando para a esquerda e Escudeiro chutando livre sem chance para Murial.
Enfim, derrota de 3×1, debitada em grande parte à irresponsabilidade do D’Alessandro e ferrenha teimosia do Sr. Dorival que insiste jogar recuado com medo de perder e sem ambição, deixando o único centro-avante disponível em POA e escalando mal e sem um padrão de jogo neste time. Não se vem boas articulações de jogadas lá na frente. Muita linha direta da defesa ao ataque.
Não sei não. Se formos esperar pelo retorno do Oscar, que não vai acontecer e Damião, também não sei se volta, pela vontade do D’Alessandro em voltar a jogar com seriedade, ainda pelo retorno dos lesionados (Kleber e Dátolo) e pelas estréias do Forlán e Kleber, tudo indica que só voltaremos prá valer no returno quando o sonho estará acabado. A não ser que haja a saída do Dorival. Agora iminente, depois do discurso de ontem do Diretor de futebol. Mas não me tragam o Emerson Leão, por favor. Que venha o DUNGA.
Tristes saudações coloradas
Heleno
Oi Melo,
É, mesmo quanto tinha todos os titulares à disposição suas explicações e escalações não convenciam.
Agora vendo, não imaginei que minha análise ficaria tão extensa.
E amanhã todos no Beira-Rio
Saudações Coloradas
Alô voce Heleno!
O curioso é que o treinador tinha a sua disposição peças que DEVERIA tger levado e não o fez. As explicações dele não convenceram nem aquele que fez força para contrata-lo: O Luigi.
VÁ com Deus
SC
Thaís,
Também ouvi a notícia hoje ao meio dia.
Uma coisa é certa: A situação como estava não podia continuar. Foi feita a mudança.
Pelo que sei esta é a 1ª experiência do Fernandão como treinador.
Uma coisa é certa, ele conhece o grupo como poucos. E o mais importante é ter o grupo na mão. Pelo que ouvi terá o Clemer como auxiliar, que estava fazendo um bom trabalho nas categorias de base. Ambos tem liderança e são ídolos.
Tem tudo para dar certo. Se irá acertar é outra historia. Para tanto, só nos resta torcer.
Saudações Coloradas
Eu tava lendo por aí que poderia ser o Fernandão. Não sabia que ele tinha experiência como técnico!
Em tempo: No último parágrafo leia-se…..e pelas estréias de Forlán e Juan –não Kléber como foi escrito.
No 1º parágrafo do 2º tempo: lado esquerdo e cruzamentos perigosos da direita – são referentes à posição de nossa defesa e não do ataque adversário.